Podcast #010 – Coach Felipe Tuono

No episódio de hoje, vamos conversar com o Coach Felipe Tuono.

O Felipe já escreveu alguns artigos aqui para o site, focados especialmente em alimentação saudável e comportamento.

Ele está se graduando em nutrição, além de ser life coach e coach nutricional.

E na conversa de hoje você vai perceber algumas sacadas muito importantes, como:

  • Será que aquelas pessoas que “desmerecem” sua luta estão realmente bem?
  • Qual é o seu grau de comprometimento?
  • O quanto estar insatisfeito com seu corpo realmente te incomoda?
  • Quais ferramentas psicológicas podem te ajudar a seguir a dieta com sucesso,
  • O quanto você deve acreditar no seu plano para ter sucesso,

E muito mais!

Guilherme e Roney encontram o Felipe Tuono para um cafezinho

Você pode ver posts e acompanhar o trabalho do Felipe Tuono no seu Instagram.

(Lá também tem o email de contato do Felipe, que vai te ajudar a descobrir se o Coach é para você ou não.)

Você também pode ver os 4 artigos que o Felipe publicou aqui no Senhor Tanquinho:

Ouça o podcast clicando no player abaixo:

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Assista ao episódio e compartilhe com seus amigos!

É uma maneira muito fácil de transformar sua ida ao trabalho (ou mesmo academia) em um momento de produtividade e lazer :)

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Transcrição Completa Do Podcast

Guilherme: Bem-vindo a mais um podcast do Senhor Tanquinho. Eu sou o Guilherme.

Roney: E eu sou o Roney. E aqui a nossa missão é deixar você no controle do seu corpo.

Guilherme: Olá, Tanquinhos e Tanquinhas! Sejam bem-vindos a mais um episódio do nosso podcast.

E hoje a gente conta com a presença do nosso ilustre Felipe Tuono que é coach nutricional e life coach.

Roney: Para explicar rápido as regras para o Felipe… Esse é um espaço para as pessoas conhecerem mais sobre você e as perguntas sempre são curtas, mas você pode demorar o tempo que quiser para responder.

Felipe Tuono: Tranquilamente…

Roney: Para quem não sabe, o Felipe é coach nutricional e life coach, inclusive ele tem o Instagram que a gente vai deixar o link aí embaixo, onde você pode conhecer mais o trabalho dele e recentemente a gente esteve lá no Rio Grande do Sul, a gente teve uma conversa legal lá em Porto Alegre, Felipe? Foi bacana a gente se conhecer, tomar um cafezinho lá…

Felipe Tuono: Exatamente! Conhecemos o mercado público…

Roney: Foi bem bacana, então hoje a gente quis trazer você para o nosso público conhecer e o que você pode resumir da sua vida, dar umas linhas gerais para se apresentar para se apresentar rapidamente para o pessoal?

Felipe Tuono: Certo… Olá, pessoal!

Bom, como o pessoal mencionou eu trabalho com coaching voltado para a questão nutricional e também para a questão generalista, chamado life coach e tenho essa formação específica – que é a formação em coach nutricional.

Sou graduando em nutrição, então esse conhecimento de como que a parte comportamental influencia nas nossas escolhas nutricionais sempre esteve muito presente para mim. Então isso fez com que, em paralelo a buscar a faculdade de nutrição, viesse buscar uma formação que me capacitasse, que me fizesse compreender mais sobre a questão comportamental.

Porque é muito claro que a gente consegue ir até uma nutricionista, sair de lá com a prescrição dietética, que é muito importante, mas a gente se depara na segunda-feira com uma série de questões sociais e todos os assédios da nossa vida, nos impedindo de seguir aquela prescrição dietética.

Então com algum tipo de suporte nessa questão comportamental, começou a me chamar a atenção de que era necessário e aí eu descobri o coaching como ferramenta de desenvolver esse tipo de comportamento que vai ao encontro daquilo que a gente precisa seguir quando sai do consultório da nutricionista.

Guilherme: Com certeza, muito legal. Você mencionou que é graduando em nutrição, como você se interessou por essa parte de alimentação e saúde, de início?

Felipe Tuono: Bom, eu tive um caso pessoal, como muitas pessoas, aonde a nutrição acaba mudando um pouco a forma como… nós acabamos mudando a forma como nós vemos a nutrição. Nós temos o alimento como uma coisa, no início, como algo que de tão perto que está de nós, nós não damos bola para isso.

Tanto que a gente começa a perceber que tem alguma coisa de errado com a nossa saúde, com a nossa disposição física, que foi o meu caso particularmente, então eu fui capaz de perceber o quanto a nutrição é capaz de melhorar, modificar uma pessoa e, quando mal realizado, o quanto ela pode prejudicar uma pessoa e aí então eu comecei a perceber que a nutrição influenciava em diversos aspectos da vida, e decidi que eu gostaria muito de trabalhar com isso.

Em paralelo eu sempre gostei de cozinhar, etc… Isso sempre foi muito presente, em termos familiares, minha mãe cozinha super bem então isso sempre esteve muito presente na minha casa, mas nada voltado para como eu iria melhorar a qualidade de vida através da nutrição e quando eu percebi que isso era possível, eu quis muito trabalhar com isso.

Guilherme: Entendi.

Você falou bastante da parte de encarar a comida, que é algo perto de nós, mas nós não percebemos às vezes… O que você acha que falta na sociedade de hoje para mudar a mentalidade em relação à alimentação/nutrição?

Felipe Tuono: Esta pergunta é interessante.

Bom, nós temos acesso a todo tipo de alimento. A maioria das pessoas tem acesso a todo tipo de alimento. Acontece que a função vital do alimento, a função primordial do alimento foi um pouco esquecida. O alimento tem a função primordial de nutrir o corpo. Ponto.

Partindo desse princípio nós temos a gastronomia como uma grande aliada para nos fazer consumir alimentos de todas as formas possíveis. Certo? Então nós acabamos por dar grande ênfase àquilo que nós podemos comer, que é mais gostoso, mais saciante e a questão primordial que é nutrir o corpo acabou ficando em segundo plano.

E a gastronomia é uma ferramenta fantástica, mas quando ela fica em primeiro plano, em detrimento da saúde, ela perde o sentido. Certo?

E não tenho nada contra a gente fazer uma refeição livre, como a gente chama, e um refeição, num determinado momento, comer algo que não vai ao encontro do nosso objetivo, que passa pela nutrição. Por exemplo, estou de dieta para atingir determinado peso, para uma competição ou para ter o corpo que eu quero no verão, ou algo do tipo… só que hoje eu vou tomar uma atitude, vou comer algo que não vai ao encontro disso.

Ninguém toma sorvete, toma refrigerante achando que isso colabora com um corpo de verão, certo? Mas a gente, ás vezes, decide que vai tomar essa atitude. Não tem problema nenhum. O problema é aquilo que é a famosa culpa que isso gera depois e aí a gente fica se sentindo fracassado, fica tendo pensamento negativo e já que tomou um sorvete, vai comer uma pizza de noite e aí deixa para a próxima segunda-feira, a próxima segunda-feira tem convites, tem tudo o que teve na semana passada e eu acabo cedendo novamente e assim eu vou adiando aquele sonho que eu tenho, aquela vontade que eu tenho, eu vou achando que não é tão importante, vou sendo convencido pelas outras pessoas que: “Ah, tu nem tão gordinho assim…” ou “Tu bem, fica tranquilo…”. E aí eu acabo não tendo aquilo que me faz bem.

Eu vinha hoje de manhã conversando com uma pessoa, que ela dizia assim: “Eu sei que eu não sou uma pessoa gorda, mas do jeito que eu eu não quero ficar. Eu quero melhorar, mas todo mundo me diz que eu bem.”. Por que? Por que esse tipo de coisa acontece?

Eu percebi isso como um fenômeno… sempre que alguém me diz isso, eu pergunto assim: “As pessoas que te dizem que tu está bem, tem o corpo que tu gostaria de ter ou um corpo que tu admira? Ou uma disposição física que tu admira? Ou a saúde que tu admira?”.

Quase 100% das respostas é: “Não. As pessoas que dizem que eu estou bem, não são pessoas que eu admiro em termos de saúde, de performance ou de estética.”.

Por que? Porque se eu estou numa comunidade onde ninguém presta atenção na forma como se alimenta, onde as pessoas não estão em boa forma física, não tem boa saúde… se eu começar, se eu for a primeira pessoa a tomar um passo para me diferenciar nesse aspecto, as outras pessoas vão se sentir incomodadas porque elas vão se destacar negativamente.

Então a melhor forma de eu elevar o meu padrão – ou a melhor não, mas a forma mais rápida de eu elevar o meu padrão – é rebaixar o padrão do outro. É como se, inconscientemente eu dissesse assim: “Para de emagrecer, para de fazer dieta, senão eu vou me destacar negativamente.”.

Guilherme: O contraste fica maior, ?

Felipe Tuono: É! É muito mais fácil ficar todo mundo num padrão baixo, do que alguém se elevar e as outras pessoas quererem se elevar também. Porque é muito raro tu ouvir assim: “Nossa, Guilherme, que legal que tu fazendo uma dieta… quem sabe eu posso entrar nessa contigo?”.

Guilherme: Uhum.

Felipe Tuono: Ninguém diz isso. É muito mais fácil tu ouvir assim: “Não, Guilherme, tu bem! Vamos sair para tomar um chope… tá tudo certo, tu não precisa disso. Tu exagerando. Tu sendo drástico demais.”. Então esse pensamento que está no senso comum é que necessita ser mudado.

A pessoa que diz que está de dieta, o que a gente ouve é assim: “Nossa, que pena, tu de dieta. Coitado, de dieta.” A gente tem pena da pessoa que está de dieta e isso não faz o menor sentido.

Roney: Exatamente.

Felipe, você, com seus clientes de coaching e mesmo no Instagram, sua mídia social onde acho que você é mais ativo, qual é a dúvida que você mais vê? Aquela que é mais recorrente entre as pessoas.

Felipe Tuono: O que as pessoas mais dizem é: “Não sei. Eu não sei porque eu não alcanço o meu objetivo.”. Essa é a principal resposta que a gente escuta.

Eu não aceito “não sei” como resposta porque se eu estou conversando contigo, tu é a pessoa que mais te conhece no mundo, então certamente tu tem a resposta. Tu sabe o porquê. Se tu for sincero contigo mesmo, tu vai saber que é por falta de vontade real, falta de desejo de mudança…

Eu costumo perguntar assim: “Tu não gosta da tua forma física, ? De 0 a 10, quanto isso te incomoda?”,

“Ah, me incomoda 7.”,

E eu digo: “, o teu esforço para mudar a tua forma é maior do que 7, de 0 a 10?”.

Nunca é. Então se aquilo realmente não te incomoda, no sentido de tu querer mudar, o esforço para mudar vai ser proporcional… Tu entende?

É muito comum a gente ouvir histórias como a menina tomou um fora do namorado e aí depois ela mudou a vida dela, ela modificou totalmente a sua forma porque teve um evento que causou aquilo que a gente pode chamar de dor, que foi uma causa tão grande para ela que toda e qualquer atitude que ela viesse a associar com aquele momento negativo que ela não quer viver mais, ela parou de ter. Todo e qualquer comportamento que a gente associa com algum momento que a gente não quer viver mais, a gente para de ter.

Essa é uma forma muito interessante de adotar um novo comportamento e eliminar comportamentos ruins. Associação.

Associa um comportamento que tu quer eliminar com um resultado negativo, por exemplo, almoçar pizza, eu posso associar isso com obesidade, diabetes, com falta de saúde… certo? Se eu tiver essa associação, eu não vou querer mais ter aquele comportamento e o fato de comer uma salada, proteínas e coisas do tipo, eu associar isso com bem-estar, com qualidade de vida, com autoestima… Então eu vou desejar aquele comportamento.

Porque sejamos sinceros: toda e qualquer comida depois que passa do pescoço, é a mesma coisa. Então o que a gente precisa é estar interessado no resultado que isso nos traz, certo?

Eu não como brócolis, por exemplo, porque brócolis é delicioso. Eu estou interessado no resultado do brócolis e a gente come um doce interessado no resultado dele também. Só que ele nos dá um resultado na cabeça e um resultado no corpo, entende? Eu vou comer o doce, ele vai me tranquilizar, vai me dar a sensação de felicidade, de saciedade… só que eu tenho um preço, que eu vou pagar no meu metabolismo e é isso que a gente esquece.

Porque esse preço, se eu comer um doce hoje, eu não vou ter diabetes amanhã… se as pessoas fumassem um cigarro hoje e tivessem câncer amanhã, ninguém fumaria. Acontece que a nossa sociedade está tão imediatista, a gente busca um prazer tão imediato, a gente tem informações na palma da mão, a gente tem acesso a pessoas na palma da mão, tudo na hora; que a gente também perdeu a capacidade de pensar a longo prazo nesse aspecto.

Guilherme: Com certeza.

Acho que você mencionou uma coisa muito legal que é essa arma psicológica de você fazer a associação entre um evento negativo e um resultado negativo, isso é, você deixar mais claro para o dia a dia da pessoa; justamente por perdermos essa sensação de longo prazo.

Que outras dicas, que outras armas (psicológicas ou não) você poderia dar para quem quer seguir a dieta corretamente? A pessoa já entendeu que ela tem que fazer, mas ela não consegue seguir a dieta corretamente…

Felipe Tuono: Eu gosto de trabalhar bastante com a questão de colocar no papel, deixar claro para ti mesmo o que tu está ganhando com isso e o que tu está perdendo com isso. Ter isso muito claro.

Porque eu gosto de colocar no papel e, principalmente, fazer isso num momento em que a pessoa não está pensando em comida, num momento em que ela está totalmente focada nesse assunto, mas não pensando em comida; por exemplo na hora da sessão.

Nós estamos dedicando esse tempo a pensar sobre isso, tanto nas coisas positivas, quanto nas coisas negativas.

Como: “O que tu vai passar a ganhar fazendo uma dieta saudável?”

E aí a pessoa vai listar tudo o que ela sabe que vai ganhar, tudo o que vem de dentro dela e que ela associa com uma dieta saudável: autoestima, qualidade de vida, performance – as pessoas às vezes quer fazer um esporte e não tem conseguido fazer, quer ter um hobby e não tem conseguido ter, que é vestir uma roupa, ir para a praia e não se preocupar com a opinião alheia…

Não existe certo ou errado. É o cliente que determina o sentimento que ele tem em relação àquilo. Certo? E tudo o que a pessoa que está perdendo hoje. Ela está perdendo de ir numa festa e colocar uma roupa que ela quer e se sentir bem, ela está perdendo esportes ou ela não arruma um namorado ou uma namorada… coisas que vêm de dentro da pessoa.

Então colocar numa perspectiva clara, no papel, escrever para que quando ela pense: “Nossa, que dia ruim que eu tive. Eu mereço um doce.”. Não! Tu não merece um doce! Tu merece aquilo que tu quer passar a ganhar. Certo? E um doce, lembra quando tu estava tranquila e associou essa maravilha que tu está pensando. Esse doce, quando tu pensou conscientemente, associou a diversos eventos ruins. Tem que deixar isso claro. Entendeu? Isso é bastante importante.

Guilherme: Poder recuperar essa clareza mesmo nos momentos em que a pessoa estaria mais emocionalmente abalada.

Felipe Tuono: Claro, porque se ela está emocionalmente abalada, ela quer resolver aquilo imediatamente e aí ela perde de novo a capacidade de pensar a longo prazo, de pensar de forma mais ampla. Entendeu? “, estou triste, tive um dia ruim… eu quero apagar esse dia da memória.”. Como é que eu apago esse dia da memória? Chega no final do dia, vai num happy hour, eu tomo um chope, eu como um doce, etc.

Porque nós queremos eliminar a sensação desse dia ruim, logo, com uma coisa boa. Suportar ele com alguma coisa boa. Só que eu acabo perdendo aquilo que nós sabemos que é vital para uma dieta saudável, que é a constância. Porque dias ruins, por n fatores, todo mundo tem. Certo? Só que se eu tiver um dia ruim e comer de forma não saudável, eu vou ter dois problemas. Então pensando logicamente, acaba não fazendo sentido.

Roney: Legal, Felipe, acho que foi uma bela resposta.

Com relação a sua alimentação, ao seu estilo de vida, a faculdade de nutrição e mesmo com relação ao seu coaching; qual você acha que é a maior alegria e a maior tristeza que você acaba vivendo durante seus dias?

Felipe Tuono: Que pergunta interessante!

A maior alegria que eu vivo trabalhando com nutrição, sem dúvida alguma, é a resposta que eu tenho, o feedback que eu tenho das pessoas, que tem a sua vida transformada por conta da nutrição. Sem dúvida.

Ontem mesmo eu estava conversando com dois amigos e tem uma quarta pessoa em comum com a gente e que eu não fiz um processo com ele, não fiz nada… a gente conversou sobre alimentação como a gente conversa sobre política, sobre finanças, sobre qualquer outro assunto que é de interesse de todo mundo e aí nós ficamos uns dois, três meses sem nos falar e um dia eu recebi um áudio dele.

Foi até inesperado. Imagina você estar há dois meses sem falar com a pessoa e recebe um áudio de três minutos. “Poxa, o que aconteceu?” e era um áudio de agradecimento, dizendo que desde que havíamos conversado, ele havia mudado alguns hábitos – e eu não fiz prescrição dietética, nem nada. Eu só disse para ele assim: “Cara, tu acha que refrigerante te ajuda? Tu acha que pizza te ajuda? Chocolate te ajuda? Não.”.

E eu só entrei nesse assunto – e isso é bastante interessante – eu só abordei esse assunto porque veio dele antes assim: “, cara, eu não sei o que fazer, estou engordando… não sei o que que eu faço.” e isso é bastante interessante também porque eu só entrei nesse assunto com ele porque ele me abriu a porta.

Porque se nós quisermos ficar querendo doutrinar e catequizar pessoas, isso não entra. Vocês devem ter experiência disso já, que isso não funciona. Então ele me abriu essa porta e a gente conversou sobre. Então depois eu recebi um áudio de três minutos, agradecendo, ele dizendo que tinha perdido uns 12, 15 quilos e que a vida dele tinha melhorado muito.

Então, sem dúvida, trabalhando com nutrição, estudando nutrição, a parte mais feliz do meu dia é receber feedbacks positivos de pessoas que tiveram a sua vida positivamente impactada pela nutrição.

A parte mais triste é ver pessoas que abandonam um sonho, é ver pessoas que se julgam fracas, que olham para o desafio e dizem: “Eu não vou conseguir fazer, eu já tentei tantas vezes”, são pessoas que se sabotam no sentido de não desejar nem tentar mais e eu inclusive não posso culpar essas pessoas porque vocês bem sabem, também são estudiosos de nutrição que, por muito tempo nós fomos mal ensinados, mal-educados e ensinados a buscar nas fontes erradas de alimentos, aquilo que nos traria a boa nutrição de verdade.

Então mesmo quando nós encontramos aquilo que agora, se aproxima muito do que é certo, nós ficamos com medo porque estamos tão escaldados que dá esse medo de tentar de novo.

A não ser quando a pessoa realmente está muito certa ou foi impactada por um acontecimento muito ruim, o que às vezes desencadeia algo até, por exemplo: “Não, não quero mais dieta. Agora eu vou fazer uma cirurgia bariátrica”. Eu quero muito mudar, só que eu quero de uma hora para outra. Entende? Porque eu não quero nem me dar a chance de errar.

Então as pessoas acabam buscando isso sim: “Eu quero mudar, mas eu vou mudar de uma forma radical” e isso é uma coisa que também me entristece porque particularmente a cirurgia bariátrica para mim não faz sentido porque é uma intervenção física num problema biológico. Não faria sentido.

É como se uma pessoa que tem 2,40 metros, por conta de uma disfunção hormonal, que a gente fosse trazer ela para uma altura padrão cortando um pedaço das pernas dela. Isso não faz sentido para mim.

Eu acredito muito no tratamento hormonal para uma disfunção hormonal e a gente bem sabe, a gente está falando de insulina, de dieta low-carb e etc. porque não tem muito alcance.

Guilherme: Uhum. Não, mas eu acho que você tocou nesse ponto que é bem bacana de criar um processo multifatorial: é hormonal, é psicológico, é ambiental, é emocional… tem muitos fatores envolvidos e com certeza o problema da pessoa não é o tamanho do estômago dela, com que ela nasceu. Com certeza não é esse o caso, pelo menos para 99,99% das pessoas… deve ter alguém com esse problema, mas a maioria das pessoas não tem.

Felipe Tuono: Isso que você comentou agora de ser multifatorial é mais do que certo, mais do que sabido porque a gente é muito apegado ao nosso hábito alimentar, às comfort foods, que é o feijão da avó, o pão da mãe, coisas do tipo… tu chega numa nutricionista e ela te passa uma lista de coisas e ali não está aquilo que te criou comendo, é muito impactante.

A gente realmente se sente um pouco perdido: “Como assim que aquilo que me criou agora me faz mal?”. Então nós precisamos antes de uma mudança de consciência, de estarmos convencidos de que aquilo que a nutricionista nos passou faz sentido para nós porque isso também acontece muito…

A pessoa vai numa nutricionista e aí quando ela me procura eu pergunto: “Tu sabe tudo o que tu tem que comer?” e aí a pessoa diz: “Eu sei. Eu fui na nutricionista”. “De 0 a 10, quanto tu confia no teu plano?” porque é a ferramenta que ela tem, né? Eu preciso saber se ela acredita naquilo ali e ela diz assim: “8, 7”, “E tu conversou com a tua nutricionista o que tu poderia modificar para estar 100% confiante?”, “Não, não conversei…”.

Então um diálogo, assim, para que o paciente saia do consultório confiando na prescrição dietética, acreditando na prescrição dietética porque isso é vital! Nós temos diversos relatos de pacientes que acreditam na sua cura, se curam mais rápido do que pacientes que não acreditam.

Então se eu confio na prescrição da minha nutricionista, eu vou fazer aquilo com tal aderência e abrindo um parênteses, nós sabemos que a melhor dieta do mundo é aquela que tu consegue fazer, é aquela que tu adere… o melhor exercício do mundo é aquele que tu consegue aderir, é aquele que tu gosta de fazer porque o importante é fazer…

Se eu já saio do consultório com dúvidas em relação a minha prescrição dietética, furar isso é uma coisa que não vai me causar nenhum impacto negativo porque eu não acredito nisso. Assim, a ideia já nasce errada.

Então tu ir numa nutricionista que tu confia, que tu acredita no resultado que ela é capaz de te entregar é o primeiro passo.

E aí depois, se por algum acaso, tu não consegue ser organizado, tu não consegue ter um objetivo bem claro do que é que tem que acontecer para tu sentir que está evoluindo, aí tudo pode procurar algum apoio comportamental com um coach e aí nós organizamos toda essa questão. Mas nunca que a questão nutricional seja desnecessária.

Eu faço uma filtragem muito rápida com pessoas que chegam até mim antes de ter passado por uma nutricionista. Eu faço essa pergunta: “Tu sabe o que tu precisa comer para atingir o teu objetivo?”, aí a pessoa diz: “Não sei.”, aí eu digo assim: “E como é que tu pode fazer para saber?”, aí ela diz assim: “Ah, de repente eu preciso ir numa nutricionista.” e eu: “Então, bora lá. Tu tem que começar por uma nutricionista.”

Se a pessoa acredita que é no processo de coaching que ela vai saber o que ela tem que comer, ela já está errada também.

Eu já tiro esse conceito dela. Quem prescreve dieta, e essa é uma mensagem que eu gostaria de deixar, quem prescreve dieta é um nutricionista.

Não é o coach. Se tu recebe uma dieta do teu coach, a não ser que ele seja também nutricionista, está errado.

Porque inclusive o nutricionista que é coach também por formação, ele faz dois trabalhos bem distintos. Ele primeiro é nutricionista e te diz o que fazer. Ele te diz que tu tem que comer tais e tais coisas, em tal e tal hora, em tais e tais quantidades e depois ele faz um trabalho de coaching, que é saber de ti o que é que pode te impedir de seguir isso, o que está te assediando, o que está te tirando do foco… coisas do tipo.

Entende que é bem diferente tu determinar o que a pessoa deve fazer e tirar da pessoa, depois, o que ela pode fazer para que ela tenha comprometimento total? Então essa é a diferença do trabalho.

Guilherme: É uma mensagem bacana essa para muita gente que está começando agora e às vezes vê tantos nomes na internet: médico, nutrólogo, nutricionista, coach e não sabe muito bem o que cada um faz. Acho que foi bem interessante para dar essa distinção também.

Nós estamos chegando agora no fim do podcast e nós queríamos saber, já que você deixou muitas mensagens boas para as pessoas, se tem uma última mensagem que você gostaria de deixar.

Felipe Tuono: Tem sim: que as pessoas se permitam perceber o que a nutrição pode fazer pela vida delas. Porque nós podemos ter um pensamento hoje de que eu tenho uma vida muito boa, eu estou bem de saúde, eu tenho uma vida boa, eu tenho um físico que me agrada, mas esse é o máximo que tu conhece até hoje.

Tu sabe o que é que teu corpo pode, como que tu pode te sentir, como que teu corpo pode ficar, as sensações que tu pode ter se tu passar 30 dias em dieta? E se tu passar 60? E se tu passar 90? É um nível de bem-estar que a gente desconhece.

Se tu nunca passou 30 dias em dieta, tu desconhece o que pode acontecer contigo, no nível de bem-estar que tu pode passar a sentir e aí eu falo de coisas que a gente ouve relatos e que a gente nem imagina que pode acontecer. As pessoas dizerem que começam a dormir melhor, as pessoas dizerem que alergias somem, dores articulares somem, coisas do tipo que a gente nem associa com alimentação num primeiro momento.

Então experimenta. Se tu não está dando importância para a tua alimentação, experimenta permitir que tu tenha essa experiência. Procure uma dieta que te, procure um médico, primeiramente, uma nutricionista, relata para ela como que é a tua vida, como que tu te sente, os mínimos sintomas que tu tenha, para ver se ela consegue associar isso com teu hábito alimentar e fazer alguns ajustes para que tu seja uma pessoa melhor, um profissional melhor, um atleta melhor, porque a gente tem capacidade de ser quem a gente quiser e às vezes algo que a gente não imagina está nos impedindo, está fazendo com que a gente se sinta cansado, se sinta indisposto, ou com alguma dúvida sobre nós mesmos em termos físicos, estéticos e a gente merece eliminar esse tipo de coisa para viver melhor.

Roney: Com certeza, Felipe.

É uma bela mensagem para a gente finalizar esse podcast.

E só mais uma coisa: deixa seus contatos, suas mídias sociais, como o pessoal pode saber mais sobre o Felipe?

Felipe Tuono: legal. No meu instagram: @felipe_tuono, pode me seguir por lá e enviar direct, mandar comentários… eu procuro responder tudo o que acontece por lá e lá também na bio tem o e-mail que é [email protected]. Mandando um e-mail para lá, já pode mandar o desafio que está vivendo, aquilo que está acontecendo que eu já posso responder e a gente pode vir a marcar uma primeira conversa.

Eu gosto muito de fazer esse tipo de coisa para deixar claro para a pessoa o que é um processo de coaching, como ela pode às vezes numa conversa, mudar o mindset e às vezes nem precisar de um processo de coaching, entende? Porque a mudança não leva três anos para acontecer, um ano, três meses… a mudança ocorre no momento da tomada de decisão. O processo é que pode demorar – claro, você não vai perder 20 quilos num momento. É questão de tempo para que isso aconteça, se tu passar a tomar as atitudes que vão te levar até esse caminho.

Guilherme: Perfeito! Nós agradecemos seu tempo, a sua presença aqui no nosso podcast. Tenho certeza de que quem ouviu até o final também gostou bastante e teve muitas lições: nós falamos da pressão social, da mentalidade da sociedade, falou também de que a mudança só acontece com a abertura da pessoa para receber essa informação nova, essa informação que ela tem que confiar, acreditar no processo, enfim, foram vários tópicos úteis e nós queríamos agradecer você, Felipe, mandar um abração por você ter vindo aqui hoje falar um pouco sobre isso com a gente.

Felipe Tuono: Imagina, eu que agradeço a oportunidade. Para mim é um prazer sempre e fico à disposição para alguma outra conversa, para quando precisar do meu auxílio, é só me procurar.

Roney: Beleza, então a gente fica por aqui. Um forte abraço, do Senhor Tanquinho.

Guilherme: Você acabou de ouvir mais um episódio do podcast do Senhor Tanquinho.

Roney: Não deixe de se inscrever para não perder nenhum episódio com os maiores especialistas para a sua saúde.

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