Podcast #044 – Nutricionista Fala A Importância Da Individualização Dos Pacientes, Dos Maiores Erros Na Dieta E 3 Motivos Que Mais Levam A Desistência Da Low-Carb

Eu estou plenamente convencida que a estratégia de comida de verdade com redução de carboidrato refinado é a estratégia mais adequada.”

Hoje trazemos a nutri Renata Giudice para falar tudo sobre:

  • a sua história pessoal de luta com o peso,
  • como o bullying a levou a um livro popular e a emagrecer 20kg,
  • como as palavras de sua mãe a levaram a fazer nutrição,
  • a necessidade da individualização para cada paciente,
  • quais os maiores erros que ela vê na sua prática clínica,
  • os 3 motivos que fazem as pessoas desistirem da dieta (cuidado com eles!),
  • a importância de seguir uma dieta “mais errada” (e por que é melhor do que não seguir nenhuma),
  • por que ela “não dá bronca” em seus pacientes,
  • a importância de valorizar as exceções…
  • mas saber mantê-las como ocasionais,
  • o que é a Teoria dos Estágios Da Mudança — e como ela pode ser útil,
  • por que você precisa ter prazer em outras áreas da vida,

e muito, muito mais!

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A transcrição do podcast segue abaixo.

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Transcrição Completa Do Episódio

Bem-vindo a mais um podcast do Senhor Tanquinho.

Somos o Guilherme e o Roney.

E aqui a nossa missão é deixar você no controle do seu corpo.

Guilherme: Olá, Tanquinho! Olá, Tanquinha!

Bem-vindos a mais um episódio do nosso podcast.

E dessa vez nós trazemos com a gente a nutricionista Renata Giudice.

Tudo bom, Rê?

Renata Giudice: Tudo ótimo!

Obrigada pelo convite! Estou muito feliz de participar com vocês.

Roney: O prazer é todo nosso de receber você aqui no nosso podcast.

E para começar, você pode começar contando um pouco da sua história, Renata: como você se interessou por Nutrição, quando começou com low-carb

Renata Giudice: Então, na verdade, quando eu tinha 13 anos eu pesava 74 quilos.

E aí chegou um dia, até teve uma festa na escola que eu estudava, tal, e assim, lógico, tinha toda aquela questão do bullying.

Sabe, nem existia esse tipo de terminologia ainda.

Mas assim, a minha vida era bem complicada.

E naquele dia, naquela festa eu jurei que nunca mais iria ser uma pessoa acima do peso.

E aí eu li um livro na época, que era um livro que fez muito sucesso na época, e eu emagreci 20 quilos.

E aí veio o vestibular, eu não sabia exatamente o que eu iria fazer de curso, tal, e aí até a minha mãe falou.

“Por que você não faz Nutrição?”.

Na época era uma coisa que as pessoas não tinham nem noção do que era, tal.

E aí eu prestei o vestibular, fiz apenas um vestibular — eu prestei o vestibular na USP e passei.

E aí de lá para cá eu venho sempre nessa batalha com o peso, porque às vezes o paciente acha que para nós é super fácil, super tranquilo só porque nós temos uma formação. Mas isso não é verdade.

Eu acho que nesse 22 anos (desde que me formei nutricionista), eu falo que eu tenho 30 anos de dieta.

Faz 30 anos que eu controlo o meu peso com várias abordagens.

E a low-carb eu conheci em 2016.

Então na época eu estava pesando 64 quilos, com muita dificuldade, mesmo já fazendo todas as estratégias aí de controle de peso, comendo extremamente pouco, contando calorias.

Eu não conseguia perder nada, nem um grama.

E aí eu conheci a dieta low-carb e nesses últimos dois anos é o tipo de estilo de vida que eu tenho seguido e, como até o próprio Dr. Souto costuma falar, realmente low-carb é o caminho de Damasco. Não tem volta.

Depois que eu conheci, que eu comecei a estudar a literatura, os artigos… é muito apaixonante você ver o resultado que os pacientes têm.

Então hoje eu consigo me manter aí entre 58 e 59 quilos, que é um peso que para mim, me atende, atende a minha necessidade hoje.

E, enfim, eu consigo também transmitir isso para os pacientes esse novo olhar.

Então eu acho que o que eu aprendi nesses dois anos atuando na linha low-carb é muito mais do que em 22 anos como nutricionista.

Eu acho que isso teve um up muito grande na minha vida, na minha carreira e tem sido muito legal isso. Tem sido muito especial.

Dieta Low-Carb E A Necessidade De Indidivualizar

Guilherme: Então, Renata, nesses dois anos de low-carb você mencionou que teve muitos aprendizados.

Mas é claro que nós falamos de “a dieta low-carb” porque é uma estratégia nutricional que tem alguns princípios básicos.

Nós sempre falamos de comida de verdade, nós falamos de restringir os carboidratos refinados, mas é claro que é algo que tem que ser individualizado para cada paciente.

Quais são algumas das características que você vê que são mais importantes dessa individualização?

Por exemplo, algumas diferenças que às vezes podem ser bem altas entre um paciente e outro.

Você pode dar alguns exemplos para a gente?

Renata Giudice: Na verdade, assim, eu acho que uma coisa muito importante dessa questão da individualização é o ponto que o paciente chega para nós.

Então é muito diferente um paciente que chega totalmente cru, sem nenhum tipo de orientação, e aquele paciente que já vem de uma sequência de dietas.

(A Nutri Paula Mello mencionou algo parecido: de que vários pacientes que chegam a ela já fazem a dieta porque aprenderam muito com as mídias sociais.)

Então, essa individualização passa muito por isso, porque imagina a situação: a pessoa chega para nós, ela ainda toma refrigerante normal, ela come doce, ela come uma quantidade alta de carboidratos (com até dois ou três carboidratos na mesma refeição)…

Então, claro, que quando nós damos a orientação, nós esperamos que a pessoa tenha uma adesão.

Então quando eu explico a dieta, antes de explicar a dieta, eu explico todo aquele mecanismo de glicose, de insulina…

Então eu faço um desenho para o paciente entender isso melhor.

Mas assim: eu, por exemplo, trabalhei com uma psicóloga mais de 15 anos.

Então nós que temos esse olhar mais também da linha comportamental.

Porque não tem como você imaginar que um paciente totalmente cru vai aderir ao esquema low-carb no primeiro atendimento.

Mas existem pessoas que já vem fazendo a dieta…

Hoje as pessoas, por causa das redes sociais (por exemplo o Instagram do Senhor Tanquinho), muitas vezes já me procuram fazendo a dieta low-carb.

Então aí vem todo aquele trabalho de lapidar mesmo, de saber, de repente, o que jeito está produzindo insulina, está atrapalhando o resultado, a pessoa está exagerando nas castanhas, está exagerando no consumo de gorduras…

Então eu costumo dizer que, quando o paciente chega para mim, o paciente muito cru, aquele paciente que não sabe nada e que nunca teve essa linha de trabalho…

Eu costumo dizer que ele é uma pedra de mármore que nós vamos dar as primeiras batidas, as primeiras marteladas.

Então para esse paciente, muitas vezes o resultado é extremamente expressivo, mesmo com eventuais erros, com coisas que nós vamos corrigindo aí ao longo dos retornos.

O paciente que, muitas vezes, já vem fazendo a dieta, é diferente.

É um paciente, muitas vezes, que vem com muitos erros da internet, porque eu acho que vocês que trabalham nesse meio, vocês sabem que muitas vezes a pessoa segue um determinado Instagram e tal, que a pessoa fala, por exemplo, que tapioca é low-carb, por exemplo.

E a pessoa leiga não sabe diferenciar isso.

Então aí para esse paciente você precisa ter um olhar muito mais adequado.

Outra coisa são os exames.

Então eu faço muita questão de ter todos os exames metabólicos desses pacientes: paciente com esteatose, paciente com excesso de produção de insulina…

Isso também é às vezes uma dificuldade porque, por exemplo, infelizmente aqui no Brasil os convênios têm muita dificuldade de aceitar o pedido de exame pela nutricionista.

E eu não gosto de atender paciente sem exame.

Então tudo isso faz uma diferença.

Eu acho que entre o paciente que não sabe nada e o paciente que já acha que sabe um monte de coisa.

Eu prefiro mil vezes atender uma pessoa que eu estou atendendo do zero porque aí essa pessoa já vai ter a abordagem low-carb de uma forma mais tranquila e mais adequada.

Por Que As Pessoas Desistem Da Low-Carb

Roney: Quais os motivos que você acha que mais levam as pessoas a desistirem dessa abordagem low-carb?

Ou, se não desistirem, pelo menos quais as maiores dificuldades que elas enfrentam?

Renata Giudice: Isso é uma coisa que é o meu dia-a-dia.

Eu falo que quem trabalha com o emagrecimento precisa saber lidar com esse tipo de situação, porque assim, num determinado momento o paciente fica muito vulnerável.

Então os motivos de desistência podem ser, por exemplo, a questão da vida social.

Pois é muito comum a pessoa, quando ela vai em uma festa, ou quando ela vai em uma viagem, ou quando ela tá com amigos, muitas vezes mesmo tendo opções low-carb para ela se alimentar…

Muitas vezes ela tem vergonha.

Porque as pessoas perguntam muito: “Ah, mas você não pode comer isso? Ah, mas é só hoje, só um pedacinho”.

Então essa é a dificuldade master.

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É a dificuldade principal quando se trata de uma pessoa que está fazendo a dieta low-carb.

Têm também questões financeiras.

Eu já escutei no meu consultório a pessoa falando uma coisa que, assim, é extremamente triste, mas é a realidade.

Por exemplo, a pessoa falou: “Ah, mas se uma couve-flor custa R$ 6 e um pacote de bolacha custa R$3, no final do mês eu preciso comprar um pacote de bolacha”.

Então isso dá uma tristeza muito grande na gente.

E também têm as questões de flutuação de momento de vida.

Por exemplo, a pessoa, de repente, começou super motivada, mas aí ela teve um problema no trabalho, ela teve um problema com um familiar que está doente e tal.

E a primeira coisa que ela larga é a dieta.

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Muitas vezes ela acaba não conseguindo fazer aquele esquema daquele gráfico que eu sempre mostro para os pacientes da quantidade de carboidratos por dia para emagrecer.

O gráfico indica que, abaixo de 50g de carboidratos por dia, há uma perda mais efetiva.

De 50g a 100g por dia é uma perda mais lenta.

Acima de 100 a 150 é manutenção.

E passou de 150 a pessoa começa a engordar.

***[inserir imagem curva primal de carbos]***

Então eu acho que isso é muito importante quando você consegue pelo menos manter o vínculo com o paciente.

Quando o paciente vem, mesmo fazendo as coisas meio erradas e tal, a gente consegue muitas vezes recolocá-lo na trilha da queima de gordura e do emagrecimento.

Quando ele desiste, por qualquer motivo, fica complicado.

Porque de repente é melhor o paciente comendo numa faixa de 50 a 100 gramas de carbo dia, do que ele desistir e voltar a comer 300.

Então eu acho que a grande dificuldade é essa.

É você ter a retenção desse paciente no momento que ele se sente mais vulnerabilizado, quando ele acha que não está fazendo…

Outro momento muito crucial do nosso atendimento são aqueles platôs de perda de peso.

Então o paciente vem, perde seis quilos no primeiro mês, no segundo mês ele perde três, aí no terceiro mês ele só perde um quilo e meio, por exemplo.

Aí a pessoa já começa a achar que ela está fazendo errado.

Ela não entende que a perda de gordura muitas vezes reflete mais na roupa e menos no peso de balança.

Então nessa fase também muita gente fica pelo meio do caminho, infelizmente.

Roney: E aí também a importância desses atendimentos individualizados, ? Porque às vezes a pessoa, por ser iniciante, nem percebe que ela tem alternativas.

No caso, ela não precisa comprar couve-flor de R$6.

Ela pode optar por outra infinidade de vegetais baixos em carboidratos que são mais baratos do que a couve-flor.

E assim não precisa optar pela bolacha, que é um dos piores alimentos que eu consigo pensar nesse momento.

E com isso ela pode fazer essas trocas, que às vezes ela não está familiarizada.

Às vezes ela nem pensa na possibilidade de inserir uma abobrinha, uma berinjela, que às vezes você compra um saquinho na feira por R$1 ou nem isso.

Renata Giudice: É, na verdade o atendimento individualizado tenta trazer isso, então é muito aquela situação de você tentar encontrar alternativas que possam caber no orçamento da pessoa; a questão da orientação, por exemplo, em festas.

Então, eu falo para os meus pacientes: eu cansei de comer carne louca no copinho em aniversário.

Eu cansei de levar sobremesa low-carb nos lugares e colocar na mesa.

(E geralmente é a sobremesa que acaba mais rápido, porque é uma sobremesa que tem ingredientes de verdade, tudo de primeira linha.)

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Então você falar para o paciente: “Olha, de repente, se tiver a carne louca na festinha você pode comer não tem problema” muitas vezes é uma luz que você dá.

De repente até aquelas coisas que são muitas vezes politicamente incorretas, como de repente comer apenas o recheio da pizza.

(Se não for uma pizza low-carb.)

É que às vezes você não tem nenhuma opção.

Não adianta você falar para o paciente: “Olha, faça jejum intermitente”.

Não é assim!

Eu acho que para a pessoa optar, estando em uma festa, de não comer absolutamente nada, ela já precisa estar mais amadurecida no processo.

Às vezes o que algumas coisas que me incomodam nessas redes sociais — em que muitas vezes pessoas não têm uma boa qualidade de informação —  é que elas colocam o paciente em uma situação totalmente limitada.

Então eu costumo dizer que o ótimo é inimigo do bom sempre, então não tem só bolacha para você comprar.

De repente você pode passar em um supermercado e comprar, por exemplo, uma bandejinha de queijo muçarela.

É o ideal? Não, não é o ideal.

Mas é uma situação que vai poder suprir uma necessidade imediata, naquele momento, e vai evitar que a pessoa tenha um gatilho para abandonar o tratamento — porque isso, infelizmente, é uma coisa muito comum.

Então o acompanhamento… e os meus pacientes sabem: eu dou um suporte por WhatsApp que é permanente.

Às vezes a pessoa está 23h00 num restaurante, num sábado e está me mandando WhatsApp perguntando qual seria a opção.

Claro que isso não é o ideal.

Mas, se eu estiver online, e tiver em condições de responder, eu respondo!

Porque às vezes é nessa hora que a pessoa vai sentir aquele suporte, que ela não vai se sentir abandonada, por exemplo.

Então essa individualização é o grande diferencial de quando você passa com uma nutricionista que é da linha low-carb.

Guilherme: Claro!

E isso reforça o ponto que você tinha falado antes da importância da pessoa continuar insistindo e sendo acompanhada no sentido de ela não desistir.

No sentido de que é melhor ela fazer uma coisa abaixo do ótimo, uma coisa talvez com mais carboidratos, talvez com mais refinados…

Mas que pelo menos ela consiga ficar sempre voltando a uma linha de referência, por estar acompanhada, por poder tirar as dúvidas.

Isso é melhor do que ela simplesmente dizer: “Ah, dane-se, eu não consigo” e voltar aos hábitos ruins que a levaram a engordar e a ter problemas de saúde em primeiro lugar.

Renata Giudice: É isso mesmo!

Porque se a gente pensar que é positivo, em termos metabólicos, mesmo uma redução de peso que não seja feita usando ferramentas ideais (por exemplo, que não seja feita apenas com comida de verdade).

Por exemplo, se a pessoa chega no meu consultório com uma insulina de 35 — como eu tive não um, mas alguns pacientes — e mesmo com uma dieta que não é 100% ideal, mas que é 80% ideal, ela tem uma redução de 35 para 13 de insulina, isso em termos metabólicos é uma coisa muito interessante.

Porque muitas vezes a pessoa consegue deixar de utilizar dois, três medicamentos para diabetes; ela tem uma redução expressiva do peso.

Então eu sempre gosto de reforçar o que o paciente fez de positivo.

Eu não fico dando a bronca do negativo porque as pessoas me perguntam: “Ai, nossa, eu não queria vir porque eu acho que você ia me dar bronca”.

Não!

A consulta é para dar um suporte! É o contrário!

Para a gente reforçar o que foi positivo e tentar corrigir tanto quanto possível o negativo.

Eu tenho muito paciente, por exemplo, que viaja pela empresa, então é aquela paciente que estava indo super bem, estava tendo resultado, só que aí de repente ela tem um coffee break da empresa e eventualmente ela vai comer um pão de queijo.

Então a pessoa muitas vezes tem uma ideia de que um pão de queijo vai ser uma catástrofe nuclear na dieta dela. Não é verdade.

Então se nós pararmos de demonizar os alimentos, como nós vemos muito nas postagens por aí, a pessoa se sente mais acolhida.

Não é porque ela comeu um pão de queijo em um coffee break que ela jogou tudo pela janela. Não é isso.

Então eu acho que não tem que ter vergonha de vir no retorno. Ao contrário.

Uma pessoa tem que encontrar um espaço onde ela possa ter algum tipo de suporte, então eu tento reforçar muito isso, até porque é o meu dia-a-dia também.

Então não é impossível que uma pessoa um dia vá me encontrar em um shopping comendo um pão de queijo.

Porque isso faz parte da minha estratégia — porque eu sigo muito para minha vida um esquema 80/20 porque eventualmente você vai comer alguma coisa que não seja low-carb.

Mas muito raramente a pessoa vai me encontrar em um supermercado — para não dizer nunca — comendo um biscoito com gordura hidrogenada.

Não é isso. Mas eventualmente algumas coisas não têm como você fazer uma estratégia 100% o tempo todo.

Sobre Valorizar As Exceções Da Low-Carb

Guilherme: Claro.

E é justamente nesse ponto que é importante nós termos atenção para comer um pão de queijo apenas…

Em vez de comer um pão de queijo, ficar triste e comer mais dez, depois comer sorvete.

Às vezes comer o pão de queijo, que pelo menos é feito com queijo de verdade e polvilho — em vez de ser um monte de farinha processada com conservante e tudo mais — e depois ter maturidade para voltar, sem culpa, para a dieta no dia seguinte.

Ou na próxima refeição, quando for… fez uma refeição ruim, na próxima ela pode comer direito.

Nada a obriga a continuar em um ciclo de culpa e comida lixo.

Então acho que esses são pontos importantes para reforçar justamente nessa mensagem que você falou agora.

Renata Giudice: É, eu acho que na verdade esse tudo ou nada, isso eu já aprendi, como eu falei, com esse trabalho, com essa equipe multidisciplinar que eu trabalhei muito tempo, porque assim, a restrição excessiva gera compulsão.

Então de repente eu falo para os meus pacientes: “Eu prefiro que você coma um pão de queijo e você sinta o prazer desse pão de queijo, para você retomar o seu caminho, do que você fazer a dieta francesa, que é a dieta do ‘Jacques’. ‘Já que já comi, seja o que Deus quiser, vou agora chutar o balde’!”.

Então às vezes esses pequenos escapes, dentro do conceito da comida de verdade, podem ser, na verdade um trampolim para a pessoa continuar fazendo.

Eu tenho um paciente que perdeu 30 quilos comigo, 35 quilos.

Então muitas vezes essa aparente vulnerabilidade pode ser um platô emocional para a pessoa continuar o caminho e para ela não desistir definitivamente.

Então esse olhar que eu tenho é um olhar de uma nutricionista que faz dieta e que tem aí toda a questão da estatística, porque às vezes a gente sabe quando um paciente vai desistir.

Então nós tentarmos essa retenção é muito importante.

Porque eu sei que se a pessoa abandonar essa estratégia alimentar, daqui um, dois anos ela vai ter que procurar outra e nem sempre essa outra estratégia vai ser de comida de verdade.

Muitas vezes ela vai envolver shake, ela vai envolver comidas extremamente processadas, mas de baixa caloria…

Então hoje eu estou plenamente convencida que a estratégia de comida de verdade com redução de carboidrato refinado é a estratégia mais adequada.

Eu já fiz muitas dietas na minha vida.

Hoje eu sou capaz de treinar em jejum, por exemplo, porque hoje eu estou captando gordura, já cansei de passar mal em treino porque tinha que comer de três em três horas e não deu tempo.

Então eu acho que em termos metabólicos essa estratégia é a mais fisiológica, então nós sempre tentamos apoiar o paciente para que ele não busque alternativas que muitas vezes são milagrosas, com chás, com esse tipo de coisa, porque isso não adianta.

Roney: Sem dúvidas.

E com o passar do tempo, tende a pessoa ir se acostumando mais com a dieta low-carb, e mesmo com as escapadas.

E eu acho que isso de orientar que ela pode fazer 80/20 ou 90/10 da dieta no começo é muito importante para algumas pessoas porque no longo prazo pode ser o diferencial de ela seguir na dieta ou desistir.

E também eu acredito que a tendência, talvez você possa dizer isso, confirmar isso com os casos dos seus pacientes, é com o tempo as pessoas irem valorizando cada vez mais essas saídas da dieta.

Por exemplo, antes saía da dieta para tomar uma cerveja porcaria. Agora quando sai da dieta é para tomar uma cerveja artesanal, que realmente vale a pena.

Mesma coisa com relação ao doce.

Ao invés de comer uma bolacha industrializada, vai numa doceria e compra um cheesecake, que é o doce que a pessoa realmente gosta.

E acho que isso também é importante até para a pessoa aprender a valorizar mais as comidas que come e não só comer por impulso.

https://www.instagram.com/p/Bk8hHrpgyXI/

Renata Giudice: Na verdade, você estava falando e eu estava lembrando de um paciente que eu atendi no sábado agora.

E ele é um paciente que tem uma maturidade muito legal no processo.

Ele já perdeu bastante peso, mas ainda falta um outro tanto e ele falou exatamente isso: ele participou de um evento, que ele estava na coordenação desse evento, e nesse evento tinha comida mineira, por exemplo, então no dia que ele se permitiu uma degustação, ele sentiu muita capacidade de gerenciar as escolhas dele.

Então, na verdade, dentro desse processo o que me alegra mais no paciente é esse amadurecimento de saber que não compensa você abrir um pacote de bolacha.

É melhor você ir na melhor doceria e comer aquele doce que vai te dar realmente… eu costumo brincar: acender todas as luzes do seu cérebro porque aí o prazer que você vai ter não precisa de repetição.

Eu lembro que quando eu li aquele livro “Sal, açúcar e gordura” eu tive uma visão muito interessante dessa comida de má qualidade.

Porque a comida que não tem qualidade gastronômica, até porque, enfim, eu dou aula em um curso de Gastronomia, a comida que não tem essa qualidade sensorial legal, você precisa repetir porque você está sempre procurando o prazer que não veio.

É diferente… por exemplo, invés de consumir um sorvete industrializado, de repente você vai comer um sorvete numa gelateria italiana que você vai pagar um valor maior, mas até numa palestra que eu estava na faculdade o gelatier estava falando isso, quer dizer, até aquele sabor do sorvete que é feito com leite, com creme de leite, com todos os ingredientes de verdade, vai permanecer na sua boca, te mantendo esse prazer por mais tempo.

Se você tomar um sorvete industrializado, com gordura hidrogenada e com excesso de açúcar, você não vai ter aquele prazer.

É só um prazer imediato. Então você vai comer o triplo de sorvete porque ele não te dá aquele prazer.

Então quando eu vejo que o paciente já vem com essa valorização, como você falou, de repente de uma cerveja artesanal, ou de um risoto em um restaurante top, isso só me alegra porque isso significa que ele está mais amadurecido no processo.

Aí o mais legal foi, por exemplo, que esse paciente falou que na outra refeição ele já voltou a fazer a dieta low-carb sem a menor culpa, sem a menor dificuldade.

Tanto que nesse retorno ele perdeu peso também!

Enfim, então foi uma consulta muito festiva, assim, porque ele passou por esse evento de uma forma mais consciente.

Então eu acho que aí a gente entende o que é reeducação alimentar porque eu acho que a estratégia low-carb é uma estratégia metabólica.

Reeducação alimentar é uma coisa mais ao longo do tempo, então é o que traz para a gente e a gente dá realmente esse feedback.

Então alguns pacientes têm já essa capacidade. Isso me deixa bem feliz.

A Teoria Dos Estágios Da Mudança

Guilherme: Ah, excelente.

Com certeza é um processo que as pessoas passam até encontrarem o equilíbrio que funciona melhor para cada uma delas.

E falando um pouquinho disso, de mudança ao longo do tempo e desse processo todo, você tinha mencionado para nós, antes de nós começarmos a gravar, a Teoria dos Estágios da Mudança.

Você pode expandir um pouquinho sobre o que é isso e como ela funciona mais ou menos, para quem não conhece?

Renata Giudice: Eu sou fã dessa estratégia!

Como eu falei, eu trabalhei muito tempo com uma equipe multidisciplinar e nós usávamos muito essa ferramenta.

Então isso é o seguinte: muitas vezes o paciente chega para nós em um estágio que é muito distante daquele que ele deveria estar.

Então essa teoria é válida, para emagrecimento, para mudança comportamental para atividade física, para tabagismo… tudo o que envolva mudança comportamental.

Então a primeira fase é chamada de pré-contemplação.

O que seria isso? A pré-contemplação é quando uma pessoa nem está considerando a hipótese de uma mudança de estilo de vida.

Então é aquela pessoa que vai ver, por exemplo, uma matéria na televisão sobre low-carb, ela até troca de canal porque ela não quer nem ouvir falar.

Então assim, é uma fase em que a pessoa está totalmente desconectada da necessidade da mudança.

Então, nessa fase, se a pessoa chegar no consultório, é porque o médico mandou, por exemplo.

Isso é muito comum, então a pessoa tem lá um diagnóstico, por exemplo, de diabetes.

Ela está totalmente sem vontade de fazer nada, mas o médico a mandou procurar a nutricionista.

Esse paciente não volta nunca mais.

Porque ele arregala um olho daquele tamanho quando você fala do estilo de vida low-carb, ou mesmo qualquer abordagem de dieta não funciona.

Só que nesse dia já vai acender uma primeira luz e aí ele vai passar por uma fase chamada de contemplação.

A contemplação é quando ele está contemplando uma mudança.

Então nessa fase a pessoa já começa a querer ler alguma coisa (como nosso Livro oficial), já pensa em alguma estratégia, mas isso não é para já.

Geralmente as fases nesse modelo duram em torno de seis meses cada uma.

Então quando o paciente chega para nós em uma fase de contemplação, às vezes ele até consegue vir no primeiro retorno, mas aí o primeiro probleminha que ele tem, ele já desiste, enfim, ele não está ainda no momento ideal.

A outra fase é uma fase chamada de preparação.

Então quando um paciente vem nessa fase, ele já vem bem melhor.

Ele já vem com muita coisa lida, ele já tentou fazer por conta própria, ele já viu que deu resultado.

Então isso é uma coisa muito comum no meu atendimento.

A pessoa fez lá, sei lá, por três semanas, perdeu peso, aí acabou desistindo, aí ele entende que talvez ele não consiga sozinho.

Então já é uma fase muito boa para nós conseguirmos fazer mesmo a retenção desse paciente.

E aí outra fase é a fase da ação.

Quando o paciente vem nessa fase, aí é o melhor dos mundos, porque aí ele realmente vem motivado.

Por exemplo, hoje de manhã eu atendi uma paciente com essa prontidão.

Então ela passou por todas essas fases sozinha e aí essa semana ela quis marcar consulta.

Eu precisei arrumar um horário para ela de qualquer jeito porque ela queria passar de qualquer jeito hoje e hoje era dia do meu treino e aí eu conversei com meu personal, enfim, e arrumei um jeito de atendê-la.

Então foi uma consulta muito gostosa porque foi uma consulta que foi uma troca muito legal, eu esclareci um monte de dúvidas para ela.

Ela tinha alguns conceitos errados ainda, mas a motivação dela está 100%. Por quê? Porque ela passou pelas fases de uma forma intuitiva.

Mesmo sem saber que esse modelo existe, ela passou por essas fases de forma intuitiva.

E aí a fase subsequente, que seria a fase final, é a manutenção da recaída.

Então essa fase é uma fase crítica porque todo mundo vai passar por ela: a pessoa que para de fumar, a pessoa que está fazendo atividade física, a pessoa que começou uma mudança de estilo de alimentação…

Então essa fase, que nós precisamos ter muito cuidado, porque nessa fase a pessoa, tanto ela pode ir se mantendo em ação, quanto ela pode desistir.

Então, para você evitar recaída na low-carb, eu acho que o trabalho de vocês é muito legal para isso porque ele ajuda muitas pessoas a se manterem motivadas.

É muito importante.

Então aquela… por exemplo, eu tenho uma paciente que perdeu mais de 30 quilos, ela tinha esteatose hepática, era uma paciente jovem, na faixa de 30 anos e ela foi para o Japão.

Hoje ela mora no Japão, aliás com certeza ela vai escutar esse podcast porque é uma paciente que ela continua mesmo do Japão, fazendo as coisas, então é uma paciente que continua motivada, acompanha muito rede social, enfim, ela busca informação, lê…

Então acho que o trabalho de vocês é um trabalho incrível.

E ele pode ser muito útil em todas as fases.

Mas, na minha opinião, ele mantém a pessoa motivada para continuar fazendo.

Porque a gente sabe que para quem tem uma predisposição genética para obesidade ou para doença metabólica, esse esforço precisa ser constante.

Então não adianta você fazer isso por dois, três meses, perde peso e depois você… infelizmente a gente tem notícia de pessoas que emagreceram 30 quilos e engordaram 20. Por quê?

Porque a pessoa furou retorno, parou de ouvir, ela começou a escutar os amigos falando “só hoje, só um pedacinho”.

Então assim, eu acho que essa teoria cada vez mais eu tenho a certeza que é uma teoria incrível quando se trata de mudança comportamental porque ela descreve todo o processo que a pessoa vai passar.

Guilherme: Nossa, parece muito interessante!

Então, resumindo de novo, quais são as fases da teoria dos estágios?

Renata Giudice: Então, vamos lá:

  • Primeira fase: pré-contemplação.
    • Quando a pessoa não tem nenhuma motivação para se cuidar.
  • Segunda fase: contemplação.
    • Quando ela está avaliando a possibilidade de se cuidar, que é quando a pessoa começa a pegar telefone de personal, de nutricionista, começa a ler, começa a escutar o podcast de vocês, enfim…
  • Terceira fase: preparação para a ação.
    • Quando ela já reuniu ferramentas para efetivamente fazer a sua mudança. Então, de repente, ela agendou uma consulta, agendou um exame. Ela já está realmente se ferramentando para isso.
  • Quarta fase: ação.
    • Quando a pessoa realmente está madura e pronta para fazer essa mudança. Então, por exemplo, no caso do tabagismo, a pessoa passa por toda uma preparação psicológica, com grupo de apoio e ela marca a data que ela vai parar.
    • Então, no caso da low-carb também, a pessoa poderia marcar a data… é muito comum a pessoa vir na consulta e aí ela fala que vai começar depois do feriado, por exemplo.
    • Então a fase da ação é o dia que a pessoa marca a data para a mudança.
  • Quinta fase: a fase final. É a manutenção e prevenção de recaída.

Guilherme: Entendi. Muito interessante mesmo essa teoria.

E como você se familiarizou com ela? E onde que o pessoal pode aprender mais sobre a teoria ou talvez até se identificar em qual estágio estão?

Embora eu ache que talvez pela sua descrição muito boa, muitas pessoas já até tenham percebido onde eles se encontram agora.

Renata Giudice: Então, tem um artigo original do Modelo Transteorético (ou Modelo Transteórico) ou Teoria dos Estágios de Mudança.

Se não me engano os autores são Prochaska e DiClemente, que você pode procurar no Google. É um artigo que já é um artigo clássico sobre isso.

Depois até se vocês quiserem eu posso mandar o link para vocês publicarem, mas se você colocar no Google “Modelo Transteorético” tem muito artigo.

Porque tem muitos grupos de trabalho que geralmente incluem equipe multidisciplinar que usam esse modelo, então já é uma coisa que já existe há algum tempo, mas que muita gente não conhece.

(A Renata foi muito gentil e nos enviou um pdf. Se você que está lendo o podcast quiser o artigo, mande um email para a gente pedindo.)

Por exemplo, eu escuto o podcast de vocês — até o do Dr. Souto também — e nunca escutei nenhum profissional falando desse modelo.

Então eu acho que é uma coisa muito interessante, até para a pessoa saber que se ela está muito distante dessa fase da ação, de repente, por exemplo, nós temos agora o final de ano e tal…

De repente, se a pessoa puder, de repente, até uns 15 dias, um mês para estar um pouco mais amadurecida para marcar, às vezes é até melhor.

Porque quando o paciente chega muito distante dessa fase de preparação e ação, às vezes parece que nós estamos falando uma coisa do planeta Marte. É muito engraçado.

Uma coisa, que é até uma curiosidade, eu também atendo duas vezes por semana alguns planos de saúde e muitas vezes quando a pessoa marca consulta pelo convênio, como ela não tem que pagar nada, muitas vezes ela vai muito assim:

“Ah, deixa eu pagar para ver o que é esse lance de low-carb aí”.

Às vezes é gente que procurou no Google, enfim, assistiu alguma entrevista minha, viu alguma participação em algum programa e a pessoa marca.

E aí quando você começa a explica a dieta, a pessoa vai se encolhendo na cadeira assim, como se você estivesse falando um palavrão para ela! É muito engraçado.

Já é muito diferente, por exemplo, de uma pessoa que vem acompanhando o meu trabalho, por exemplo, já há algum tempo, aí a pessoa entra no YouTube, assiste uns vídeos e tal, e aí a pessoa quando vem, já vem totalmente pronta.

Então o que eu falei: o trabalho de vocês é um trabalho que ajuda a gente que atua como profissional na linha low-carb.

Porque a pessoa que ouve o podcast de vocês já vem muitas vezes muito lapidada com informação de muita qualidade, então isso ajuda muito.

Agora aquele paciente que cai de paraquedas na consulta, muitas vezes ele não quer nem terminar a consulta.

Ele quer já sair correndo porque ele fala: “Meu Deus, eu nunca vou conseguir fazer isso!”. E consegue.

Então eu falo para o paciente: “Gente, três dias é horrível, é muito complicado. Até o seu corpo virar a chave geral do carboidrato para a gordura, ele vai te dar todos os sintomas possíveis e imagináveis para você desistir”.

Então eu lembro, recentemente uma paciente me mandou um WhatsApp assim: “Ai, Renata, eu estou desesperada!”

Eu falei: “Quantos dias fazem?”, “Quatro dias”, eu falei: “Você está no pior dia”

Do terceiro ao quinto dia fazendo essa estratégia são muito complicados.

Aí depois a pessoa te manda: “Ai, Renata, passou! Nossa, estou ótima! Perdi peso, estou feliz”, manda foto da balança…

Então, realmente é uma coisa bem dinâmica o processo.

Mensagem Final Da Renata Para Você

Roney: Ah, muito obrigado pelos elogios, Renata! A gente fica muito feliz de ouvir isso, principalmente de profissionais como você!

Agora nós estamos chegando na parte final do podcast e nós gostaríamos que você, por favor, deixasse uma mensagem final para o público que nos escutou até aqui.

E que você falasse quais são os outros hábitos saudáveis que você tem na sua rotina — você já falou que treina, por exemplo — e no fim, deixasse também as suas redes sociais para quem quiser acompanhar mais o seu trabalho.

Renata Giudice: Então, eu acho que a mensagem final é o que eu falo para todos os pacientes: a nossa vida é um jogo de malabarismo.

Então de repente você está tendo que equilibrar cinco, seis, sete bolas — família, trabalho, filhos, lado espiritual, atividade física — e aí, de repente, entra mais uma bolinha, que é a reeducação alimentar, que é a dieta.

Então eu costumo dizer para os meus pacientes assim: nunca perca esse equilíbrio.

Faça atividades prazerosas, cuide do seu lado espiritual, que é uma coisa que faz muito parte da minha vida.

Eu sou voluntária em uma instituição que atende crianças, eu faço trabalho um trabalho musical, eu toco teclado, enfim…

Então tanto quanto possível.

Além do treino, que é uma coisa que eu falo que hoje eu tenho muita satisfação de falar para os meus pacientes.

Que já há um ano eu não sou mais sedentária, eu treino com personal, tudo certinho…

Tenta entender que para a dieta fazer parte do seu estilo de vida, você precisa estar em equilíbrio com as outras áreas.

Se não tem prazer na sua vida, se não tem satisfação, se não têm atividades que possam tirar o seu foco da comida, fica muito difícil, realmente, empreender esse estilo de vida.”

Então a minha mensagem é: busque prazer, busque lazer, busque um hobby.

Faça disso realmente uma coisa que faça sentido na sua vida para que a dieta possa fazer parte e não ser, como as pessoas falam, um elefante na sala da sua vida.

(Por exemplo: Nós gostamos de tocar violão. E gravamos uma música low-carb para você.)

Então eu acho que isso é muito importante.

E enfim, pedir para o pessoal que quiser me acompanhar, geralmente eu vou em alguns programas, eu faço algumas receitas, eu dou algumas entrevistas também…

Então têm as minhas redes… então no Facebook, que é o Renata Giudice Nutricionista, eu escrevo mais textos — textos maiores — para poder dar esse suporte comportamental também; no Insta, geralmente eu posto mais foto, receita, então, é o @renatagiudicenutri.

E uma novidade que agora eu consegui organizar é o meu canal no YouTube, que é Nutri Renata Giudice.

Então, eu tento não postar a mesma coisa nos três canais, até para não ficar uma coisa repetitiva.

Então geralmente os meus pacientes, os meus amigos, tal, o pessoal que me acompanha, sabe que eu tenho um tratamento diferente para cada uma dessas redes.

Então eu espero todo mundo!

E eu sou muito acessível, enfim… eu tenho uma paciente — que eu chamo de paciente —  porque é uma pessoa que emagreceu só me acompanhando nas redes sociais.

Ela perdeu 35 quilos!

Outro dia ela pôs um depoimento super bonito.

Acredito que o trabalho de vocês seja recheado desse tipo de coisa.

Então pode mandar direct, pode mandar… eu respondo, viu, gente?

Eu sou muito acessível porque é muito importante nós termos esse contato com o paciente, então podem mandar pergunta, podem mandar dúvidas porque eu sou bem acessível para responder, dentro da minha possibilidade.

Guilherme: Ah, que legal você se colocar à disposição!

E com certeza a gente vai linkar também esses canais de divulgação na transcrição, no post que vai ficar no blog, desse episódio do podcast.

Gostei muito da entrevista como um todo e também da mensagem final!

Com certeza a alimentação é só um começo para uma vida plena. É uma parte muito importante, mas não é tudo.

Então essa parte também do exercício, da comunidade e de você ter outras facetas da vida, equilibradas, mas alinhadas com propósito; fazer as coisas com mais pensamento, com mais cuidado, fazem total sentido.

Começar pela alimentação é um ótimo começo, afinal: como é que você vai cuidar dos outros, se você não consegue cuidar nem de você?

(Falamos sobre isso neste áudio de 4 minutos.)

Renata Giudice: Com certeza.

Guilherme: Então achei uma boa reflexão para encerrar esse episódio.

Renata Giudice: Ah, agradeço muito o convite.

Eu, realmente, como falei para vocês, fiquei muito feliz porque realmente o trabalho de vocês é um suporte muito especial para nós.

Eu indico muito para os meus pacientes.

Então eu desejo todo o sucesso do mundo para vocês e que vocês continuem realmente com essa motivação, com essa alegria que vocês têm, com esse carinho com o qual vocês recebem os convidados nos episódios porque eu falo que é a minha companhia para dirigir muitas vezes são esses podcast como o de vocês.

Então para mim é uma felicidade muito grande poder fazer parte dessa comunidade!

Guilherme: Ah, muito obrigado!

Roney: Queria agradecer novamente, Renata!

Muito obrigado pelos elogios, pelo tempo, por ter participado, por ter agregado tanto valor aqui para o pessoal que ouviu a gente até agora.

E para quem nos ouviu até agora, se você gostou do episódio, então, por favor, deixe a sua avaliação cinco estrelas lá no iTunes e se inscreve também para você ser avisado sempre que sair um novo episódio.

Guilherme: É isso aí!

Você se inscrever no nosso podcast significa que o nosso podcast vai chegar de graça no seu telefone todas as semanas.

E este é o melhor jeito de você ajudar o nosso podcast a crescer e a trazermos cada vez mais profissionais e mais especialistas como a Renata — e como tantos outros que já vieram até aqui para trazer informações legais todas as semanas.

Vamos ajudar essa corrente a crescer!

Rê, muito obrigado novamente!

E, para todo mundo que ouviu, segunda que vem tem mais!

Renata Giudice: Um abraço para vocês!

Guilherme: Obrigadão!

Abração para você também!

E para quem nos ouviu, um forte abraço

Guilherme e Roney: Do Senhor Tanquinho

Guilherme: Você acabou de ouvir mais um episódio do podcast do Senhor Tanquinho.

Roney: Não deixe de se inscrever para não perder nenhum episódio com os maiores especialistas para a sua saúde.

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