Podcast #006 – Glauber Silva, do Obeso Emagrece

No episódio de Podcast de hoje, recebemos o Glauber Silva, fundador do site “Obeso Emagrece”.

Nessa conversa, a o Glauber contou um pouco da sua história, dos problemas comuns que enfrentava sendo obeso (distúrbios do sono, e muito mais), e sobre o tipo de mentalidade que ajuda as pessoas a focarem no progresso sempre.

Alguns temas abordados foram:

E muito mais!

Alguns artigos que aprofundam esses tópicos são:


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Transcrição Completa do Episódio

Guilherme: Bem-vindo a mais um podcast do Senhor Tanquinho. Eu sou o Guilherme.

Roney: E eu sou o Roney. E aqui a nossa missão é deixar você no controle do seu corpo.

Guilherme: Olá, Tanquinhos e Tanquinhas, tudo bem com vocês?

Hoje a gente tem mais um episódio aqui do nosso podcast e o convidado de hoje é o Glauber Silva.

Roney: Exatamente. O Glauber é autor do blog Obeso Emagrece, que já tem aí cerca de três anos, , Glauber?

Glauber Silva: Por aí…

Guilherme: E nesse meio tempo o Glauber já emagreceu mais de 20 quilos!

Roney: Então, Glauber, após essa apresentação rápida que nós fizemos, o que mais faltou falar sobre o Glauber e o Obeso Emagrece rapidinho aí?

Glauber Silva: Olá, para quem não me conhece, eu sou o Glauber e como eles falaram, além do blog Obeso Emagrece eu também tenho o Método MCL5 que significa Mente e Corpo Leve em 5 etapas e o aplicativo web que eu desenvolvi, inicialmente para os alunos desse curso, que é o mensure.me, que é um aplicativo que ajuda o pessoal a medir os resultados além do peso, ajuda a medir mais precisamente.

Então, basicamente, é isso; é assim a introdução.

Roney: Legal, Glauber.

Sobre a sua história, sobre você, como foi que você começou a se interessar por saúde e alimentação?

Glauber Silva: Bom, foi quando começou a me incomodar, ? Principalmente o sono porque eu tinha um problema de apneia, que me incomodava bastante. Eu dormia, dormia e quanto mais eu dormia, mais cansado eu ficava e aí a galera que dormia perto, principalmente quando saía para viajar e dormia mais gente, em festa, no mesmo quarto e tal; era sempre a reclamação do cara que ronca igual motosserra velha, a galera zoava.

E aí, além disso, eu já sentia um cansaço porque quanto mais eu dormia, mais cansado eu ficava e aí juntou, quanto mais gordo eu fui ficando, mais esse problema foi se agravando e, cansado já da fórmula mágica “coma menos e faça mais exercícios”, eu comecei a me interessar por pesquisar mais a fundo.

E aí que, de alguma forma, quando eu mudei a forma de pesquisar, e acabei chegando nesse universo Paleo / low-carb / Primal e aí eu viciei e comecei a estudar igual um louco e achava muito interessante o que eu estava aprendendo e aí eu fui aplicando na minha vida e parecia bom demais para ser verdade porque era tudo o que eu evitava comer… tudo não, mas grande parte, gordura principalmente, e parecia bom demais e aí o resultado veio e, tipo: “Eu tenho que falar isso, eu tenho que espalhar isso!” e eu fiz o blog e todos esses projetos e estou aí até hoje fazendo isso.

Guilherme: Como foi esse salto de você aprender e de você aplicar e ver os resultados para fazer o Obeso Emagrece? Como você falou: “Cara, vou fazer um site!”?

Glauber Silva: Então, quando eu comecei a ter muito resultado, porque nós sabemos que tem gente que tem resultados mais lentos e outros tem resultados mais rápidos, ? Eu tive a sorte de ter resultados muito rápidos e aí a galera ficou muito espantada: “O que você está fazendo?” e eu sempre tinha que responder: “Ah, estou fazendo isso, isso e aquilo” e era aquela tragédia para você explicar aquilo que você está fazendo.

“Ah, cara, eu estou comendo o que eu tenho vontade, a hora que eu tenho vontade, sem me preocupar com quantidade, mas eu estou comendo menos carboidrato, mas eu estou comendo mais gordura.”, “Como? Você quer morrer?” e tal, e aí se torna sempre aquela tragédia para você explicar isso tudo e eu falei: “Cara, vou fazer um blog porque eu estou vendo que tem muita gente querendo saber das coisas porque já está cansada…” ao mesmo tempo eu via muita gente sofrendo com aquele modelo tradicional, que eu já tinha sofrido bastante tempo também e parecia, a três anos atrás, tinha menos blog, tinha menos gente falando disso.

Parecia que era uma fórmula mágica, entre aspas, quando você falava: “Isso aqui resolve muito problema, muito rápido”. Hoje em dia é mais comum a gente ver, o pessoal já acredita com mais facilidade, o low-carb já é mais popular.

Naquela época não era tanto e eu: “Bicho, eu tenho que fazer alguma coisa aqui porque vai ajudar bastante gente” e aí eu quis fazer nesse sentido aí, de fazer um negócio com informação simplificada, que era a ideia, porque até tinha, você até encontrava, mas encontrava muita coisa não tão simplificada.

Eu quis simplificar e passar isso de um jeito fácil para mais gente ter acesso.

Roney: Como nós podemos ver lá no seu site, o Obeso Emagrece, na sua biografia você fala que emagreceu cerca de 20 quilos, mas não abriu mão da cervejinha.

Qual é a outra comida que você não abre mão, mesmo estando em dieta, e como você faz para conseguir conciliar essas comidas que você gosta e todo mundo sabe que não são pró-dieta com o emagrecimento e uma vida saudável?

Glauber Silva: Que eu não abro mão? Cervejinha, Heineken – pode fazer uma propaganda? Risos –, o que eu não abro a mão é a cervejinha porque… tem um monte de gente que até fala: “Ah, absurdo você falar um negócio desse porque você está incentivando as pessoas a comerem lixo, comerem porcaria”, só que eu acho que as pessoas têm que fazer algo que funcione para elas.

Eu percebo que tem muita gente que tem interesse por uma vida saudável, mas não quer abrir mão de certos prazeres culinários – e tem um monte de comida que nós sabemos que não é saudável, mas que é deliciosa e faz parte até de socialização em alguns momentos, ?

Agora o problema é quando isso vira regra.

Então eu defendo muito essa ideia de que você conheça os princípios de uma alimentação saudável baseados em low-carb, Primal e tal, aí você vai aplicar na maior parte do tempo e tira esse tempo, 20% que o pessoal fala, para você comer o que você quiser.

Então das coisas que eu não abro mão: uma cervejinha, basicamente, e de vez em quando você está num churrasco aí vem a cerveja, o pão de alho, a farofinha, essas coisas… é um momento para você relaxar e aí eu fico meio incomodado quando eu vejo uma neurose de ser perfeito o tempo todo, que eu tenho percebido muito na comunidade low-carb, que tem uma galera que acaba não sendo saudável, acaba ficando naquela coisa das dietas tradicionais, que é aquela aflição do tempo todo com o que você vai comer, as quantidades e tal…

Sendo que a ideia, principalmente quando eu montei o blog, eu montei com essa ideia: eu não emagreci fazendo essa low-carb de contar carboidrato.

Eu aprendi os alimentos que eu posso comer, o que eu tenho que moderar. Eu não fiquei me preocupando em contar milimetricamente porque eu acho que isso remete bastante, lembra bem daquele tipo de dieta tradicional que você fica preso nas quantidades, nas calorias e eu não curto muito essa abordagem.

Nada contra quem curte, mas eu acho que traz uma sensação ruim para mim das dietas tradicionais e aí eu acho que é a mesma coisa quando o pessoal fica com essa coisa: “Ah, você sabe que te faz mal, você não pode comer”. Eu acho meio louco você ser muito fechadinho, você nunca pode falhar, digamos. Não tem aquela liberdade para você comer algo que você tem muita vontade.

Então basicamente o que eu não abro mão é uma cervejinha de vez em quando; pizza, às vezes e coisas que eu sempre adorei, que são aqueles salgadinhos de casamento, aquelas coisas… eu vou para uma festa de casamento, eu não vou me preocupar, cara, eu não vou me preocupar se: “Meu Deus, vou jacar”. Eu vou para isso, não é para eu me preocupar com dieta.

Então eu gosto dessa abordagem menos “certinho o tempo todo”, sabe? Eu prefiro sair desse radicalismo e deixar: “, é a sua vida, você sabe o que vai funcionar melhor para você, se você se sente bem assim, sendo mais radical, beleza”, mas eu acho engraçado que quando você tenta impor isso de “Você sabe que isso te faz mal, você não pode comer”, não é assim, no meu ponto de vista. Eu acho que você pode conciliar saúde e prazer muito bem.

Inclusive, estou demorando muito na resposta, mas eu vou concluir agora: inclusive, eu acho que isso afasta muita gente desse mundo mais saudável, digamos, ?

Eu já escutei muita gente falando: “Se tiver que ser fit, saudável e não poder mais tomar a minha cerveja, eu não quero nem saber disso daí!”.

Então se você apresenta essa abordagem: “Cara, você pode fazer isso, é só você não fazer isso todo dia, toda hora – dá para e conciliar os dois que aí você vai ter uma qualidade de vida melhor.”

Eu acho que quando a pessoa começa a pesquisar sobre low-carb ou seja lá o que for, e ele vê essa ideologia mais afastada dos prazeres, ele fica mais receoso de adentrar e não conseguir manter.

Então eu acho que quando você entra com esse conforto emocional, é mais fácil.

Falei muito, mas é isso aí!

Guilherme: Com certeza! Você falou muito bem, acho que você entende o medo de muita gente – também por ter sido gordo e tentado emagrecer antes.

É o mesmo que eu tinha também porque quando eu ouvir falar da dieta Slow carb, que foi como eu comecei a emagrecer, a coisa que me atraiu foi o dia do lixo, no caso.

> Relacionado: Entenda como encaixar o dia do lixo na sua alimentação saudável

Foi porque todo o resto da minha vida eu tinha tentado fazer dieta: “Não, não pode mais sobremesa, não pode mais cerveja”, que o meu caso a cerveja também e vontade de doce, eu sempre fui bem formiga, então se falavam: “Nunca mais vai comer isso” e eu falava exatamente isso: “Ah, não dá resultado, não quero saber…”, então eu acho que você entende isso muito bem.

E queria saber então, além dessa questão mais de conciliar as coisas, de ter esse conforto, especialmente no começo da dieta, qual outra dúvida você mais recebe no Obeso Emagrece? O que as pessoas mais querem saber ou estão confusas?

Glauber Silva: Cara, “Estou fazendo há X tempo e não estou tive resultado”. As pessoas falam muito da questão, dessa coisa de… é uma dúvida bem recorrente: “Ah, eu estou fazendo, mas eu não melhorei nada” e você vai perguntando mais para a pessoa: “Mas como você está medindo isso?”. Muita gente também se espelha nos resultados de outra pessoa. Eu tive resultado muito rápido. Eu emagreci 21, 20 quilos em cinco meses, aí a galera vai iniciar e acha que vai perder isso também.

Só que talvez ela está num estágio que ela não em nem tudo isso para perder e quer perder. Isso rola muito. “Ah, perdi pouco”. Talvez era isso que você tinha para perder mesmo, por agora.

Cabe uma otimização, um jejum intermitente, essas coisas, mas é mais a questão, às vezes, estética mesmo, que eu percebo e a dúvida mais comum é essa basicamente: “Não estou tendo resultado como eu gostaria. O que eu estou fazendo de errado?” e aí, geralmente, as pessoas estão fazendo um estilo mais Paleo, achando que estão fazendo low-carb, que tem mais carboidratos e tal e talvez precise diminuir um pouco.

Às vezes elas estão tendo resultados e não estão percebendo porque estão medindo resultado errado, principalmente quem tem pouco peso para perder, a balança já não consegue indicar muito, ?

Porque se você tiver muito peso, a balança consegue ser um indicador razoavelmente bom, mas quando você começa a diminuir o tanto de gordura que você tem para queimar, começa a ficar mais difícil perceber esse progresso na balança.

E aí eu percebo muita gente que está naquele estágio final, naqueles últimos cinco quilos que o pessoal fala, que aí já está nessa paranoia do “Quantos gramas eu estou perdendo” e, na verdade, esse tipo de mensuração é bem complicado, principalmente quando a pessoa faz treino de força.

Essa confusão que o pessoal faz, em primeiro lugar, e acha que não está tendo resultado e às vezes nem está tão low-carb, digamos porque está mais na linha Paleo que tem mais carboidrato, mesmo que bons; e depois essa questão dos resultados. Então ambas estão bem grudadas nos e-mails que eu recebo.

Roney: Legal, Glauber.

Acho que é isso mesmo, nós também temos bastante essa dúvida no Senhor Tanquinho: “Ah, não estou mais emagrecendo! O que aconteceu?”. Você já está fazendo dieta, já está emagrecendo, se sentindo melhor e ainda está querendo emagrecer cinco quilos por dia? Calma!

Guilherme: É, tem gente que compara com pessoas que, às vezes, tem uma condição de obesidade muito grande e perdem 15 quilos no primeiro mês e falam: “Ah, eu também queria perder 15 quilos num mês. Estou perdendo só um quilo por semana…”. Poxa, um quilo por semana é muita coisa!

Glauber Silva: É mesmo! E é aquele problema de se comparar, de basear seus resultados, seus progressos em outra pessoa e não em você. Tem aquela frase, batida, mas é a maior verdade: “Procure ser a melhor versão de você mesmo, em vez de tentar ser outra pessoa”.

E aí, inclusive, pegando esse gancho, foi daí que nasceu a ideia de fazer o aplicativo lá, o Mensure.me.

Eu falo que ele é o GPS da boa forma porque ele te guia o quão perto você está e lá é além do peso, ? Porque lá a pessoa tem o controle de percentual de gordura, se está caindo, e outras medidas corporais. Então eu acho que é importante as pessoas medirem além do peso quando elas estão nesse estágio de ter pouco peso para perder.

Roney: Até seguindo essa linha, a nossa próxima pergunta é…

Guilherme: Qual é a sua maior dica ou conselho para quem está seguindo a dieta e não está tendo resultado e a segunda é para quem está com dificuldade de seguir a dieta, de adesão.

Glauber Silva: Para quem já começou e está querendo ter sucesso: essa coisa que nós estávamos falando de não se basear nos resultados de outra pessoa e focar em saúde, em vez de focar em emagrecimento apenas, porque quando você foca na saúde a motivação é maior. É aquela coisa de focar no benefício imediato, ?

Eu, no meu caso, quando eu comecei, pegando o exemplo lá do começo da nossa conversa: eu tinha aquele problema de ronco; quanto mais eu dormia, eu ficava cansado, então eu foquei nisso. Eu comecei a minha mudança alimentar, automaticamente melhorou a minha disposição, melhorou a qualidade do meu sono e aí, de tabela, eu fui emagrecendo.

Talvez se eu tivesse começado focado só em emagrecimento, preocupado só em números na balança, por exemplo, eu não teria motivação suficiente para continuar, mas como eu comecei focado em melhorar e não em chegar a X valor, foi bem mais suave. Eu não criei uma expectativa, uma meta, um objetivo improvável. A minha expectativa não foi supervalorizada.

Eu vejo muita gente começando: “Ah, eu quero perder 30 quilos em um mês”. Se você tiver muito peso para perder, talvez seja até possível, mas criar essa expectativa é ruim, então eu acho que começar focando em uma meta realista e focar nos benefícios imediatos é uma excelente dica para quem quer ter sucesso e está começando agora.

E para quem já está e não está tendo essa motivação de continuar querendo ficar firme, eu acho que criar metas diárias é fundamental porque igual eu falei agora: primeiro você tem essa coisa de meta de longo prazo, que vai vir por consequência se você começar focando nos benefícios imediatos; mas aí as pessoas precisam de metas para sentir uma sensação de progresso e eu acho que o que falta muito para quem não consegue engrenar, é a falta de sensação de progresso.

E aí eu acho que você criar um objetivo diário de tipo: “Ah, hoje eu tenho que ter uma alimentação que se encaixe nesses moldes aqui da low-carb, por exemplo. Uma alimentação rica em vegetais, carnes, gorduras e vou evitar carboidratos, então essa é a minha meta do dia”.

Eu acho que isso é muito forte porque você tira aquela coisa de longo prazo, que gera aquela ansiedade toda. Então eu acho que as pessoas passarem a mensurar o dia é fundamental para se manter, ter aderência a longo prazo no processo de recomposição corporal.

Guilherme: Boa resposta!

E falando ainda do blog, qual é a sua maior alegria e qual é a maior dificuldade que você vê em gerir o Obeso Emagrece todos os dias?

Glauber Silva: Alegria são os e-mails.

Vocês sabem como que é você receber o e-mail de alguém te agradecendo que meu conteúdo ajudou a pessoa de alguma forma, emagreceu X quilos, melhorou o quadro de saúde, melhorou diabetes, melhorou, sei lá, um monte de coisa e isso é muito bom. Dá uma sensação muito boa de que eu estou fazendo um negócio útil que está ajudando um monte de gente.

Dificuldade, talvez, uma certa resistência que eu percebo por não ser um profissional da área falando, talvez. O pessoal acha que tem muita essa coisa da falácia da autoridade. “Não é fulano que está falando, então não tem credibilidade”, mas é igual, a gente escreve os artigos baseados em estudos, então o pessoal ainda coloca um peso muito grande no jaleco, digamos, e eu não estou dizendo que isso é errado.

Você tem sempre que procurar um profissional, é óbvio, mas você tem que ter conhecimento suficiente, eu acho para você conhecer e conseguir conversar com esses profissionais e é aí que eu acho que entra o papel da gente espalhar esse tipo de conhecimento porque as pessoas estão buscando se informar na internet e tem muita coisa ruim na internet, a gente sabe.

Então eu acho que a dificuldade maior seria até, com certa preguiça, digamos, a pessoa te manda e-mail, o pessoal está acostumado com esse padrão de ser dependente de dieta: “Me passa o que eu tenho que fazer” e tal.

Bicho, você vai ter que ler, você vai ter que ler e estudar um pouquinho mais porque não é tão simples assim.

Outra coisa também para quem quer começar e ter sucesso: não é tão simples você continuar algo sem saber porque você está fazendo. Então quando você lê e estuda um pouco mais, fica mais fácil.

Então a dificuldade seria o pessoal que está acostumado com dietas tradicionais: “Me passa uma folha com tudo o que eu tenho que comer, que eu vou seguir e é isso aí só que eu preciso saber”… esse pessoal que está mais nessa zona de conforto e não quer sair um pouco para estudar um pouco mais; mas aí quem quer acaba aprendendo e aí tem resultado e é a parte boa quando contam os resultados para a gente.

Roney: O pessoal quer a chamada “pílula mágica”, ? Quer tudo de mão beijada e acha que o resultado vai ser imediato.

Glauber Silva: Exatamente.

E aí nós temos essa dificuldade porque, querendo ou não, a low-carb como ela dá uns resultados bem legais, muita gente dá relatos de várias melhorias de saúde e de emagrecimento; o pessoal vem com essa expectativa, se baseia nos resultados dessa galera e vem com essa expectativa, achando que é a fórmula mágica, igual você falou.

E aí quando não é, talvez a maior dificuldade é exatamente essa que eu estava tentando explicar e você sintetizou bem. Explicar bem para as pessoas, fazer as pessoas entender, na verdade, que não é uma fórmula mágica. Ela vai ter que gastar um pouquinho mais de tempo e se esforçar um pouquinho mais porque, querendo ou não, quando você tem o conhecimento, faz toda a diferença para você saber o que você está fazendo, para procurar um profissional que siga a abordagem que você está querendo seguir, que vai conseguir conversar com ele de boa. Então a dificuldade seria essa, para esse pessoal que está mais acostumado com essa coisinha mastigada, meio que sair dessa zona de conforto.

Roney: É legal isso que você falou de as pessoas acreditarem muito no jaleco, na verdade a gente sempre gosta de ressaltar que as informações que a gente passa não é nada de caráter prescritivo. É de caráter informativo e até como o Hilton Sousa, do Paleodiário falou um dia, a gente não quer que as pessoas acreditem na gente e não procurem mais nada…

A nossa função é levantar a dúvida na pessoa para ela ir atrás de informação, se informar com o profissional de confiança dela, perguntar, procurar mais informação na internet, os estudos que nós apresentamos… se não quiser ler, nós temos a síntese lá dos estudos também.

Guilherme: Mas a questão é justamente essa, nós queremos mostrar que: “Olha, o que você leu até hoje no portal grande aí da internet, numa revista ou viu na TV, não está certo de acordo com esses estudos” e a pessoa fala: “Nossa, mas o que é o certo?” e nós damos a nossa visão, o nosso resumo do que nós entendemos da ciência, mas cabe à pessoa encontrar a verdade dela também. Encontrar e pesquisar. Encontrar justamente pesquisando, tentando, utilizando e descobrindo o que funciona para ela.

Glauber Silva: Exatamente.

É muito importante falar isso que vocês falaram. A ideia não é, eu falei do problema da autoridade do jaleco, não é criticando os profissionais. Muito pelo contrário. É estimulando as pessoas a questionarem e não aceitarem tudo, exatamente igual vocês falaram: não é para aceitar tudo o que nós falamos, como também não é para aceitar tudo o que um profissional fala porque nós sabemos que tem muitos profissionais bons, em qualquer área, e muitos profissionais ruins.

Então eu acho bacana falar isso e complementando também a questão desses estudos, que é uma coisa que eu sempre falo nos artigos, também tem que olhar o nível de evidência científica desse estudo, que vocês também fazem bastante isso e que o pessoal, às vezes, fica confuso.

Eu recebo uns e-mails também: “Ah, mas agora saiu um estudo falando que carne dá câncer” e aí você vai ver, é um estudo observacional tosco lá e bem tendencioso até e aí o pessoal fica nessa confusão porque “Ah, todo dia tem um estudo novo falando tal coisa” e aí você tem que explicar: “Não, mas tem estudos e estudos, assim como tem profissionais e profissionais, sites e sites”. Então isso tudo tem que saber ponderar.

Guilherme: E os estudos têm todo tipo de viés.

Nós gostamos de poder contar com alguém assim que nem você, o Senhor Tanquinho, que filtra os estudos e sabe lê-los.

Porque às vezes você vai ler o estudo e: “Nossa, parece que o estudo deu que carne vermelha dá câncer”, patrocinado pela Associação de Veganos do Reino Unido, então tem todo o tipo de conflito de interesses, de viés.

Às vezes a pessoa só reformulou um estudo com os dados de um estudo do passado…

Porque o pesquisador tem uma meta de estudos por ano para publicar então é super complicada essa questão. Tem que ter muito cuidado mesmo na hora de selecionar as evidências.

[Falamos um pouco sobre esses problemas no podcast com a graduanda em medicina Débora Di Matteo]

Glauber Silva: Verdade, mas, uma coisa só para complementar, uma coisa que eu estava lembrando aqui agora, que eu estava falando agorinha aqui que low-carb de um tempo para cá ficou bem mais popular. Vocês devem ter percebido isso também. As pessoas estão procurando mais isso e eu acho isso legal porque quando eu comecei o site, eu comecei tentando falar numa linguagem mais neutra. Não gostava de usar os termos low-carb, Paleo, por eu achar que as pessoas tinham muito preconceito com isso e é legal a gente ver essa evolução.

Há alguns anos atrás era um absurdo você falar de comer mais gordura, menos carboidrato. Hoje em dia é mais normal e esses termos estão ficando mais populares. As pessoas estão procurando mais essas coisas e de um tempo para cá eu tenho mudado a forma como eu tenho escrito. Eu tenho falado mais explícito sobre o que eu estou falando mesmo. Acho que é até melhor para você ser mais claro com o seu leitor para o cara não chegar lá e sentir, sei lá: “Do que esse cara está falando?”. Porque aí você se apoia nessa comunidade que tem falando de low-carb, que tem muito estudo que embasa todo o conhecimento para a comunidade.

Só queria registrar essa mudança que tem acontecido nesses últimos anos. Eu acho que a tendência só motivou a ficar mais popular esses termos, principalmente low-carb.

Roney: Legal.

Acho que sim, até por causa de vários blogs bons de qualidade como o Obeso Emagrece, o Senhor Tanquinho e outros tantos que tem por aí, estão cada vez levando mais informação que está chegando mesmo nas pessoas que estão pesquisando mais também.

Guilherme: Acho que isso encerra nossa sessão de hoje. Como nós falamos a ideia é ser um podcast rápido, você já trouxe bastante da sua informação para os leitores, a sua visão também desse negócio de conciliar, não ser tão radical, desse negócio de você conseguir acompanhar o seu resultado, sem ficar se espelhando no dos outros, sem criar essa ansiedade toda…

E nós queríamos saber se tem alguma pergunta que nós não fizemos, mas que você gostaria que nós tivéssemos feito e qual seria a resposta dela.

Glauber Silva: Na verdade, eu acho que vocês até fizeram ela, mas eu posso complementar… para quem não está tendo resultado, vocês chegaram a falar nisso também, ? Naquela pergunta de quem está começando e quem está começando e não está tendo resultado…

Então, outro ponto importante é a questão emocional porque às vezes a pessoa, isso é bem ignorado, inclusive, às vezes a pessoa: “, eu estou fazendo tudo certo e não estou tendo resultado”, aí a vida no trabalho dela está um caos, ela está estressada; a vida amorosa, alguma coisa está um caos e isso atrapalha muito. Parece que não, mas atrapalha.

Quando você não está bem com essas outras coisas, você fica com mais dificuldade de até implementar porque você acaba encontrando conforto na comida, de alguma forma, e você acaba meio que saindo um pouco, até mesmo para quem está fazendo low-carb acaba comendo carboidrato bons em maior frequência e isso acaba atrapalhando.

E aí eu estou falando por experiência própria. Eu passei um tempo que eu não estava muito bem, questões profissionais, eu estava preocupado com um monte de coisa e por questões financeiras, eu cheguei a ficar bem preocupado, então a comida acaba sendo um conforto de certa forma e eu comecei a sentir aquela sonolência de novo, aquele sono que não deixa a gente tão descansado, sentia até umas roupas voltando a apertar e eu reavaliando a minha alimentação e eu não estava comendo comida lixo. Eu estava comendo comida de verdade, mas eu estava comendo muito carboidrato e para mim, no meu caso, foi ruim.

Principalmente farinha porque eu adoro farofa e farinha de mandioca e eu estava comendo com muita frequência e essa coisa estava me dando aquele sono depois do almoço de novo e aí às vezes a gente acaba se sabotando porque: “Ah, eu estou comendo comida de verdade” e esquece que comida de verdade também engorda e isso, em decorrência muitas vezes por conta do emocional que não está tão bem e a gente encontra conforto naquela comida.

Então seriam essas duas coisas a mais para complementar aquela resposta de quem não está tendo resultado, reavaliar essa questão emocional, tentar melhorar as relações, tentar melhorar o ambiente de trabalho e ficar mais esperto até em comidas de verdade que tem mais carboidrato. Então só complementando, acho que era isso que faltava falar.

Roney: Perfeito, Glauber.

Outra coisa que nós esquecemos de falar no começo do podcast, mas você foi a primeira coisa que nós conversamos no canal do Senhor Tanquinho, lá no começo de 2015. Já faz dois anos isso aí. Agora você também é um dos primeiros entrevistados do nosso podcast.

Então fala para o pessoal onde eles podem te encontrar para saber mais informações, ver seu site, seus posts…

Guilherme: O MCL5.

Roney: É, fala sobre seu método…

Glauber Silva: É, tem o mcl5.com.br, que é onde tem lá uma série gratuita de vídeos, tem e-books grátis, completos, para a pessoa se informar. Tem muito conteúdo de graça, mcl5.com.br

E onde eu posto os artigos, o que centraliza tudo, onde as pessoas vão encontrar tudo o que eu faço é no obesoemagrece.com. Lá tem links para o MCL5, para o aplicativo que eu citei que, por enquanto está disponível, enquanto a gente está gravando aqui ele só está disponível só para alunos do curso MCL5, mas a ideia é que no futuro ele seja aberto para o pessoal, mas para encontrar, onde está tudo centralizado no lugar mais fácil é no obesoemagrece.com e cadastra o e-mail lá que aí recebe um monte de coisa por e-mail, e-book, infográficos, enfim.

Roney: , legal, Glauber.

Nós vamos deixar todos esses links para o pessoal na descrição, seja do YouTube, seja do podcast…

Guilherme: O post do episódio que vai ter no nosso blog também.

Então era isso. A gente queria agradecer pelo seu tempo, pela sua atenção.

A gente espera que as pessoas tenham várias perguntas e que a gente possa contar com você numa segunda rodada para poder aprofundar mais nos pontos que a gente começou a tocar hoje.

Com certeza são várias camadas de conhecimento e de desconstrução que nós precisamos fazer para poder abordar realmente esse problema da questão emocional, da obesidade e do conforto… de tudo isso.

Glauber Silva: É uma desconstrução muito grande mesmo, principalmente quando nós levamos para esse lado emocional, que nós vemos tanta coisa, igual na alimentação e nos exercícios, nós vemos muita coisa que vem sendo, há anos, conselhos dados que não são tão eficientes, a mesma coisa a gente vê nesse campo emocional, que acaba atrapalhando muito a gente. A gente faz muita coisa para desconstruir mesmo.

Guilherme: Com certeza.

Então a gente se vê numa segunda rodada.

Glauber Silva: Está ótimo! Prazer participar mais uma vez aqui, então é isso aí, galera! Valeu!

Roney: Valeu!

Guilherme: Valeu, Glauber!

Obrigado pela sua audiência.

Um forte abraço

Guilherme e Roney: Do Senhor Tanquinho

Guilherme: Você acabou de ouvir mais um episódio do podcast do Senhor Tanquinho.

Roney: Não deixe de se inscrever para não perder nenhum episódio com os maiores especialistas para a sua saúde.

4 comentários em “Podcast #006 – Glauber Silva, do Obeso Emagrece”

  1. pessoal, antes de mais nada, quero agradecer pelo trabalho de vocês. É mais que um prazer encontrar pessoas que busquem abordar assuntos relacionados a nutrição de forma embasada!

    por isso mesmo, gostaria de pedir um favor: seria possível incluir também o Podstore dentre os apps em que é possível encontrar vocês? grande abraço!

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