Podcast #057 — Diabetes Tipo 1, Nutrição, E Crianças, Com Nutri Tatiane Attilio

Se você não arrumar a base da alimentação — se você não fizer o uso de bons carboidratos, proteínas de alto valor biológico, gorduras saudáveis —  e fizer apenas contagem do carboidrato, vai dar erro.”

No podcast de hoje, contamos com a Nutri Tatiane Attilio.

A Tati é especialista em nutrição clínica — e também em obesidade e emagrecimento.

Ainda assim, vamos muito além desses tópicos hoje: pois mergulharemos fundo na questão do diabetes tipo 1.

O que faz muito sentido, uma vez que a Tati — além de estudiosa desses tópicos — ainda tem uma filha pequena que é diabética tipo 1.

Este episódio ficou muito rico, e sugiro que você o compartilhe com pessoas que podem se beneficiar deste conhecimento.

Por isso — se você se interessa por esse assunto— escute atentamente até o final.

Porque, desta forma, você vai saber tudo sobre:

  • a história pessoal da Tati com a perda de peso e a nutrição,
  • como surgiu o interesse profissional por diabetes tipos 1 e 2,
  • por que as orientações de gestão do diabetes tipo 1 não funcionam na prática,
  • por que é importante usar menos insulina no dia a dia do diabético tipo 1,
  • quais as alterações alimentares que permitem que isso aconteça,
  • quais as diferenças e cuidados adicionais quando falamos em crianças com diabetes,
  • quais os erros mais comuns que os diabéticos cometem no dia a dia,
  • a importância da conversa para preparar a família,
  • como ir numa festa infantil e não “comer a festa”,
  • por que evitar os alimentos “enriquecidos”,
  • a contradição entre nossos hábitos atuais e nossa saúde,
  • a estranha história do espinafre e do marinheiro Popeye,
  • por que a low-carb é às vezes vista com desconfiança
  • a loucura de recomendar aos diabéticos que evitem a gordura (e por que isso está errado),
  • carboidratos lixo: já pensou em como a oferta mudou?
  • a mensagem final da Tati para você,

e muito, muito mais.

Escute tudo isso, pontuado por toda a irreverência da Tati, dando o play no tocador abaixo.

E acompanhe de perto o trabalho da Tati — que é super ativa no Instagram @tatianeattilio.nutri.

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Segue abaixo a transcrição completa do episódio.

(E lembre-se de COMPARTILHAR o episódio com quem você ama.)

Transcrição Completa Do Episódio

Guilherme: Olá tanquinho, olá tanquinha!

Sejam muito bem-vindos e bem-vindas a mais um episódio do nosso podcast.

E, desta vez temos conosco, como convidada, a Nutri Tatiane Attilio.

Tudo bem Tati?

Nutricionista Tatiane Attilio: Olá boa noite! Tudo bem, é um prazer estar aqui com vocês viu, muito obrigada pelo convite!

Roney: Olá a todos os tanquinhos que estão nos ouvindo!

A Tati, para quem não conhece, é nutricionista, especialista em nutrição clínica, e obesidade e emagrecimento.

Tati, como você pode se apresentar melhor para quem tá ouvindo a gente e ainda não te conhece?

Tatiane Attilio — Da Família Italiana À Faculdade De Nutrição

Nutricionista Tatiane Attilio: Bom, antes de tudo, de ser nutricionista, eu sou uma pessoa extremamente curiosa.

Então a nutrição é um campo riquíssimo e isso faz de mim, antes da profissional, uma pessoa que busca sempre o embasamento para conseguir atender o meu paciente de uma forma de bastante globalizada, bem personalizada, então eu acho que esse é o diferencial da profissional.

Eu gosto de olhar as coisas de outra forma, de uma forma sempre reciclando e buscando evidências científicas para ter um trabalho bem solidificado.

Guilherme: Ah excelente! E realmente a nutrição é um campo que permite esse tipo de visão, esse tipo de curiosidade e realmente permite tanto o estudo quanto a experiência clínica; É realmente algo fascinante.

Como que você começou a se interessar por nutrição e também por esse lado um pouco mais voltado as evidências digamos assim?

Nutricionista Tatiane Attilio: Então, eu sou de família Italiana e sempre, em casa, nós tivemos muito de tudo — desde a alimentação saudável até alimentos riquíssimos em produtos refinados: açúcares e farinhas.

E isso para nós nunca foi uma coisa que era “eventualmente”, não: era a rotina mesmo.

Então desde muito cedo eu lutei contra a balança e acabei indo fazer nutrição para tentar resolver essa minha briga.

Daí eu saí da faculdade descrente de que aquilo que eu aprendi iria me ajudar: porque eu já tinha feito todos os tipos de dieta até ali e não tinha dado resultado. Por isso que eu me interessei e fui atrás da nutrição clínica.

Durante os primeiros cinco a oito anos eu trabalhei como consultora em dieta enteral, com pacientes críticos, terminais, pacientes de UTI, crianças e diabéticos, hipertensos, câncer, hepatopata, nefropatas, que foi a base da minha formação.

Diabetes Tipo 1 — Como Surgiu O Interesse

Roney: Perfeito, Tati. E como é que surgiu o seu interesse em lidar com o diabetes tipo 1?

Nutricionista Tatiane Attilio: Então, essa história do diabetes tipo 1 é uma coisa muito bacana,

Quando eu comecei a fazer estágio, meu primeiro paciente foi um paciente domiciliar — ele era adolescente e tinha diabetes tipo 1.

Eu gostei muito daquilo porque ele vivia internado. E depois do tratamento que eu comecei a buscar com ele, a gente foi fazendo, desenvolvendo um trabalho bastante personalizado,

Ele acabou diminuindo o número de internações e melhorando o controle da glicemia.

Eu me interessei tanto por aquilo que, quando eu fui fazer um mestrado, eu fazia mestrado em biotecnologia de alimentos, e eu quis desenvolver um fitoterápico para controle do diabetes.

(Até então, do diabetes de uma forma generalizada, não tipo 1 ou tipo 2.)

Nessa época eu engravidei, porém mais tarde, em outubro de 2015… minha filha de 6 anos foi diagnosticada com diabetes tipo 1.

E daí pronto, foi o motivo que me incentivou, a não só mergulhar mais em águas bastante profundas à respeito do tema para conseguir da melhor forma cuidar da minha filha.

Gestão Do Diabetes Tipo 1 — Teoria x Prática

Guilherme: Olha só! Você já estava então imersa no tema e aí surgiu isso na sua vida de fato.

E o que mudou quando surgiu o diabetes mellitus tipo 1 na sua filha, comparado com o que você via?

Era muito diferente quando você acompanhava com a rotina em casa do que você lia nos livros e tudo mais?

Nutricionista Tatiane Attilio: Então, extremamente diferente, até porque é nos passado a contagem de carboidratos e é isso que a gente ensina o paciente a fazer.

E a gente sabe que as tabelas não são fidedignas aquilo que o alimento realmente é.

Ou seja, um alimento, hoje que a plantado no sul do Brasil, que tem uma terra preparada com determinados nutrientes, e colheita, e luz é diferente do mesmo produto plantado no centro-oeste ou no sudoeste enfim.

A variedade e o desvio padrão de nutrientes e de biodisponibilidade desses nutrientes é muito intensa — então o que a gente percebia?

Que ao fornecer, por exemplo, 15 gramas de carboidrato provenientes de uma fruta, eu poderia estar fornecendo muito mais do que aquilo ou muito menos.

Ou seja, o desvio padrão é muito grande, com isso você acaba podendo errar na dosagem de insulina.

E só com o monitoramento da glicose a cada duas horas, a cada alimentação, no início você vai tateando no escuro: comeu isso, contou carboidrato, deu isso…

No outro dia você faz a mesma coisa e dá o número errado (risos).

Então é muito muito complicado, e eu não queria usar insulina como remédio para minha filha, eu queria usar insulina para o fim que ela tem que é o carreamento da glicose para as células.

Porque excesso de insulina — já que ela é diabetes tipo 1 — também pode gerar uma resistência periférica à insulina, quando ela estiver mais adulta.

Então é por isso que eu sempre busquei essa relação com o carboidrato de uma forma bastante efetiva.

Guilherme: Ah excelente!

Faz total sentido sua preocupação: porque ficar tendo dosagens altíssimas de insulina ao longo de anos e anos (se fosse o caso de usar muito para controlar o excesso de glicose do sangue), faz total sentido que isso leve é uma resistência à insulina mais tarde.

E vamos explicar rapidinho para o pessoal que muitas vezes não sabe como é feita a gestão do diabetes tipo 1…

Quando você menciona de “usar insulina”, explica para o pessoal como é que funciona isso na abordagem ortodoxa?

Por que o diabético tipo 1 não produz insulina, não é isso?

Então ele não vai ter que usar de toda maneira?

Muitas pessoas talvez não saibam direito como funciona os detalhes.

Diabetes Tipo 1 — De Quanta Insulina Você Precisa?

Nutricionista Tatiane Attilio: Olha é tão engraçado isso que a minha filha fala assim pra mim.

Mãe, eu queria dizer para todos os diabéticos tipo 2, que tem cura!”

Ela fica indignada, porque ela tem essa noção do que é o diabetes tipo 1 e do que é o diabetes tipo 2 — e eu faço questão de explicar sempre para ela.

Então assim, diabetes tipo 1 não é uma doença.

Ele é um distúrbio metabólico causado por uma situação autoimune, onde o pâncreas não produz insulina — ou seja, insulina zero!

Como a insulina é zero, você é obrigado a utilizar essa insulina para que a glicose chegue até os órgãos e tecidos que necessitam dessa insulina para que a glicose adentre.

Sendo que existem órgãos e sistemas que você não precisa da insulina.

Então, quando você tem uma hiperglicemia, que é o aumento do açúcar no sangue, esses órgãos eles captam esse açúcar — o que acaba danificando esses órgãos.

Eles incluem:

  • o sistema nervoso central,
  • os rins,
  • os olhos,
  • e as partes periféricas do corpo,

Como os dedos dos pés e das mãos — e é por isso que a gente tem o pé diabético.

A insulina, para o diabetes tipo 1, não é um tratamento opcional, ele é obrigatório.

Agora a utilização dessa insulina em excesso pode causar danos irreversíveis como por exemplo uma hipoglicemia.

E daí, quando a mãe não sabe lidar, ou os familiares não sabem lidar, a criança pode entrar em desmaio e coma, então é muito complicado isso.

A gente tem que realmente estar muito atento, e acontece normalmente na madrugada, por isso que os pais acabam aferindo da glicemia sempre na madrugada até pelo menos tem um controle melhor disso.

A Dieta Correta Para Diabetes Tipo 1

Roney: Certo Tati, muito boa a explicação.

Então uma alternativa para não ficar utilizando tanto a insulina, seria justamente uma mudança na alimentação, não é mesmo? E como que seria essa mudança alimentar?

Seria com uma dieta mais baixa nos carboidratos?

Nutricionista Tatiane Attilio: Então, aí é que foi uma descoberta maravilhosa que eu posso contar para vocês porque nós temos, inclusive, vários depoimentos de diabéticos dentro do meu consultório e dentro do nosso convívio, que dizem que “eu sou diabético, não sou intolerante ao açúcar”.

Não é verdade. Por quê?

Porque o açúcar vai ter um tempo de ação muito rápido.

Diferente da insulina, é quase impossível mensurar quanto de açúcar você vai consumir para retirar um diabético de uma hipoglicemia (ou seja, de uma queda de açúcar).

Em termos práticos, não é somente o tipo de carboidrato que você vai fornecer, mas como você vai fornecer, e associado a que alimento você vai fornecer — para que essa liberação de glicose na corrente sanguínea seja de forma lenta e gradativa, essa é toda diferença.

Então eu não posso usar o açúcar — eu não devo usar o açúcar!

O diabetes tem N problemas fora o controle glicêmico: a gente tem problemas dermatológicos, a gente tem alteração do PH da boca — o que é faz com que o diabético tem que fazer raspagem de gengivas, controle de esmalte dentário…

A questão dermatológica é muito forte: o diabético tem uma pele extremamente sensível.

Então o banho tem que ter uma temperatura adequada, não pode utilizar qualquer tipo de produto… A gente também tem que ter um cuidado muito especial com os olhos,

Imagine uma criança diabética: nós ainda não temos a cura.

Então ela vai viver anos e anos e anos com isso e você quer — claro, todo familiar quer — que o seu ente querido tenha saúde.

Então você precisa ter este controle para usar o mínimo de insulina e garantir que os órgãos e tecidos do portador de diabetes tipo 1 fiquem íntegros até que a cura venha… ou que ele conviva com isso da melhor forma possível podendo desfrutar da vida com toda saúde e vitalidade que ele merece.

Guilherme: Ah excelente!

Então acho que a gente deu um panorama bacana aqui para o diabético tipo 1.

E é claro que — como você tocou de passagem, e o Roney também mencionou —  pode ser que usar uma ingestão menor de carboidratos, seja interessante para diminuir a necessidade de insulina para diabéticos tipo 1.

Agora a gente queria saber um pouquinho sobre o caso das crianças, você mencionou a sua filha que era pequena.

Existe alguma mudança quando a gente fala na gestão do diabetes tipo 1 para crianças em comparação com pacientes adultos?

Diabetes Tipo 1 — O Que Muda Para Crianças?

Nutricionista Tatiane Attilio: Ah sim, fora essa qualidade do carboidrato, por exemplo — até vou fugir um pouco só para voltar depois a essa questão — mas eu acho importante dizer, todo mundo acha que o integral é extremamente saudável né?

Só que ele não é! (Risos)

Então falei isso só para exemplificar a diferença do “carboidrato bom” e do “carboidrato ruim”. [O integral seria ruim também.] E o carboidrato “natural” seria o mais indicado.

Sendo que na criança essa diferença de carboidrato é extremamente importante.

Porque nós temos outros fatores associados, a gente tem o metabolismo de desenvolvimento e crescimento extremamente acelerado em relação ao adulto.

A criança tem esse metabolismo acelerado, dependendo da idade.

Por exemplo, se a gente descobre uma criança na primeira infância com diabetes tipo 1, ela está em formação ainda do sistema nervoso central.

Então ela tem que ter uma dieta rica em gordura, em gordura saudável, em gordura boa.

Depois, nós temos que ter uma ingestão de proteína de alto valor biológico…

Ou seja: o carboidrato tem que ser bom — mas o resto da alimentação também.

A gente tem que tirar um pouco isso de industrializado.

Temos de manter uma alimentação limpa — para que o organismo possa trabalhar sem insulina de uma melhor forma.

E temos de ir acompanhando esse desenvolvimento da criança.

Porque o profissional precisa:

  • manter o crescimento,
  • o desenvolvimento social, psicológico e cognitivo,
  • e também a parte nutricional.

Porque você tem aí formação de ossos, fortalecimento do sistema nervoso, toda parte de imunidade…

Então você precisa ter essa atenção de nutrientes e você não consegue ter nutrientes adequados utilizando produtos industrializados… é complicado.

Diabetes — Quais Os Erros Mais Comuns?

Roney: Sim, sem dúvidas Tati,

E nesse âmbito, qual que você vê que são os erros mais comuns de quem tem o diabetes tipo 1?

Ou mesmo diabetes tipo 2 — iso fica mais por conta de uma contagem de carboidratos, por um erro na administração de insulina?

Como que funciona isso? O que você percebe mais na sua prática como nutricionista?

Nutricionista Tatiane Attilio: O que acontece é que o paciente acaba utilizando a insulina para poder comer de uma forma errada (risos).

É assim, ele toma insulina aí ele não come, essa insulina faz o açúcar baixar, na hora que baixa ele entra em hipoglicemia, ele se sente mal… e, na hora que sentiu mal, é uma fome violenta.

Eu não sei se você tiveram a oportunidade de ver uma pessoa com queda de açúcar, mas a fome é uma coisa assim voraz.

Ou seja: come-se muito mais do que precisa para sair desse estágio de hipoglicemia, então acontece em seguida a hiperglicemia de rebote.

Você comeu mais, aumentou ainda mais a sua glicose e daí você vai ter que tomar mais insulina… e isso vira um ciclo vicioso que você come para poder sair da hipo aí entra em hiper toma insulina, cai na hipo de novo.

Se você não arrumar a base da alimentação, se você não fizer o uso de bons carboidratos, proteínas de alto valor biológico, gordura presente nos alimentos, que são gorduras saudáveis, e fizer contagem do carboidrato apenas, vai dar erro.

Porque você não tem controle de quanto desse carboidrato é absorvido.

De quanto é a velocidade que esse carboidrato chega na corrente sanguínea.

O que acontece na prática é que o paciente sabe se ele for comer um sanduíche, vamos lá um “X lixo” da vida, ou um “hot lixo” (risos)…

E daí ele vai tomar 5 unidades, 10 unidades (de insulina)… e isso não é legal.

Porque ele faz isso no primeiro ano, no segundo ano, no terceiro ano — e daí ele vai tem complicações ao longo da vida dele.

Então a gente precisa interferir na alimentação das crianças já no dia do diagnóstico.

Criança Com Diabetes — Cuidados Da Família

Guilherme: Ah incrível!

Existe algum tipo de preocupação extra que as pessoas tenham que ter quando lidam com crianças diabetes tipo 1, comparado com crianças que não são diabetes tipo 1?

No sentido de que eu acho que muitas pessoas tem um pouco do medo da “privação” da criança: de ela não poder comer um doce, enquanto todos os coleguinhas comem.

Como que é esse diálogo, essa conversa com as crianças e os pais delas?

Nessa busca pelo equilíbrio entre a saúde, a privação e a culpa dos pais, como que fica isso?

Nutricionista Tatiane Attilio: Bom, a primeira coisa é o trabalho em família, isso é muito importante.

Quando a minha filha recebeu o diagnóstico, estávamos somente eu e médica na sala, éramos amigas… e eu não deixei ela contar. Quem contou pra minha filha fui eu.

Eu expliquei para ela, e fiz uma comparação: que a glicose seria a molécula que é passageira e a insulina o táxi, então o táxi tava faltando, não tinha táxi para aquela molécula, aquele passageiro que se chamava glicose, então a gente aplicar o táxi na corrente sanguínea dela.

E nós iniciamos aí, o que acontece?

Normalmente a prescrição vem seca:

Olha, seu filho é portador de diabetes tipo 1, uma doença insulino-dependente, e você vai aplicar insulina com essa agulha tal e tal hora e vai aferir a glicemia assim assado.”

A família sai do consultório extremamente sem chão, sem saber o que dar de comer para essa criança e sem a orientação necessária para quais cuidados tomar.

A primeira coisa é ensinar para família e para criança que isso não é doença.

Doença é quando o diabetes não é cuidado — aí ele abre a porta para N doenças.

Aí sim você tem uma criança doente.

Mas enquanto isso não, enquanto você tem uma criança diabética ela tem problema de hormônio como se tivesse por exemplo, um problema tireoidiano.

Essa criaça vai tomar o hormônio da tireóide porque tem hipotireoidismo — e a criança com diabetes tipo 1 vai tomar insulina, porque não fabrica insulina.

Só que é um pouco mais complexo: porque a alimentação tem que ser uma alimentação viva, uma alimentação específica — que não é restrita em alimentos que são saudáveis e nutritivos.

Eu costumo dizer que a dieta do diabético é uma dieta que todo mundo deve seguir: é uma dieta que as pessoas normais, sem diabetes seja tipo 1, seja tipo 2, devem seguir.

Porque a dieta do brasileiro hoje em dia é extremamente inflamatória.

Então a gente retirando esses “lixos” da alimentação, essa parte de industrializados, açúcares, farinhas brancas, essa refinada, você consegue trazer a saúde — tanto para a criança diabética quanto para qualquer pessoa.

Informar isso para família é muito importante, informar isso para criança é muito importante.

Então a criança foi convidada para ir à uma festinha de criança por exemplo, uma “carbolândia” total.

E a criança vai e só tem refrigerante, suco de caixinha, e brigadeiro, beijinho, docinho…

Aquela criança tem que ser preparada para ir e participar da festa mas não ir para “comer a festa”.

É um trabalho que exige uma equipe multidisciplinar muitas vezes — psicólogos para família, para criança, um nutricionista muito bem capacitado nessa área para conseguir orientar os pais em relação aos horários que devem aferir essa glicemia e o que fazer quando está alta ou quando está baixa… e ir trabalhando isso com a criança.

A minha filha hoje, ela leva de lanche, por exemplo, tomatinho cereja, queijo picadinho…

e as crianças olham para ela falam “mas isso é que é o seu lanche?”

Ela fala “não, ainda tem castanha” (risos).

E ela é uma menina que é viva, cheia de energia, faz atividade física, não passa mal na escola.

Nós temos um controle.

Eu faço sempre o treinamento dos profissionais que vão lidar com ela lá da escola.

E eu busco informar, porque as escolas também não estão preparadas para receber — se você soubesse o tanto de mães que ficam na porta de escolas Brasil afora para poder acompanhar o filho na escola, para se der uma hipo, se der uma hiper… é absurdo — fora outros problemas, enfim!

A educação nutricional é necessária, principalmente desmistificando essa questão do carboidrato.

Açúcares não — e não só para a criança, não para ninguém!

Farinha não, e não só para a criança, não para ninguém!

Nós temos que consumir produtos que são naturais, alimentos fortes, alimentos de verdade, essa é a filosofia de nutrição verdadeira hoje na minha opinião e embasada em ciência mesmo, em evidências científicas.

Guilherme: Com certeza!

Eu amei essa sua fala — eu acho que você evidenciou tanto a preocupação de mãe quando a preocupação de nutricionista.

E uma coisa que eu adorei foi justamente essa questão do “não ao açúcar, não à farinha”.

Essa dieta é boa para o diabético sim — mas também é boa para quem não é diabético.

E também ajuda a prevenir o diabetes tipo 2 de se desenvolver — então é uma dieta boa para quem é diabético, e também para quem não é e não quer ser.

Justamente porque essa aceitação, digamos assim, onipresente das farinhas “desde que sejam integrais” ou açúcar “desde que seja comendo um pouco de tudo”, enfim…

Essa ideia de que “você coloca um pouco de fibra junto com o açúcar então não come só o açúcar”.. mas adiciona açúcar na própria fruta!

São coisas terríveis que a gente ainda vê por aí.

E é muito bacana a gente poder dizer que “não, isso não é o ideal para as pessoas”.

E claro: todo mundo aqui é adulto, maior de 18 anos, e sabe o que faz com a própria vida…

É como o consumo de álcool: na minha opinião é algo que não tem que ser proibido. Mas que as pessoas têm de consumir sabendo que não é ideal para saúde delas.

E não com a aura de que:

  • “ah isso é saudável”,
  • “isso pode”,
  • “precisa, senão faz falta”,
  • “senão a criança fica aguada”,

e todo tipo de besteira que a gente ouve falar por aí — então é muito importante esse trecho.

Comida Pobre Em Nutrientes E Comida Enriquecida

Nutricionista Tatiane Attilio: É, Eu costumo ser um pouco drástica assim (risos) Porque as pessoas, quando a gente que não, o foco dessas pessoas é olhar assim “nossa! mas como assim vai viver sem pão?”, “como assim vai viver sem açúcar?” “Como assim viver sem…”

Elas não olham aquilo que pode comer — elas olham aquilo que não pode comer então.

Então eu falo algo assim “olha, se eu desse um pouquinho de veneno para você todos os dias, só um pouquinho! Ele não vai te matar — mas é um pouquinho de veneno. Mas ele tem um gostinho muito bom — mas é só um pouquinho…”

Você tomaria? Não! Então pronto, tá resolvido (risos)

A gente precisa abrir os olhos de uma forma às vezes mais intensa.

Porque nós, profissionais da área de saúde, e que acreditamos nessa linha — que é uma linha embasada cientificamente… e volto a bater nessa tecla, porque isso não é modismo: o tipo de carboidrato limpo não é moda, isso é uma coisa já muito bem estudada e comprovada.

Nós lutamos com uma mídia que fala o tempo inteiro que esses produtos que nós estamos proibindo são bons.”

Por exemplo, nós tivemos uma fase onde você tinha um produto que era equivalente a determinada proteína — não vou dizer aqui qual é.

Mas o que acontecia com a família que é totalmente leiga era isso: a pessoa às vezes não tem dinheiro para comprar aquele produto.

E acaba deixando de comprar carne para comprar o produto porque aquele produto está “enriquecido”.

Não existe isso: alimento enriquecido é porque ele é pobre.

Ele é pobre: por isso que foi enriquecido — e enriquecido sinteticamente.

Ou seja, a absorção de nutrientes que está presente nesse alimento é completamente diferente do alimento em natura.

A gente tem que tentar fazer um trabalho de mudança de valor e conceito do que é uma alimentação real, verdadeira, equilibrada e nutritiva — e do que é uma alimentação imposta pela mídia a sociedade. É bem complicado.

Roney: Com certeza, Tati.

É muito complicado.

E assim no nosso meio de dieta low-carb, cetogênica a gente vê que tem muita gente, muitos profissionais aderindo a isso, se atualizando.

Você mesma já tem essa abordagem há algum tempo…

Mas, infelizmente, a gente sabe que muita gente de fora ainda tem essa recomendação de que “você pode comer o açúcar, você pode comer o pão — depois é só administrar insulina, ou então tomar um glifage, e tá tudo certo.”

Inclusive, a gente ver relatos de pessoas que contam que tinham mudado a alimentação para uma alimentação com menor ingestão de carboidratos, principalmente dos refinados.

E que depois se consultaram com profissionais não tão atualizados que disseram que não: que era melhor voltar a comer carboidrato e administrar corretamente os medicamentos e a insulina.

Então por que você acha que ainda tem tanta relutância pela maior parte dos profissionais?

Eu acredito que a maior parte dos profissionais ainda está preso à dieta padrão — me corrija se estiver errado — e se você acha que esse cenário tem tendência de mudar daqui para frente.

Profissionais (Des)Atualizados E Contradições

Nutricionista Tatiane Attilio: Então, eu entendo — e trabalhei com muitos profissionais próximos assim.

E nessa época de hospital que eu passei durante muitos anos como consultora de dieta enteral, eu vi coisas bastante tradicionalistas — a tradição dá segurança para aquele profissional.

Quando você busca, crítica, e diz isso “pode ser que isso não está certo” e você vai buscando conhecimento e você vai se aprofundando, acontece que a sua mente se abre.

Só que para algumas pessoas isso é loucura, ou isso é modismo, e para outras pessoas é uma tendência.

Eu acredito muito que é uma tendência, e digo mais ainda: os profissionais que não se atualizarem vão ser engolidos pelo mercado.

É só olharmos o desenvolvimento do diabetes mesmo, síndrome metabólica, hipertensão, dislipidemia…

E as pessoas — ao mesmo tempo em que aumentou o consumo de frutas e verduras e também de atividade física

Então é uma contradição que o brasileiro esteja se preocupando em comer melhor em relação a frutas e vegetais e praticar atividade física… e que ele continue doente.

Ao mesmo tempo em que aumenta a expectativa de vida: olha que contraditório isso!

Você aumenta a atividade física, aumenta a ingestão de vegetais e frutas, porém aumenta ainda mais as doenças. Porém ainda aumenta a expectativa de vida. Por quê?

Porque estamos usando o medicamento para viver — mas não estamos usando o alimento para fazer da vida uma vida presenciada, vivida na sua plenitude.

As pessoas não podem sobreviver — as pessoas têm que viver.

E para isso a gente precisa realmente saber o motivo de estarmos adoecendo.

E a explicação está aí para quem quiser ver.

Que é essa questão de um alimento que você deixa fora da geladeira, e ele não estraga por dias… como isso se comporta dentro do organismo?

Então quem não buscar essas respostas, quem não buscar informação científica, com muita certeza vai ser engolido pelo mercado.

Mais Contradições Na Nutrição Atual

Guilherme: Bombásticas informações, mas muito verdadeiras.

Parece bastante com o caso por exemplo, das forças armadas ou dos militares — que são profissões que têm um grande gasto energético, tem uma grande demanda de atividade física… mas que também acabam tendo uma boa parte da sua população com sobrepeso.

Então não adianta só as pessoas acharem que exercício é a saída —  ou buscarem o que elas chamam de “equilíbrio” — porque realmente muitas vezes “o buraco é mais embaixo né”?

Nutricionista Tatiane Attilio: É! E olha, você tocou num ponto tão legal vou aqui contar uma historinha rapidinho para ilustrar exatamente essa frase sua.

O Popeye foi criado para melhorar a condição nutricional dos soldados norte-americanos durante a segunda Guerra.

Então pegaram o espinafre, que é um alimento riquíssimo em ferro, e que eles colocaram em latas e mandaram lá nas trincheiras — porque era a melhor logística para isso — e o que que aconteceu?

Não melhorou o perfil nutricional desses soldados, ou seja, a biodisponibilidade, como esse ferro adentra o organismo… não era a mesma coisa do que comer uma carne.

Então as evidências elas não são recentes — eu achei legal isso porque as evidências científicas estão lá atrás, a gente só está comprovando aquilo que já foi visto de fato.

Nós estamos já bastante avançados, basta termos consciência disso e buscar né?

Roney: Com certeza Tati,

E um pouco antes da gente começar a gravar a entrevista, você tinha comentado que a sua graduação e pós-graduação não ajudaram tanto assim você a entrar nesse caminho de uma redução de carboidratos pro caso de diabetes.

Então onde foi que você estudou esse tipo de coisa e aí ajudou até mesmo no tratamento da sua filha?

Alimentação Low-Carb: Resultados Na Vida Real

Nutricionista Tatiane Attilio: A Analu, a minha filha, é a minha grande inspiração.

Como mãe, eu fui obrigada a ultrapassar os limites da universidade.

Eu tenho duas pós-graduações: a primeira em nutrição clínica, e a segunda em obesidade e emagrecimento.

E o que eu fazia como nutrição tradicional, pirâmide alimentar, alimentos integrais e etc e tal, não é efetivo.

Isso me frustrou demais, muito muito muito — e o desespero de saber o que um diabetes sem controle faz, me fez fuçar muito… ir atrás desesperadamente de procurar o que seria o ideal.

E foi quando eu me deparei com a low-carb.

E daí as pessoas me viram no princípio, sim, com preconceito… não vou mentir aqui não, teve preconceito sim. Porque a low-carb acabou sendo uma palavra que vende — então muitos utilizam low-carb para vender informações que não são reais.

Então você quando quer ser um profissional, você precisa buscar realmente as raízes disso.

E aí você descobre que low-carb não tem nada a ver com redução de carboidrato, low-carb tem a ver com carboidratos limpos, numa quantidade ideal para condição fisiopatológica de quem você vai atender.

Traduzindo em miúdos, o paciente diabético tipo 1 — se for uma criança — precisa de carboidrato.

Ok, precisa de carboidrato — mas ele não precisa de açúcar. Então o tipo de carboidrato muda numa alimentação limpa.

O adulto diabético precisa de carboidrato?

Não precisa.

Porque nós temos um processo de gliconeogênese — ou seja, a formação de carboidrato a partir de gordura e proteína.

As pessoas tendem a temer.

Como assim você não dá carboidrato, não dar açúcar… como vai ficar o cérebro dessa criança?”

Vai ficar muito bem, obrigada. (risos)

Mas nós temos esse mecanismo (da gliconeogênese), então é muito apavorante para quem ouve quando você diz assim “não existe carboidrato essencial”.

Isso é muito apavorante, eu entendo.

Mas hoje eu sou completamente convicta, e desde a fisiologia até os resultados, está tudo explicado com os estudos científicos.

Eu trabalho dessa forma, conheço pessoas que atuam, vivem essa realidade e a minha filha — não que ela não sai eventualmente numa festinha, claro… ninguém é 100% correto em nada nessa vida — mas essencialmente a alimentação dela está modificada.

E nós temos aí, graças a Deus, uma melhora do controle glicêmico.

Roney: Justamente a gente chama de dieta low-carb mas na verdade mesmo seria “normal-carb” — pois é a maneira como a gente evoluiu comendo né?

Acho que alimentação padrão é que deveria ser chamada de “alimentação high carb”.

Porque ela conta com um monte de carboidratos — e nunca antes na nossa história a gente consumiu tanto quanto se consome atualmente.

Então depende muito do ponto de vista das pessoas… e principalmente para quem tem dificuldade em lidar com os carboidratos, precisa ter essa ingestão adequada para sua condição — ter a ingestão de uma quantidade que consiga lidar bem.

E Tati, uma coisa que eu me pergunto assim é que, quando a pessoa tem dificuldade em lidar com lactose, é recomendado evitar lactose…

Quando ela tem dificuldade em lidar com glúten é recomendado evitar o glúten…

Por que que muitas vezes os diabéticos são recomendados a evitar ou moderar a ingestão de gordura ao invés da ingestão de carboidratos e glicose?

Por Que É Recomendado Aos Diabéticos Que Evitem Gordura?

Nutricionista Tatiane Attilio: Olha, eu amei essa pergunta! (Risos) amei!

Vamos lá. Porque a princípio, as pessoas tendem a pensar diabético ele tem — tanto faz tipo 1, tipo 2…

ele tem uma predisposição a dislipidemia que é alteração do colesterol da parte lipídica no sangue, certo?

Só que aí nós temos que voltar lá da questão do colesterol: estudos observacionais mostraram que as pessoas que consumiam gordura saturada tinham alteração no colesterol.

Mas é como fazer uma comparação assim: pessoas que tomam água morrem, morrem porque tomam água?

Não posso afirmar isso, apesar de serem duas verdades absolutas — e é a mesma coisa com colesterol.

Pessoas que comem gorduras saturada têm colesterol altera?

Não sei, pode ser que sim… mas ela come só a gordura saturada para ter essa alteração do colesterol?

Não, então: é um estudo observacional.

Só que hoje, quando a pessoa tem, e daí olha como é controverso isso — você tem triglicérides alto (hipertrigliceridemia) você vai ao médico a primeira coisa que ele corta de você o que é? Carboidratos refinados.

[Se for um médico bom — falamos sobre isso no vídeo abaixo.]

Ou seja: já se sabe, da medicina e da nutrição tradicional, que a retirada de carboidratos é necessária para a diminuição do triglicérides.

Então, se a gente fizer o caminho contrário, nós vamos lembrar que todo carboidrato vira açúcar.

Todo excesso de açúcar no sangue vira triglicérides, vira um pouco de glicogênio hepático (que é reserva da glicose no fígado) ou no músculo (chamado glicogênio muscular), e o resto vira triglicérides — que vai ficar, ou na corrente sanguínea, ou no fígado ou nos órgãos, ou dentro do adipócito.

Então não é meio lógico que o excesso de carboidrato é que causa dislipidemia e não a gordura saturada?

É meio lógico, então é por isso que eu fico pensando porque que as pessoas não se questionam a respeito disso — até porque a oferta do carboidrato hoje mudou muito.

Carboidratos Lixo: Estão Em Todo Lugar

Vamos pensar, por exemplo, no churros gourmet.

Na minha época churros era uma massa frita, com açúcar por fora e um docinho de leite por dentro.

Hoje isso é o mínimo: vem alguma coisa cremosa por cima, aí você coloca um monte de outros doces… quer dizer, aquele docinho que tinha X carboidratos lixo, hoje tem trinta vezes mais carboidrato lixo.

E você então tá fazendo o quê com seu organismo? Fazendo ele explodir, fazendo seu pâncreas trabalhar ali com pé no acelerador lá no último… gente, uma hora ele vai cansar!

Então “Ah você tá dizendo que a gente vai ser diabético?” Sim! “Ah não, eu sou uma pessoa que tem diabetes emocional”.

Não… (risos) Você está forçando um órgão a trabalhar em excesso — então precisamos rever, raciocinar.

  • Para quem tem diabetes: carboidrato limpo.
  • Para não-diabético: carboidrato limpo.
  • Pessoa saudável: carboidrato limpo
  • Atleta: carboidrato limpo.
  • Pessoas com sobrepeso e obesidade: carboidrato mínimo. É simples!

Guilherme: Excelente! E, além da questão que você mencionou da carga de carboidratos muito maior, também tem a frequência.

Antigamente, vamos supor há 150 anos, você até comia um bolo farinhento e  cheio de açúcar e tudo mais… mas, para comê-lo, você tinha todo o trabalho de fazer na sua casa.

Agora você vai em qualquer esquina, e tem uma brigaderia, tem um bolo gourmet, tem os churros gourmet que você mencionou… em todo lugar tem sobremesa se você come fora de casa…

E ainda assim você vai ao supermercado e tem barrinhas, chocolates e todo tipo de coisa processada com muita disponibilidade — isso é algo que a gente não tinha mesmo poucas décadas atrás.

Simplesmente não era tão onipresente o carboidrato ruim.

Quando você queria comer o carboidrato ruim — um doce, uma coisa assim — você tinha que trabalhar por ele (fazendo o doce)! Não era assim de fácil acesso.

Nutricionista Tatiane Attilio: É isso que as pessoas precisam entender.

A gente termina o carnaval e começa a vender ovo de Páscoa.

As pessoas consomem esses chocolates cheio de coisas que, cada vez mais, se você for olhar a composição…  é praticamente uma… é uma substância alimentar, não um alimento. E você vai intoxicando seu organismo.

Hoje, o índice de esteatose hepática, gordura no fígado é extremamente alto “mas por quê? eu não bebo!” Gente, olha a sua alimentação!

Nós somos o que comemos, verdadeiramente falando, então tem lá já o Hipócrates que diz:

Faça do teu alimento o teu remédio, e do teu remédio o teu alimento.”

E nós não estamos entendendo isso até hoje, estamos apenas colocando “lixo” chamado de substância alimentar.

E põe um rótulo bem bonito e chama de alimento, e aí você na correria do dia a dia e tudo isso, você paga a mais — é bem mais caro do que você fazer alimentação saudável e consome alimentos que são pobres, são muito pobres.

Roney: Perfeito Tati, nossa a entrevista foi muito intensa, muito boa.

Infelizmente, estamos chegando a nossa parte final.

E a gente gostaria de saber quais são os seus hábitos saudáveis —  a gente imagina que a alimentação seja um, como você já falou ao longo da entrevista. Quais seriam os outros?

Nutricionista Tatiane Attilio: Eu tento buscar hoje um equilíbrio que, eu confesso a você, não foi uma coisa fácil e ainda não é.

Então eu busco hoje ter um sono de qualidade: passei dois anos para cuidar da diabetes da Analu, acordando meia-noite, 3 da manhã e 5 horas da manhã. Então eu dormia extremamente mal.

Também tento trabalhar sempre com disposição, e isso foi uma coisa muito legal: porque, na hora que eu mudei a minha alimentação, a minha alimentação me mudou.

Então hoje eu tenho uma disposição muito bacana, um sono muito legal, e eu tento passear com ela ao ar livre o máximo possível, nós não usamos filtro solar (risos)…

A gente não usa filtro solar, a gente toma sol — e onde eu moro tem um sol bacana…

E voltar a hábitos antigos: de desligar a televisão, de ter um tempo em família… de tentar alimentar todo mundo à mesa, ter uma alimentação à mesa, com alimentos feito em casa.

Essas são mudanças de pequenos hábitos mas que causam grande impacto na nossa qualidade de vida.

Guilherme: Excelente. Para muitas pessoas, essa transformação de alimentação é o primeiro passo para adoção de outros hábitos: se preocupar em mover o corpo, em dormir, e em ter uma exposição ao ar livre — perceber que a gente não foi feito para ficar em ambiente fechado o tempo todo…

Isso tudo vem, para muitas pessoas — pelo que a gente acompanha, e pelos nossos leitores e clientes — depois de  pessoa mudar alimentação e sentir bem.

E não com ela comendo “lixo” e tentando se forçar a se exercitar e incluir essas outras práticas.

Então é bem bacana você mencionar esse hábitos — até porque eles vieram depois da alimentação — e isso também corresponde à jornada de muitas pessoas que nos acompanham.

E Tati, para quem gostou do que ouviu até aqui, como que as pessoas podem seguir o seu trabalho mais de perto, acompanhar você nas redes sociais entrar em contato enfim?

Siga A Tati

Nutricionista Tatiane Attilio: Hoje eu estou bem focada no Instagram — é @tatianeattilio.nutri.

E é exatamente isso que eu tava falando, eu tô tentando focar o trabalho num lugar só ao invés de ficar “pipocando” para conseguir ter tempo para mim.

Então estou focando no Instagram — e lá tem meu Whatsapp também de contato…

As pessoas mandam direct, eu faço assessoria online em low-carb para pacientes com diabetes, e também para pacientes que querem perder peso ou até mesmo melhorar a qualidade de vida.

Eu tenho feito esse trabalho e tem sido muito gratificante — porque as pessoas começam a ter um resultado maravilhoso no sentido de qualidade de vida mesmo, de você ter mais disposição, é muito bom você dizer assim “mas nossa, eu não tenho fome, eu estou me sentindo bem”.

Eu sou adepta do jejum, e passo para os meus pacientes, para as pessoas que fazem assessoria comigo: “olha, o mínimo de jejum é 12 horas, não se faz menos do que 12 horas, o corpo precisa de tempo para metabolizar e colocar os nutrientes dentro das células e etc e tal.

Então tá lá no Insta @tatianeattilio.nutri, é o trabalho que eu tenho desenvolvido e tenho feito a sua assessoria nutricional online.

Roney: Excelente, a gente vai deixar todos os links no podcast e assim as pessoas podem apenas clicar lá para começar a seguir você.

E por fim, você teria alguma mensagem final para deixar para os nossos Tanquinhos e Tanquinhas que escutaram até aqui?

Pode ser relacionada à alimentação, pode ser estilo de vida, pode ser uma mensagem, qualquer uma que você quiser.

A Mensagem Final Da Tati Para Você

Nutricionista Tatiane Attilio: Olha, de verdade de coração, nem como nutricionista mas como uma pessoa que vivenciou uma mudança — e para mim não foi fácil, essa mudança de ser um profissional tradicional para um profissional hoje low-carb — é que testem, busquem, critiquem, vivenciem.

Primeiro faça isso: mude a sua alimentação, e a sua alimentação vai mudar você.

E com isso você vai ganhar uma qualidade de vida extremamente exacerbada — e é como a vida deve ser vivida, exacerbada mesmo. Vamos viver e não sobreviver!

Então onde é que você quer estar daqui a 5, 10, ou 20 anos? Eu vou estar vivendo, acredito que vocês também né?

Guilherme: Com certeza! Quem ouviu esse episódio e vai seguir as suas dicas, vai estar vivendo também — e a gente também tem esse exato plano.

E Tati, queria agradecer a você por ter separado esse tempinho para falar com a gente.

Eu queria agradecer também a nossa amiga Denise do Instagram @low_carb_BR, que foi quem indicou o seu trabalho para a gente — a gente acabou conhecendo por lá.

E também falar para os tanquinhos e tanquinhas que estão nos ouvindo, se tiverem profissionais que gostariam de indicar, que gostariam de ver, que sabem que é um bom fit aqui para o nosso podcast, pode falar para a gente também: pode falar sobre eles para gente no email [email protected].

A gente adora poder abrir esse canal para profissionais incríveis, dar mais oportunidade, dar mais espaço para eles divulgarem e falarem um pouquinho do trabalho deles — como a gente acabou de fazer com a Tati e como a gente faz com tantos e tantos outros… então, Tati, muito obrigado novamente.

Nutricionista Tatiane Attilio: Eu que agradeço, também quero deixar aqui o meu agradecimento à Denise da Low Carb BR, hoje nós temos uma parceria ótima de trabalho de assessoria nutricional com coaching em emagrecimento.

É um material de muita qualidade, nós estamos aí com grandes projetos e ela teve essa ideia de contatar vocês.

E eu tô muito agradecida mesmo tanto a ela quanto a vocês por esse espaço, nessa ânsia de levar saúde e informação de qualidade às pessoas.

Muito obrigada aos tanquinhos e tanquinhas!

Isso mesmo, acho que vocês estão no caminho muito certo e fica aqui o meu agradecimento e o meu reconhecimento por esse trabalho tão bem feito que vocês fazem.

Roney: Muito obrigado Tati — muito obrigado pelos elogios, pelas palavras gentis, a gente fica extremamente feliz e lisonjeado de receber elogio assim, ainda mais uma profissional da área.

E também gostaríamos de agradecer a todo mundo que escutou a gente até aqui, foi um prazer gravar mais esse podcast para vocês, foi um prazer estar aqui nessa última hora falando com a Tati.

Nutricionista Tatiane Attilio: Obrigada a todos os ouvintes aí! Deve ser bastante com certeza (risos)!

A gente não tem muita noção, mas eu quero que se vocês aproveitarem,um por cento, dois por cento, tá maravilhoso e quem conseguir, pelo menos, despertar para buscar novos horizontes nós estamos aí para colaborar da melhor forma possível.

Muito obrigada.

Roney: É isso aí! Obrigadão, Tati e muito obrigado para todo mundo que ouviu.

Guilherme: Pessoal, obrigado por terem ouvido, sigam a Tati e sigam o nosso podcast — se inscrevam aí, na plataforma que você usar: no iTunes, no SoundCloud, no Spotify, onde for.

A gente publica podcast toda segunda-feira.

O importante é você ter acesso a essa informação para poder transformar de maneira efetiva a sua qualidade de vida.

Então faça isso:

E a gente se fala na segunda-feira que vem.

Um forte abraço, do Senhor Tanquinho.

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