Podcast #113 — Alimentação Como Remédio, COVID-19 E Inflamação, com Dr. William Rutzen

Eu gostaria que as pessoas vissem a saúde delas como um verbo, como uma ação, porque a saúde não é algo que a gente tem ou não tem. É algo que a gente constrói a cada minuto do nosso dia.”

Saúde não cai do céu.

Você tem que trabalhar por ela. 

E, neste episódio, convidamos o Dr. William Rutzen para ajudar você a descobrir quais as melhores estratégias que aumentam as suas chances de

  • melhorar seu metabolismo,
  • aumentar sua imunidade, e
  • viver de maneira mais saudável e protegida de doenças.

Este podcast está super recheado, e recomendo demais que escute até o final para descobrir:

  • como o Dr. William descobriu a low-carb — e como ele mesmo a utilizou como remédio para tratar sua doença autoimune,
  • o que são comorbidades e por que isso é importante,
  • comorbidades comuns e como evitar as duas mais comuns,
  • por que é tabu falar sobre obesidade?
  • metabolismo mais saudável = COVID mais branda?
  • genética não é destino: como colocar as chances de ser saudável a seu favor,
  • comorbidades e mortalidade: muito além do COVID,
  • saúde da sociedade: a responsabilidade começa com você,
  • pandemia, COVID, e o que falta aprendermos sobre as doenças,
  • por que pensar em “saúde e doença” é errado,
  • os hábitos saudáveis do Dr. William,
  • a mensagem final do Dr. William Rutzen para você,

e muito, muito mais.

Siga o Dr. William no Instagram: https://www.instagram.com/dr.williamrutzen/ 

Siga a gente também: https://www.instagram.com/senhortanquinho/ 

Abaixo temos a transcrição completa do episódio.

Curta muito — e claro: inscreva-se no seu player favorito.

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Agradecimentos especiais ao medidor de cetose UaiKeto, que nós pessoalmente usamos e que patrocina este podcast.

E também aos alunos dos nossos livros, cursos e treinamentos.

Se você busca mais resultados em menos tempo, vale a pena participar.

Transcrição Completa Do Podcast Com o Dr. William Rutzen

Guilherme — Olá, Tanquinho! Olá, Tanquinha! Sejam muito bem-vindos e bem-vindas a mais um episódio do nosso Podcast. Hoje contamos com a presença do médico Dr. Dr. William Rutzen. Como você vai William, tudo bem com você? 

Dr. William Rutzen —Tudo certo comigo e com vocês? 

Guilherme — Tudo certo também.

Roney — Tudo certo por aqui também William. Muito legal falar com você. Seja bem-vindo ao nosso podcast. Vamos começar então William com você se apresentando para o pessoal, contando mais sobre você, sobre sua profissão, sua área de abordagem. 

Dr. William Rutzen — Perfeito, perfeito. Eu sou o William, então eu sou médico, me formei em 2012, tenho especialidade em clínica médica em medicina intensiva. 

Atuo na área de medicina intensiva desde 2016. 

No ano de 2017, eu fiz uma especialização sobre nutrição dentro da medicina intensiva, e foi onde surgiu meu interesse pela nutrição.

Então, iniciei uma pós-graduação em nutrologia que eu faço até hoje e termino no final do ano. Sou portador de artrite psoriásica, uma condição que eu tratei com low-carb. 

Então, tenho hoje a doença praticamente em remissão e muito disso devido à adoção de uma alimentação saudável e com alimentos com baixo índice glicêmico, uma alimentação o mais natural possível. 

Então acabei me apaixonando por esse assunto e comecei a trazer essa abordagem para os meus pacientes de consultório também. 

Assim, venho atuando há cerca de dois, três anos prescrevendo low-carb e orientando low-carb para os pacientes que atendo. 

Como O Dr. William Descobriu A Low-Carb

Guilherme — Muito legal, William. Como foi essa descoberta da low-carb? Foi na sua Pós ou foi por conta de estudos? Você ligou isso de alguma forma com a sua condição da atrite psoriásica, como foi esse processo? 

Wiliam Rutzen — Eu tenho amigos cirurgião oncológico que prescreve cetogênica para os pacientes dele que estão fazendo tratamento quimioterápico ou acompanhamento pós-cirúrgico da ressecção de algum tumor. 

Aí um dia conversando com ele sobre a minha condição de artrite psoriásica, ele falou: eu sugeria para ti que experimentaste fazer a dieta cetogênica por algum período. 

Aí eu fiz, isso foi em 2019 eu fiz a cetogênica tive uma mudança brusca nos sintomas e na necessidade de medicações analgésicas que eu fazia o uso bem frequente. Eu passei a espaçar bastante o uso, e até suspender alguns tratamentos. Então eu achei o resultado muito interessante. 

Foi a partir dele, do Doutor Marcelo Magalhães se tiver ouvindo, foi a partir dele que descobri esse mundo da low-carb e da cetogênica. A partir disso comecei a fazer cursos. 

Fiz  primeiro o curso do Tim Noakes, depois o curso do Dr. Souto sobre diabetes. 

Agora venho fazendo a certificação de Primal Health Coach, do Mark Sisson.

Então eu passei… Eu me apaixonei por isso e passei a estudar isso o tempo todo. 

Claro que durante esse tratamento eu experimentei uma alimentação baseada nos livros do Senhor Tanquinho que em 2019 eu comprei os livros de receitas de vocês e o que a gente faz na cozinha aqui de casa até hoje. 

Alimentação Como Remédio

Roney — Que legal, William. A gente fica super feliz de saber que também nossos conteúdos puderam te ajudar de alguma forma. Então William você diria que uma alimentação, bem comida de verdade como você vem fazendo, com alimentos baixos em carboidratos, ajudou você bastante na questão psoríase, né? 

Mais uma vez a comida de verdade sendo um veículo para ajudar alguma condição de saúde. 

Dr. William Rutzen— Sem sombra de dúvida. 

Eu notei toda diferença depois que eu comecei a me alimentar com alimentos mais naturais e aqueles com os quais o nosso intestino foi desenvolvido através da evolução genética, então eu sempre digo isso.

Comida de verdade é o que mais fortalece a nossa saúde, quando o nosso corpo está saudável ele tenta fazer as doenças desaparecerem — e, na maioria das vezes, ele até consegue.”

O Que São Comorbidades E Por Que Isso É Importante

Guilherme — Excelente. A gente mencionou antes de agendar essa entrevista, a questão que atualmente a gente observa a importância da alimentação e da saúde em geral não só na questão de doenças autoimunes ou mesmo na questão de ganho e perda de peso.

Mas também porque o nosso mundo está passando por um momento de pandemia. 

Uma palavra que acabou entrando em voga nesse momento foi a palavra comorbidades. O que são comorbidades e por que isso é importante? 

Dr. William Rutzen — Tu sabe que a palavra pandemia ganhou notoriedade durante esse surto de infecção pelo Coronavírus.

Mas a gente já vivia uma pandemia muito antes disso. 

Por isso eu costumo dizer que, neste momento a gente vive uma sindemia: a gente tem uma Pandemia de Obesidade, e uma pandemia de Diabetes, associadas a uma pandemia de Covid-19. 

O que acontece? 

O nosso corpo enfraquece à medida que ele vai sofrendo agressões. Comorbidades nada mais são que agressões ativas. 

Ou seja, são desequilíbrios perpetuados no nosso corpo. 

Então a gente tem um corpo obeso, um acumulo excessivo de gordura, o tecido gorduroso é inflamatório, a gente tem uma agressão se perpetuando. 

O que essa agressão vai fazer? Ela vai gastar o nosso sistema imunológico, ela vai diminuir as nossas defesas, ela vai deixar o nosso corpo menos preparado para enfrentar uma outra doença que eventualmente a gente possa encontrar. 

Só que, diferentemente da obesidade ou do diabete tipo 2, a gente não tem como se proteger totalmente da infecção por um vírus como o Coronavírus.

A gente pode, mesmo estando saudáveis, pegar essa infecção.

Só que se a gente não tem as outras comorbidades preveníveis — como obesidade e diabetes, principalmente — o nosso corpo vai estar muito, muito, muito mais forte para combater essa infecção, e essa infecção tende a ser bem sútil. 

Eu não sei se vocês tiveram Covid-19, mas nós tivemos aqui em casa, e todos tivemos quadro super brandos. 

Porque a gente sempre cuida da alimentação, ninguém aqui está obeso e ninguém aqui está diabético. 

A gente precisa pensar que uma sindemia só acontece quando a gente se desleixa em algum cuidado, né? 

Comorbidades às vezes são coisas que a gente não pode evitar, mas quando a gente fala de obesidade e diabetes a gente pode evitar, quando a gente precocemente atua ,ou então a gente pode mitigar muito o grau em que essa doença afeta a nossa saúde. 

Por isso as comorbidades hoje são basicamente o que define como o paciente vai enfrentar a infecção: porque elas definem como o paciente está quando a infecção chega.”

Comorbidades Comuns E Como Evitá-las

Roney — Perfeito. Quais são as formas mais comuns, quais as comorbidades  mais comuns que você observa no dia a dia? Como atenuá-las ou revertê-las ou mesmo evitá-las?

Dr. William Rutzen — No início dessa Pandemia a gente observava muito os pacientes idosos, que já têm a saúde um pouco mais fragilizada, com diabetes, sendo o público que a gente encontrava com mais frequência nas UTIs. 

Eu trabalho todas as manhãs numa UTI de Covid, dedicada exclusivamente ao COVID. 

Então esse era o público que a gente via antes que surgissem as vacinas. 

À medida que a gente iniciou a vacinação pelos idosos, a gente observou uma mudança muito importante dessa curva. 

Hoje, basicamente os pacientes que a gente tem internados dentro da UTI são jovens obesos. 

O sobrepeso é sem sombra de dúvidas o fator de risco mais importante para o desenvolvimento de uma infecção grave pelo Coronavírus.“

Isso se atribui muito ao fato de o paciente obeso estar cronicamente inflamado, ao aspecto inflamatório da obesidade.

Mas a gente atribui muito também ao fato de que cuidar de um paciente obeso dentro da UTI em ventilação mecânica é uma tarefa muito mais difícil, porque a gente precisa usar pressões maiores nos ventiladores, porque manobras que são muito importantes para tratar esses pacientes como uma prona são muito difíceis de executar em pacientes obesos. 

Então, se vocês me perguntam hoje que comorbidade salta os olhos, sem sombra de dúvidas é a obesidade. 

Hoje de manhã sabendo que iria conversar com vocês eu fiz um levantamento lá na UTI que a gente tá hoje. 

A gente tem 9 pacientes internados na unidade. Desses, 7 são obesos — obesos com IMC maior que 30. 

Então a gente observa claramente uma tendência de que essa seja a principal comorbidade associada a desfecho negativos. 

Por Que É Tabu Falar Sobre Obesidade?

Guilherme — Faz bastante sentido o que você está falando de que um estado de inflamação crônica, um estado que o metabolismo da pessoa não está no ideal vá complicar com outros fatores. 

Na verdade, a obesidade é uma comorbidade para várias outras condições também. 

Não é apenas com a questão do COVID. No entanto, a gente observa muitas vezes que, ao tentar tratar esse assunto de maneira imparcial, relatando mesmo que a gente observa e o que a ciência nos mostra — que são efeitos negativos da obesidade — existe uma certa resistência em se endereçar essa questão. 

Existe até uma certa pressão cultural, social de aceitação ou algo assim. 

Você observa algo nesse sentido nos pacientes ou nos familiares ou quando vai tratar endereçar esses pontos? 

Dr. William Rutzen — Sem sombra de dúvida. 

No meu Instagram um tempo atrás eu fiz uma postagem sobre a famosa “obesidade saudável”. 

Nesse post eu digo justamente que obesidade saudável não existe

A gente demora muito a conseguir, através de exames laboratoriais, mostrar o dano que a obesidade está causando ao indivíduo. 

Mas ele está acontecendo, esse dano acontece de forma subclínica, a inflamação está ocorrendo.

O paciente está tendo uma ruptura de processos endócrinos, o paciente está tendo um distúrbio de gerenciamento de energia, então habitualmente ele vai ter menos energia para desenvolver atividades físicas, então a obesidade é um efeito cascata, ela é uma doença que tende se retroalimentar. 

Então, à medida que o paciente fica obeso, ele aumenta a ocorrência de resistência insulínica e vai ficando mais obeso por isso. 

Então, eu sempre sou muito pontual e direto com os meus pacientes no consultório. Muitos pacientes falam comigo: “ah, mas o meu triglicérides é normal, minha hemoglobina glicosilada é normal.”

Aí eu mostro para eles como funciona o tecido adiposo, quais são os papéis do tecido adiposo têm e acabou convencendo eles de que a gente precisa fazer algo a respeito. 

É como eu sempre digo: ninguém precisa ter vergonha de ir a praia porque está obeso. Ninguém precisa ter vergonha de ir a um restaurante porque está obeso. Mas as pessoas precisam ter vergonha de não estarem fazendo nada a respeito daquilo. 

Nós vamos ter composições corporais diferentes, nem todos vão conseguir virar o Senhor Tanquinho. Para alguns o tanquinho vai ficar um pouco mais arredondado. Mas as pessoas precisam está tentando sempre buscar o seu melhor estado metabólico. Isso requer proatividade. 

Metabolismo Mais Saudável = COVID Mais Branda?

Roney — Exatamente. Até quando a gente fala de “Senhor Tanquinho”, pode ficar parecendo é só sobre ter um tanquinho, ter uma boa forma, e até a gente tem um lema, de que “não é só sobre emagrecer: é sobre ganhar saúde de volta”.

Nesse ponto do COVID que você viu, pela sua experiência, pelo o que você leu e estudou, então a maior chance de apresentar sintomas são de pessoas obesas, com comorbidades, como você falou. 

Então quer dizer que pessoas magras não vão ter sintomas muito graves? 

Quer dizer que pessoas obesas sempre vão ter sintomas muito graves?

E, se foge dessas regras em alguns casos, você tem algum palpite do porquê fugir à regra? 

Dr. William Rutzen — A gente tem um ditado em medicina. 

A gente gostaria muito que as doenças lessem os livros, mas elas não leem e elas não se comportam de maneira uniforme.”

Então o que a gente consegue claramente observar: que os pacientes que têm sobrepeso e obesidade têm uma clara tendência a manifestar uma forma grave da doença

Embora mesmo os pacientes que estão em sobrepeso, diluídos na população, quem vai apresentar uma forma grave é uma porcentagem bem menor de pacientes. Estimo ali que uns 10%. 

Mas quando a gente pega a população metabolicamente saudável, o indivíduo magro sem outras doenças que afetam o sistema imunológico a gente sabe que a chance dele apresentar uma forma grave da doença é menor que 2% ou 1%. 

A gente ainda não tem esses dados concretos. 

A gente vai ter depois que a pandemia passar. 

Mas as chances de um paciente com sobrepeso, paciente que está metabolicamente desequilibrado apresentar uma forma grave, é muito maior do que aquele paciente saudável, que era hígido quando a doença chegou. 

Outra coisa que a gente observa, por exemplo: eu faço tratamento de obesidade com vários pacientes. Isso é uma observação minha, observação pessoal.

Vários dos meus pacientes em tratamento tiveram COVID-19, desses quantos apresentaram a forma grave? Zero. 

Mas esses estão metabolicamente melhores. 

Então eu sempre digo para os pacientes: tu não precisa perder todo o teu peso. 

Tem pacientes com 200 kg, tu não precisa estar com 80 kg para ter um risco menor de desenvolver uma doença. 

No momento que tu começar a restringir carboidratos, no momento que  tua insulina basal tiver menor, tua curva insulínica tiver melhor, triglicérides tiver menor, tudo isso vai fazer com que teu metabolismo já fique mais forte. 

Teu sistema imunológico não vai ser ativado o tempo todo para combater o tecido adiposo. 

Então todas essas coisas, toda essa confluência de resultados positivos vai deixando o paciente mais forte, basta começar para gente ter um risco menor de desenvolver uma doença grave. 

Qualquer doença grave — incluindo o Coronavírus. 

Como Colocar As Chances A Seu Favor

Guilherme — Excelente. 

E um dos pontos muito interessantes que você trouxe é justamente esse, de que a gente pode começar com pequenas melhoras.

Se a pessoa tem 50 kg para eliminar, ela não precisa eliminar os 50 kg para começar a ver melhoras: quando ela perder 10, 15, 20 kg ela já vai ter mudado muita coisa na vida dela — e não só em questões de probabilidade de consequências graves como o Coronavírus, mas também a própria maneira como ela se sente, nas roupas que ela usa, nos elogios que ela recebe das pessoas. 

O progresso acontece aos poucos também. 

Muitas vezes as pessoas esperam um momento mágico, que tudo vai se ajeitar, focam demais nessa linha de chegada. 

É legal ter um objetivo, mas esquece que a gente vive a nossa vida toda, todos os dias. 

Então, se a gente está indo para uma direção boa e está melhorando com o passar do tempo, ao longo das semanas a gente já vai vendo mudanças — não precisa necessariamente esperar a linha de chegada para viver de uma forma melhor. 

E outro ponto também que você trouxe que eu achei muito legal foi essa parte que a gente tem probabilidades de uma pessoa ter um desfecho pior ou uma complicação maior quando ela tem algumas das comorbidades — como a própria obesidade. 

Então não é uma garantia, não é determinístico que a pessoa é obesa, então ela vai ter tal e tal consequência, e a pessoa que é magra está blindada.

Não funciona assim né? 

Assim como nem todos os fumantes têm câncer de pulmão, nem todas as pessoas que são saudáveis têm bons hábitos de vida e estão imunes de doenças de estilo de vida. 

Mas a gente quer colocar as chances a nosso favor. 

Dr. William Rutzen — Perfeito. 

Tem uma frase do Mark Sisson que eu acho muito interessante, ele sempre fala: a predisposição genética coloca as balas na arma, mas quem dispara somos nós

Então a gente se cuidando, claro que vai ter fatores que a gente não consegue medir, que nos predispõem às doenças. 

Existe predisposição genética, existem alterações metabólicas que são subclínicas e podem não se manifestar, e que vão determinar que a nossa imunidade se encontre já fragilizada ao combater uma doença como o coronavírus. 

Mas os fatores que estão ao nosso alcance no momento que a gente começa a abordar eles, já vão atuar a nosso favor. 

Uma coisa muito importante daquilo que tu disse, Guilherme: um corpo saudável não armazena gordura em excesso. 

Então a gente não tem que buscar um número na balança. 

A gente tem que buscar ter mais disposição, ter mais energia e se sentir melhor consigo mesmo, ter a pele mais saudável, ter um sono melhor. 

À medida que o nosso corpo vai se equilibrando metabolicamente, ele vai eliminando a gordura em excesso ao natural. 

Comer saudavelmente coisas para as quais fomos feitos para digerir está no cerne dessa questão de a gente começar a melhorar a saúde do nosso corpo para que ela nos ajude a combater as doenças. 

Comorbidades E Mortalidade: Muito Além do COVID

Roney— Com certeza. Acho legal disso tudo que a gente está falando que no momento, no último 1 ano e meio pelo ao menos só se falando de COVID, Coronavírus.

Mas, talvez se a população fosse menos obesa, menos comorbidades, talvez esta doença tivesse surgido I ou II Séculos antes…  talvez a gente não tivesse tantas e tantas mortes por conta disso, bom até por outros fatores como ser mais difícil a locomoção das pessoas por aí. 

Enfim, se as pessoas fossem menos obesas talvez tivessem menos mortes. 

O que a gente fala aqui no caso a gente cita muito Corona e COVID, mas pode ser que daqui um tempo seja um outro vírus com a mesma letalidade, com o mesmo grau de infecção e vai valer as mesmas coisas que a gente está falando na questão de provavelmente as pessoas com comorbidades vão ser as mais afetadas de novo, vão ser as pessoas com maior índice de mortalidade. 

Dr. William Rutzen — Isso passa por uma questão muito maior, por que o que acontece? 

À medida que as pessoas vão acumulando comorbidades e a prevalência dessas comorbidades vão aumentando existe um fardo social também da doença.

Ou seja, a população produz menos, a população precisa fornecer cuidados médicos e medicações para essa população que está inativa. 

Então vai se tornando uma parcela cada vez maior de pessoas que não conseguem produzir em prol dos seus e que precisam absorver os recursos da sociedade. 

A gente pode pensar “isso é uma questão egoísta agora”, mas se a gente olhar na década de 70 a gente tinha 5% de prevalência de obesidade nos Estados Unidos, hoje a gente tem cerca de 30 / 40% de obesidade nos Estados Unidos. 

Então se a gente seguir nesse passo… só se passaram 50 anos. 

Daqui mais 50 anos nessa mesma progressão serão 80% da população vai ser obesa. 

Um risco enorme de infarto, AVC, trombose, hospitalização, mortes e incapacidade. 

Então como a sociedade vai ficar se a gente não pensar em começar a recuperar a nossa saúde perdida.

A recuperação dessa saúde perdida vem de a gente entender como o nosso metabolismo funciona, o que mudou que nos fez perder o caminho da saúde e mudar esse curso. 

Eu acho que cabe a nossa geração, eu acho que vocês são um pouco mais jovens que eu, mas somos todos jovens, acho que cabe a nossa geração levantar essa bandeira e peitar essa mudança. 

Porque se não acontecer essa mudança, as gerações futuras vão penar muito para conseguir se desenvolver com uma sociedade doente. 

Saúde, Responsabilidade Individual, E Sociedade

Guilherme — Com certeza. 

Achei muito legal que você falou em termos de gerações, porque isso deixa evidente, porque a gente está com problema em que três, quatro gerações atrás a gente não tinha uma incidência tão grande de obesidade e doenças metabólicas todas. 

Então não é uma questão como muitas vezes é definido por aí de que “obesidade é algo genético”. 

Afinal, foi uma coisa geracional, é uma coisa populacional, e a nossa genética em termos de espécie não mudou tanto assim nos últimos 100 anos comparado aos 2 milhões de anos que aconteceram antes que a gente não tinha esses problemas também. 

Então existiu alguma coisa, na verdade, várias coisas — é multifatorial essa questão. E a alimentação com certeza está no cerne disso, mas várias questões de estilo de vida mudaram ao longo das últimas dezenas de anos, e precisam ser endereçadas essas coisas.

Em vez de uma mera resignação, em que como você falou as pessoas “aceitam a genética”. Mas a genética colocou as balas nos revolver, mas de fato você pode não apertar esse gatilho. 

E de uma forma populacional mesmo, uma forma da sociedade mesmo, a  gente buscar a solução melhor. 

Nesse contexto, é interessante a gente falar que a gente está falando aqui da sociedade como um todo — e isso é importante, é uma questão de saúde pública, impacta nos gastos, impacta na produtividade, na sociedade, impacta no bem-estar e no sofrimento de milhões de pessoas e suas famílias. 

Mas é interessante ver que a gente pode contribuir para isso mesmo no nível individual, porque não tem como a gente pensar a questão da sociedade sem pensar nos indivíduos: a sociedade é composta por indivíduos. 

Então para cada pessoa que escuta um podcast como este, que vai atrás de informação, que muda a vida dela e melhora alimentação dela, adota bons hábitos…

Ela mesma emagrece e para de ser esse “fardo” para saúde pública, digamos assim, ela já está fazendo a parte dela. 

E ela ainda tende inspirar os outros com o poder do exemplo. 

Então a gente fala muito da questão social, é importante salientar que a gente não quer com isso deixar o argumento como “ah, é a sociedade”. 

Como se fosse algo para os outros resolverem. Não: a sociedade é cada um de nós. E é importante a gente tomar essas medidas na nossa vida. 

Dr. William Rutzen — Perfeito. Eu digo para os meus pacientes a seguinte frase: saúde também é um vício, sabe? 

Porque depois que a gente começa a ver os resultados e adotar práticas saudáveis e atividades físicas, higiene do sono, controle do estresse e alimentação saudável, a gente percebe o quão melhor a gente fica.

A gente quer transmitir aquilo para todo mundo. 

Então habitualmente um paciente consulta, começo a passar as orientações daqui a pouco ele diz: bah! Lá em casa a gente não compra mais pão de trigo. 

Daqui a pouco ele diz: bah! A gente cortou o arroz. 

Aí eles começam a se transformar, e daqui a pouco, sem intenção, quem estava com o peso acima já melhorou, o pessoal já está tendo que doar as roupas e comprar roupas menores, está todo mundo se sentindo bem e daqui a pouco passam a praticar um esporte coletivo. 

Então a gente tem essa influência negativa ou positiva. 

Se a gente tem um comportamento negativo tende a influenciar aqueles que a gente ama com comportamento negativo que vão prejudicar eles também. 

Se a gente tem um comportamento positivo, a gente tende a melhorar aqueles que a gente ama. 

Então é um gesto de amor quando a gente cuida da gente mesmo e transmite aquele conhecimento e aquela ação para as pessoas que a gente convive. 

Aproveitando o gancho do que tu falou Guilherme, tem uma frase do Jared Diamond do Livro Armas, Germes e Aço, que diz o seguinte.

Se a história da nossa estabilidade genética — desde do homus erectus a gente não tem grandes mudanças genéticas — fosse um livro de 200 folhas, a  agricultura estaria na última página.”

Ou seja, a gente foi criado, a gente se desenvolveu com uma alimentação muito diferente daquela. Então quando uma pessoa usa um argumento dela: mas os egípcios já comiam trigo

Os egípcios são os farelos na praia, grão de areia na praia de Copacabana da história da nossa evolução. Então a gente tem que estudar como a gente evoluiu e saber como se comportar e influenciar os outros.

Pandemia, COVID, E O Que Falta Aprendermos

Roney — Com certeza. O poder do exemplo é muito melhor, muito mais forte do que você tentar forçar as coisas para alguma pessoa. 

Mesmo em casa isso é bem evidente como aconteceu. Primeiro eu comecei mudando a alimentação, meu irmão, meu pai e minha mãe acharam uma loucura, depois meu irmão que adotou, depois foi minha mãe e por último o meu pai bem devagar, mas a mudança aconteceu ao longo dos últimos seis, sete anos. 

William, a gente falou bastante coisa a respeito do Covid e Corona, a gente queria saber assim, a gente falou bastante do que a gente sabe, o que você acha que a gente vai descobrir ainda, o que você acha que a gente ainda não sabe e tem chances da gente descobrir nos próximos anos a respeito dessa pandemia? 

Dr. William Rutzen — Eu acho que tem para a gente descobrir a respeito dessa pandemia é o papel crucial que a inflamação crônica tem sobre a manifestação e a intensidade com o que o Coronavírus se prolifera e o grau de comprometimento de cada indivíduo. 

Porque habitualmente uma infecção não nos mata pela replicação da bactéria ou do vírus. 

O vírus não consegue se proliferar a ponto de nos levar à morte. 

Habitualmente, o que nos mata tanto numa infecção bacteriana quanto viral é resposta imunológica exagerada do nosso corpo. 

Então, o nosso corpo entra num frisson de combater aquela infecção e às vezes a resposta imunológica é tão exacerbada que ela acaba lesando tecidos próprios. 

O que acho que a gente vai se dar conta com o tempo — e acredito que tenha muita gente pesquisando isso — é que, se estamos cronicamente inflamados (e hoje quase todos nós estamos cronicamente inflamados) nós temos um sistema imunológico em alerta. 

Então nós temos uma chance muito maior de fazer essa reação exagerada e danificar os nossos próprios tecidos. 

Porque hoje os comportamentos disruptivos são muitos. 

Aqui a gente está falando de alimentação, por exemplo, alimentos multiprocessados com altíssimo índice glicêmico. 

Mas tem outras coisas, tem óleos vegetais que são inflamatórios.

Tem a privação do sono que é um insulto inflamatório. 

A gente hoje tem contato com luzes artificiais praticamente até a hora de deitar. 

Isso inibe a produção de melatonina, que também vai ter um papel inflamatório. 

Então, existem N fatores: exposição a glifosato, exposição a pesticidas, exposição a poluição e tudo isso são pequenos insultos que quando isolados a gente não consegue ver um grande efeito. 

Mas quando ele se acumulam e se empilham vão acabar levando o nosso sistema imunológico a ficar sobrecarregado e quando ele encontra um insulto mais agudo como uma infecção ele vai estar hiper-reativo. 

Então eu acho que esse é o caminho, a gente precisa se “desinflamar” para que a gente possa ficar mais saudável para próximas ocorrências da humanidade, como essa que a gente está terminando de viver, espero eu. 

Muito Além Da Saúde E Da Doença

Guilherme — Tomara que estejamos, tomara, estamos esperançosos com tudo isso. 

É claro fazendo a nossa parte contribuindo e compartilhando conhecimento, inclusive nesse exato momento. 

É claro que essas perguntas de um cunho mais especulativo são difíceis de responder, como essa que o Roney fez agora há pouco, e outra que vou propor agora também, mas acho que elas servem bastante como matéria-prima para a gente pensar e refletir. 

O que será que vai ficar de tudo isso, na sua opinião, após a população estar vacinada e tal. 

Essa consciência, por exemplo, a obesidade é uma comorbidade é um fator de risco, essa preocupação com a inflamação que a gente talvez a gente descubra aos longos dos próximos anos que é algo complicado… o que isso será que muda no entendimento comum sobre essas questões e no jeito de tratarmos esses assuntos — ou será que não muda nada, qual é o seu take nisso? 

Dr. William Rutzen — Meu take nisso é o seguinte: a gente tem uma falsa ideia que existe num lado a saúde e no outro lado a doença. 

Quando a gente deixa de ter saúde e a doença se instala e quando a gente deixa de ter doença a gente tem saúde. 

Mas nesse espectro entre saúde e doença existem muitas fases distintas. 

A nossa saúde ainda existe mesmo quando estamos doentes e ela está tentando combater aquela doença junto com a gente.

Então o que eu espero que fique para humanidade: que, quanto mais forte estamos, mais saudáveis estamos quando uma doença chega, se ela não for evitável pelo menos o combate a ela vai ser muito mais tranquilo e fácil. 

Eu costumo dizer isso também para os meus pacientes.

Eu gostaria que as pessoas vissem a saúde delas como um verbo, como uma ação, porque a saúde não é algo que a gente tem ou não tem. É algo que a gente constrói a cada minuto do nosso dia.”

Quando eu durmo melhor a noite eu tenho mais saúde, quando eu acordo de manhã e faço algum exercício eu tenho mais saúde, quando eu comi bem no almoço eu tenho mais saúde, eu não comi chocolate depois do almoço tenho mais saúde, dei uma caminhada com o cachorro ao invés de ficar sentado no sofá eu tenho mais saúde e vou acumulando pontos para quando eu sofro um baque de uma coisa que eu não posso prever, por exemplo, uma infecção ou por exemplo, tropeçar e cair o corpo vai está carregado de saúde para que essa doença seja combatida. 

Então o que eu gostaria que mudasse: as pessoas parassem de delegar saúde delas a comprimidos, cirurgias, procedimentos — não existe nenhum comprimido, nenhuma cirurgia, nenhum procedimento que promova saúde. Todos tratam doenças, mas, enquanto a gente não assumir o papel que a nossa saúde é algo que só depende da gente, a gente vai continuar suscetível às doenças, elas vão se acumulando ao longo da nossa vida e nos fragilizando até que uma delas nos derrube. 

Então ser saudável é uma ação, é uma vigilância constante, eu espero que essa pandemia que nos atacou por tantos aspectos — e não só pelas pessoas que ficaram infectadas, mas também pelo isolamento que nos adoeceu psicologicamente, pela crise econômica que esse isolamento gerou — que as pessoas entendam que elas têm um papel nisso, é tentar estar e ficar saudável todos os dias cada vez mais. 

Eu vou aproveitar fazer mais um comentário: o Roney falou que foi aos poucos, a família dele ali levou seis, sete anos para ficar low-carb, para mim ser low-carb é um sine qua non, uma condição necessária a gente ser saudável, ao menos a grandíssima maioria das pessoas. 

Então se a gente agir com ternura e mudar um hábito de cada vez, primeiro a gente corta o açúcar, depois a gente tenta tirar a farinha, depois a gente começa a dar uma caminhada. 

São pequenas ações que vão construindo saúde. 

Então a gente precisa sempre começar fazer alguma coisa: não precisa fazer tudo de uma vez só, mas a gente precisa saber que a responsabilidade é nossa. 

Roney— Perfeito. 

Até porque se por um lado é obrigação das autoridades públicas proverem mais saúde, proverem as vacinas, incentivar uma alimentação, deveria ser incentivar uma boa alimentação. 

Por outro lado, se a gente passar a depender única e exclusivamente dos políticos para ser saudável ou para ter mais dinheiro. 

A gente simplesmente não vai conseguir. 

Porque já está provado que eles não vão nos ajudar. 

Entra governo e sai governo, um pior que o outro, e ficou bem claro isso para o mundo, com essa crise toda. 

Então é importante a gente também fazer a nossa parte e não ficar terceirizando isso e reclamando que as pessoas não fizeram. 

Tudo bem elas deveriam ter feito, mas a gente sabe que elas não fizeram e não vão fazer, então vamos assumir a responsabilidade também e fazer a nossa parte. 

O mínimo que a gente pode fazer é nos manter saudável. Quem mais quer que a gente tenha saúde do que nós mesmo? 

Então vamos mudar, começar mudando os hábitos aos pouquinhos que isso vai se somando e vai ser melhor para todo mundo se a gente conseguir fazer algo por nós mesmos. 

William, agora a gente está chegando na parte final aqui do nosso podcast e a gente queria saber um pouco a gente já falou bastante de hábitos e alimentação. 

A gente queria saber quais são seus hábitos saudáveis que você mantém no seu dia a dia? 

Os Hábitos Saudáveis Do Dr. William Rutzen

William Rutzen — Bom eu faço low-carb desde 2019. Eventualmente por períodos de um, dois, três meses eu faço cetogênica e isso tateio de acordo com o meu grau de inflamação. 

Quando eu começo a ter dor articular pela artrite psoriásica eu faço um período de cetogênica que normalmente alivia bastante isso. 

Mas minha alimentação é low-carb muito meat-based

Eu consumo muita carne, eu sou gaúcho, faço churrasco seguido, então a gente consome muita carne aqui em casa, não temos farináceos, nem açúcar, nem arroz branco e eventualmente consumimos batata, uma mandioca. 

Mas temos uma alimentação de alimentos inteiros assim e não costumamos abrir exceções também, tá. 

Eu pratico Yoga regularmente, mas para controle de estresse do que como esporte. 

Sou ciclista, algo que eu fazia e tive que abandonar pela artrite psoriásica e depois eu pude retornar graças a low-carb. 

Então pedalo com frequência uma ou duas vezes por semana. 

Faço reforço muscular na academia. 

Deito todos os dias por volta das 20h30 ou 21h, mas a partir das 19h a gente já baixa todas as luzes aqui em casa, deixa o ambiente mais tranquilo para o sono vir. 

Acordo cedo todos os dias, ao natural, para deixar o meu corpo bem repousado. Basicamente isso. 

Mas estou sempre buscando evoluir, estou sempre lendo sobre vida saudável. 

Tenho dois filhos pequenos e eles já seguem a nossa rotina, minha esposa também. 

Uma das coisas que faço para minha saúde é tentar transmitir isso então para o máximo de pessoas possível porque isso me causa um grande prazer, uma grande felicidade. 

Quando a gente está feliz e realizado nós produzimos hormônios saudáveis, então isso é bom para a gente também. Então basicamente essa é a minha rotina. 

Guilherme — Espetacular. Até fiquei inspirado — porque sabemos que dormir no horário certo faz uma grande diferença, mas muitas vezes é difícil de adotar esse hábito com consistência. Vou me inspirar no seu exemplo também. 

William a gente falou sobre bastante coisas, a gente tratou sobre a pandemia, a gente falou sobre a questão da responsabilidade de cada um, sobre a própria saúde, a gente falou sobre inflamação, falou sobre obesidade, falou sobre essa dicotomia entre saúde e doença que não são dois lados necessariamente os únicos que existem. 

Queria saber se você tem alguma mensagem final ou alguma coisa que você sente que faltou a gente declarar para os nossos ouvintes. 

Agora é hora de você mandar sua mensagem e fazer qualquer consideração ou quaisquer considerações que tenha aí para gente chegar no finalzinho do podcast. 

A Mensagem Final Do Dr. William Para Você

Dr. William Rutzen — Perfeito. Eu só gostaria de salientar mais uma vez então para as pessoas que estão nos ouvindo. 

Eu sei que vocês têm muitos seguidores. Tudo que a gente precisa para estarmos mais saudáveis é começar uma mudança. 

A gente pega aí, por exemplo, material que vocês fornecem: lá tem receitas para a gente viver comendo delícias todos os dias. 

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Então querem começar uma mudança drástica na saúde metabólica da família de vocês e daqueles que vocês amem vão atrás dos e-books dos guris do Senhor Tanquinho e comecem a fazer as receitas, transformem fazer essas receitas saudáveis num ritual de família, comecem a fazer refeições juntos e evitar lanchinhos com alimentos processados nos intervalos e vocês vão ver que mesmo que o peso vai devagarinho baixando.

Vocês já vão ter uma energia maior, vocês já vão dormir melhor, vocês já vão ter mais disposição para atividade física e vocês vão se transformando em seres saudáveis. 

Claro que o corpo vai ficando bonito à medida que a saúde metabólica se restabelece. 

Mas vocês que estão nos ouvindo e que ainda estão pendendo: ah, eu tenho preguiça de começar. 

Simplesmente comece, qualquer aspecto que for atingível por vocês, vocês já têm chances melhores de viver saudavelmente por mais tempo e vocês com pequena medida que adotam no hoje, por exemplo, vou cortar o açúcar do café vocês podem estar evitando um infarto daqui 10 anos, um AVC daqui 10 anos que vai causar um grande prejuízo para vocês e para aqueles que vocês amam. 

Então por amor aqueles que vocês têm próximo de vocês e por amor a vocês mesmos, comecem uma mudança de saúde agora, não basta ouvir um podcast do Senhor Tanquinho, tem que agir porque nós somos o soberano da nossa saúde e ela depende absolutamente de nós. 

Roney — William por favor deixa também as mídias sociais para quem quiser te acompanhar depois desse podcast incrível. 

Dr. William Rutzen — Eu estou no Instagram como: @dr.williamrutzen William com dois LL e M de martelo, Rutzen R.U.T.Z.E.N  não é muito fácil, mas eu sei que vocês vão conseguir. 

Essa é a minha única mídia social, não estou no Facebook ainda, tem gente tentando me convencer a entrar, mas eu era um pouco resistente com mídias sociais até bem pouquinho tempo atrás. 

Mas por lá vocês encontram os conteúdos que eu tenho tentado produzir e a gente pode conversar — se vocês têm alguma dúvida me mandem um direct eu vou responder vocês o mais breve possível. 

Roney — Ótimo, William. Então vou aproveitar para ler aqui o comentário da nossa aluna Samantha que acompanha a gente lá na comunidade tanquinho que é um grupo bem VIP que a gente tem de mentoria

A Samantha comentou: “tenho doença autoimunes (lúpus e SAF) em remissão há dois anos. 

O sinal de saúde com afastamento da inflamação crônica é impressionante. 

Durante a COVID-19 tomei um extremo cuidado fazendo distanciamento social para não correr o risco de retomar aquela inflamação crônica. 

Sei bem dos benefícios de uma boa alimentação: os erros não apenas aumentam as chances de obesidade como também de retorno de uma das doenças autoimunes que muitas pessoas têm.”

E você comentou que também a low-carb ajudou nesse ponto da psoríase que é também outro tipo de doença autoimune.

Dr. William Rutzen — Sem sombra de dúvidas, os alimentos que a dieta rica em carboidratos traz como trigo contém várias substâncias que são nocivas para pessoas que têm doenças autoimunes. 

Não só o glúten, mas também a gliadina que tem no trigo vão causar alterações ao nível de trato gastrointestinal. 

Essas alterações de nível gastrointestinal podem servir como gatilho para que a doença autoimune seja reativada. 

Essas pessoas também têm que ter algum cuidado com os alimentos que tenham concentração de lecitina, essas pessoas tem que ter cuidado com sono adequado, tem que ter cuidado de praticar atividade física. 

Quem tem uma doença autoimune a gente nunca diz que essa pessoa está curada: ela está em remissão, a doença está controlada. 

Então quem tem ela precisa ser extremamente cuidadoso com a sua saúde. 

O que eu percebo sendo uma pessoa com doença autoimune é que, quando eu relaxo, ela começa a dar sinais de está querendo voltar. 

Então Samantha siga focada. 

Roney — Perfeito, William. Obrigado Samantha pela participação. 

Muito obrigado também William por essa entrevista maravilhosa, muito obrigado por ter comparecido aqui no nosso podcast, foi um prazer falar com você hoje. 

Dr. William Rutzen — Vou torcer para que não seja a última. 

Eu admiro vocês muito. Fiquei muito feliz com o convite. 

Vocês ajudam muita gente com os e-books de vocês, muitas receitas eu fiz aqui em casa, eu acabei passando para os meus pacientes para que eles experimentassem também e já recomendei muita gente que comprasse o e-book de vocês, porque realmente dá para ver que vocês levaram tudo a fundo e fazem com muita responsabilidade. 

Parabéns pelo trabalho de vocês. Vocês com certeza fazem diferença na humanidade. 

Roney — Muito obrigado, William. Suas palavras com certeza deixam a gente muito feliz. 

Já ficou aqui um assunto uma deixa para o próximo podcast talvez falar sobre doenças autoimunes, eu acho que é um assunto que com certeza renderia um podcast inteiro. 

Vamos marcar para o futuro sim, com certeza porque essa entrevista ficou muito boa. 

Dr. William Rutzen — Joia. 

Roney — 

Quero aproveitar agora para agradecer todo mundo que faz este podcast ser possível, e isso inclui nossos alunos, e as pessoas que compram os nossos produtos.

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Agradecemos à Salude Tecnologias, criadora do medidor de cetose através do hálito UaiKeto.

Também, é claro, agradecemos a você que nos ouviu até aqui.

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Tem episódios novos todas às segundas e sextas-feiras. 

A gente se fala num próximo episódio. Um forte abraço.

2 comentários em “Podcast #113 — Alimentação Como Remédio, COVID-19 E Inflamação, com Dr. William Rutzen”

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