Podcast #065 – Low-Carb Para Gestantes, Lactantes E Crianças, Com Nutri Tatiane Attilio

A low-carb é  perfeitamente adequada à gestação, em qualquer tempo — seja primeiro, segundo, ou terceiro trimestre.”

Hoje recebemos em nosso podcast a nutricionista Tatiane Attilio.

Nós já gravamos outro episódio com ela — em que falamos sobre diabetes tipo 1 e os cuidados alimentares que essa condição exige.

Focamos inclusive em diabetes tipo 1 para crianças — uma situação em que a Tati tem bastante familiaridade.

Tanto pelos seus estudos e experiência clínica, quanto por ser mãe de uma menina diabética tipo 1.

(Foi um episódio muito rico, e recomendo que você leia ou escute clicando aqui.)

Sendo que o tópico de maternidade tem tudo a ver com o episódio de hoje.

Porque, hoje, a Tati vai falar tudo sobre dieta low-carb para gestantes (futuras mamães), lactantes (mamães que estão amamentando), e crianças (filhos e filhas dessas mamães).

Por isso, recomendamos fortemente que escute o podcast inteiro, para saber exatamente:

  • grávidas podem fazer dieta low-carb?
  • quais os alimentos que pode ser melhor retirar da alimentação das gestantes,
  • por que as gestantes não podem ganhar peso excessivamente,
  • grávida precisa comer por dois? Entenda a razão,
  • quais são os melhores alimentos para gestantes,
  • se a dieta cetogênica pode ser seguida na gestação,
  • estratégias alimentares para mulheres que estão amamentando,
  • o que é imprescindível na dieta para lactante,
  • quais os melhores alimentos para quem está amamentando,
  • por que a carne é vermelha (e por que isso é importante para as mamães),
  • quais os melhores tipos de carboidratos para inserir na alimentação das gestantes e lactantes,
  • por que é melhor você comer arroz branco do que arroz integral,
  • qual é o fundamento por trás dos “desejos de grávida” (e o que eles têm a ver com deficiências nutricionais),
  • por que você deveria aprender a ouvir o seu corpo,
  • restrições alimentares para lactantes —  o que você come afeta seu bebê?,
  • crianças têm que fazer dieta? A surpreendente verdade,
  • a louca inversão de valores na nutrição para crianças,
  • exemplo de um prato low-carb saudável adequado para crianças,
  • qual a real função da comida para seu filho (o mito da “comida afetiva”),
  • dar comida de verdade para crianças é realmente tão radical assim?,
  • quais as dicas da Tati para ajudar seu filho a comer melhor,
  • a importância da educação alimentar,
  • o pedido final da Tati para você,

e muito, muito mais.

Sendo assim, preste atenção neste episódio, que é um convite ao pensamento crítico.

E rico em informações importantes e úteis que a Tati compartilha com você.

Para assim conseguirmos melhorar o mundo e a situação geral da saúde — não apenas a nossa, mas também a das crianças e futuras gerações.

Porque nossos podcasts não são apenas entretenimento.

E sim um investimento na sua educação — que disponibilizamos gratuitamente a você todas as semanas.

Por isso, anote, estude, pesquise…

E compartilhe —  para que esse conhecimento seja cada vez mais difundido.

Você pode ouvir a entrevista completa no player abaixo.

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E de acompanhar o trabalho da Tati no Instagram: @tatianeattilio.nutri.

A transcrição completa do episódio está disponível abaixo.

Transcrição Completa Do Podcast Com A Nutri Tatiane Attilio

Bem Vindo a mais um podcast do Senhor Tanquinho.

Somos Guilherme e Roney, e aqui a nossa missão é deixar você no controle do seu corpo.

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Além de vários lanchinhos low-carb, do tipo castanha-do-Pará, amêndoas laminadas, amêndoas defumadas, chips de parmesão e muito mais.

Este podcast também é um oferecimento do programa Guia Dieta Cetogênica.

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Vamos ao show.

Guilherme: Olá Tanquinho, olá Tanquinha. Sejam bem-vindos e bem vindas a mais um episódio do nosso Podcast.

Hoje temos conosco a nutri Tatiane Atílio para falar de assuntos bem espinhosos dessa vez. Mas talvez seja justamente por isso que eles sejam tão importantes. Tudo bem Tati?

Nutricionista Tatiane Attilio: Olá, boa noite! Muito obrigada meninos mais uma vez por eu estar aqui. É com muita alegria que eu estou, e eu acho os assuntos excelentes.

Roney: Olá Tati. É um prazer ter você de novo com a gente aqui — e também um “olá”para todo mundo que está escutando a gente agora.

Para quem não se lembra, a Tati deu uma entrevista para gente na qual a gente conversou sobre diabetes tipo 1.

Na qual também falamos sobre como lidar com isso com low-carb e dieta cetogênica.

É o episódio número 57, e tem o link para você ir ouvir depois que terminar de ouvir esse aqui.

Mas hoje, como o Guilherme falou a gente vai falar sobre outros três temas bem espinhosos que são:

  • low-carb na gestação,
  • low-carb na lactação, e
  • low-carb para crianças e adolescentes.

Essa são dúvidas que a gente recebe todos os dias.

Então vamos lá, vamos começar a mergulhar nestes assuntos.

E o primeiro é justamente a gestação.

Gestantes Podem Fazer Low-Carb?

Geralmente a gente recebe essa pergunta de mulheres que já faziam low-carb ou pensavam em fazer low-carb.

Algumas já estavam tendo resultados bons, já estavam emagrecendo e gostavam do estilo de vida.

E por isso elas querem saber se podem continuar fazendo a low-carb mesmo durante a gravidez.

Ou se fazer a low-carb na gestão tem riscos — e quais considerações devem ter em mente.

Nutricionista Tatiane Attilio: Só para relembrar, porque acho que eu pulei essa parte: eu sou a Tatiane Atílio, nutricionista, especialista em nutrição clínica obesidade e emagrecimento e sou low-carber (sigo a dieta low-carb).

E quando a gente fala de low-carb e gestação a gente precisa lembrar quais são as necessidades nutricionais da gestante? O que vai contemplar?

Então as orientações importantes são as seguintes.

#1 — Vamos retirar todo alimento que estiver cru.

Isso inclui peixes crus, o queijo minas frescal, o sushi que vai comer no restaurante…

Aliás, pode ser interessante evitar comer fora.

E evitar comer as saladas que não são devidamente higienizadas — para que a gente então não tenha uma gastroenterite ou uma contaminação por outro tipo de microorganismo nocivo à gestante e ao bebê.

porque é um tratamento sempre é risco para essa gestante,

#2 — A gestante não pode ganhar peso excessivamente.

Sendo que normalmente as mulheres acabam engravidando já acima do peso.

Essa é uma coisa que nós precisamos levar em consideração.

Mas um detalhe é que a gestante não precisa comer por dois.

Já imaginou se ela estiver grávida de trigêmeos… vai comer por quatro?

Então não é assim.

A gestante tem aumentada sim a sua necessidade de vitaminas e minerais — mas não a sua necessidade energética.”

Para quem não sabe, nos três primeiros meses a gestante utiliza as reservas corporais como fonte de energia, e também como fonte de vitaminas e minerais.

Sendo a partir do terceiro mês necessária eventualmente a suplementação que é prescrita pelo médico obstetra.

E a dieta vai ficar de acordo com o profissional nutricionista que vai prescrever, respeitando as necessidades nutricionais daquele momento.

Então quando a gente fala de low-carb, eu acho low-carb a melhor estratégia nutricional para gestante.

E não digo “acho” no sentido de “achismo”.

E sim no sentido científico: já que a low-carb traz a melhor biodisponibilidade de nutrientes.

Sendo possível a inserção de tubérculos, se necessário, de fontes limpas de carboidratos.

E a restrição e a isenção de produtos industrializados e temperos industrializados.

Ou seja: a low-carb é  perfeitamente adequada à gestação, em qualquer tempo — seja primeiro, segundo, ou terceiro trimestre.

Por Que A Low-Carb É Contraindicada Para Grávidas ?

Guilherme: Excelente, Tati. E deixa eu entender: a gestante precisa de mais calorias do que uma mulher que não esteja gestando, e também de mais nutrientes.

Nesse aspecto, ela não tem uma demanda maior por carboidratos, especificamente.

Então por que que a low-carb é tão “condenada” ou “não recomendada” como prática comum para as mulheres que querem saber se elas podem fazer low-carb durante a gestação?

Nutricionista Tatiane Attilio: O que acontece é a falta de informação.

Então quando você não sabe do que se trata e não personaliza você acaba aumentando as calorias.

E de forma mais teoricamente “segura” (porque está aí nas grandes recomendações) que seja à base de carboidratos.

Quando na verdade, lá para uma determinada semana de gestação se você estiver com alimentação inadequada, baseada no carboidrato, a gestante pode vir a desenvolver diabete gestacional.

(A Dra. Teresinha Souto mencionou isso em nosso podcast.)

Então não faz sentido existir toda essa questão contra a low-carb para gestantes.

Porque a criança vai estar muito bem nutrida — assim como a mãe.

É claro que diabete gestacional não está diretamente relacionado única e exclusivamente à alimentação.

Mas também faz sentido não ter uma alimentação baseada em carboidratos — já que você vai forçar o seu pâncreas a trabalhar mais.

Quais São Os Melhores Alimentos Para Gestantes?

Guilherme: Certo.

Nesse aspecto, faz sentido também um médico que não seja familiarizado com a low-carb prescrever isso — porque ele pode ver como algo “arriscado”.

E você mencionou que ela tenha talvez uma demanda maior por nutrientes.

Nesse sentido, quais seriam alguns exemplos de alimentos que poderiam ser interessantes?

Alguns alimentos ricos em nutrientes que a pessoa poderia se interessar  por ingerir nessa fase da gestação?

Nutricionista Tatiane Attilio: É, uma coisa muito bacana da gente falar aqui é a questão do ferro.

Toda gestante tem a necessidade de ferro aumentada em muitas vezes.

Mais até do que a de outros nutrientes, já que o ferro é componente do sangue.

Pois você está gerando uma vida, e essa vida tem a sua própria circulação sendo formada.

Então a demanda de ferro aumenta muito.

Quando a mãe não consegue fazer a utilização do ferro só pela via de suplementação, muitas vezes esse ferro é aplicado sérico (direto no sangue) — em casos de mães desnutridas, por exemplo.

E aí nós nos perguntamos “qual seria a melhor fonte de ferro para se ingerir”?

É a carne vermelha.

Então mais uma vez a low-carb ganha disparada — porque a carne vermelha é riquíssima em ferro.

E não adianta dizer “ah, mas ela come feijão”.

Porque o ferro do feijão é um ferro não-heme — é um ferro que não é absorvido pelo corpo humano.

Ele é moderadamente absorvido na presença de vitamina C — e, numa situação de gestação, não existe essa possibilidade de trabalhar desta forma.

E aí a gente preconiza então as proteínas de origem animal e principalmente a carne vermelha que é riquíssima em ferro.

Dieta Cetogênica E Gestação

Roney: Perfeito Tati.

É interessante esse ponto do ferro, porque já vi algumas vezes as pessoas perguntarem se pode feijão na low-carb.

Aí explicamos que é difícil, mas talvez porções bem pequenas de feijão possam se encaixar.

E a pessoa fala algo como:

“Nossa, que bom. Porque assim eu não vou ficar com problema de ferro.”

E a gente fica surpreso por ser essa a motivação de a pessoa querer comer feijão.

Justamente porque a carne vermelha é uma fonte muito melhor de ferro do que o feijão.

Então foi interessante você tocar nesse ponto também

E, como a gente sabe que vai surgir essa pergunta, eu já vou perguntar para você Tati: e uma dieta cetogênica com relação a gestação?

E já faço a distinção: Uma dieta cetogênica nada mais é do que uma dieta low Carb um pouco mais restrita em carboidratos.

Nela, vamos ter um controle um pouco maior desse macronutriente.

Nutricionista Tatiane Attilio: A dieta cetogênica vai contemplar um grupo de gestantes que:

  • estão acima do peso,
  • têm gordura abdominal de sobra,
  • não podem ganhar muito peso, ou
  • são diabéticas.

Nesses casos, também é também indicada a dieta cetogenica na gestação — desde que você tenha parâmetros para aplicar esta dieta.

Então não é só, por exemplo, falar “vamos restringir o carboidrato” — porque, se eu pegar todo o carboidrato permitido na cetogênica do dia todo e colocar numa refeição só, não vai fazer bem para essa gestante.

Então mesmo assim a gente tem que dividir o carboidrato em pequenas porções ao longo do dia para conseguir contemplar de forma otimizada a absorção de nutrientes, vitaminas e minerais para essa gestante.

O que, dentro da cetogênica, é totalmente possível.

Dieta Low-Carb Para Lactantes

Guilherme: Perfeito! Então a gente já entendeu que não existe essa demanda maior por carboidratos durante a gravidez — e sim por nutrientes e também por calorias.

E é claro que essas calorias e nutrientes podem vir preferencialmente de comida de verdade.

Também vimos que um dos nutrientes que são importantes é o ferro, que está presente por exemplo na carne vermelha (a carne vermelha, que é também comida de verdade, e baixa em carbos).

E mesmo na cetogênica é bom tem alguns cuidados como essa divisão dos nutrientes ao longo das refeições.

Eu acredito que todos esses pontos foram bem explicados, e tiraram as dúvidas que muitas pessoas poderiam ter sobre a low-carb na gestação.

Aí o tempo passou, a mulher ganhou seu neném e começou a amamentar.

E ela quer perder o peso que costumeiramente se ganha após a gravidez.

A low-carb é uma boa ideia nesses casos? Tem algum cuidado adicional?

Ela também tem uma demanda energética maior na fase da lactação?

Como funciona esse processo, Tati?

Nutricionista Tatiane Attilio: Vou começar explicando essa parte com o “velho deitado” (risos), isto é, o velho ditado.

Mulher de anca larga é boa parideira.”

Vocês conhecem isso meninos? Ou não?

Roney: Já ouvi falar.

Guilherme: Também já ouvi falar.

Nutricionista Tatiane Attilio: isso é muito legal, olha só.

Lá atrás, a mulher tem menos testosterona do que o homem, então o homem — quando ele está crescendo — ele está formando o quê? Músculos.

E a menina quando está crescendo está fazendo o que? Maior aumento do quadril né — e de gordura corporal.

Então o percentual de gordura da mulher é maior do que o percentual de gordura do homem fisiologicamente falando. E por quê?

Porque a gordura é uma forma de armazenamento de energia.

E para que serviria esse armazenamento justamente na mulher e não no homem? Para a lactação. Olha que bacana.

Roney: A natureza é incrível mesmo

Guilherme: “Não tem ponto sem nó”, né? — Falando em “velho deitado”. (risos)

Nutricionista Tatiane Attilio: É verdade, não tem ponto sem nó!

Então quando a gente fala isso é muito bem explicado.

Ou seja: a mulher ganhou peso adequadamente, teve seu neném, e ela já tem uma reserva de gordura corporal.

Ótimo: ela vai usar essa reserva de gordura corporal para fazer aleitamento materno.

O que é imprescindível na dieta para lactante? Água. Muita água.

E aí também a low-carb contempla muito bem. Por quê?

Porque é uma das recomendações da low-carb, é além da restrição isenção de produtos industrializados, temperos e outros produtos que não são agradáveis ou saudáveis, a gente vai ter uma recomendação mais específica para água, sempre.

E a lactante precisa dessa água para fazer aleitamento materno.

A qualidade do leite materno é muito importante, e é outro tabu entre as mulheres que amamentam — é o medo de o leite estar “fraco”.

Não existe “leite fraco” — existe leite insuficiente em sua quantidade.

Então, se eu for pegar o leite materno de uma mulher da Etiópia, o leite materno de uma mulher da Europa, e o leite materno de uma mulher da América do Sul, a composição do leite materno é a mesma.

Então se a mulher não tem reserva, e se não faz uma alimentação adequada em nutrientes, aí o que acontece?

O leite é prioridade do corpo.

Então se ela não consome cálcio, por exemplo, o corpo vai buscar o cálcio dos ossos, vai buscar o cálcio da arcada dentária da mãe, porque preconiza-se a criança.

Então a low-carb é riquíssima em vitaminas, minerais, proteínas de alto valor biológico, e em gorduras boas — que é a gordura presente no leite materno, no colostro (para quem não sabe, o leite materno é o alimento mais completo que existe, e ele é riquíssimo em gordura boa, essencial para formação do sistema nervoso da criança).

Então mais uma vez a low-carb é super indicada.

O que a gente precisa se preocupar é, por exemplo:

  • se essa gestante está abaixo do peso,
  • se é uma gestante adolescente,
  • se é uma gestante que teve gêmeos,
  • se ela está muito magra…

E aí nós vamos fazer o que?

Uma low-carb já adaptada — com tubérculos e carboidratos Limpos.

Guilherme: Entendi.

Então, retomando nesse ponto da sapiência da natureza, a mulher muitas vezes ganha peso na gravidez e perde naturalmente na lactação — sem ter que se preocupar com fazer uma dieta maluca de cortar calorias loucamente.

E sim se preocupando em ingerir bons nutrientes para ela e para o bebê.

Para poder ter quantidade suficiente de leite.

E também ingerindo bastante água, na quantidade adequada para produção de leite correta, é isso?

Nutricionista Tatiane Attilio: Isso mesmo!

E daí a gente vai adequar o carboidrato limpo somente à questão do estado nutricional da mãe e aí nós temos algumas observações — como as das mães adolescentes e as mães que estão com baixo peso.

Os Melhores Alimentos Para Lactantes

Roney: Perfeito Tati.

Então até agora a gente já abordou a questão da gestação, e a questão da lactação.

E você falou de manter uma boa ingestão de nutrientes — principalmente as vitaminas e minerais, que vão da mãe para a criança (por meio do leite).

Então quais seriam algumas dicas de bons alimentos para as mamães focarem durante esse período?

Nutricionista Tatiane Attilio: Principalmente as proteínas de alto valor biológico.

E eu vou falar aqui mais uma vez da carne vermelha — e por que eu vou falar da carne vermelha?

A Tatiane é apaixonada pela carne vermelha?

As mães veganas vão querer me matar.

Mas não é isso.

É porque a carne vermelha, além de ser é riquíssima em nutrientes, é chamada de carne vermelha exatamente porque ela é muito bem vascularizada.

E quem carreia os nutrientes para os tecidos e órgãos é o sangue.

Então quando a gente ingere uma carne vermelha, nós estamos ingerindo — além de gordura boa — nós estamos ingerindo nutrientes que são bioativos, biodisponíveis para o corpo.

Ou seja: eles têm facilitadores e potencializadores para conseguir fazer com que esses nutrientes cheguem à célula de forma íntegra.

Então por isso é que é muito importante as proteínas — principalmente proteínas de origem animal, essencial e fundamental.

Depois disso, nós vamos trabalhar os vegetais de baixo índice glicêmico.

Se necessário, a gente vai começar acompanhando essa mãe que vai amamentar.

E, e se for necessário, por exemplo acrescentar um carboidrato, a gente vai acrescentar um carboidrato limpo: um tubérculo.

Então a gente vai de mandioquinha (também chamada de batata baroa), a gente vai de batata doce, a gente vai de mandioca, cará, inhame…

A gente não vai nunca — aqui é bem legal falar isso — a gente não vai nunca de grãos integrais.

Nunca você oferece isso para uma mãe.

Alimentos integrais não devem nunca ser prescritos para gestantes e lactantes. E por quê?

Porque eles contêm fitatos (antinutrientes), que são substâncias que o inibem a absorção de nutrientes justamente quando a mulher precisa mais ainda de uma biodisponibilidade desses nutrientes.

Então: arroz integral, não.

Arroz integral não serve para nada — tanto na gestação quanto na lactação.

Se precisar, o profissional nutricionista vai prescrever um carboidrato limpo, um carboidrato bom.

Um carboidrato que vai contribuir, além de amido, com algum tipo de nutriente.

E o que nós vamos encontrar nos grãos integrais é exatamente o contrário.

É uma fibra que vai trabalhar anti nutricionalmente.

Ela vai inibir absorção dos nutrientes.

Então vamos aí quebrar os tabus abrir os olhos e prestar atenção nisso.

“Ah, para a mãe gestante não engordar eu vou prescrever grãos integrais, arroz integral, pão integral… ”

Não! Isso só vai prejudicar o estado nutricional dessa mãe.

E ainda contribuindo para o mau funcionamento do intestino — ao invés de ser bom como pessoas pensam.

Essas fibras são duras, e elas podem irritar a mucosa do intestino (o enterócito).

Então o indicado é fibra solúvel. E, mesmo assim, numa quantidade adequada exatamente para não impedir que os nutrientes sejam absorvidos.

Então, precisa cuidar do intestino da mãe? Da lactante? Muito.

Precisa muito até pela questão da imunidade, mas como é que trata? Com probiótico.

Arroz Branco Ou Integral?

Guilherme: Fascinante!

Então um dos principais motivos para o pessoal consumir arroz integral está errado, que seriam as fibras.

E vou fazer uma pergunta — e claro que esta pergunta é uma dicotomia falsa (porque você não é obrigado nem a consumir nem um e nem outro…

Mas vou perguntar porque acho que muita gente que está escutando agora se fez essa exata pergunta: “Então seria melhor eu consumir o arroz branco do que o integral?”

Nutricionista Tatiane Attilio: Na falta da batata, sim.

Guilherme: Excelente. Ótima resposta, e gostei também de um ponto que você salientou essa questão dos carboidratos limpos.

Porque mesmo o arroz — é claro que perde da batata, por exemplo — mas todos esses: o arroz, as batatas, as frutas…

Enfim, todos esses ganham de alimentos como salgadinhos, refrigerantes, doces… que muitas mulheres acabam comendo na gravidez, ou mesmo criando esse hábito e mantendo depois.

Usam-se desculpas como “grávida pode tudo”, “tem que comer por dois”, “tem que comer se não a criança nasce com cara de não sei o que”…

E vários mitos que foram sendo reforçados ao longo do tempo, e que realmente não têm fundamento nenhum.

Eles só fazem mal para a pessoa — ela acredita nisso, come esses alimentos que não trazem valor nutricional, e ingere um monte de calorias vazias com eles.

Desejos De Grávida E Deficiências Nutricionais

Nutricionista Tatiane Attilio: Olha, eu sou mãe — logo, já fui gestante.

E eu posso dizer isso com toda sinceridade do meu coração: eu não consigo entender esse negócio de desejo de mãe.

Entre algumas amigas eu já ouvi falar que “quando eu fico grávida eu aproveito para fazer o meu marido acordar de madrugada e buscar alguma coisa para eu comer”.

Mas, na verdade, os desejos maternos vêm de uma carência nutricional.

Então quando a mulher não se alimenta adequadamente, e quando ela não tem um aporte de nutrientes bacanas, você tem sim alguns desejos por determinados alimentos.

Mas não especificamente, por exemplo, “jiló com marmelada”.

Sabe como a gente ouve algumas coisas assim, bem esdrúxulas?

Pode perceber que é bastante ineficaz a combinação do desejo e não vai contribuir em nada a não ser para ganho de peso e gordura corporal.

É muito legal a gente falar aqui também a respeito do paladar da gestante.

A gestante tem o paladar muito modificado durante a gestação.

A maioria das mulheres, elas gostam muito do paladar azedo né — no sentido ácido:  limão, maracujá, que são frutas contempladas tanto na cetogênica, quanto na low-carb e que melhoram o aporte de vitamina C.

Roney: Olha só que interessante! E tem algum motivo evolutivo?

Algum motivo que levou esse paladar mais para o azedo — seria justamente para ter uma maior ingestão de vitamina C?

Nutricionista Tatiane Attilio: Eu acredito bastante na questão da melhora da absorção do ferro.

Porque o ferro é muito solicitado, e vamos pensar na evolução da gestante: a criança vai tomando espaço que não tem na mãe.

Então o que que vai acontecer é que ela vai diminuindo o tamanho dos órgãos, vai empurrando os órgãos, não no sentido fisiológico, mas vai apertando, vai comprimindo  os órgãos, e daí o estômago vem parar praticamente na boca.

As mães falam isso!

Assim, a quantidade de comida que se consegue comer numa porção é pequena, e muitas vezes a proteína não é bem digerida.

E por quê? Porque está ali meio apertado, a criança está grande dentro da barriga.

Ou seja, a necessidade de ferro já vem prejudicada pela digestibilidade. E a vitamina C na presença do ferro facilita essa questão de biodisponibilidade.

Guilherme: Faz total sentido — ainda mais somando com aquela informação que você mencionou antes, dessa carência possível de ferro.

Então, se existe um nutriente que pode ajudar absorver melhor o ferro (e a vitamina C no caso faz isso), faz sentido que o corpo tenha evoluído de forma a selecionar as mulheres que desenvolviam esse paladar.

Elas que desejavam ter esses nutrientes tinham mais chance de ter sucesso evolutivo — e esses genes passaram para a frente. É realmente fascinante.

Nutricionista Tatiane Attilio: É! Eu acho muito legal todas as pessoas que me perguntam como eu monto, por exemplo, um protocolo de atendimento.

Eu falo que a pessoa tem que aprender a se ouvir.

A partir do momento em que você ouve seu organismo, que você se conhece, que você interpreta o que você quer, você consegue ver do que o seu corpo está reclamando, então aquilo de “ah eu comi até explodir” é porque não está certo, você comeu além da conta.

Ou “eu comi aquela comida e tive uma náusea”, é porque comeu errado.

O corpo dá sinais. Ao mesmo tempo em que ele dá sinais de que você está se alimentando bem.

Então quando você faz uma refeição boa sente-se leve, e tem uma digestão facilitada — o que para gestante e lactante é importante, porque a energia corre rápido, o metabolismo fica muito rápido.

E daí uma ressalva que é importantíssima quando você faz alimentação correta tanto para gestante quanto para lactante — a queima de gordura corporal está estimulada, incentivada, pela própria fisiologia, pelo próprio metabolismo daquele momento.

Então, mais uma vez fica fundamental uma alimentação adequada.

Restrições Alimentares Para Mães Lactantes

Guilherme: Perfeito.

E falando um pouquinho mais sobre alimentação para lactantes, muitas mulheres se queixam de durante a lactação terem vários alimentos restritos.

Porque muitas vezes eles causam cólicas ou mal estar no bebê.

Existe algum direcionamento clínico ou teórico, enfim, que mostre algum tipo de dieta mais sensata que se possa montar mesmo com todas essas restrições?

Porque é uma queixa que a gente já escutou bastante: “eu não posso comer isso tudo, não posso fazer dieta, eu só posso comer arroz e peito de frango, porque é o que não irrita o meu bebê”, por exemplo.

Nutricionista Tatiane Attilio: Cientificamente, não tem nada comprovado de que o que a mulher coma vai influenciar diretamente no bebê. Exceto algumas substâncias, por exemplo cafeína, drogas, e medicamentos.

Aí você tem uma ação farmacodinâmica, e você consegue ver essa presença no leite materno.

Mas alimento não.

E vamos fazer uma imagem só para fixar bem.

É como se eu fosse oferecer chocolate para a vaca e ela desse leite achocolatado.

Perceba que não tem sentido.

Roney: É realmente isso em tratar daquela questão que você falou.

Se o seu corpo não tem os nutrientes, se você não ingere os nutrientes suficientes o corpo vai dar um jeito de retirar esses nutrientes de você mesmo — como você falou, tirando o cálcio dos ossos ou da arcada dentária.

E esse é o exemplo oposto: não é porque você está ingerindo aquela substância que ela vai sair no leite. O corpo humano faz esse filtro muito bem pelo visto.

Nutricionista Tatiane Attilio: Sim, faz — e precisa fazer né.

Porque se não você teria uma variação de uma criança para outra.

É tão fantástico isso! Essa fisiologia é tão perfeita…

Porque você pode pegar o leite de uma mãe qualquer humano e oferecer este leite a outra criança — e a criança não vai ter nenhum tipo de alergia, não vai ter nenhum tipo de problema digestivo, não vai ter nenhum tipo de absolutamente nada.

E são mães diferentes!

É por isso que pode existir ama de leite. É por isso que pode existir o Banco de Leite.

Como é que você sabe o que aquela mãe (que deu aquele leite) consumiu — e o seu filho está bem?

É preciso pensar fora da caixinha: leite materno é leite materno, não tem outra formação.

É a mesma formação em qualquer mulher do mundo.

E isso garante o crescimento e desenvolvimento da criança de forma íntegra.

Então é perfeito — não tem isso de “vou comer arroz, o que vai acontecer?”

O que vai acontecer é que você vai armazenar gordura.

“Vou comer um pedaço de carne, o que será que vai acontecer?”

Você vai fornecer mais nutrientes para o teu corpo, e isso vai fazer o teu corpo produzir maior quantidade de leite.

Guilherme: Realmente faz total sentido!

Eu nunca tinha pensado por esse lado, é muito, muito bacana saber que essa questão da dieta da mãe não influencia diretamente!

Selecionamos esta pergunta porque é algo que a gente escuta bastante…

E, bom, eu não tenho nenhuma experiência prática com isso — então a gente se baseou nos relatos, queixas e perguntas que recebemos.

E é incrível ter essa oportunidade de dirimir essas dúvidas ao vivo.

Nutricionista Tatiane Attilio: É eu fico muito feliz também, porque uma coisa que acontece com a gestante (com a lactante) é o tal do palpite: todo mundo tem uma receita, todo mundo tem o que falar, mas na verdade o que a mulher precisa nesse momento são coisas baseadas em ciência.

E em ciência que tem experimentos, e não ciência observacional (que não dá a relação causa-efeito).

Criança Tem Que Fazer Dieta?

Roney: Com certeza Tati, com certeza.

E então a mãe tem a sua criança, amamentou durante um bom tempo, e depois essa criança cresceu, eventualmente comeu um tanto de porcaria (ou não)…

E acabou engordando, virando uma criança gordinha ou um adolescente gordinho.

O que fazer nesses casos?

Criança pode (ou deve) fazer dieta?

Ou tem que esperar o famoso estirão e só depois se preocupar com isso?

Como é que funciona a questão do sobrepeso e da obesidade para crianças e adolescentes Tati?

Nutricionista Tatiane Attilio: Esse daria um podcast só sobre esse assunto — tamanha a importância dele.

Para começar, eu não posso deixar de falar que a introdução dos alimentos para recém-nascidos após o sexto mês de vida (antes do qual a gente deve priorizar o aleitamento materno exclusivo), já se modificou.

Pois antigamente era prescrito suquinho de fruta — uma fruta.

E a gente iniciava por laranja lima, uma colher de sopa entre as mamadas, e passava uma semana ou três dias no mínimo para que a criança pudesse se adaptar — tanto o paladar quanto o desenvolvimento de enzimas digestivas (para que a criança fosse então melhorando seu sistema digestivo e fazendo com que ele absorvesse esse alimento de uma forma mais tranquila).

E depois de um certo tempo passava-se às frutas.

Depois das frutas, às papinhas.

Hoje mudou tudo.

Porque, quando você iniciava com suco, já estimulava de forma exacerbada o pâncreas.

E nós estamos falando de um recém-nascido em que o tamanho de um pâncreas tem uma produção de insulina limitada.

Então quando você fornecia ali uma quantidade de frutose alta em uma colher de sopa, você fazia o pâncreas  dessa criança funcionar de forma mais “agressiva”.

Então hoje já não se faz mais prescrições de suco para criança nenhuma, nem recém-nascida, nem na primeira infância ou já na fase de adolescência (púbere ou pré-púbere).

Então a gente faz uma alimentação de preferência baseada em alimentos de verdade.

E aí vai se assemelhar muito a uma dieta paleo.

E quando a criança está fora de peso, a gente vai usar a low-carb adaptada.

Que é semelhante aos critérios utilizados na lactante.

A gente vai introduzir o carboidrato — mas o carboidrato que tenha algo a oferecer a esse organismo e não apenas amido.

Porque nós vamos estimular o corpo a queimar as gorduras que estão armazenadas nessa criança sem deixar de dar energia a ela.

Então é importante que possamos fazer isso.

E um exemplo claro de que isso é feito de forma segura e muito tranquila é adoção da dieta low-carb para crianças diabéticas.

Ou seja: se uma dieta fosse imprópria para uma criança diabética — que têm maiores necessidades ainda…

Pois tem as mesmas necessidades nutrientes para crescimento e desenvolvimento.

Mas com maiores necessidades para melhora da imunidade, pele, gengiva…

Se fosse imprópria, a low-carb não seria indicada. Mas ela é!

Então se ela é indicada para uma criança diabética, por que não seria para uma criança obesa?

Ou para a mesma criança crescer saudável, não tem sentido.

Então, sim,  mais uma vez indicado.

Guilherme: Excelente! E a gente sabe que esse tema também um pouco espinhoso porque já existem alguns estudos (inclusive muito bem-feitos), com low-carb e até mesmo cetogênica em adolescentes obesos.

Mas parece que existe uma resistência muito grande em se expandir essas conclusões para crianças.

É como se fosse algo em que a gente não pode mexer (a alimentação da criança).

“Não pode colocar uma dieta”.

Sendo que isso é meio que um politicamente correto — mas não é o que acontece na prática.

Porque porque eu me lembro de ter uns 12 anos de idade ir na nutricionista (que me passava pão integral com geleia como lanche da tarde).

Aí eu tinha de comer, mesmo que sem fome (porque tinha que comer a cada 3 horas)…

Porém, eu comia o pão, e ficava com fome —  e aí não podia comer mais.

Então é uma certa hipocrisia que acontece quando falamos de dieta para crianças — e eu gosto da oportunidade termos este debate aqui, sem papas na língua.

Nutricionista Tatiane Attilio: E é uma coisa sem sentido total, porque veja só: existe uma hiper alimentação da criança na primeira infância.

  • “Come porque senão você vai ficar doente”,
  • “Tem que raspar o prato”,
  • “Se você comer eu vou te dar um doce”,
  • “Vai ao dentista que eu te dou um sorvete”,

e por aí vai.

Sem contar que a festa de criança é uma carbolândia.

Uma carbolândia recheada de produtos que são cancerígenos.

E aí vamos falar às claras mesmo:

Quem dá salsicha para o filho… por favor não façam isso! É igual dar Racumin.”

Roney: É um absurdo mesmo.

Nutricionista Tatiane Attilio: Eu nem sei se posso falar Racumin aqui.

Guilherme: Pode, no nosso podcast pode — aqui não tem censura não.

Nutricionista Tatiane Attilio: Quando você vai numa festa de criança você vai fornecer para essa criança o quê?

Um monte de carbolândia, horrível, sem nenhum nutriente. Recheado de produtos que são cheio de conservante cancerígenos.

Então dar uma salsicha para o seu filho é a mesma coisa que dar Racumin.

Por favor, não façam isso!

Eu não sei onde é que o mundo virou, mas o mundo (como diz a música) está virado, está mudado, e ninguém está entendendo.

Como que nós vamos ter medo de alimentos que são naturais, presente na natureza, e não vamos ter medo daquilo que a gente abre o saquinho e não sabe nem ler o que está no rótulo?

Roney:  Incrível mesmo Tati.

Como os valores estão invertidos né: você vai em um restaurante, às vezes eu vou em restaurante self service, e escuto as mães falando para a criança:

  • “ah então come só a batata frita”, ou
  • “come só o arroz e a sobremesa”.

Ou então vemos a criança só tomando refrigerante.

E às vezes a mãe na rua querendo convencer a criança de fazer alguma coisa fala:

  • “para de chorar que você ganha tal doce”, ou
  • “faça tal coisa que você ganha refrigerante”.

E aí parece que tudo bem — que não se tem nenhum tipo de restrição, como o Guilherme falou.

Muitas nutricionistas incentivam comer bolacha, comer bolacha água e sal, ou tomar um suquinho.

Só que, quando você fala de retirar alimentos que são praticamente puro açúcar, aí é um alarde, um problema.

Fala-se que não se pode fazer isso, não pode tirar nutriente da criança, então é bem triste com os valores estão invertidos.

Mas que bom que a gente tem locais como este Podcast, com profissionais como você, para poder falar a verdade sobre esse assunto que gera tanta polêmica. E não deveria gerar polêmica — dado tudo isso que estamos falando.

A Polêmica Da Criança Que Não Come

Nutricionista Tatiane Attilio: Sabe porque que gera polêmica?

Vou ser bem clara aqui e quem passa pelo meu consultório quando eu fazia consulta presencial ouvia sempre dizer isso: “mas o meu filho come só batata frita e arroz”.

E eu perguntava assim: mas quem compra isso?

E tem um pediatra muito bom que falava sempre para mim.

Criança não passa fome. Criança quando tem fome pede comida. Então para de insistir para a criança comer.”

Por exemplo, é hora do almoço.

Se o almoço está aqui “olha, uma saladinha com tomate”, e criança não gosta muito de folha, então vamos fazer um cardápio para uma criança.

Salada de tomatinho cereja, que é bonitinho e eles gostam, não tem tanto agrotóxico, eles gostam, é legal, natural.

A gente vai colocar um purê de abóbora cabotian low- Carb e vamos colocar uma isca de carne acebolada.

É um prato excelente!

Não tem nenhum problema com ele.

E, se a criança não quer, então tá bom: recolhe aquele prato (sabe, como as mães de antigamente faziam?), e põe na geladeira.

Aí a criança vem depois de meia hora “mãe, estou com fome”.

E você não fica oferecendo coisas de lanche para essa criança: oferece o almoço!

Então se ela não quiser é porque não está com fome.

É preciso ter discernimento: comida foi feita para alimentar e nutrir o organismo e garantir a saúde do seu filho.  Não foi feita para birra, manha, agradar (a comida afetiva)…   O afeto tem que vir do sentimento da relação de família — e não da comida.

É preciso ter discernimento: comida foi feita para alimentar e nutrir o organismo e garantir a saúde do seu filho.

Não foi feita para birra, manha, agradar (a comida afetiva)… 

O afeto tem que vir do sentimento da relação de família — e não da comida.

Você pode reunir a mesa para comer alimentos de verdade, nutritivos, dar saúde para o seu filho.

Mas não deve fazer com que ele tenha naquele alimento uma relação afetiva porque isso não vai fazer bem para ele.

Guilherme: Perfeito Tati — excelente!

Eu me senti até como sendo alguém “de antigamente”, porque minha mãe fazia isso de colocar na geladeira o prato e oferecer depois.

É realmente isso: a criança não vai morrer de fome.

Acho que é um medo um pouco irracional que os pais têm, achando que a criança não vai comer, vai cair morta pelos cantos, sem energia…

E isso não vai acontecer.

A gente falou tanto da beleza da natureza, ao selecionar  tantas coisas na gravidez, na lactação, e tudo mais…

Ela também selecionou crianças que também não morrem de fome: elas pedem comida, elas choram, elas falam, elas vão comer os alimentos nutritivos que você colocar na frente dela se elas realmente estiverem com fome, e tiverem sido educadas a comer isso.

Agora, se você viciou o paladar delas com alimentos hiper palatáveis, e oferece esses alimentos durante 90% do tempo, é natural que ela vá rejeitar o seu purê de abóbora com isca de carne e salada de tomate nos outros 10% do tempo.

Porque simplesmente não é “tão gostoso” quanto a bolacha recheada.

Não ativa os  mesmos centros de prazer no cérebro dela, e isso está criando um ambiente muito perigoso para o futuro dela também.

Nutricionista Tatiane Attilio: É, outra coisa muito importante é o exemplo dos pais.

Não existe você ter uma criança que está precisando fazer uma alimentação saudável, e você continuar usando refrigerante com o outro filho que não está precisando — ou mesmo você fazendo uso.

Então a alimentação ela é familiar, coletiva, e igual para todos os membros da família.

E daí eu acho um ponto muito importante: os pais procuram dar o melhor para seus filhos.

Todo mundo quer dar a melhor escola, dar a melhor formação em línguas, quer que a criança se vista bem, que ela esteja bem agasalhada…

Todo pai daria o mundo pelo seu filho, para que ele nunca adoecesse. Então por que abrir a porta para uma alimentação que vai prejudicar a sua saúde do seu filho tanto a curto, quanto a médio, quanto a longo prazo?”

Realmente não tem sentido. Precisamos rever os nossos conceitos e até retroceder em relação à alimentação da família.

Guilherme: Excelente! E é uma questão de hábitos, muitas vezes o que parece genética é hábito: a pessoa fala “ah eu sou gordinho, porque minha família toda é”.

Mas vai ver é porque a família toda consome 3 litros de refrigerante por dia e come uma alimentação ruim.

Então muitas vezes o ambiente todo foi esse, ela foi socializada naquele contexto, em que o prêmio é um doce, e em que é normal você comer uma sobremesa após cada refeição, tomar refrigerante, comer comida pronta para não ter que cozinhar (lasanha de microondas, pizza congelada, e outras aberrações)…

E e se você também tentar colocar a criança na dieta e você não segue, muitas vezes — logo para a criança, que aprende tanto com o exemplo — fica uma coisa incongruente.

Como ela vai levar a sério o seu conselho — logo de quem muitas vezes é o maior ídolo da criança, que é o pai e a mãe dela — que fala: “não pode comer essa porcaria”.

E o pai a mãe estão fazendo justamente aquilo que estão proibindo criança de fazer.

É uma dissonância muito grande.

Não É Sobre Radicalismo — É Sobre Boas Escolhas

Nutricionista Tatiane Attilio: Exatamente! E é muito legal a gente fala sobre isso porque realmente nós absorvemos outras culturas de alimentação, e muito se fala em relação ao arroz e o feijão.

Nossa, mas como assim a criança não vai comer arroz com feijão?

A questão do ferro e tudo? Como assim?

É só a gente pensar: países que não tem hábito cultural o arroz com feijão têm crianças, são povoados, urbanizados, e têm crescimento populacional.

Enfim: existe vida além do Brasil, e do arroz com feijão.

Ou seja: temos sim uma condição de dar nutrientes.

Temos a responsabilidade de fornecer esses nutrientes com alimentos que são saudáveis, então vamos mais uma vez pensar fora da caixinha e voltar a alimentar as nossas crianças (e nos alimentarmos) com alimentos ricos nutricionalmente.

Roney: Perfeito Tati.

Até porque o que a gente está falando aqui não é sobre colocar uma criança para fazer jejum de 16 horas todos os dias.

E nem sobre fazer uma alimentação estritamente carnívora, sem nenhum vegetal, sem nenhuma fruta.

O que estamos falando é uma coisa bem tranquila, que é você focar em comida de verdade e evitar ao máximo dar ao seu filho alimentos que são ricos em açúcares, principalmente açúcar branco, e evitar alimentos derivados dos grãos, principalmente farinha de trigo.

Só essa parte já vai ser um grande passo, já vai estar no caminho super certo se evitar esse tipo de alimento durante 90% do tempo.

Então não é para ter nenhum alarde, não estamos falando nada de outro mundo, é só uma alimentação rica em comida de verdade. pobre em carboidratos refinados.

E se eventualmente tiver uma exceção, isso vai ser menos importante —  se durante 90% do tempo a criança estiver comendo corretamente.

Dicas Para Ajudar Seu Filho A Comer Melhor

Nutricionista Tatiane Attilio: Exatamente.

Ninguém vai colocar uma criança de dieta.

Eu acho que a primeira coisa é removermos essa palavra dieta: nós vamos alimentar uma criança sem que a saúde dela se prejudique (como os alimentos industrializados assim o fazem). Ou seja: vamos trabalhar com alimentação.

A criança está com fome? OK, vamos comer alimentos de verdade.

E nós temos tanta variedade de um mesmo alimento a ser apresentado a essa criança.

Às vezes a criança não gosta da abóbora em forma de purê, mas gosta da abóbora assada, gosta de abóbora picadinha, gosta da abóbora misturada na carne moída, gosta da abóbora na forma de escondidinho

A apresentação do alimento faz parte.

Porque a criança é muito sensorial, ela precisa de textura e paladar.

Então, quando você mistura muito os alimentos, você tende a fazer com que essa criança recuse naturalmente.

As cores têm que estar bonitas, coloridas, vivas no prato para que a criança sinta atraída.

Então nunca misture muito um alimento no outro.

E uma dica muito legal é a de preparar o mesmo alimento de diversas formas.

Isso faz com que essa criança consiga identificar como é que ela gosta desse alimento natural, e que vai ser muito saboroso.

Guilherme: Com certeza, dicas excelentes!

Então é válido caprichar na apresentação dos pratos (porque tem esse apelo visual), e testar várias apresentações, texturas, e temperaturas de um mesmo alimento…

E eu ainda acrescentaria “oferecer várias vezes o alimento”.

Porque a criança pode falar um dia: “ah, não quero, não gostei”.

E aí depois em outro dia — com mais fome, ou num outro contexto, acompanhado de outro alimento —  ela pode acabar gostando.

Temos que lembrar que ela está em formação, e os gostos dela são algo volúvel.

Não é nada escrito em pedra que, se ela não quis comer cenoura hoje, ela nunca mais vai comer cenoura — também é importante ter essa consciência.

Nutricionista Tatiane Attilio: Ah sim, até mesmo nós adultos, quando a gente vai escolher um prato no self-service, ou quando a gente vai preparar um prato, você sempre tem uma preferência num determinado dia.

Não é que você não goste de um determinado alimento, mas naquele dia você quer outro alimento.

O seu paladar está para outro alimento, uma comida mais molhadinha, mais sequinha ou mais quente ou fria, então varia muito.

E por que não variaria também para criança?

Então isso é importante. Às vezes a criança está inapetente para um determinado alimento em um momento e no outro não.

Então não existe uma classificação rígida: ela pode passar um bom período sem comer determinado alimento, e depois aquele alimento ficar preferido

É muito importante lembrar disso e foi muito bem colocado.

Guilherme: Ah obrigado! Só tentei complementar essas ótimas informações que você está passando aqui.

E Tati, eu acho que a gente cobriu muita, coisa.

E eu queria dizer para quem está gostando e quiser acompanhar mais do seu trabalho, para te seguir no Instagram @tatianeatillio.nutri.

(Aproveite e siga também a gente lá, no @senhortanquinho).

E, se você ou o Roney não tiverem mais nada para acrescentar, eu vou fazer uma última pergunta.

A Educação Alimentar

Roney: Eu só ia acrescentar algo que me surgiu nesse último tópico: muitas vezes as mães ou os pais têm um certo costume alimentar que, como a gente falou, muitas vezes é ruim.

E eles simplesmente não sabem (não tiveram informações ou exemplos apresentados a eles) de outras comidas e formas de se alimentar isso acaba se refletindo na alimentação do filho.

Então se os pais têm costume de comer arroz, feijão, batata frita e um filezinho de frango, é isso que o filho vai comer.

Ainda mais porque as proteínas animais são sub-apreciadas, digamos assim.

Então é muito difícil para ter essa mudança na hora que nasce o filho.

É claro que os pais já devem saber que quando o filho nascer vai ter todo tipo de mudança dentro de casa,  e que eles vão ter que estar preparados.

E essa deveria ser mais uma dessas mudanças que eles devem estar abertos.

E nesses casos, Tati, o que você fala para os pais que chegam até você querendo saber sobre a alimentação do filho?

Você tem alguns exemplos de comidas que você fala para eles começarem a fazer para os filhos, ou algumas orientações para eles começarem a mudar a alimentação dentro de casa?

Como funciona essa relação —  esse aconselhamento familiar da alimentação?

Nutricionista Tatiane Attilio: Então, eu começo novamente por aí: não é a alimentação da criança que vai mudar, é da família que vai mudar.

Então a família precisa conhecer e saber que aquilo que faz bem para o pai para mãe vai fazer bem para todos os filhos.

Ou do filho (no singular): pois hoje temos aí um número enorme de famílias que têm filho único.

E é muito importante lembrar que hoje a rotina do brasileiro (não só do brasileiro, mas inclusive do brasileiro), é muito corrida.

Então muitas vezes os adultos não se preocupam com a própria alimentação e acabam fazendo uso de alimentos que não são nem fast-food — são junk food mesmo.

E com essa alimentação eles vão ficar perdidos em casa.

Porque uma criança muda tudo isso.

Então é o momento realmente de mudar, de buscar preparações, é muito legal que a gente consiga ver ali o paladar, trabalhar com poucos alimentos por vez, não trabalhar por exemplo “hoje vamos comer tantos e tantos vegetais”.

Em vez disso, vamos trabalhar com um vegetal, com um tipo de carboidrato bom se necessário for, e se necessário vamos colocar uma fruta de baixo Índice glicêmico na sobremesa.

Então vamos trabalhar a questão da introdução dos ovos, a quantidade, entender a fome real, a saciedade, então a gente vai trabalhando vários pontos — além de um cardápio que contemple aí a praticidade, que contemple alimentos de verdade e também seja apropriado para família toda.

Então é uma questão que não é difícil.

Falando assim parece que é um bicho-de-sete-cabeças, mas nada que, como eu tinha dito antes (vou ficar nesse exemplo para a gente não ficar divagando muito), a isca de carne com purê de abóbora e uma salada de tomate com palmito e pepino.

A isca de carne acebolada vai bem para todo mundo, e já está ali particionada, para a criança pegar só com um garfo.

Pegamos e fazemos um purezinho, que também não tem muito problema, com abóbora cabotian (que é um carboidrato bacana), ou você pode fazer um escondidinho.

E uma salada de tomate, palmito (criança adora palmito) e pepino cortadinho.

Assim, você pode caprichar no molhinho com iogurte, colocar azeite de boa qualidade e ir experimentando.

Trazer a criança para cozinha também é muito bacana.

Então hoje as escolas trabalham muito com culinária infantil — é uma pena que não tenha nutricionista low-carb dentro das escolas, para já trabalhar essa questão de que podemos comer os alimentos mais saudáveis.

Eu lembro inclusive quando a minha filha estava lá na escola, e tinha “o dia da fruta”.

E ela não entendia o porquê do dia da fruta se ela levava fruta todos os dias.

Ou seja: o tanto que estamos atrasados na questão da educação nutricional, ao ponto de precisar ter dia da fruta.

Quando a fruta deveria ter todos os dias, como sobremesa, e não como refeição.

Mas enfim, nós vamos chegar lá!

Eu sou uma pessoa otimista, eu acho que vai chegar uma hora que vamos precisar nos alimentar de forma adequada e porque nós queremos envelhecer de forma de adequada, então não tem outro caminho não ser esse.

Guilherme: Perfeito, e realmente a gente tem que ser otimista para continuar fazendo esse trabalho divulgação e tem que acreditar que as coisas vão mudar.

Senão a gente fica preso, pensando que não vai adiantar nada, e aí não agimos e não muda nada mesmo.

Então nós temos que acreditar que estamos fazendo uma mudança positiva no mundo, e aos pouquinhos vamos vendo que estamos mesmo.

Nutricionista Tatiane Attilio: Isso mesmo! É o que faz a gente ficar motivado.

Guilherme: É isso aí! Então Tati, a gente queria agradecer o seu tempo hoje, e queria dizer a todo mundo para seguir você em @tatianeatillio.nutri no Instagram, e seguir a gente lá também no @senhortanquinho.

E queria saber de você Tati, se você tem um pedido final para nossa audiência, algo que você gostaria que eles fizessem, ou que gostaria que ele pensassem.

Enfim, agora há este espaço que eu queria deixar para você, para você se comunicar diretamente com as pessoas.

Se você tiver uma mensagem final, esse pedido final, o que seria?

A Mensagem Final Da Tati Para Você

Nutricionista Tatiane Attilio: Eu quero pedir a todos que estão ouvindo, que tentem ter não uma conclusão já formada de tudo aquilo que já foi dito aqui.

Mas que tenham um senso crítico e a mente aberta para pensar de outra forma, tentar buscar avaliar o que estamos dizendo, não estamos vendendo nenhum produto aqui, nenhuma caixinha pronta, com uma dieta impressa para que você use.

Mas sim estamos abrindo os olhos para questionamentos.

Vamos olhar hoje como está o quadro das nossas crianças obesas, diabéticas, com hipercolesterolemia, com triglicerídeos altos.

Vamos olhar para os nossos idosos, vamos olhar para as pessoas que estão desenvolvendo Alzheimer tão cedo.

Já sabemos, por exemplo, que a dieta cetogênica por exemplo está sendo utilizada há muito tempo, antes de 1920, para tratamento de autismo, tratamento de crianças e adultos com problemas no sistema nervoso central.

Então, vamos avaliar o bate-papo que a gente teve aqui, não de uma forma que eu como nutricionista venho me posicionar contra aquilo que que vem sendo feito de uma maneira crítica.

E sim de uma maneira a ajudar, a levar informação para que você possa se questionar e a partir daí melhorar.

Ninguém está aqui para agredir apenas para ajudar, isso é fundamental. E muito, muito obrigada mesmo.

Roney: Caramba Tati, perfeito recado para o pessoal.

Esperamos que eles escutem e levem a sério cada palavra que você disse (não só essas de agora, mas as do podcast inteiro.)

E também queria aproveitar para agradecer muito a sua presença, e o seu tempo para gravar mais uma vez essa entrevista com a gente, muito obrigado mesmo.

Nutricionista Tatiane Attilio: Nossa, eu fico muito contente, só tenho a agradecer.

Guilherme e Roney, vocês fazem um trabalho incrível, eu sou fã de carteirinha.

Não me incomodo de falar isso muitas vezes. Indico a receita de vocês.

Vou até falar ao vivo aqui, essa receita de pastelzinho dois ingredientes, como lanche de escola para criança é uma beleza, é tudo de bom!

Então tem sim como uma fazer uma lancheira saudável e tem sim como fazer uma alimentação gostosa e nutritiva para família inteira.

Muito obrigada pelo trabalho de vocês e muito obrigada por essa colaboração que vocês estão trazendo de uma forma muito ética. Parabéns viu, muito obrigada.

Guilherme: Que é isso Tati, a gente ficou honrado com suas palavras e queria agradecer você novamente pelo seu tempo.

Também queria recomendar todo mundo também o outro episódio de podcast que gravamos, caso alguém não tenha ouvido ainda. Ele também genial e intenso — assim como este aqui.

Então obrigado novamente, e obrigado também a todos que nos ouviram em mais um episódio.

Vocês sabem que o nosso compromisso é trazer os melhores profissionais como a Tati para falar sobre assuntos muito importantes para vida e para saúde todos nós, tanto individualmente, como enquanto sociedade.

Então, lembre-se de se inscrever no nosso podcast, para ter acesso aos novos episódios.

A gente vai postar episódios novos  todas as segundas-feiras.

Obrigado a todos: obrigado Tati, obrigado Roney, e obrigado a você que ouviu.

Se quiser compartilhar suas impressões conosco, deixe um comentário abaixo. Vamos adorar continuar esta conversa.

Um forte abraço, do Senhor Tanquinho.

4 comentários em “Podcast #065 – Low-Carb Para Gestantes, Lactantes E Crianças, Com Nutri Tatiane Attilio”

  1. Muito boa a abordagem, firme e acrescentou muito. Nunca alguém foi tão claro a respeito dos “santificados, idolatrados, salve, salve grãos” e seus malefícios durante a gravidez. Ouvir isto de uma Nutricionista é algo a se comemorar e parabenizar.

    Só um cuidado, na parte do “o que a mãe come não influencia no que a criança experiencia” em termos de cólicas e afins: há os casos em que a criança desenvolve alergia à proteína do leite de vaca, por exemplo, nos quais o que a mãe come influencia SIM nos desconfortos e estado de saúde do bebê, porque alguns aminoácidos ou dipeptídeos alérgenos também tem a capacidade de atravessar através do leite materno, tanto quanto os aminoácidos essenciais e necessários.

    E isto é fato conhecido e comprovado em prática e literatura: a recomendação é que a mãe se abstenha até de traços de proteína de leite e isto resulta em melhora dos quadros de cólicas e disenteria do bebê.

    E mais um ponto: o conhecimento que se tem a respeito de proteínas alérgenas ou sensibilizantes é relativamente pequeno, apenas recentemente, por exemplo, começou a se estudar lectinas e seus danos. Quem garante que algum aminoácido ou dipeptídeo da cadeia formadora das lectinas não consegue atravessar pelo leite materno e cause algum desconforto ou dano? Já se tem estudos que indicam que a gliadina, componente do glúten, atravessa e ataca o intestino de bebês pré-dispostos à doença celíaca. Então, não dá pra fazer afirmações tão categóricas a respeito de “não influenciar em nada”, ainda mais quando a experiência popular prática de séculos também embasa e faz parte do conhecimento adquirido.

    1. Oi Júci! Obrigado pelo seu relato e considerações.

      Com certeza a ciência avança a cada dia e vale a pena ficar de olho.

      Até porque sabemos que ingerir muito leite e grãos, alimentos ricos em lectinas no geral, não é o ideal para a alimentação de qualquer pessoa. Não é legal ter a alimentação baseada em um monte de antinutrientes e leite.

      Com certeza esse motivo que você trouxe é mais um motivo pra mamãe gestante optar pela comida de verdade, baseada em bichos e plantas.

      Se puder nos ajudar compartilhando esse conteúdo, nos ajuda muito! Para acabar com a “ditadura dos grãos integrais”…

      Seguimos juntos. Abraços!

  2. achei esse podcost muito completo… acho que so faltou mesmo falar na questao do acido folico…a mulher que pensa engravidar deve tomar acido folico (folato na sua forma ativa) pelo menos durante 3 meses para evitar problemas no tubo neural

    1. Guilherme e Roney

      Fala Ricardo, tudo bom?

      Obrigado pelos elogios e comentário.

      Mas isso é meio relativo, em vários casos é possível ingerir boas quantidades de complexo B apenas com alimentação (ácido fólico é uma das vitaminas que fazem parte do complexo B).

      O ideal é mesmo ver individualmente com um médico.

      Abraços!

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