Podcast #036 – Lissandra Fala Tudo Sobre Resistência À Insulina

No episódio de podcast de hoje, contamos com a Lissandra Bischoff.

Originalmente formada em ciências contábeis, a Lissandra aprendeu muito sobre alimentação ao tentar combater a resistência à insulina.

Nesse processo, se apaixonou pelo tema e agora está terminando a graduação em nutrição.

Ela é fundadora do site Resistência à Insulina e também do Portal Saúde Ancestral (que conta inclusive com a nossa participação).

A Liss é bem ativa na divulgação de boas informações no mundo virtual — então escute o podcast de hoje para saber:

  • A história de tentativas frustradas da Lissandra para emagrecer e se tratar (passando por vários profissionais e diversos medicamentos),
  • A triste realidade de quem tinha 30 anos com doenças de quem tem 60,
  • Como a Liss emagreceu mais de 15kg lendo um site na internet,
  • O que é resistência à insulina e os males que ela pode causar,
  • As duas chaves que controlam a insulina no corpo,
  • O que fazer para sair do platô de peso,
  • como uma estratégia multidisciplinar salvou a Lissandra,
  • o que é a dieta intermitente e como ela pode ajudar a perder peso sem estragar seu metabolismo,
  • a importância de experimentar estratégias em si mesmo,

e muito, muito mais!

Ouça o podcast clicando no player abaixo:

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Depois de ouvir o episódio, mande um “oi” para ela e conte que escutou! Ela vai amar saber disso!

As maneiras mais fáceis de fazer isso são as seguintes:

E vamos à entrevista!

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Transcrição Completa Do Episódio

Guilherme: Bem-vindo a mais um podcast do Senhor Tanquinho. Eu sou o Guilherme.

Roney: E eu sou o Roney. E aqui a nossa missão é deixar você no controle do seu corpo.

Guilherme: Olá, Tanquinho! Olá, Tanquinha!

Bem-vindos mais um episódio do nosso podcast.

E hoje, temos conosco a Lissandra Bischoff. Tudo bom, Liss?

Liss Bischoff: Oi! Tudo bom?

Roney: A Lissandra, para quem não sabe, é a fundadora do blog Resistência à Insulina e é também estudante de Nutrição.

Então, Liss, como você pode se apresentar para quem ainda não te conhece, aqui da nossa audiência?

Liss Bischoff: Então, eu sou conhecida nas redes sociais por Liss, eu sou servidora pública, sou formada em Ciências Contábeis, mas estou estudando Nutrição.

Estou no 6º semestre de Nutrição agora, empolgada com low-carb e tudo o que eu aprendi nesses anos aí que eu estou nesse meio.

Guilherme: Certo, Liss!

Então por que você não começa contando um pouco da sua história, de como você ganhou peso…

E tudo o que você passou nessa sua história pessoal até conhecer o Blog do Dr. Souto e emagrecer mais de 15 quilos com a low-carb?

Liss Bischoff: Ok.

Então, eu não era uma criança obesa, pelo contrário, eu sempre fui magrinha.

Na adolescência também e até a idade jovem eu tinha um peso baixo, normal, magra.

Eu comecei a ganhar peso depois da gravidez, na verdade depois do nascimento do meu filho — porque até durante a gravidez eu engordei pouco, foram 12 quilos só, muita gente engorda bem mais do que isso.

Mas a gravidez, de alguma forma, desregulou meus hormônios.

Eu já tinha Síndrome dos Ovários Policísticos, então durante a gravidez a testosterona aumentou muito.

Eu passei a ter pelos escuros pelo corpo e eu não sabia, não conhecia… e eu achava que depois que o meu filho nascesse as coisas iam voltar ao normal.

Achava que era apenas uma mudança hormonal em função da gravidez porque era uma experiência nova para mim.

Só que aí o meu filho nasceu e eu passei a ganhar peso. Ano após ano eu só ganhava cada vez mais peso e eu não sabia o que estava acontecendo.

Nesse tempo em que eu fui ganhando peso eu tentei de tudo.

Tudo o que todo mundo tenta, ?

A dieta dos pontos, shake para emagrecer, então nada disso funcionava.

Eu perdia cinco quilos, depois engordava oito e assim eu fui indo.

Em 2007, quando eu estava com 32 anos, eu consultei um Médico Ortomolecular e ali foi o primeiro momento que eu tive contato com exame de insulina basal.

Ele me pediu esse exame, eu fiz e na época deu 33 de insulina basal.

Mas eu não sabia o que isso significava e o que ele me explicou é que isso influenciava o meu peso, só que não entrou em detalhes, não explicou nada e eu não entendi nada.

E eu achava que com ele eu ia conseguir perder peso e o que ele me passou foi sibutramina.

Eu comecei a tomar sibutramina e, de fato, no começo eu perdi peso.

Só que a sibutramina é uma medicação e enquanto você está tomando ela diminui o apetite — então você come menos, e você emagrece.

Mas, quando para de tomar, se você não mudar os hábitos alimentares, volta tudo de novo. E foi o que aconteceu comigo.

Eu voltei a engordar tudo de novo e cada vez ia ficando pior.

Mas eu não estava só gorda. Eu estava adoecendo.”

Nessa época, com 33 anos de idade, eu já estava tomando medicamento para pressão arterial, eu já estava tomando medicamento para baixar triglicerídeos — porque teve um exame que eu fiz que estava dando 700 e pouco de triglicerídeos e aí o médico me passou medicação.

Eu tinha enxaquecas horríveis, eu tinha dores de cabeça quatro, cinco vezes por semana, que me faziam tomar medicação para conseguir trabalhar, eu tinha dores musculares na hora que eu ia dormir.

Eu não sabia onde colocar as pernas de tanta dor que eu tinha. Eu tinha azia, gastrite, refluxo.

Então eu era uma pessoa de 33 com doenças de 60 e eu não sabia o que fazer.

Eu ia a médicos, eles me passavam medicações e medicações, e cada vez eu estava tomando mais remédios, mas nada resolvia o problema de fato porque medicação não te cura.

Ela não te livra do problema, ela só trata os sintomas e aí só vai piorando.

Em 2010 eu me mudei para Brasília.

Nessa época, quando eu cheguei aqui já nesse estado de estar tomando um monte de medicação, eu cheguei aqui e eu quis buscar ajuda para os problemas que eu achava que eram os principais que estavam realmente atrapalhando a minha qualidade de vida.

E aí eu fui no médico para tentar ver essa questão da enxaqueca e ele pediu uma série de exames e o que ele disse para mim foi o seguinte:

“É enxaqueca, e enxaqueca não tem cura. Então não tem nada que você possa fazer, a não ser tomar uma medicação para evitar ter dor de cabeça”.

Então a minha opção era: ou tomar a medicação quando eu tinha dor, ou tomar a medicação para evitar ter dor.

E aí eu fiz isso. Era um medicamento controlado, tarja preta, a cada x meses eu tinha que ir lá, fazer uma consulta com ele, fazer um monte de exames e pegar mais uma requisição para comprar mais um lote de medicação e ficar tomando isso para tentar evitar ter dor de cabeça.

No começo até que funcionava, mas o tempo foi passando e as dores de cabeça foram voltando mesmo com a medicação.

E chegou um ponto em que — eu acho que uns dois anos mais ou menos que eu tomei essa medicação — mesmo com o remédio eu tinha dores de cabeça três, quatro, cinco vezes por semana.

E aí eu abandonei, porque eu cheguei à conclusão que não valia a pena eu estar me entupindo de remédio para não ter benefício.

E o outro problema que eu fui tratar nessa época era a Síndrome dos Ovários Policísticos.

Então eu fui em uma Endocrinologista e ela conversou comigo, me encaminhou para a Ginecologista para trocar o anticoncepcional que eu tomava na época e ela também pediu exame de insulina basal, também viu que estava elevado e me orientou a tomar medicação. Na época foi quando eu comecei a tomar metformina.

Guilherme: Na época você já sabia que tinha a Síndrome dos Ovários Policísticos ou você descobriu isso nas consultas?

Liss Bischoff: Eu já sabia desde antes de engravidar.

Na primeira consulta que eu fiz com a minha médica na época que eu estava pensando em ter filhos, ela já tinha falado para mim que eu tinha o ovário policístico e que eu poderia ter dificuldade de engravidar.

Só que isso não aconteceu. Eu engravidei muito rápido. Não sei se foi sorte, mas engravidei. Só tive um filho, não tive mais depois.

E eu fui procurar essa Endocrinologista aqui em Brasília porque aqueles problemas que eu relatei, que quando meu filho nasceu eu fiquei com muitos pelos pelo corpo e eu estava com a testosterona elevadíssima.

Eu estava com 111 de testosterona, quando o máximo para mulher é 70 e poucos.

Então eu fui procurá-la e ela me orientou nesse sentido. Eu fui na Ginecologista, troquei o anticoncepcional.

Passei a tomar metformina, que é uma medicação para Resistência à Insulina, mas na época também eu não sabia nada sobre isso e ela me receitou também o Xenical – o Orlistat – que é aquele que elimina gordura junto com as fezes, que era uma tentativa de perder peso nessa época.

E, assim, era uma médica boa, era atualizada… vê que ela pediu exame de insulina basal e chegou a conversar sobre Resistência à Insulina comigo, mas tudo muito superficial.

E ela disse para mim: “Você precisa mudar a alimentação. Eu vou te passar a medicação, que é o que eu como médica posso fazer, mas eu te oriento a ir numa Nutricionista e mudar a tua alimentação, que é o que vai trazer uma mudança, uma melhoria de qualidade de vida para ti”.

E eu fiz isso. Eu fui na Nutricionista.

O problema é que a Nutricionista é aquilo que nós estamos acostumados, ?

Então veio aquela listinha de pão integral no café da manhã com requeijão light, com suco de laranja; aquelas coisas todas.

Guilherme: Isso quando você já foi lá encaminhada com Resistência à Insulina? Ela passou esse tipo de alimentação…

Roney: Então nesse momento que você foi na Nutricionista, você já sabia que tinha Resistência à Insulina? Não sabia ainda o que era ou já sabia o que era também?

Liss Bischoff: Não sabia em detalhes, não.

Sabia que era Resistência à Insulina porque a insulina estava muito elevada, estava acima dos valores considerados normais, inclusive para os parâmetros do laboratório.

Só que eu sabia que isso de alguma forma tinha relação com o meu peso, mas eu nunca tinha lido nada, eu nunca tinha me aprofundado, eu nunca tinha estudado e os médicos não explicam para a gente, ?

Eles passam a medicação e dizem: “Olha, você tem problema de Resistência à Insulina, então tome isso aqui e procure um Nutricionista”.

E aí fui no Nutricionista, comecei… tentei fazer essa dieta e, como nós já sabemos, eu fracassei.

Porque, primeiro, é uma dieta que eu não gosto.

Então eu me obrigava a, por exemplo, comer cereais integrais, aqueles Nesfit, por exemplo.

Aquele troço que tem gosto de papelão. Eu acho horrível!

Roney: Você se obrigava a comer algo que fazia mal para o seu problema.

Liss Bischoff: Me obrigava porque eu achava que aquilo ali era saudável.

Eu achava que aquilo ali ia me ajudar a perder peso.

Eu achava horrível, mas eu comia! Eu comia o pão integral com 70 grãos, que eu também não gostava, mas eu achava que aquilo ali ia me ajudar a perder peso.

Então eu fiz a tentativa, só que não funcionou.

E aí esse episódio passou e não deu certo.

E aí com o tempo eu fui meio que – como é que eu vou dizer – eu meio que desisti.

Porque eu cheguei em um ponto que eu achava que isso era o meu destino: que eu ia ser gordinha para sempre, que eu nunca mais ia voltar a ter um peso normal e que não tinha nada     que eu pudesse fazer.

Que, por mais que eu tentasse, eu não conseguia mudar aquilo ali.

E aí o tempo foi passando.

Só que a minha situação de saúde foi piorando.

Até que em 2015, eu estava com 40 anos e eu já estava tomando esse monte de medicação que eu relatei para vocês, só que eu estava piorando e chegou um dado momento em que a minha pressão arterial não ficava mais sob controle.

Eu tomava dois medicamentos diferentes, eu ia à Cardiologista a cada seis meses, fazia um monte de exames, recebia as prescrições de medicação, tomava aquilo, mas aquilo não estava mais resolvendo.

Então, volta e meia eu tinha a pressão alterada, eu tinha os batimentos cardíacos alterados e chegou um dado momento em que eu acordei em um domingo e eu estava me sentindo muito mal e eu disse para o meu marido assim: “Olha, eu estou cansada”.

Eu não tinha ânimo para fazer nada, não tinha vontade de sair da cama porque parecia que eu não tinha forças.

Eu me sentia fraca para fazer as coisas e aí eu disse para ele: “Bom, eu tenho que fazer alguma coisa para mudar. Eu tenho que mudar pelas minha saúde”.

Aquele momento ali não era mais pelo peso, por eu estar gordinha, por eu não estar me achando bem daquele jeito.

Era por causa da minha saúde, porque se eu continuasse assim, eu estava vendo que eu estava indo por um caminho bem complicado.

A coisa só ia piorar para mim e eu ia chegar a algum diagnóstico de alguma doença bem complicada.

Então nesse momento eu disse para ele assim: “Eu preciso fazer algo para mudar, mas eu não vou conseguir fazer isso sozinha”.

Eu já tentei fazer isso sozinha outras vezes e eu não consegui. Eu sempre falhei.

Então eu disse para ele assim: “Eu vou procurar um spa, eu vou me internar em um spa e vou ver o que eu consigo fazer”.

E aí, na época, a opção que eu tinha aqui em Brasília era um spa vegano.

E aí eu fui lá e me inscrevi no spa vegano.

Mas vou ser bem sincera com vocês: eu não fui lá com aquela mentalidade de querer sair emagrecida, até porque eu fiquei dez dias só e eu sabia que dez dias não ia me levar para o peso que eu precisava.

O que eu queria fazer lá era aprender a comer.

Porque eu cheguei em um momento que eu entendi que se eu não mudasse a minha alimentação, se eu não começasse a comer direito, eu não ia conseguir resolver esse problema.

Então eu estava indo para lá disposta a abrir mão das coisas que eu gostava de comer, para aprender a comer direito.

E eu até conto nos meus textos no blog e até no Instagram eu já falei sobre isso.

Eu passei 40 anos sem comer salada, sem comer vegetais.

Porque eu não gostava, porque tinha gosto de mato para mim.

Então quando eu fui para esse spa, o que eu queria era aprender a comer salada.

Porque eu pensava assim: “Bom, agora eu vou aprender a comer salada e aí eu vou conseguir mudar meus hábitos alimentares, vou comer menos porcaria e vou comer mais vegetais e aí eu vou conseguir, quem sabe, mudar esse peso e mudar a minha saúde”.

E aí eu fui para lá, só que, imagine vocês, um spa vegano.

Eu morria de medo porque eu nunca tinha ficado sem comer o que eu estava acostumada a comer, então eu sabia que eu não ia ter pão no café da manhã, nem leite porque lá não tinha nada de produto animal e eu já tinha ouvido falar que o café da manhã lá era suco verde.

Então eu disse para o meu marido assim: “Olha, fica com o celular ligado porque se eu passar mal eles vão te ligar e tu vai lá me buscar”.

Para ti ver o nível de medo que eu tinha de ficar sem comer as coisas que eu estava acostumada porque eu achava que eu ia ter uma hipoglicemia e que eu ia passar mal.

Mas eu fui! Mesmo assim eu fui.

E aí eu fiquei dez dias lá e, para a minha surpresa, foi lá que a minha mentalidade em relação às coisas começaram a mudar porque lá tinha todo um ritual.

Então, por exemplo, na hora do almoço a gente primeiro tinha que comer a salada, então montava um prato com salada, comia aquela salada e aí tinha que esperar dez a 15 minutos para poder servir o prato principal.

E o prato principal era feito com vegetais.

Então o máximo que tinha ali no meio era um tofu, alguma coisa assim, mas eram basicamente vegetais.

E durante o dia a gente tinha os lanches que eram: ou sucos, ou frutas e o café da manhã era o tal do suco verde.

Mas antes do suco verde tinha um ritual bastante inusitado: eles passavam nos quartos das pessoas porque lá tinham várias pessoas que estavam juntas em um mesmo período e eles passavam muito cedo, antes das 06h00 e eles traziam um copinho – sabe aqueles copinhos de pinga? – com limão dentro e nós tínhamos que tomar aquele limão em jejum.

E aí bateu o pânico porque eu, como tinha azia, gastrite, essas coisas, eu achava:

“Meu Deus, eu vou tomar esse negócio aqui em jejum e vai virar uma úlcera esse negócio aqui!”.

Eu tinha medo, mas eu fui para lá disposta a tentar, então tudo bem, eu vou acordar de manhã e vou tomar esse bendito limão em jejum.

E, para a minha surpresa, o que aconteceu foi que eu tomei o limão em jejum e ele melhorou a minha azia.

Era uma coisa que eu não esperava.

E aí durante os dez dias que eu fiquei lá, todo dia de manhã, o limão em jejum e eu vi que aquilo ali me ajudava, me fazia sentir menos azia, menos queimação.

E isso foi um hábito que eu trouxe depois quando saí de lá.

E aí eu comecei a rever meus conceitos, ?

Porque quando você acredita em uma coisa, chega lá e vê que é o contrário do que você acreditava, você começa a abrir a mente, então essa foi uma experiência interessante.

E aí quando eu fiquei lá esses dez dias, eu posso dizer para vocês assim que o que eu lembro de ter pensado na época, o que eu mais sentia falta que eu não podia comer lá dentro, era o pão.

E hoje eu sei que tudo o que a gente acha que não pode ficar sem, tudo o que a gente sente como se fosse uma abstinência quando a gente está sem, é uma coisa que não está fazendo bem para a gente.

Naquela época eu não me dava conta disso, mas eu sentia realmente falta do pão, mais do que qualquer outra coisa.

Mas eu fiquei lá aqueles dez dias, emagreci uns dois quilos e pouco e saí de lá comendo salada! Foi a minha vitória!

Eu saí de lá comendo salada.

Eu aprendi a comer e eu saí de lá e levei isso para a minha vida. Eu comecei a colocar no meu prato todo dia quando eu ia almoçar.

Mas aí, quando eu saí de lá é que a coisa realmente mudou para mim, porque eu saí de lá e eu estava pesquisando uns negócios na internet e o Google tem a mania de ficar mostrando coisas para nós, que nós não pedimos para ver.

E aí lá pelas tantas apareceu na minha tela o livro “Barriga de Trigo”.

E aquele nome me chamou a atenção, “Barriga de Trigo”.

E como eu estava nessa vibe assim, de querer aprender, de ler coisas e qualquer coisa que podia me ajudar eu estava topando, eu resolvi comprar e resolvi ler esse livro.

E aí foi que a coisa realmente começou… eu digo assim, que é um ponto de corte na minha vida: antes do Barriga de Trigo e depois do Barriga de Trigo.

Porque aí eu comecei a ler e o William Davis falando sintomas e problemas que os pacientes dele tinham e que ele tirou o trigo da alimentação dessas pessoas e essas pessoas melhoraram.

E aí eu me identifiquei muito porque muitas das coisas que eu li ali eram coisas que eu vivia, então eu pensei assim:

“Poxa, o que é que custa, ? Vamos tirar o trigo e vamos ver o que acontece, vai que ele tem razão”.

E aí realmente foi a grande virada porque eu tirei o pão e com 30 dias que eu estava sem comer trigo — o pão e tudo, macarrão, essas coisas — eu não tinha mais enxaqueca.

E isso para mim foi um choque porque o médico disse para mim que não tinha cura, que não tinha o que fazer, que eu tinha que tomar a medicação e que eu ia levar isso pelo resto da vida.

E de repente eu tiro o trigo da minha alimentação, eu fico 30 dias sem comer e a enxaqueca vai embora? Do nada!

Era uma coisa, assim, que realmente me fez parar para refletir. Só por isso!

Só pela enxaqueca ter ido embora era motivo para eu não querer comer pão nunca mais na minha vida.”

E aí eu vi que outras coisas também melhoraram: a própria azia, gastrite melhoraram, as dores que eu tinha nas pernas para dormir à noite também melhoraram.

Eu tinha problemas de pele que eu vi que melhoraram quando eu tirei o trigo.

E aí eu fiquei empolgada! Porque eu perdi peso também, ? Lógico, tirando o trigo, eu comecei a perder peso, que não era o objetivo primário, mas acabou acontecendo.

E aí eu vi que o William Davis em dado ponto do livro recomendava a tirar outras coisas também da alimentação, além do trigo.

Ele falava em tirar os grãos e falava de uma tal Dieta Paleo… e aquilo ali para mim era novo.

Só que quando ele falou isso, quando eu li isso no livro, eu comecei a pesquisar e quando eu comecei a pesquisar, obviamente eu caí no Blog do Souto, como acho que a maioria das pessoas que eu conheço, que entraram nesse meio low-carb.

E aí quando entra no Blog do Souto as coisas acontecem.

E aí os 15 quilos que nós comentamos foram embora em questão de oito meses, mais ou menos.

E com cinco meses na dieta low-carb a minha médica tirou a medicação para a pressão arterial. Ela pediu um MAPA e viu que eu não precisava mais. Então a gente tirou a medicação.

Então para mim foi uma mudança de qualidade de vida que vocês não têm ideia!

Guilherme: Certo… Nossa, que legal!

Só de tirar o trigo e vencer a enxaqueca já imagino que seria uma vitória imensa e você conseguiu ainda reverter outras condições de saúde como emagrecer e também melhorar a hipertensão, então mais vitória ainda!

E quando você começou a ler o Blog do Souto, o que te atraiu de cara na low-carb?

Foi o fato de ela ajudar a emagrecer? Você descobriu o que era Resistência à Insulina?

Como essas leituras do Blog do Souto — que tem um monte de informação útil — levaram você a descobrir mais sobre a questão da Resistência à Insulina e a endereçar de maneira mais direta os problemas de saúde que você tinha?

Liss Bischoff: Então, foi exatamente isso.

Porque quando eu cheguei no Blog do Souto e comecei a ler, é impossível você ler o Blog do Souto e não se deparar com o termo Resistência à Insulina.

E aí ele explicava o que era isso e eu já sabia que eu tinha Resistência à Insulina, mas eu não sabia nada disso.

E eu comecei a ler e ele foi explicando o que era Resistência à Insulina e aquilo começou a fazer todo o sentido do mundo para mim.

E aí quando eu li aquilo eu disse: “Não, é isso aqui mesmo, esse é o problema que eu tenho e se ele está dizendo que eu tenho que tentar essa tal low-carb porque é isso que vai me ajudar a vencer essa Resistência à Insulina, então é isso que eu vou fazer”. E aí eu comecei a fazer.

Então, assim, a Resistência à Insulina, depois disso que eu vim a saber, tem duas implicações básicas: tem a implicação na questão do peso — que eu já tinha ouvido falar — e tem a implicação na questão da saúde, que no caso a Resistência à Insulina é o caminho para o Diabetes. E eu já estava nesse caminho.

Na época eu não tinha me dado conta porque nós sabemos que tem muita dificuldade na questão do diagnóstico da Resistência à Insulina e, normalmente, como os médicos só pedem os exames de glicemia em jejum, nós demoramos muito tempo a ver.

Quando vemos que a glicemia em jejum está alterando, está elevando, é porque o problema já está muito avançado.

Então eu já estava em um momento em que eu já estava com a minha glicemia até um pouco alterada.

Tinha vezes que o exame de sangue já estava dando ali na faixa da pré-diabetes quando eu fui descobrir isso daí.

Roney: Então, para quem está nos ouvindo e não sabe o que é Resistência à Insulina, como nós poderíamos resumir isso de uma forma simplificada?

Liss Bischoff: Então, como eu disse, têm duas perspectivas aí: a perspectiva da saúde, propriamente, e a perspectiva do peso.

Do ponto de vista da saúde é bom nós explicarmos assim então: a insulina é um hormônio que ajuda a glicose a entrar nas células.

Então, do ponto de vista tradicional, como é que se enxerga a Resistência à Insulina? Naquela teoria da chave e da fechadura.

É como se a insulina fosse uma chave que abre a porta da célula para a glicose entrar.

Então a Resistência à Insulina, desse ponto de vista mais clássico, seria essa chave não estar funcionando direito.

Então antes eu tinha uma chave, abria a porta, a glicose entrava e agora não está funcionando mais e eu preciso de duas chaves e daqui a pouco não está funcionando mais e eu preciso de três chaves para conseguir abrir a porta e deixar a glicose entrar na célula.

Então eu vou precisando mais chaves, ou seja, mais insulinas para conseguir fazer essa glicose entrar na célula. Essa é a visão tradicional.

Só que o Doutor Jason Fung tem uma outra abordagem, que ele chama de “Transbordamento”. Então ele faz a seguinte analogia, como se a célula fosse um trem e os passageiros fossem a glicose tentando entrar na célula, que é o trem.

Então a cada estação, ou seja, a cada refeição, esse trem vai receber mais passageiros, essa célula vai receber mais glicose.

Então é lógico que em uma primeira estação, quando o trem está chegando e está vazio, vai ter bastante espaço e essa glicose vai conseguir entrar nas células sem problema, ou seja, os passageiros vão entrar e vai ter espaço, vai ser tranquilo.

Só que, à medida que nós vamos chegando nas outras estações e vai captando cada vez mais passageiros, esse trem vai ficando cheio.

Então o que o Doutor Jason Fung fala? Ele fala que a insulina é como se fossem os empurradores do metrô do Japão.

Quando nós fazemos palestra, nós normalmente mostramos a imagem e fica mais fácil da pessoa entender.

Mas lá no Japão têm esses funcionários do metrô, que estão ali, e quando o metrô fica muito cheio, eles começam a empurrar as pessoas para dentro, para conseguirem fechar a porta.

Então essa é a analogia que o Jason Fung faz: que a insulina é como se fossem os empurradores do metrô.

“Chegou glicose ali, eu tenho que botar para dentro. Eu vou botar ali uma pessoa empurrando esse povo para dentro”.

Só que daqui a pouco uma pessoa só não é suficiente mais. Eu preciso de duas. E como está muito cheio, nem duas.

Às vezes três, quatro pessoas empurrando ali até conseguir fechar a porta do trem.

Então é isso que ele explica, que a Resistência à Insulina acontece porque tem um excesso de glicose e cada vez vai precisando de mais insulina para colocar essa glicose para dentro das células.

E quando chega um momento em que a glicose não dá mais conta, ou seja, não adianta mais empurrar para dentro porque não tem mais lugar ali para colocar mais nada, aí os passageiros começam a ficar esparramados na estação de embarque.

E isso é o Diabetes.

Ou seja, eu tenho ali um monte de glicose, mas eu não tenho mais como colocar essa glicose para dentro das células.

A insulina não consegue mais fazer o seu trabalho de forma eficiente.

Então assim, para nós entendermos isso de um ponto de vista mais prático, pega duas pessoas e imagina que essas duas pessoas tenham a mesma glicemia. Uma glicemia de 80 em jejum.

Só que uma delas tem uma insulina em jejum de cinco, enquanto a outra tem uma insulina em jejum de 15.

O que isso nos diz? Que essa pessoa que tem uma insulina de 15 está tendo que fazer um esforço três vezes maior do que a outra para manter essa glicemia em 80.

Uma delas consegue manter a glicemia em 80 com cinco de insulina, enquanto a outra está com 15 de insulina para manter esses mesmos 80 de glicemia.

Então a Resistência à Insulina é isso: é cada vez precisar mais insulina para fazer o mesmo trabalho, que é manter essa glicemia estável.

Isso é semelhante a outros medicamentos que nós tomamos, que nós vamos precisando de doses cada vez maiores para fazer o mesmo efeito. Então isso já é bastante conhecido, assim, na Fisiologia.

Então esse é o aspecto da saúde.

Então você imagina o seguinte: o meu caso, por exemplo, que eu já, com 32 anos de idade, estava com 33 de insulina basal; quando o normal é entre três e seis, no máximo oito.

Não se espera que passe de um dígito a insulina basal, e eu estava com 33.

Então, quer dizer, o meu pâncreas estava fazendo um esforço muito grande, estava colocando muita insulina para conseguir manter a minha glicemia sob controle.

Então eu estava indo no caminho do Diabetes. Eu estava. Eu não tenho dúvida disso.

Mais um pouco eu seria uma pessoa diabética, só que eu consegui enxergar isso antes de chegar nesse ponto.

Então esse é o aspecto da saúde. Inclusive têm estudos que mostram que a Resistência à Insulina acontece décadas antes do diagnóstico do Diabetes tipo 2.

Tem um estudo que mostra que, mais ou menos, 10 a 12 anos antes do diagnóstico do Diabetes a Resistência à Insulina já está instalada.

E qual é o problema? Por que a gente demora tanto tempo para identificar isso?

Porque existem… eu chamo de estágios, é uma evolução.

Então em um primeiro momento, quando a pessoa começa a ficar resistente à insulina, o que se vê normalmente é a insulina após as refeições começa a aumentar.

Porque é um momento que está entrando glicose no corpo e a insulina tem que dar conta daquilo ali. Então a insulina após as refeições começa a ficar elevada.

Depois de um tempo de você manter essa alimentação com esse excesso de glicose entrando no corpo e excesso de secreção de insulina para dar conta disso, chega um momento em que a insulina não baixa mais.

Ela fica elevada o tempo inteiro, que foi o que aconteceu comigo. Então quando você vai fazer um exame em jejum a insulina já está elevada porque ela não chega mais a baixar. Ela fica elevada o tempo inteiro.

E depois disso, você vai vendo que, com o tempo, de ficar forçando o pâncreas desse jeito, você acaba tendo danos nas células beta do pâncreas, que são as células que secretam a insulina.

Você vai tendo danos e algumas dessas células vão morrendo com o passar do tempo e quando chega o ponto em que elas vão morrendo e a quantidade produzida de insulina não é mais suficiente para manter a glicemia sob controle, aí é que a glicemia em jejum começa a aumentar.

Primeiro começa a aumentar a glicemia depois das refeições e só depois que a glicemia em jejum começa a aumentar.

Guilherme: Entendi.

Então é por isso que você afirmou antes que quando a glicemia em jejum já está alterada, a Resistência à Insulina já se instalou muito tempo antes, por causa desse desencadeamento de processos.

Liss Bischoff: Exato.

Porque assim, como os médicos normalmente acompanham a glicemia em jejum, quando a glicemia em jejum começa a aumentar, isso significa que já têm décadas de danos acontecendo ali.

Quer dizer, primeiro a insulina após as refeições começou a aumentar e depois de alguns anos naquele excesso de produção de insulina depois das refeições, ele começa a aumentar também em jejum e aí começa a ter toda essa cadeia de eventos, até que as células beta vão sendo danificadas e o pâncreas não dá mais conta e aí que a glicemia vai aumentar.

Então vai ter uns dez, 12, até 14 anos de danos que aconteceram no corpo dessa pessoa e ela não sabia.

E quando ela vai descobrir com o diagnóstico do Diabetes, muita coisa já aconteceu.

Por exemplo, dizem que os estudos mostram que os danos macro vasculares começam a acontecer dez anos antes do diagnóstico do Diabetes.

E os danos microvasculares começam em torno de cinco anos antes.

Tanto é que têm casos em que a pessoa não sabe que é diabética e que descobre, por exemplo, é o Oftalmologista.

A pessoa vai fazer um exame de visão, de olhos, e o Oftalmologista descobre que aquela pessoa tem danos nos vasos sanguíneos dos olhos.

Então a Resistência à Insulina já está instalada há muitos anos e ela já causou danos naqueles micro vasos e a pessoa não sabe. Por quê?

Porque a glicemia ainda está normal, então eu fico esperando a glicemia ficar elevada para eu poder dar um diagnóstico.

E graças a Deus hoje em dia alguns médicos já estão acordando para isso e muitos deles já estão pedindo, em vez de pedir apenas o exame de glicemia, pede também o de insulina porque é onde a gente começa a ver isso mais cedo.

A minha Cardiologista, por exemplo, sempre pediu.

Toda vez que eu fazia exame de rotina com ela, ela sempre pedia insulina basal junto. Então eu sempre tive um histórico de acompanhamento, então eu sei que a minha insulina é elevada já há muito tempo.

Roney: Certo.

Eu acho que nós podemos clarificar aqui para quem está nos ouvindo qual é a causa da Resistência à Insulina ou quais são os fatores que vão levando o corpo a ficar cada vez mais resistente, às células ficarem cada vez mais resistente á insulina.

E também seria interessante falarmos quais são os sinais, ou sintomas, ou como as pessoas podem saber antes desses dez ou 14 anos que elas estão começando a ficar com Resistência à Insulina para poderem cortar o mal pela raiz, digamos assim, antes de ele crescer.

Guilherme: Acho que a pergunta que todo mundo que está nos ouvindo deve estar pensando é:

“Nossa, entendi que Resistência à Insulina é uma coisa muito ruim. Como é que eu pego isso? E também como é que eu sei se eu tenho ou não?”.

Liss Bischoff: É, então.

Ou Doutor Jason Fung explica o seguinte: os alimentos que normalmente estimulam mais a insulina são os carboidratos, principalmente os refinados, então farinha, açúcar…

Esse tipo de alimento causa um pico de glicemia primeiro, que vai ser seguido por um pico de insulina para baixar essa glicemia, que o trabalho da insulina é esse: é pegar essa glicemia que está entrando no corpo e levar para as células.

Então quando você tem muita glicemia entrando, muita glicose entrando, na forma de carboidratos, açúcares — porque carboidrato é isso, amido é uma cadeia de glicose — então quando a gente está comendo pão, massas, pizzas, essas coisas, a gente está consumindo uma cadeia de glicose.

E toda vez que nós consumimos isso a insulina precisa agir para colocar essa glicose para dentro das células.

Então nós temos dois fatores que influenciam bastante, que é: o que comer e quando comer.

Se eu comer alimentos de alto índice glicêmico, com muito carboidrato; isso aí vai demandar mais insulina.

Se eu comer mais frequentemente, se eu fizer seis refeições por dia, eu vou estar demandando insulina para cada uma dessas seis vezes que eu comer.

Então o Douto Jason Fung diz que a Resistência à Insulina precisa ter essas duas coisas.

Ela precisa ter níveis elevados de insulina e persistência desses níveis elevados.

Os níveis elevados nós conseguimos quando nós comemos os alimentos errados, que estimulam demais a insulina.

E a persistência desses níveis nós conseguimos quando nós ficamos estimulando isso o tempo inteiro.

Então aquela história de fazer seis refeições por dia — e eu fazia isso porque eu a vida inteira achei que isso é que era o correto — e eu estava fazendo mal para mim mesma porque eu ficava estimulando a insulina o dia inteiro.

Imagina você o seguinte: quando você come uma refeição e a insulina aumenta, ela leva de duas a três horas para voltar à linha de base, dependendo do que você comeu, às vezes pode levar mais do que isso.

Então quando eu estou comendo de três em três horas quando a minha insulina está voltando à linha de base, eu vou lá e pum, dou outro pico nela.

Então ela passa o dia inteiro elevada. É exatamente isso o que acontece.

E aí o corpo começa a ficar resistente porque, como o Jason Fung explica, o seu corpo já está cheio de glicose.

Tudo isso ele está acumulando de alguma forma. Que forma? Na forma de gordura corporal! Porque ele tem que colocar isso em algum lugar!

Glicose é energia. Se eu não gasto energia, eu preciso estocá-la em algum lugar, então eu começo a estocar na minha gordura corporal, nos meus estoques de gordura corporal.

Só que eu já tenho energia demais e o corpo não quer mais energia, mas eu continuo botando energia para dentro, então o corpo começa a criar essa Resistência à Insulina, que é para evitar que tenha que colocar cada vez mais glicose para dentro da célula.

E respondendo à outra pergunta, os sinais, sintomas: às vezes não fica muito claro.

A pessoa não consegue identificar claramente porque é diferente de uma outra doença onde você tem algo muito característico, você tem uma febre, ou algo assim.

A Resistência à Insulina é muito silenciosa.

Então o que dá para você saber, por exemplo: hipoglicemia é um sinal de Resistência à Insulina.

Se a pessoa tem hipoglicemia isso significa que ela está tendo pico de insulina que está fazendo com que a glicemia caia muito rapidamente depois.

Têm alguns sinais como acantose nigricans, que são manchas escuras na pele, por exemplo, na região do pescoço, debaixo do braço, nas axilas, que são manchas escuras.

Às vezes a pessoa não sabe, ela pensa que aquilo ali é sujeira. Eu já vi casos em que a pessoa ficava esfregando para tentar tirar aquilo ali porque tinha vergonha porque achava que aquilo era sujeira e aquilo ali é um sinal claro de Resistência à Insulina.

Além, claro, da questão da circunferência da cintura. O Ted Naiman fala de uma medida que é a circunferência da cintura em relação à altura, que eu não deveria ter mais do que 0,5.

Então vamos dizer assim: se eu tenho 1,60m; eu não devo ter mais do que 80cm de circunferência de cintura porque se for acima disso, teria um sinal também de Resistência à Insulina.

Então são alguns sinais que nós podemos citar para a pessoa prestar atenção.

Guilherme: Perfeito, perfeito!

Então até agora nós falamos o que é Resistência à Insulina; as causas principais, que inclusive essa ativação crônica da insulina; alguns sinais e sintomas.

E agora: como que melhora?

Pela sua experiência pessoal nós entendemos que muito disso passou pela dieta low-carb.

Esse é o caminho para a Resistência à Insulina?

O que se faz quando a low-carb não basta, ou quando você chega a um platô, depois de emagrecer com low-carb e parece que nada mais adianta depois disso?

Liss Bischoff: Eu vou só fazer um pequeno adendo que eu acabei esquecendo.

Eu falei muito da questão da Resistência à Insulina como um caminho para o Diabetes, mas tem a questão do peso, que nós acabamos passando meio batido, que a insulina é também o hormônio que regula o estoque de energia no corpo, o estoque de gordura corporal.

Então quando os níveis de insulina estão elevados, eles mandam mensagens para o corpo estocar energia na forma de gordura corporal.

Quando os níveis de insulina estão baixos, eles mandam um sinal de liberar energia.

Faz todo o sentido, ?

Porque quando nós estamos alimentados, a insulina aumenta: eu tenho estoque de energia.

E, quando eu estou comendo menos, estou em jejum, os meus níveis de insulina vão baixar e aí eu estou mandando um sinal para o corpo de que ele precisa arrumar energia de outro lugar para gastar e aí ele vai usar os estoques de gordura corporal como fonte de energia.

Então a insulina regula essa forma de estocagem de energia na forma de gordura corporal, então por isso que a Resistência à Insulina está diretamente relacionada com a questão do peso.

Então o que nós fazemos para tentar tratar isso?

Como o Jason Fung falou, se a Resistência à Insulina precisa de duas coisas: ela precisa de níveis elevados de insulina e ela precisa de persistência desses níveis de insulina elevados para acontecer, eu tenho que atacar essas duas coisas.

E eu já falei para vocês antes, que uma delas é o que comer e a outra é quando comer.

Então, o que comer: se eu não quero ter pico de insulina e esse é um problema, eu vou comer alimentos que vão evitar esses picos.

Então low-carb trabalha justamente nisso aí.

Eu vou ter uma alimentação com menos carboidrato, com menor índice glicêmico, eu vou ter uma menor estimulação da insulina, e com isso eu consigo reduzir esse nível elevado de insulina.

O outro fator é o quando comer.

Então é aquilo que eu disse antes: se eu estou comendo seis vezes por dia, eu estou estimulando a insulina seis vezes por dia e o que eu quero é estimular menos.

Então se eu passar a fazer duas ou três refeições por dia, eu vou estar estimulando apenas naquelas duas refeições.

E aí o que acontece?

Eu vou estimular a insulina, menos, porque eu estou comendo low-carb e a insulina vai voltar à linha de base em duas, três horas depois da refeição e depois disso eu vou ter um período de descanso, um período de insulina baixa até a próxima refeição.

E aí vale tanto reduzir o número de refeições por dia, quanto o jejum intermitente.

Se eu ficar 18 horas, 20 horas, 24 horas em jejum, eu vou manter a minha insulina mais baixa, durante mais tempo.

E é com isso que nós vamos trabalhando a fim de reduzir os níveis de insulina que, consequentemente, vão aos poucos, reduzindo a Resistência à Insulina em si.

Então, como eu comentei com vocês lá no início, quando eu conheci low-carb e eu comecei a fazer, eu perdi uns 15 quilos, mais ou menos, e depois disso eu cheguei em um ponto em que eu não consegui mais perder peso.

Mesmo seguindo low-carb, mesmo fazendo jejum, chegou em um ponto em que eu não estava conseguindo evoluir mais — e aí eu tive que buscar outras estratégias.

Eu fiquei mais ou menos dois anos tentando perder peso e a balança simplesmente não saía do lugar.

Aí agora, no mês de maio, junho, eu fui consultar o meu Nutricionista, eu resolvi fazer uma abordagem multidisciplinar para tentar ver se eu conseguia reverter isso e voltar a perder peso.

Porque, apesar de eu ter perdido mais de 15 quilos, apesar de eu ter melhorado muito a minha saúde, eu ainda estava em um nível de gordura corporal acima do que eu queria estar.

Eu achava que eu poderia ter menos e que eu poderia trabalhar isso.

Aí eu busquei essa abordagem multidisciplinar, contando com um Nutricionista para tentar a estratégia nutricional.

Um Coach, porque eu tinha que trabalhar também a questão comportamental, o Coach me ajudou a enxergar onde eu estava me auto sabotando.

Porque todo mundo faz isso, ? A gente se auto sabota e não consegue perceber isso.

E eu busquei um treinador também para montar um treino para mim, para junto com a dieta, conseguir alcançar o meu objetivo.

Então eu comecei a trabalhar nessas três frentes.

Em relação à estratégia nutricional, eu procurei o meu Nutricionista, eu disse para ele: “Olha, eu estou há dois anos aqui, tentando perder peso, estou fazendo low-carb, não estou conseguindo sair do lugar… o que eu posso fazer para tentar reverter esse quadro e voltar a perder peso?”.

E aí ele disse para mim assim: “Podemos tentar uma estratégia nova, uma coisa diferente que você não tentou ainda?”, e eu disse: “Vamos! Vamos tentar porque o que eu tenho a perder, ?”.

E aí ele me disse o seguinte: “Primeiro, o que você quer?”, e aí eu disse para ele: “O que eu quero é, primeiro, manter o carboidrato baixo”.

Eu estava já em um dieta bem cetogênica, eu estava com algum nível de cetose, e a cetose diminui bastante a fome para mim. Então eu não queria mexer nisso.

Eu queria continuar com uma dieta bem baixa em carboidrato para conseguir manter a fome sob controle.

E aí ele me fez a seguinte proposta: “Então vamos fazer ciclos. Vamos fazer o ciclo hipocalórico, que é onde a gente diminui a quantidade de gordura na alimentação e, com isso, a gente consegue diminuir calorias e vamos fazer o ciclo normocalórico”.

Para tentar entender, assim, o que tem por trás disso… a questão da gordura já vem sendo discutida no meio low-carb há algum tempo.

Alguns especialistas da área já vem dizendo isso: “Se você está com um platô com low-carb e não consegue mais perder peso, experimente reduzir a quantidade de gordura da sua alimentação”.

E assim, até o Souto tem um texto bem interessante no blog dele.

É um texto recente que ele fez sobre a gordura, onde ele fala o seguinte: “Se fome e prazer não existissem, a estratégia ideal para o emagrecimento seria uma dieta de baixo carboidrato, baixa gordura, baixa caloria e alta proteína”.

E aí ele explica o porquê.

O baixo carboidrato vai forçar o seu corpo a usar a gordura como fonte de energia.

Se você faz também uma baixa gordura, você faz com que o seu corpo tenha que usar a gordura do seu corpo e não a gordura da alimentação, já que você está diminuindo a quantidade de gordura que está ingerindo.

A alta proteína vai fazer com que você conserve a sua massa magra e o déficit calórico, ou seja, fazer uma dieta de baixa caloria, é o que vai fazer com que o seu corpo comece a usar esses estoques de gordura como fonte de energia.

Então assim, isso para mim já fazia sentido: eu fazer uma dieta com menos gordura para tentar sair do platô.

E aí eu tentei entender o porquê da questão dos ciclos.

E aí inclusive tem um estudo que eu até vi em um Congresso Ortomolecular que teve agora no mês passado, que é justamente o estudo que o meu Nutricionista se baseou para montar essa estratégia, que é o seguinte: nós sabemos que quando nós começamos a ter uma dieta de restrição calórica e começa a perder peso, o corpo vai se adaptando.

É o que nós chamamos de… poxa, esqueci o nome agora…

Guilherme: É uma adaptação metabólica do corpo?

Liss Bischoff: É, mas tem um nome. Eu até escrevi um texto sobre isso. Está lá no blog, sobre essa Termogênese Adaptativa.

Então o que acontece? Tem até um estudo dos participantes do Biggest Loser tem até um texto no Blog do Souto também falando sobre isso, mostrando que os participantes do Biggest Loser fizeram dieta hipocalórica, faziam bastante atividade física, e perdiam peso.

Mas eles foram acompanhados ao longo do programa, e por seis anos depois de acabar o programa.

E a grande maioria deles voltou a ganhar peso depois.

Teve gente que, inclusive, ficou mais pesado, mais gordo do que estava antes do programa.

E aí eles observaram que a taxa metabólica basal dessas pessoas diminuiu, mas diminuiu muito mais do que seria a redução em função do tamanho da pessoa.

Porque pensa assim: quando você está com 150 quilos, você tem uma determinada necessidade energética para aquelas 150 quilos. Se você perder metade desse peso e passar a passar 75, você vai precisar de menos calorias, menos aporte energético para manter esses 75 quilos.

Só que o que eles descobriram é que o metabolismo baixa mais do que isso.

Então se eu pegar duas pessoas com 80 quilos, uma pessoa que nunca engordou, vai ter um determinado metabolismo e a outra pessoa que pesou 150 e que agora está pesando 80; ela vai ter um metabolismo basal menor.

Então esse estudo mostrou que teve diferença de até 800 calorias a menos.

Então esse é o principal fator que faz com que as pessoas ganhem peso de novo depois porque você começa a fazer a dieta, começa a perder peso e quando você volta a se alimentar no que deveria ser o seu normal, você começa a ganhar peso porque o seu metabolismo está muito abaixo disso por causa dessa Termogênese Adaptativa.

Então a ideia dos ciclos, tem um estudo — que depois eu acho que vocês vão linkar o texto que eu escrevi essa semana sobre essa questão do platô — tem um link lá do estudo que fala disso.

Então eles pegaram várias pessoas e dividiram em dois grupos.

Em um grupo eles colocaram uma restrição calórica contínua e no outro grupo eles fizeram a restrição intermitente.

Então esse segundo grupo tinha duas semanas de dieta hipocalórica com redução de 33% em relação ao que era calculado de necessidade de aporte energético; e duas semanas com 100% da necessidade energética.

E aí eles compararam os dois grupos. O que aconteceu?

O grupo que fez a redução calórica intermitente teve uma menor redução na taxa metabólica basal comparada com o outro grupo que fez a restrição contínua.

No final, o grupo que fez a restrição intermitente perdeu mais peso e foi acompanhado por seis meses após o fim do estudo e, no final, chegou também mantendo uma perda de peso maior.

Então só para vocês terem uma ideia: o grupo que fez a restrição contínua chegou ao final do estudo com três quilos de perda de peso e o grupo que fez a restrição intermitente chegou ao final do estudo com 11 quilos de perda de peso, mantida depois do término do estudo.

Então eles chegaram à conclusão de que fazer essa estratégia intermitente ajuda a evitar, ou pelo menos reduzir, essa Termogênese Adaptativa.

Então essa foi a estratégia que o meu Nutricionista propôs e eu achei interessante e comecei a fazer. E aí eu vi que realmente começou a dar resultado.

A minha meta inicial, agora, era perder mais dez quilos. Eu já estou mais ou menos na metade disso.

Então eu acredito que seguindo o que estava sendo proposto, eu acho que consigo alcançar aí o meu objetivo. Eu estou firme para chegar nele.

Guilherme: Ah, muito bacana!

Esse caráter intermitente da dieta, no caso, se você for pensar de um ponto de vista evolutivo faz sentido.

Porque é difícil imaginar uma população que vivesse o tempo todo passando fome.

Com certeza o corpo ia ter algum mecanismo regulatório para impedir que essa pessoa queimasse todo o estoque energético dela.

Liss Bischoff: É. Deixa só eu fazer um complemento: lá no texto que eu fiz, que eu coloquei no blog, eu até falei disso.

Esse estudo… por que eles escolheram duas semanas como prazo para fazer essa intermitência, ?

Naqueles estudos de fome, de semi-fome que o Ancel Keys que foi publicada lá na década de 50, se não me engano, eles perceberam que duas semanas, mais ou menos, era o tempo que a pessoa conseguia ficar em restrição calórica e depois disso o metabolismo ia começando a baixar.

Porque você imagina, como você falou, do ponto de vista evolutivo, vão ter momentos em que vai faltar comida.

Mas se isso demorar muito, se passar duas semanas, três semanas e não tem uma perspectiva de ter comida; o seu corpo começa a economizar, certo?

Ele não quer que você morra, então ele começa a economizar e vai diminuindo o metabolismo basal.

Então eles chegaram à conclusão que essas duas semanas eram um tempo para fazer essa estratégia de intermitência.

E aí eu queria só aproveitar… posso fazer tipo Xou da Xuxa? Posso mandar agradecimento e um beijo para um pessoal que me ajudou nessa etapa?

Roney: Pode, claro, Liss! Pode se sentir à vontade!

Liss Bischoff: É porque eu não posso falar disso sem mencionar as pessoas que me ajudaram nesse processo, ?

Como eu falei, o Coach foi muito importante. Eu fiz coaching com o Teco Mendes e a Adriana Carioba. O Teco Mendes me ajudou demais a enxergar muitas coisas que eu não estava conseguindo ver… aquilo que eu falei da questão da auto sabotagem.

O meu treinador, que é o Rodrigo Fonseca, que montou um treino bem bacana para mim, que infelizmente eu não estou cumprindo tão direitinho quanto eu deveria, mas eu prometo que eu vou fazer, que eu vou voltar com força.

E, claro, não poderia deixar de falar do meu nutri Jefferson Bitencourt, que montou isso para mim.

Ele me perguntou o que eu queria, eu falei para ele e ele fez o máximo para trazer uma estratégia que se adaptasse àquilo que eu queria, àquilo que eu estava disposta a fazer e está dando super certo.

Eu estive, inclusive, ontem com ele em uma consulta e ele está bastante contente com os resultados, assim como eu também, claro.

Então eu não posso deixar de mandar um muito obrigada para essas pessoas.

Roney: Que ótimo, Liss! Então, muito obrigado mandado.

Agora eu acho que nós gostaríamos de abordar um pouco sobre os seus blogs, os seus projetos: o Resistência à Insulina e também sobre o portal Saúde Ancestral.

Você pode falar um pouquinho para a gente sobre eles?

Liss Bischoff: Sim!

Então, como é que surgiu o Blog Resistência à Insulina?

Como eu contei para vocês lá no começo, eu fui para o spa vegano, saí do spa vegano, conheci o Barriga de Trigo e através do Barriga de Trigo eu cheguei no Blog do Souto.

Quando eu cheguei no Blog do Souto eu comecei a devorar aquele material todo porque eu me vi encantada, porque como eu falei para vocês, eu já sabia que eu tinha Resistência à Insulina, mas nunca tinham me explicado do jeito como o Souto explica no blog dele.

Então eu comecei a ler aquilo tudo, eu comecei a me identificar demais, eu comecei a colocar em prática e comecei a ter resultado.

Então eu queria contar aquilo para o mundo!

Eu queria contar para o mundo: se você fizer direitinho você consegue resultado, você consegue não só perder peso.

Você consegue melhorar a sua saúde, você consegue se livrar de problemas, como eu contei, a pressão arterial, a enxaqueca, dores, azia… várias outras coisas.

Então eu queria contar isso para o mundo e aí eu resolvi fazer o meu blog para contar a minha experiência e também para traduzir textos que eu achava que podiam ajudar as pessoas a entenderem um pouco melhor isso.

Isso foi uma das razões e a outra razão também foi porque eu sentia que eu tinha que ter algo que me mantivesse comprometida.

Se eu tivesse um blog e estivesse escrevendo para outras pessoas, isso faria com que eu tivesse um comprometimento muito maior e permanecesse na dieta, permanecesse fazendo aquilo que eu prego para as pessoas.

Então isso podia me ajudar a me manter, manter meu foco.

Então eu criei o blog, mas assim, foi bem despretensioso.

Criei para ter esse acervo de informações que eu achava importante e aos poucos eu fui tendo contato com outras pessoas.

Eu participava do grupo de Facebook do Paleo Primal.

Lá no Paleo Primal eu conheci a Juci de Paula, que vocês também conhecem, e nós ficamos bastante próximas.

E aí conversando com ela eu disse para ela assim: “Eu queria montar um grupo de Facebook, mas um grupo de Facebook que fosse mais voltado para a saúde, mais voltado para o pessoal que têm Resistência à Insulina, para o pessoal que têm Diabetes tipo 2” e aí eu a convidei: “Vamos montar o grupo”.

No começo ela não quis, ela foi resistente e tal, mas eu consegui convencê-la.

E aí nós criamos esse grupo no Facebook e a partir desse grupo, outras pessoas foram se juntando… hoje temos lá de moderadora eu, a Juci de Paula e a Rê Calixto. E aí a partir disso outras parcerias foram surgindo.

Ano passado a Mônica Souza esteve aqui em Brasília, nós palestramos juntas e eu fui conhecendo outras pessoas e aí nessa coisa de conhecer pessoas do mundo low-carb, nós chegamos a uma ideia…

Eu queria, era um sonho meu, poder ter uma lugar onde pudesse agregar várias dessas pessoas que estão no meio low-carb, levando essa informação para as pessoas assim como eu estava levando.

E eu tive essa ideia: “Vamos criar um portal onde a gente possa juntar um monte de gente diferente, mas com o mesmo objetivo, que é levar informação de qualidade sobre saúde, sobre alimentação low-carb para as pessoas?”.

E aí conversando, entrei em contato com o Hilton Sousa, do PaleoDiário, e aí o Hilton Souza comentou comigo que essa ideia já existia, já era uma ideia antiga, desde 2014 ou até antes disso, que algumas pessoas do meio, inclusive vocês, que eu sei, já pretendiam fazer isso.

Então quando eu cheguei com essa proposta o Hilton prontamente acolheu e disse:

“Vamos conversar com o pessoal, vamos juntar essas pessoas e vamos botar esse portal para funcionar”.

E aí nós fomos conversando com as pessoas que nós conhecíamos e que estavam atuando no meio e hoje são mais de 30 participantes que estão lá no portal Saúde Ancestral, que são pessoas que escrevem, que compartilham informações, seja por meio de site, seja por meio de Instagram.

Nós procuramos realmente juntar as pessoas que tenham essa maior contribuição no meio, para chegar nas pessoas e passar informação.

Então ficou um portal bem legal, com bastante gente com ideias diversificadas, inclusive. Isso aí é bom registrar. Lá tem diversas visões que vão agradar a públicos diversos também.

Clique aqui para conhecer o Portal Saúde Ancestral.

Então nós vamos ter, por exemplo, para quem gosta de receitas low-carb, tem o pessoal que faz receita, que coloca lá.

E para o pessoal que gosta de uma alimentação mais limpa, que não foca em receita, mas foca em comida de verdade, mais limpa, também tem os autores que seguem essa linha, que defendem essa linha.

Então tem um material bastante variado que atende aos diversos públicos.

E eu fico muito contente de ver essas pessoas todas juntas porque, por exemplo, agora recentemente teve um evento em São Paulo que nós conseguimos reunir várias dessas pessoas que não se conheciam fisicamente, mas se conheciam pelo meio virtual, pelo Instagram, Facebook, WhatsApp e nós pudemos estar lá, todo mundo juntos, e tirando foto juntos. E podendo compartilhar isso também com as pessoas que nos seguem. Foi bem bacana.

Roney: Legal, Liss. Muito bacana.

E agora nós estamos chegando na parte final do podcast e nós gostaríamos de saber se você tem alguma mensagem final, algum recado para deixar para o pessoal que nos ouviu até aqui.

Liss Bischoff: Então, eu acho que de toda essa minha experiência, que eu relatei aqui para vocês, tem uma coisa que eu queria chamar a atenção e que me preocupa um pouco, que é quando nós escutamos coisas na mídia, como por exemplo: “Tirar o glúten da alimentação é modinha”.

Eu vi a diferença enorme que fez na minha vida quando eu tirei o glúten da minha alimentação e vi, por exemplo, a enxaqueca indo embora e eu vou dizer para vocês: enquanto eu estava doente, eu já tinha pesquisado, já tinha lido e eu cheguei à conclusão que eu não tinha problema com o glúten.

Porque muito do que se vê nos textos na mídia, enfim, foca muito nos sintomas gastrointestinais de quem tem, por exemplo, doença celíaca ou sensibilidade ao glúten.

Foca muito nesses sintomas gastrointestinais e não explica que tem uma série de outros sintomas, uma série de outros problemas que podem estar relacionados com o glúten que são muito diferentes dos sintomas gastrointestinais.

Então eu, como não tinha esses sintomas gastrointestinais, achava que não tinha problema com o glúten. Eu só fui descobrir quando eu tirei.

Quando eu fiquei 30 dias sem glúten foi que eu fui perceber o tanto de coisa que o glúten afetava a minha saúde e que eu não fazia ideia.

Então assim, para as pessoas que estão aí fora, para quem não sabe se tem problema com o glúten ou não, uma forma de saber, é lógico, é fazendo os exames.

Quem é celíaco prega muito isso: que a pessoa, antes de excluir o glúten, essa faça os exames para saber se não tem doença celíaca ou sensibilidade não-celíaca ao glúten.

O problema é que a maioria das pessoas acha que não tem problema com o glúten, então acabam não fazendo os exames, acabam não descobrindo e continuam comendo glúten para o resto da vida, prejudicando sua saúde.

Então quando nós excluímos o glúten por um tempo, que sejam 30 dias, pelo menos, você consegue começar a prestar atenção em quais são os sintomas que estão mudando quando você tira o glúten da alimentação.

E aí você consegue ver se você tem algum problema, alguma desordem relacionada com o glúten ou não. E aí você pode ver se é necessário fazer exames mais aprofundados.

Eu fiz no ano passado de doença celíaca, voltei a ingerir glúten na metade do ano passado para poder fazer esses exames, só que eu não queria comer pão, não queria comer massa, essas coisas, então eu comprei o glúten em pó e adicionei na minha alimentação para poder fazer os exames. E aí eu pude ver claramente.

Porque a questão da azia, por exemplo, quando eu comecei a adicionar o pozinho de glúten na água e tomando aquilo, a minha azia, a minha gastrite e o meu refluxo voltaram automaticamente, as dores de cabeça voltaram, então eu não tenho dúvida porque a única coisa que eu fiz de diferente foi acrescentar o pozinho de glúten na água e tomar. Então eu sei que aqueles sintomas vieram do glúten mesmo.

Então assim, eu acho que as pessoas que têm dúvida têm que testar nelas mesmas para saberem.

De repente pode não ter problema nenhum, mas de repente elas podem descobrir que algum problema de saúde que elas carregaram a vida inteira pode de repente estar sendo causado, estar sendo impactado pelo glúten que elas estão comendo na alimentação e que elas não fazem a menor ideia.

Guilherme: Perfeito!

Acho que é muito, muito importante ressaltar esse ponto de experimentar porque, por mais que a gente tenha estudos e teorias, e coisas que funcionam para muita gente, a resposta individual sempre é a mais importante para a pessoa saber como ela vai se sentir.

E, Liss, para quem nos ouviu até agora, gostou de você e gostou da sua história e das suas mensagens, como eles podem acompanhar mais?

Você mencionou sites, o Resistência à Insulina e o Saúde Ancestral; mas as mídias sociais quais são, que o pessoal pode seguir você e ver como anda o seu trabalho?

Liss Bischoff: Então, tem o Instagram @mundoliss, depois vocês vão escrever porque senão o pessoal não vai conseguir achar porque o meu sobrenome é complicado.

Guilherme: Claro! A gente escreve e coloca o link bonitinho. É só clicar e seguir. Não tem segredo.

Liss Bischoff: É… então, tem @liss_bischoff no Instagram e o mesmo Liss Bischoff no Facebook também.

E tem o Grupo no Facebook Resistência à Insulina, que a gente falou, que está lá, funcionando… o pessoal entra lá, aprende sobre comida de verdade, aprende sobre Resistência à Insulina, sobre Diabetes e é bem interessante porque os participantes trazem muita informação para a gente.

Eles trazem exames, por exemplo, que eles fizeram, e nós conseguimos ver a evolução deles.

Então é um trabalho bem interessante. Então eu acho que para quem tiver interesse também o grupo do Facebook é interessante.

E, lógico, o saudeancestral.com.br, que também está no Instagram @resistencia.insulina, e que também está no Facebook, Saúde Ancestral.

Então lá vão encontrar eu, vão encontrar vocês e vão encontrar mais quase 30 participantes bastante ativos no meio low-carb que estão bastante empenhados em levar informação de qualidade para as pessoas a respeito disso.

Então eu convido todos. Quem não conhece ainda o Saúde Ancestral, acessar lá, ver quem são os participantes, ver o material… tem bastante material disponível para download lá também, bastante material gratuito disponível.

Roney: certo, Liss!

A gente gostaria agora de agradecer a você pelo seu tempo, pela entrevista que você para a gente.

Nós sabemos que você se preparou para essa entrevista, então, muito obrigado mesmo por fazer parte aqui do nosso podcast.

Liss Bischoff: Eu que agradeço vocês terem me convidado.

Fico muito contente de estar aqui com vocês, que são pessoas que eu já acompanhava antes mesmo de eu ter o meu blog e sou fã também de vocês.

Só tenho a agradecer.

Guilherme: Ah, obrigadão!

E, claro, a gente também quer agradecer quem nos escutou até aqui.

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É o melhor jeito de nos ajudar a crescer e a atingir mais pessoas com esse conteúdo semanal que nós preparamos com tanto carinho.

Roney: A gente se vê em um próximo episódio aqui do podcast, que são divulgados todas as segundas-feiras.

Um forte abraço

Roney e Guilherme: Do Senhor Tanquinho.

Guilherme: Você acabou de ouvir mais um episódio do podcast do Senhor Tanquinho.

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