Podcast #114 — Saúde Dos Olhos, Receitas Deliciosas E Cozinhar Carne Do Jeito Certo, Com Paolo Knopp

O que um médico oftalmologista pode ensinar a você sobre culinária?

Se este médico for o nosso convidado de hoje, Paolo Knopp, bastante coisa.

Neste episódio de podcast, o Paolo conta um pouco de sua história com a alimentação saudável, que vai desde dieta de frango com batata doce até uma alimentação praticamente carnívora.

Também explica como cuidar melhor da saúde dos seus olhos.

E ainda revela as melhores maneiras de preparar diversos tipos de carne: bovina, de frango, suína, peixes, ovos, e muito mais.

Este podcast está super recheado, e recomendo demais que escute até o final para descobrir:

  • como um médico oftalmologista se interessou por alimentação e se tornou referência em receitas de carnes,
  • como e por que aprender a preparar carnes da maneira correta,
  • benefícios de saúde e praticidade ao adotar uma alimentação carnívora,
  • como fazer o bife perfeito,
  • deixem a carne em paz: porque menos é mais na hora de cozinhar,
  • a panela ideal e os equipamentos que você precisa ter para fazer ótimas receitas,
  • bifes, assados, ensopados, grelhados — como fazer corretamente para sua carne ficar suculenta e com sabor,
  • “farinha de frango”: como fazer uma farinha super proteica e natural em casa,
  • as melhores formas de preparar ovos e nunca enjoar,
  • qual é a dieta que o Paolo faz — e qual é a melhor para você,
  • como cuidar da saúde dos seus olhos,
  • a interessante relação entre alimentação e saúde ocular,
  • o que fazer para ter olhos saudáveis,
  • os hábitos de saúde de que o Paolo não abre mão,
  • por que tirar fotos dos pratos ajuda a se manter no foco,

e muito, muito mais.

Siga o Paolo no Instagram: https://www.instagram.com/paoloknopp/

Siga a gente também: https://www.instagram.com/senhortanquinho/ 

Abaixo temos a transcrição completa do episódio.

Curta muito — e claro: inscreva-se no seu player favorito.

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Agradecimentos especiais ao medidor de cetose UaiKeto, que nós pessoalmente usamos e que patrocina este podcast.

E também aos alunos dos nossos livros, cursos e treinamentos.

Se você busca mais resultados em menos tempo, vale a pena participar.

Transcrição Completa Do Podcast Com Paolo Knopp

Guilherme — Olá, Tanquinho, olá Tanquinha! 

Sejam muitos bem-vindos e bem-vindas a mais um episódio do nosso podcast. 

Hoje estamos com o médico — e também criador de várias receitinhas — Paolo Knopp aqui no podcast. Tudo bem, Paolo, como você está? 

Paolo Knopp — Olá, pessoal do Senhor Tanquinho, eu estou bem e tranquilo. Consegui estar em casa e marcar com vocês. Está tudo certinho. 

Roney — Maravilha e um prazer estar falando com você, Paolo. 

A gente já se fala por um tempo lá no Instagram, mas agora em tempo real é a primeira vez.  

Vamos começar te apresentando então para quem não conhece, quem é o Paolo? o que faz nas redes sociais? Qual é a sua formação e tudo mais? 

Paolo Knopp — Então vamos lá. Sou Paulo Knopp, eu sou do Rio de Janeiro, eu moro especificamente em Niterói, tenho 36 anos. 

A minha formação é como médico, como vocês disseram, e me especializei em oftalmologia. 

Ultimamente, eu cheguei a cursar a pós-graduação de nutrologia, estou para terminá-la, mais como forma de melhorar meus ensinamentos, na minha área mesmo. 

Mas não sou tão conhecido como médico nas minhas redes sociais, no meu Instagram, eu sou conhecido pelas minhas receitas, principalmente no mundo baseado em animais, mundo da dieta carnívora, daí fazer carnes, receitas e gourmetizar a dieta carnívora. 

Paolo E As Dietas: Low-Fat, Low-Carb E Carnívora

Guilherme — Sensacional, Paolo. Como é que foi esse interesse pela alimentação carnívora, pela alimentação saudável como um todo e depois para esse mundo mais orientado e baseado em animais?

Paolo Knopp — Então, vamos lá. 

Essa história uns 8 anos atrás mais ou menos por aí que eu estava no finalzinho da minha residência — e a residência é aquela carga horária bizarra. 

Na oftalmologia é ao contrário das outras residências: quanto mais anos você passa na residência, mais você trabalha. 

Eu estava no finalzinho dela e comendo mal paracaramba, nem tinha muita noção de nutrição. 

Eu resolvi fazer meus exames, meus exames de sangue não estavam muito legais — eu tinha 26 anos, por aí.

A glicemia não estava boa, minhas taxas de colesterol não estavam legais, minha relação de HDL já chegou a 15, para você ter uma noção.

Já começou a me assustar, ainda mais que eu tenho uma história familiar muito pesada: meu avô morreu de infarto, meu pai com 41 anos mais ou menos, meu pai é magrinho, ele fez quatro pontes de safena revascularização cardíaca, ele tinha angina instável. Aquilo já me assustou. 

Mas aquela virada mesmo, foi um tio meu de parte de mãe. Eu tenho 11 tios por parte de mãe, todos eles têm aquela barriguinha pronunciada, mulheres e homens. 

Aí meu tio, que tem uma senhora barriga, chegou assim e olhou para mim “é sobrinho” bateu na minha barriga “está entrando para a família”!

Dia seguinte, dia seguinte já estava marcando nutricionista, estava vendo academia essas coisas todas. 

Aí o primeiro nutricionista que eu fui passou aquela dieta mais padrão, eu não gostei muito do estilo dele, não batia muito.

Até que eu encontrei o segundo que eu curti mais. 

Ele ensinava melhor, ele mostrava conhecimento, e eu gostava de conhecer, eu gostava de saber o que estava acontecendo.

E funcionou para caramba para mim na época, perdi 10 kg na época, foi uma dieta mais tradicional mesmo, low-fat, comer de três em três horas e funcionou na época para mim bem. 

Só que nisso eu fiquei com ele por volta de uns três anos com ele e estava indo bem. 

Saindo uma coisa ou outra de vez em quando, mas já era acostumado a dieta mais vegetais mesmo, pouca carne, que já era desde os meus 13, 14 anos da época do meu pai, ele foi orientado comer assim depois da cirurgia. 

Aí chegou uma hora que nossos horários não batiam. 

Eu cheguei uma época morar no Rio, e voltei para Niterói, aí que não encontrava tempo mesmo para falar com ele e não tinha mais contato com ele. 

Só que durante o processo com ele eu comecei achar muito sem graça, por mais que já tivesse acostumado com aquele tipo de dieta, eu achei muito sem graça e não estava aguentando mais coisa presa, então eu comecei a conversar com ele: me ensina o que eu posso fazer? 

Durante o almoço, beleza, eu estou trabalhando, eu estou no hospital tem o self-service eu consigo escolher e tem uma variedade legal e fica gostoso. 

Mas quando chegava em casa, eu queria ter mais ideias do que podia fazer.

Aí começou a me dar uma lista: tem essa lista de ingredientes aqui e pode ser a partir daí. Eu: “beleza, a partir disso vou fazer receita”. 

Até brinco hoje em dia que eu gourmetizava o frango com batata doce.

Teve até uma das primeiras postagens no Instagram, e nunca tirei isso de lá, Comecei a postar essas minhas fotos e comecei a ter uns pratos, e queria até incentivar as pessoas a fazer esse tipo de coisa. 

Aí eu comecei a fazer isso. 

Quando chegou a época que não estava mais em contato com ele, eu tinha engordado um pouco, e resolvi secar um pouco, e tentar emagrecer um pouco. 

Como não tinha contato com ele, eu falei: na época que ele fazia isso comigo, ele diminuía a quantidade de pão, de arroz, de batata. 

Ou seja, ele diminuía a quantidade de carboidratos

Beleza, então eu vou procurar receitas que tenham baixos carboidratos. 

Nessa procura do Google eu achei uma pizza de couve-flor que foi na realidade com Polesso, há bastante tempo. 

Resolvi fazer a pizza, a pizza sempre foi o meu calcanhar de Aquiles.

Eu fazia realmente pizza com trigo essas coisas todas, aquela farinhada toda aqui em casa, mas valia a pena porque eu adorava. 

Quando ia no rodízio, eu não ia sempre, mas quando eu ia também eu destruía no rodízio, comia muito. Aí eu fiz a pizza, foi péssima! 

Eu odiei essa receita, não bateu para mim, não tem nada a ver com pizza, tem o gosto lá do queijo e tal, mas não rolou. 

Só que eu conheci o trabalho com o Souto, o podcast que eles tinham. 

E eu sou oftalmologista, eu trabalho com bebês, prematuridade, bebês recém-nascidos, geralmente esses bebês não vão até o meu consultório porque eles estão internados nas UTIs. 

Nessa época, uma amiga minha estava grávida e teve um filho dela e precisava de alguém para substituí-la nas UTIs dela e eu fui lá substituí-la. 

São UTIs longe uma das outras. 

Eu passava horas viajando de carro, então devorei o podcast, as fichinhas foram caindo sobre dieta low-carb, sobre saúde, sobre estudos científicos. E eu fui me apaixonando pelo o mundo da nutrição e fui com essa sede de conhecimento fui continuando até terminar o podcast — na época já não tinha mais episódios.

E fui para o podcast de vocês.

E aí comecei a ouvir o podcast de vocês direto, ver o material de vocês e peguei muitas receitinhas de vocês e fiz algumas, está até marcado vocês de vez em quando. 

Até que um dia ouvi o podcast de vocês com a Jade, que segue bem a dieta carnívora, ela é embaixadora da dieta carnívora. 

Só que eu só achei interessante, tipo guardei na cabeça sobre dieta carnívora: vai que um dia eu preciso dessa informação na minha cabeça, vai que eu uso com algum paciente e/ou alguém que precise e tal. 

Até que um dia, numa conversa, um bate-papo com uma amiga minha, ela tem uma doença autoimune, e estava começando a piorar e ela não estava a fim de tomar remédio mais fortes, imunomoduladores e tal.

Enfim, aí eu comentei com ela: olha só não sei nada sobre isso, mas eu ouvi e estudei um pouco e li um pouco sobre uma dieta que pode ajudar essas doenças autoimunes que é dieta carnívora.

Pelo menos por um tempo, dá uma estudada sobre isso, procura de repente profissional que saiba sobre isso para você de repente fazer e pode ser uma alternativa para você coadjuvante aos seus tratamentos. 

Só que ela não fez isso: ela simplesmente tentou por conta própria, o que eu falei para ela. Coma carnes e ovos, coma alimentos de origem animal, e vai. 

Ela foi sozinha e não durou duas semanas, odiou e teve uma péssima experiência e eu fiquei muito frustrado, porque eu não sabia e não tinha a mínima noção de como guiá-la nesse caminho da dieta carnívora. 

Eu falei: caramba! 

Vai que um dia um paciente meu precise disso ou do gênero, eu não sei como é o dia a dia de uma dieta carnívora, mas vou tentar 1 mês pelo ao menos. 

Aí eu comecei a estudar, e peguei o material da Jade que ela tinha publicado na época, fui ler o Paul Saladino, o Shawn Baker, e fui começando a consumir esse material, inclusive o livro de vocês com a Jade que eu consumi também e li tudo, comecei a fazer.

Paolo E As Receitas Carnívoras

Eu me dei 1 mês, e nem achava que iria sobreviver na dieta.

Eu gostei muito da praticidade, adorei comer bife e tal, mas acabei descobrindo que não sabia fazer carne direito. 

Sabia fazer um bifinho, frango, mas só aí descobri o mundo das carnes, nesse 1 mês de dieta carnívora. 

Eu achava que não sobreviveria na carnívora por conta de não ter receita para fazer: eu vou fazer só bifinho e ovo frito? Que saco! 

Eu gosto de cozinhar, eu gosto de fazer na cozinha transformações e essas coisas todas. 

Aí acabei que deparei com o mundo das carnes, me encontrei na carnívora, cada vez pratos mais gostosos, cada vez carnes melhores, cada vez otimizando mais a prática: fazer carne duas, três vezes ao dia — haja prática!

Até que um dia, com essa ideia de estudar, e como agradecimento a vocês do Senhor Tanquinho e à Jade, eu comecei a postar as minhas fotos.

Porque eu gosto de empratar bonito: eu acho que a gente tem que começar a comer com os olhos. 

Então eu empratava, tirava foto, e marcava vocês, até para ajudar vocês no processo de ensinar todo mundo e dar informações. 

Tanto é que muitas vezes indiquei para os meus pacientes o site de vocês, o material de vocês.

Para eles começarem ir para algum caminho, porque uma consulta às vezes mais rápida no consultório e tal, ainda mais de oftalmologia, fica difícil de conversar tudo que eles precisam saber. 

Aí, nessa, a Jade acabou conhecendo um pouco do meu trabalho, ela marcou uma Live comigo.

A gente gravou essa Live, e no meio da Live ela me desafiou a fazer uma lasanha carnívora, só com produto de origem animal. 

E eu consegui em menos de duas semanas, eu bolei e fiz. 

Logo depois acho que foi uma coxinha. 

Até que, um tempinho depois, ela me disse o seguinte. “Paolo, olha só eu tenho uma grande dificuldade que as pessoas chegam para mim: as pessoas sentem falta de receitinhas para incluir a família, a pessoa está na dieta carnívora e não quer sair muito da dieta carnívora, não quer fazer muito exceção e está precisando de receitinhas”. 

E o projeto que começou básico e pequenininho “vou fazer umas 30, 40 receitas só para constar” acabou virando mais de 150 receitas. 

Foi exatamente na época em que a pandemia começou. 

Eu sou oftalmologista, a minha área não era urgência essencial. 

Então eu fiquei sem consultório durante 1 mês. 

Nesse 1 mês eu fiquei na cozinha, eu praticamente dormia e acordava na cozinha. 

E fui fazendo as receitas, fui aprendendo a lidar com os ingredientes, e sou apaixonado pela arte da culinária. Então eu amei isso. 

A repercussão foi muito boa, ajudou muitas pessoas, ajuda outras pessoas. 

Hoje em dia o meu Instagram é praticamente só de comida, hoje em dia quase não tem foto pessoal, tem um monte de receita, e sou conhecido por isso. 

Acho que muita gente que me segue nem sabe que eu sou médico. 

Tanto é que eu às vezes eu abro caixinhas e praticamente ninguém pergunta coisa de medicina. 

Tem gente que já tentou encomendar comida comigo, já teve empresa que tentou me contratar para fazer alguma parceria para poder cozinhar. 

Eu falo: “cara, eu sou médico, isso só é uma parte da minha vida que eu gosto de fazer, mas eu sou médico”. 

E assim foi. 

Minha história com dieta carnívora é essa: já vai fazer 2 anos de dieta carnívora, baseada em animais — tenho algumas coisas fora de vez em quando, mas 90% da minha dieta é baseada em animais mesmo. 

Roney — Muito bom, Paolo. Muito legal sua retrospectiva. 

Muito legal saber sua história toda com a carnívora, e legal também saber que teve um pouquinho do Senhor Tanquinho aí no meio disso tudo. 

Paolo — Teve bastante!

Benefícios Ao Migrar Para A Dieta Carnívora

Roney — Primeiro lugar gostaria de saber quais foram os benefícios que você sentiu ao fazer a mudança alimentar, sentiu benefícios extras ou se foi mais a parte do emagrecimento mesmo. 

E queria saber a respeito das suas receitas como você gosta de escolher e fazer preparações.

Porque no Senhor Tanquinho, como você sabe, a gente não aborda muito, por exemplo, a preparação de uma carne no forno ou algumas preparações com ovos que a gente já viu você fazendo até creme de gemas e tudo mais. 

A gente queria saber um pouco mais dessa outra parte da cozinha, das refeições principais mesmo, que não tem tanto no Senhor Tanquinho. 

Paolo — Eu já tinha muito dos benefícios da dieta low-carb, dieta cetogênica e meio que eu ficava entre as duas, não ficava anotando nada, mas provavelmente tendia à cetogênica mesmo.

Comia bem baixo carboidrato, seguia esse padrão, e já sentia os benefícios disso. 

Na dieta carnívora melhorou um pouco mais o meu sono. Eu sempre tive problema com o sono.

E eu percebi uma facilidade para mim de manutenção. Não é que foi melhor que a low-carb, melhor que a cetogênica, mas a dieta carnívora eu fiquei nela pela praticidade.

Chegar em casa às vezes cansado, é só fritar um bife e acabou. 

Vou fazer uma quentinha e coloco minha carne assada e basta, não precisa preparar um monte de coisa. 

Eu acabava estragando muita comida no meu dia a dia de médico. 

Eu planejava uma alimentação vegetal, e acabava não dando tempo de fazer e estragava. Eu me dei bem com ela. É meio que isso. 

Não tem como eu isolar o benefício da dieta carnívora na minha vida, porque é estilo de vida. 

A dieta não é o único pilar, vocês passam isso também bastante para o seu público, e eu prestei mais atenção no meu sono.

O exercício físico de força eu já fazia, tentar ficar menos estressado, exposição ao sol, foi todo um conjunto.

E aí eu fui colhendo benefício de saúde e continuo sempre tentando otimizar meu dia a dia. 

Então eu acho que dificilmente tem que como isolar a dieta carnívora na minha vida.

Mas o que me mantém nela é que eu ajudo muita gente e preciso disso.

As limitações que ela me causa na cozinha é um quebra cabeça que eu gosto, eu gosto de modificar os tipos de ingredientes que utilizo — eu até brinco que sou expert em farinha de frango, porque haja receita com isso e aprendi todas as formas dela. 

Como Fazer Carnes Do Jeito Certo

As receitinhas nasceram mais depois do e-book mesmo, apesar de eu gostar de fazer receitas no meu dia a dia são carnes mesmo. 

Aprender a fazer as carnes do jeito certo faz toda a diferença.”

Eu já recebi de várias pessoas que me relatam isso quando vão aprendendo, eu tenho algumas informações lá no meu Instagram, tem o curso que eu fiz junto com a Jade que a gente gravou métodos de preparo para isso. 

É um curso imenso, e não tem como eu falar assim no podcast, mas dá para dar uma palhinha de algumas coisas, pelo menos o básico.

Por exemplo, a carne grelhada. Eu brinco: quem não gosta de carne está associando a carne aquele bifinho fino, insosso, sem graça, borrachudo, sem cor e sem nada. 

Em que o sabor fica todo lá na frigideira e vai praticamente frio para o seu prato. 

Isso não é carne, e eu não conseguiria fazer dieta carnívora e ficar comendo carne desse jeito, eu não iria aguentar.

Ou aquele frango mega seco ou algo assim. 

Carnes no geral, todos os cortes de carne eles podem render excelentes pratos, saborosos pratos, só que tem que ser preparado corretamente.

Existe carne para grelhar, carne para assar, carne para ensopar, tem que ver essas diferenças. 

Você não vai pegar um cupim e fazer um bife e fritar. 

Não dá: o cupim precisa de calor e um bom tempo para poder ficar macio e derreter todo o colágeno, tudo que tem lá dentro nele — assim como a costela.

Enquanto um bife pode ser uma alcatra, ou os cortes do contrafilé, que são bons para fazer um bom bife. 

Só que muitas pessoas erram ao fazer carne em alguns princípios básicos, e um deles é a panela. 

A maioria das panelas na casa das pessoas em geral é aquela frigideira de alumínio fininha e não é uma panela muito boa. 

Dá para fazer uma carne ok? 

Dá, mas é uma panela muito fina e acaba perdendo muito calor. Você coloca o bife lá em cima, e esfria muito rápido, e a gente precisa do calor para causar aquela reação de Maillard

O que é reação de Maillard? 

É quando os açúcares que tem ali na própria carne e as proteínas reagem e fazem aquele douradinho que tem muito sabor, então você precisa ter calor para fazer isso. 

Quando você perde esse calor, o sistema perde calor e ao invés da carne fazer o dourado ela vai começar a soltar líquido, e vai ficar cozinhando na água como se fosse cozinhar na água, então ela vai ficar sem cor, ficar sem sabor e essas coisas todas. 

Então vale a pena investir numa boa panela, que bem cuidada dura anos e anos. 

Uma panela de aço inox mesmo, uma panela de ferro fundido, que tem o fundo grosso para manter melhor esse calor. 

Geralmente eu não indico antiaderente, principalmente porque as antiaderentes no geral não podem ter temperaturas muito altas porque elas perdem a sua qualidade rapidamente. 

Até para fazer uma boa coxinha vale a pena, pelo menos uma panela de aço inox ou ferro fundido. 

Então panela sempre muito quente: não é colocar no fogo e tacar o bife em cima

Você tem que aquecer sua panela por três, quatro minutos aquecendo, e vai depender do fogão que a pessoa está usando. 

Uma técnica que eu gosto muito de usar é a da gotícula de água. 

Quando começa a sair fumacinha já é um bom sinal. 

Mas outro que eu gosto de fazer eu pego umas gotículas de água borrifo com a mão mesmo na panela quando essa água, a princípio ela bate e evapora.

Mas quando ela forma pequenas gotículas que ficam passeando na frigideira e depois evaporam está na hora certa.

Aí é só colocar um pouquinho de gordura — pouca coisa, depende da carne, uma carne um pouco magra tem que botar um pouquinho mais de gordura, se for uma carne mais gorda talvez nem precise — e você coloca a carne e deixa um bom tempo de um lado.

2 a 3 minutos de um lado, 2 a 3 minutos do outro, e vai depender do tamanho e da grossura do seu bife. 

Eu estou falando de um bife de dois dedos pelo menos, depois baixa o fogo e deixa acertar o ponto conforme o ponto que a pessoa desejar. 

Outra coisa muito importante: a carne nunca vai direto da geladeira para a frigideira.

Gelada desse jeito, vai esfriar a sua panela, vai cozinhar tua carne e vai ficar ruim, não vai ser legal. 

Você tem que deixar pelo ao menos uns 10, 15, 20 minutos fora da geladeira, tampadinho, bonitinho lá e pode deixar no potinho para ganhar uma temperatura mais próxima da temperatura ambiente para ser mais fácil até de acertar o ponto. 

Acho que para carne grelhada é mais ou menos por aí, porque se você não seguir esse tipo de coisa, esses pequenos princípios, vai ter a carne ruim, esbranquiçada, insossa e vai ficar ruim a coisa, não vai ter aquela crosta caramelizada. 

Deixem A Carne Em Paz

Guilherme — Excelente, Paolo. Tem vários pontos legais para gente comentar, um outro que eu vejo muita gente fazendo também é ficar mexendo na coitada da carne o tempo todo e não a deixam descansar.

Paolo — Isso. Deixa a carne quieta, deixa a carne quieta, não fica fazendo pirueta com a carne e botando ela para lá e para cá.

Nada disso: deixa ela quieta lá fazendo a reação dela e ganhando todo aquele calor da frigideira, em fogo alto. 

Para a carne bovina, fogo bem alto. 

Talvez uma carne mais grossa começa alto e na hora que coloca a carne coloca para médio alto, mas fogo sempre alto e deixa a carninha quieta. 

No máximo o que você faz é dar uma giradinha na horizontal mesmo uns 90º para deixar aquela reação douradinha mais uniforme, mas deixa lá até você poder virar a carne. 

Geralmente, para virar a carne, ela começa a soltar umas gotículas. Quando estiver suando em cima dela e nessas panelas de aço inox, ferro fundido ela solta mais fácil.

Se você faz antes da hora até gruda você não consegue tirar direito, quando ela está no ponto de virar você mexe e ela vai sair sozinha, só virar e deixar o mesmo tempo mais ou menos e deixar a carne descansar depois — quase esqueci disso!

Se não você perde toda a suculência. 

Você prendeu todos os líquidos lá dentro, os líquidos estão quentes e estão agitados lá dentro, cortou vai perder a suculência, calma aí. 

A regra que geralmente eu falo é: deixou três minutos de cada lado, deixa três minutos descansando.

Deixou dois minutos, deixa dois minutos, e assim vai. 

Outras Formas De Preparar Carnes: Assados, Ensopados, E Afins

Isso eu estou falando de bife, tem outros métodos, tem o método de assar, pode assar uma carne inteira e às vezes vale a pena você segurar os sucos lá dentro.

Uma das técnicas é você selar a carne: faz a mesma técnica do bife, só que a carne grande, maior (um pedaço grande de contrafilé ou algo do gênero) selou e finaliza aí no forno a 180º a 200º. Geralmente fica mais trinta minutinhos, mas aí depende. 

Eu gosto de usar termômetro culinário para essas carnes maiores quando não dá para ficar abrindo forno para ver se o ponto da carne está bom. 

Eu gosto de usar termômetro culinário que possa ir para dentro do forno para acertar direitinho. 

Conforme a carne vai ficando mais cara, muita gente opta por cortes de segunda, e aí vale a pena ensopar

Você vai usar as carnes de segunda: músculo, costela, coxão duro e tal. 

E de novo: vale a pena fazer a técnica do bife com pedaços da carne, ou a carne inteira, e depois colocar em cozimento lento ou panela de pressão que vai gerar mais sabor. Acho que é o básico. 

Para frango eu acho que vale a pena ir lá no meu Instagram que tem uma postagem bonitinha sobre isso, se eu for explicar aqui vai ficar longo para caramba também. 

Peixes sempre em fogo médio para baixo, para ele ficar o filezinho de peixe grelhado, vai ficar opaco até a metade, virou, completa mais ou menos o mesmo tempo, deve ficar certo. 

Outra dica que eu falo muito para o pessoal é fazer molhinhos, principalmente para carnes magras que as pessoas usam e quer emagrecer e quer ficar usando carnes magras.

Você pode fazer um molho de fundo de panela, se você percebe que quando você faz um bife numa panela de aço inox e tal fica aquele queimadinho no fundo da panela, não precisa ficar chateado para lavar aquilo na louça.

Ao contrário: vou facilitar a sua vida. 

Na frigideira mesmo, no calor que ela mantém ali já desligado o forno, e já tirou a carne para descansar. Nesse período, joga umas quatro, cinco colherzinha de água ali na panela coloca alguma coisinha ácida — pode ser um pouquinho de vinagre, uma colherzinha de vinagre, pode ser um limãozinho, que o ácido vai ajudar a você puxar o saborzinho que está no fundo e tirar o queimadinho no fundo da panela, aí é só raspar com espátula, e qualquer coisa você reduz um pouquinho, ou seja, deixa o calor ali um pouco para poder evaporar e pronto tem um molhinho ralo e gostoso que é só botar por cima da carninha e fica uma delícia, fica suculenta. 

Não É Repetitivo Comer Carne Todo Dia?

Guilherme — Fantástico. Ótimas dicas. 

É curioso notar como a gente às vezes pensa na dieta carnívora como algo restritivo, como algo sem graça ou limitado.

Mas isso vai muito da pessoa, do jeito de a gente encarar isso. 

Você mencionou inclusive não uma “carnívora”, mas sim mais baseada em animais, em alimentos super nutritivos. 

Eu sou uma pessoa bem basicona, o Roney que gosta mais de inovar na cozinha e fazer as receitas, mas é essa coisa que a gente mencionou: se você está fazendo bem feito — o ovo frito com a gema mole, a carne bem feita — esse estilo alimentar fica fácil de seguir e é muito saboroso. 

Agora, as pessoas falam: não é repetitivo comer carne todo dia, não enjoa? 

Eu acho que o que enjoa é comer arroz, feijão e fazer isso todos os dias com o mesmo tempero — às vezes com a mesma falta de tempero, se a pessoa com dieta tem medo do sal

Paolo — Exatamente. 

Guilherme — Junta com a carne ruim. A carne que você mencionou, que fica aguada, cozida. 

E vem muito mais de ter esse capricho inicial, para pegar o básico bem feito, do que a pessoa começou a dieta e fez três dias e está assim “vou enjoar uma hora ou outra, então é melhor eu parar por aqui”. Tem um pouco dessa desistência muitas vezes. 

Paolo — Só parar para pensar você tem o boi inteiro para poder aproveitar os cortes, tem infinidades de cortes, o mesmo corte você pode fazer de diversas formas.

Fora agora que tem como fazer até receitinhas para poder transformar mais um pouquinho. 

Mas falando em carnes: eu pego, por exemplo, uma carne até barata, que eu estou fazendo aqui agora, estou testando novo método de cozimento aqui eu e os meus brinquedinhos.

Por exemplo, picanha suína: eu posso fazer bifes grelhados, posso selar e terminar de assar no forno, posso marinar com diferentes temperos e colocar ele envolto do papel alumínio cozinhar e depois finalizo no forno alto. 

Agora estou fazendo no termocirculador — e tudo isso com o mesmo corte!

Posso fazer uma infinidade de coisas. 

Eu posso defumar se for o caso, se tiver uma churrasqueira ou alguma coisa em casa posso defumar. 

Ou seja, o mesmo corte! Imagina o resto dos cortes. 

Músculo, por exemplo, eu posso fazer cozido numa forma mais inteira, junto com um vegetal se eu quiser, posso fazer o músculo mais cozido e desfiá-lo. 

Agora, esse último final de semana, eu fiz um pernil defumado eu estava na chácara com defumador e fiz ele inteiro cortado em fatias.

Eu já peguei o mesmo pernil fiz na panela de pressão e ficou como se fosse “pulled pork” que é um porco desfiado, eu coloquei no pãozinho e mandei ver e foi uma delícia.

Ou seja, é só ir além e tentar pensar além. 

Vocês devem perceber muito isso: a pessoa chega para fazer uma dieta low-carb, chega para fazer uma cetogênica, e fala o que eu vou comer agora? 

Não tem o meu pão, o que eu vou comer agora? 

Olha aí a infinidade de coisas. 

Quando eu cheguei na low-carb foi isso, eu vi um leque maior de coisas para comer, porque eu sempre procurei mais. 

Então é só procurar ativamente e foi o que aconteceu comigo, procurei ativamente como aprender e como saber mais sobre carnes e cada vez eu aprendo mais. 

Eu estou sempre aprendendo, sempre testando alguma coisa, sempre que eu posso.

Mas quando não dá também, fico com a praticidade: é o meu bifinho na chapa, na frigideira, às vezes as carnes cozidas por mais tempo na panela de pressão e tal — essas carnes são fáceis de levar de marmita e levar para o trabalho e dá para fazer em maior quantidade durante a semana.

Ou seja: vai aprendendo um pouquinho como é que essas técnicas de carnes servem para todo e qualquer tipo de dieta.

E você vai ter uma variedade, e vai até economizar, porque você aprendendo vários cortes diferentes você consegue ter um manejo melhor no seu orçamento. 

Roney — Sem dúvidas, sem dúvidas. 

Depois que você se dá essa chance de experimentar um tempo — talvez a transição seja difícil para a pessoa pegar o jeito e aprender as coisas, aprender um monte de preparo e as carnes —, mas depois você vê que tem muita variedade.

Tem diversos cortes de porco que às vezes a pessoa nunca explorou, ou bovinos, ou modos preparação de qualquer uma das carnes, peixes…

E quando ela é “limitada” a isso, ela descobre novas alternativas. 

Outro dia eu fiz um ossobuco que eu comprei, eu queria fazer e experimentar e acabei fazendo na panela, pensei “vou improvisar, deixar na panela um tempão cozinhando”.

E ficou uma coisa super gostosa, porque a carne dele desmanchou inteira com uma gordurinha e tutano que tinha ali dentro do osso, nossa ficou um creme delicioso. 

Eu falei: nossa uma carne super barata o ossobuco — acho que foi 24 reais o kg, para a carne vermelha está bem barato, tá certo que tem osso — mas ficou super bom. 

Eu falei: nossa, legal experimentar. 

Porque a gente tinha feito uma vez em Sorocaba o ossobuco no forno, e desta vez ficou até melhor, experimentando. 

Sobre Farinha De Frango E Melhores Formas De Preparar Ovos

Paolo, a gente falou bastante sobre as preparações de carnes, você citou a farinha de frango você poderia falar rapidamente como ela é feita e também dar algumas dicas para o preparo de ovos. 

Porque eu acho que os ovos são uma das grandes alternativas para quem migra para low-carb.

Só que a pessoa come tanto ovo cozido ou ovo frito sem graça e sem tempero, ou omelete só feito com ovo mexido e deixando na frigideira esturricar…

Que ela fica meio com o pé atrás depois de um tempo comendo ovo e fala: não aguento mais comer ovo. 

Eu mesmo já passei por isso. Então você teria algumas dicas para adicionar mais sabor e prazer à ingestão de ovos? 

Paolo — Eu vou começar pela farinha de frango. 

Eu nem achava que vendia por aí, até que um dia a gente achou e é caríssima. 

Estava algo como 100 g por uns 30 e poucos reais. 

Eu falei: caramba! 

Só que eu nem sabia que vendia e aprendi a fazer e ganhei prática fazendo. 

Mas tem várias formas de fazer, eu gosto de fazer no forno.

Geralmente eu corto o frango em cubos (geralmente eu uso peito de frango), e depende para o que eu vou fazer.

Geralmente eu uso farinha de frango em receitinhas e até receitas doces tem que ser um sabor um pouco mais neutro, então eu uso peito de frango que geralmente é mais neutro. 

Mas para farofa, para outras coisas, dá para usar até outras partes do frango. 

Geralmente eu cozinho ele no vinagre — o vinagre ajuda a tirar um pouco mais desse sabor do frango — dreno, e processo. 

Então ele já vai ficar como se fosse uma farofa e já está processado e coloco no forno a 180ºC.

A cada 20, 30 minutinhos eu tiro do forno, mexo para sair o vapor e essas coisas todas, e volto para o forno. 

O tempo vai depender da quantidade de farinha que fizer e a quantidade de frango que você colocar. 

Eu geralmente já faço logo um monte porque ela dura bastante: congelado dura uns três meses ou mais no congelador, na geladeira fica um mês até brincando sem estragar nem nada, porque é muito seco, então dificilmente estraga, só deixar na geladeira bem tampadinho. 

Depois que ela estiver levemente dourada e quase não saindo mais  vapor, provavelmente está no ponto.

Antes de ela ficar pronta no forno, eu processo ela de novo para ela ficar mais fina e perder mais líquido.

Isso quando eu vou virar e percebo que ela está quase no ponto — eu processo ela primeiro. 

Aí deixa esfriar e coloca na geladeira. 

Na geladeira ela perde um pouquinho mais de umidade, porque a geladeira é um ambiente mais seco que você tem na sua casa, então se você quer secar alguma receita ou alguma coisa é uma boa usar a geladeira para tal. 

Eu deixo lá um tempo e ela perde muita umidade. 

Daí eu posso usar ela de diversas formas.

Dá para bater essa farinha no liquidificador e ela fica um pouco mais fina, dá para fazer ela pulverizada que aí usa o moedor de grãos para receitas em que precisa dela mais delicada. 

Dá para fazer inúmeras coisas. Aí vai desde pão, bolo, farofa, empadinha, quiche e assim vai.

Eu fui inventando moda e aprendendo a lidar com ela. 

Como Fazer Ovos Sem Jamais Enjoar

Tem a outra parte os ovos, né que você me perguntou. 

Sobre ovos, vale a mesma coisa da carne: a omelete tem ponto, não precisa ser passado demais. 

Ovos mexido não tem que ser secos, as pessoas acham que ovo ainda está cru, mas cara está diretamente ali no calor, ela mais úmida e tal já está cozida e está seguro para consumo. 

E sobre a utilização de temperos. 

Eu acho que vale modificar a forma que faz o ovo: por exemplo, cestinha de ovos com bacon, pode ser feito, uns muffins — e você pode fazer receitas.

O ovo é a base de várias receitas tanto a low-carb que vocês fazem, e tem várias receitas com ovos, quanto na carnívora — também se usa para confeitaria e essas coisas. 

E sobre os ovos cremosos, eu até hoje não sei como chamo isso.

Porque na realidade está mais para um creme de ovos.

Mas, se chamar creme de ovos, as pessoas vão pensar que é algo doce.

Só que não: é um ovo que fica em forma de creme, e tudo isso é técnica. 

Tem isso também: muitas vezes os ingredientes são simples, a forma, a técnica que você faz com eles é que muda completamente o resultado. 

Então os ovos cremosos: se você pegar um fogo médio, médio alto e ficar mexendo ele vai virar ovo mexido.

Com um foguinho baixo, lentamente, tudo tranquilo, vai ficar um creme de ovos.

Então é só ter muita paciência, mas dá. Depende da quantidade de ovos e quem olhar lá no Instagram vê que fica bonito, fica igualzinho, como se fosse uma polenta ou algo do gênero e fica delicioso. 

Qual É A Melhor Dieta? 

Guilherme — Fantástico Paolo. Realmente essa transição acho que o último ponto que a gente queria falar também mencionado que você falou é justamente a respeito dessa transição que você não consegue apontar exatamente se foi a carnívora ou não foi, porque você já tinha um estilo de vida low-carb, cetogênico.

E a minha vivência com a carnívora foi bem parecida também, nesse sentido de que foi um experimento interessante, mas que a pessoa não precisa se prender tanto a rótulos. 

Então eu fiz uma dieta bem carnívora mesmo durante uns quatro, cinco meses do ano passado. 

E era uma carnívora bem tranquila: tomando café todos os dias, porque eu gosto muito e não ia parar com isso também, e uma taça de vinho aqui e ali. 

Paolo — Nem eu paro! Eu tenho um armário aqui, um pedaço do meu armário que é só coisa de café e não cabe tudo. Vários métodos de preparo. 

Guilherme — Caramba. A gente vai visitar você então. (risos) 

Paolo — Chega mais!

Guilherme — O que eu queria dizer é isso: se a pessoa está tendo essa alimentação baseada nesses alimentos super nutritivos e gostosos — os ovos,  as carnes, diversos alimentos de origem animal também — não é comer um abacate aqui e ali, um morango que vai acabar com a vida dela. 

Então quando a gente fala de dieta carnívora, baseada em animais, é para entender de onde vem a nutrição da alimentação dela.

E a pessoa pode aprender a preparar esses alimentos de uma forma saborosa.

E aí dá para complementar com outras coisas. 

Assim como em várias das receitas, a gente não está fazendo só carne: a gente vai colocar tempero, colocar limão para temperar, e você não está “quebrando os mandamentos da dieta carnívora” ao fazer isso.

Paolo — Eu geralmente converso com as pessoas assim: Paolo, qual é a sua dieta? E eu respondo “é a minha, é a dieta Paolo”. 

Se for para classificar e colocar um rótulo, ela é uma dieta baseada em animais. Talvez chamar de dieta carnívora.

Mas todas essas dietas: low-carb, low fat, cetogênica, low FODMAP são apenas guias.

E guias que, com alguns vão funcionar melhor, e com outros funcionar pior.

Uma vai funcionar melhor para um caso individual, outra vão ser melhor para outros tipos de casos. 

Tem que se informar e ver o que se encaixa melhor com a sua rotina — e isso é uma coisa dinâmica. 

Então, você tem que ser ver fazendo aquilo para o resto da vida. 

E claro: tem que ver qual é a melhor estratégia, para poder decidir, mas você tem que tentar e ir transformando aos poucos.

Você não precisa tirar 10 na prova, você não precisa ser perfeito. 

Como eu falei: eu falo para as pessoas saberem de onde vem a maior parte da minha nutrição.

Porque tem o meu café que eu gosto, já não faz diferença para mim ficar sem beber ou não. Eu testei isso em mim. 

Parei um tempo para saber como ia ficar, depois eu voltei, e não fez diferença para minha saúde ficar sem café.

Só não posso abusar — é difícil, mas eu tento pelo ao menos, ainda mais que eu tenho problemas com o sono. Mas melhorou muito.

E vamos ajustando esse tipo de coisa: procurar a individualidade e ver qual é a melhor estratégia mesmo para cada tipo e para cada individualidade e conforme as doenças que a pessoa tem e tal. 

Não podemos esquecer que a dieta vai entrar como coadjuvante para melhorar o estilo de vida e muitas vezes como tratamento coadjuvante de várias patologias, de várias síndromes metabólicas mais comum hoje em dia. 

Alimentação E Saúde Ocular

Roney — Perfeito, Paolo. 

A gente falou bastante das preparações dos alimentos, as bases da alimentação carnívora, da low-carb e cetogênica. 

Agora a gente queria falar um pouquinho sobre a sua especialidade.

Você falou que é oftalmologista e é um assunto que a gente nunca tratou aqui no Senhor Tanquinho. 

Então vamos falar um pouquinho sobre ele, a começar se existe ou não existe alguma influência da alimentação sobre a saúde dos olhos? 

Paolo — Em relação a estudos oftalmológicos específicos dessa área… isso é fraco, assim como com relação à low-carb para outras coisas. 

Eu vou falar de forma meio indireta porque assim: a saúde dos olhos vai estar bem relacionada com a saúde geral do corpo.

Se o corpo está bem e saudável, provavelmente seu olho vai está ok e vai estar saudável, não vai ter problema algum. 

As doenças mais comuns que acometem os olhos é a catarata, que é a opacidade de uma lente interna, o cristalino, que nós temos dentro do olho.

Tem a doença macular relacionada à idade, que é o “envelhecimento mais precoce do olho” — porque geralmente é estresse oxidativo maior dentro do olho e produz como se fosse um lixo dentro do olho e acaba gerando uma doença que pode realmente tirar a visão da pessoa. 

Glaucoma, que é bem comum, e que é a morte do nervo óptico — tem várias causas, como o glaucoma de ângulo crônico e de ângulo aberto. 

Tem olho seco que muita gente tem esse problema é muito desconforto ocular devido ao olho seco. 

E tem a retinopatia diabética

Ou seja, se você pegar por essas doenças: a catarata, é um envelhecimento que a principio todo mundo vai ter.

Assim como a pele enruga, e a gente vai perdendo massa muscular ao longo dos anos, o olho vai envelhecendo. 

A diabete acelera o processo de catarata. 

Dietas como dieta low-carb, um bom estilo de vida, melhoram a síndrome metabólica. Ao melhorar a síndrome metabólica e melhorar a diabetes, você vai progredir menos a catarata. 

Então sim: a saúde dos olhos está relacionada à alimentação e ao estilo de vida. 

No glaucoma, uma das coisas que a gente acaba controlando é a pressão intraocular. Mas, se você pensar bem, existem glaucomas mesmo com a pressão intraocular normal. 

Porque na realidade ele se trata da morte do nervo óptico. 

Então, a qualidade dos vasos sanguíneos que estão lá, o quadro inflamatório por lá, essas coisas, podem influenciar.

E o glaucoma está mais relacionado também a síndrome metabólica, hipertensão, diabete e obesidade. 

Olho seco e retinopatia diabética não preciso nem dizer — também estão ligados a isso 

A retinopatia diabética é um problema que vai dar principalmente nos vasos sanguíneos do olho, e vai causar um quadro em que os vasos começam a ficar deficientes, e parte do seu olho fica sem oxigênio suficiente (a gente chama de isquemia).

Isso vai causar extravasamento de líquidos dentro do olho, e sangramento dentro do olho, e fazer malformações vasculares, até a ponto de levar a baixa de visão e até à cegueira de pessoas. 

Eu infelizmente já dei diagnóstico de cegueira algumas vezes para diabéticos, isso é ruim. 

Por mais que a gente tenha muita coisa hoje em dia e a oftalmologia para ajudar na retinopatia diabética — até tratamentos com injeções e laser — , se o paciente não tem melhora do diabetes, diabetes muito avançado, por mais que a gente faça essas coisas, está fadado à cegueira. 

Então tem que tomar muito cuidado. É cuidar do corpo. 

Então esse risco de desenvolver doenças oculares vai acabar dependendo da idade da pessoa, vai depender da genética, das doenças crônicas que ela tem, mas o estilo de vida sim vai contar — porque a saúde em geral vai refletir na saúde do olho.

O principal tecido do nosso olho é a retina. 

Eu explico o olho como se fosse uma câmera fotográfica. 

A parte da frente, onde tem a parte colorida do olho (córnea e cristalino) é como se fosse a lente da câmera.

Então a diabete, por exemplo, podem piorar a lente que é a catarata, mas isso pelo menos é reversível. 

Você opera e volta a enxergar: é só trocar a lente que está meio que opaca.

Isso é a cirurgia de catarata. 

Mas, por exemplo, o glaucoma é irreversível. Algumas das lesões são definitivas, você perde células neurológicas e não tem como retornar mais. 

E tem problemas que podem acontecer na retina, e a retina é nosso filme. 

É igual câmera fotográfica: se você queimou o filme, já era.

Você pode quebrar a lente, você pode arranhar a lente, e aí você troca a lente.

Mas você queimando o filme, só trocando o filme.

E infelizmente na medicina a gente não consegue trocar a retina ainda. 

A retina é um dos tecidos mais metabolicamente ativos no nosso corpo. 

Então ela fica muito exposta a estresse oxidativo, da própria respiração celular.

Além de que a luz, também, a princípio é oxidativa.

Então também tem o estresse da luz no nosso olho. 

Então você até pode tentar tomar antioxidante, o que for, mas provavelmente não vai funcionar tão bem. 

O nosso foco principal, além de ter uma boa nutrição para ter substrato… porque nosso corpo é fenomenal, ele produz os anticorpos necessários que nós precisamos. 

O que a gente tem que focar é não causar mais estresse no nosso olho do que o fisiológico. 

O que é o stress fisiológico? É o normal, o que ele está preparado para enfrentar. 

Então vamos tentar não superar toda essa demanda inflamatória que já existe, e aumentá-la com estilo de vida ruim, carboidratos refinados, óleos vegetais refinados, produtos ultraprocessados, maus hábitos no geral que vão causar estresse grande no corpo.

E daí o seu olho vai acabar, além do estresse, vai demandar antioxidante, e talvez não sobre tanto para o teu olho, podendo causar envelhecimento mais precoce e tal. 

Então resumindo: o foco principal vai ser sempre não causar mais estresse que o nosso normal, mais que o nosso corpo pode enfrentar. 

Ele já enfrenta muito, aí você aumenta isso com alimentação, maus hábitos e vai acabar que ele não vai conseguir superar essa demanda e podem vir as doenças.

Como eu falei, nada assim cientificamente específico da oftalmologia com relação a alimentação. 

Entre os tratamentos, por exemplo, que tem para alguns tipos de doenças macular na atualidade é o uso de polivitamínico, antioxidantes e afins, que você encontra em grande quantidade em alimentos de origem animal. 

Mesmo assim, o tratamento com esse tipo de remédio é meio “para alguns tipos de casos talvez melhore, talvez não”, então não se sabe muito bem. 

Então vamos focar na alimentação, focar em bons hábitos que provavelmente a saúde ocular vai ficar bem.

É focar em bom estilo de vida, comida de verdade, preferencialmente  baseada em animais.

Se não for baseada em animais, tudo bem gente, só procure um profissional para poder ajudar a tentar ajustar a sua dieta direitinho porque provavelmente vai precisar de algum tipo de suplementação.

E vai ter de ficar  mais de olho do que alguém que se baseia em animais.

Mas, mesmo assim, é bom dar uma olhadinha para ver se está tudo certo. 

O Que Fazer Para Ter Olhos Saudáveis

Guilherme — Excelente, Paolo. A gente falou aqui da parte da alimentação e você explicou também um pouco do funcionamento do nosso olho. 

Tem alguns outros hábitos não alimentares que são importantes para saúde ocular? 

Paolo — Exposição ao sol é uma boa. 

Eu mesmo tinha muita fotofobia e quando fui perceber eu estava ficando de segunda a sábado no consultório com uma luzinha bem ruim, bem fraquinha. 

Então chegando de manhã no consultório e saindo à noite. 

Percebi que minha sensibilidade à luz aumentava, meu sono piorava, não necessariamente pela saúde ocular, mas pode ajudar. 

Se expor devagarzinho pelos ao menos 10 minutinhos, 15 minutinhos por dia. 

Hoje, praticamente todo dia de consultório que eu tenho, tiro uns 10 minutinhos para o solzinho e vou lá para fora do hospital para poder pegar um sol.

Mas em relação ao olho: tem muita doença no olho que é silenciosa. 

Então realmente vale a pena consultar um oftalmologista pelo menos uma vez na vida. 

E, a partir do que você vê com o oftalmologista, descobrir se vale a pena ir todo ano ou a cada 2 anos ou mais, aí vai individualizar. 

Numa consulta básica de oftalmologia você vai fazer uma fundoscopia.

Ou seja, o médico através do aparelho o oftalmologista vai conseguir ver o fundo de olho, que é a retina. 

Vai dar uma olhada se você não tem suspeita de glaucoma. O glaucoma mais comum não tem sintomas. 

Você vai perdendo a visão de fora para dentro, vai perdendo o seu campo visual. 

E, quando está no modo mais avançado, você já está vendo como se fosse dentro de um tubinho e até perde a visão de vez. 

Numa consulta, o médico vai ver seu histórico familiar, se tem que pesquisar alguma coisa, se tem que ficar de olho em alguma coisa. 

Às vezes descobre que um olho não está enxergando bem. Isso acontece. 

Não é coisa grave, mas é uma coisa que é de nascença. 

Uma vez eu atendi uma tia-avó minha, foi na minha residência, ela tinha 72 anos na época, ela descobriu comigo, aos 72 anos, que ela não enxergava de um olho — para você ter uma noção. 

Isso porque ela realmente tinha diferença de grau de olho para o outro desde a infância.

Gente, desculpa a risada, mas o Guilherme aqui tampou um olho e depois tampou o outro (risos). 

Guilherme — É hora da verdade, vou descobrir se não enxergo de um olho aqui ao vivo (risos). 

Paolo — Então meio que é isso: detectar glaucoma e outras doenças, principalmente quem é diabético e hipertenso.

Às vezes não está sentindo nada, pode estar tudo controladinho, mas o olho é como se fosse uma janela dos vasos sanguíneos, de como está o seu corpo. 

Eu falo isso para os meus pacientes: o olho é como se fosse uma janela.

Tem que fazer esse fundo de olho para ver se está indo tudo bem. 

Então, para o hipertenso e o diabético, é bom ir todo ano para ver se está indo bem. 

Geralmente é do protocolo fazer isso todos os anos, cardiologista, endocrinologista geralmente pedem. 

Fazer o tratamento se necessário, às vezes precisa realmente fazer colírio e tal. 

Se possível, vale a pena tentar melhorar o estilo de vida, para evitar pelo menos a piora, se tiver alguma doença — e até conseguir algum tipo de melhora ao longo prazo. 

Então, para o olho, é isso. 

Uma coisa que geralmente eu gosto de alertar é para a criançada. 

Ainda bem que as escolas estão começando a pedir sempre os exames oftalmológicos.

Tem crianças que tem problema oftalmológico que não se desenvolve e tem que melhorar antes dos 8 anos de idade e não sabem, não é visto.

E aí, quando vai ver com 14, 15, 20 anos, já era: fica como essa minha tia, por exemplo, que não tem o que fazer mais. 

Mas é bom levar a criançada por outros motivos: cunho genético, problema de grau e essas coisas todas mesmo. 

Mas vale a pena ir a uma consulta oftalmológica, porque tem muita coisa silenciosa na oftalmologia. 

Uma consulta tranquila, sem dor e nada de mais, o máximo que vai acontecer é o coliriozinho no olho, então acho que vale a pena para saúde ocular ao menos uma vez — e, a partir dessa consulta, conversando com o oftalmologista, decidir qual é a melhor frequência de ir. 

Os Hábitos Saudáveis do Paolo Knopp

Roney — Perfeito, Paolo, com certeza. 

Aproveitando que a gente estava falando de hábitos, quais são seus hábitos saudáveis? 

Acho que você falou um pouco sobre alimentação, mas no geral e seu estilo de vida quais aqueles hábitos que você considera que são importantes para sua saúde? 

Paolo — Como eu tinha falado, minha dieta é baseada em animais. 

A organização: eu tento organizar minha dieta: ter coisas em casa, organizar um pouquinho o que eu vou comer, acho que é um bom hábito saudável, tentar organizar e planejar um pouquinho suas coisas. 

Não necessariamente aquela coisa perfeita e tudo prontinho, mas eu vou planejando o que comer, o que fazer — se tiver faltando eu compro. De vez em quando acontece de falhar, mas é uma boa medida. 

Eu tento muito priorizar um bom sono. Eu desde de criança sempre sofri muito com insônia, de ficar a noite acordado e virar a noite, eu até me achava um “ser noturno”.

E, conforme fui estudando o sono, eu fui percebendo que não é isso: boa parte era dos meus hábitos. 

Então, uma forma de melhorar o meu sono… Eu acordo cedo, geralmente às 5h da manhã estou de pé. 

Eu malho logo cedo, faço musculação… 

Queria fazer mais atividade física, natação, que eu adoro nadar, mas não sobra tempo, no dia a dia não rola. 

Pelo menos a musculação eu faço. 

Tem dia que é ok de ir, tem dia que até gosto, tem dia que acordo e nem pensar de ir. 

Então eu tentei criar uma cadência de hábitos: para eu acordar e ir logo para academia e já resolver isso no meu dia, gostando ou não gostando eu saio de casa, vou, faço e a missão já está cumprida. 

Porque depois do trabalho não funcionava para mim, quando eu deixava para ir depois do trabalho, eu acabava faltando muito nos treinos, não tinha consistência. 

Eu tento sempre me alimentar mais cedo, principalmente por causa do meu sono. 

Ter uma janela alimentar mais durante o dia até no máximo 18h ou dia que o consultório acaba me enrolando mais até as 19h.

Se fica muito tarde, e eu fico com fome, eu como uma coisa mais leve, porque é certo de atrapalhar o meu sono. 

Tanto é que ontem à noite não tinha nada em casa e não consegui me planejar, porque essa semana foi bem atípica. 

Eu tratei um bebê ontem de retinopatia da prematuridade, saí mais tarde do que esperado do centro cirúrgico, e fui para uma churrascaria porque eu estava lá perto. 

Aí eu fui comer, eu falei: vou me controlar. 

Mas eu não me controlei, a carne lá é muito saborosa, acabei comendo demais e minha noite de sono não foi das melhores. 

Tento não exagerar no café que é uma das missões muito difíceis, para vocês provavelmente também. Não duvido. 

Ainda mais que eu tenho cafés especiais, tenho vários métodos de preparo, o mesmo café eu preparo de jeitos diferentes, dá sabores diferentes — ou seja, como se fosse um vinho. 

É difícil controlar, quando estou em casa principalmente. 

No consultório até consigo, mas só se levar o café, porque o de lá eu não consigo tomar mesmo, tem o gosto de queimado e não rola. 

Mas se eu levo café, por exemplo, para o consultório, e eu levo também para o pessoal provar, eu acabo bebendo para caramba e lá se vai meu sono. 

Eu sou uma pessoa sensível à cafeína. 

Outro hábito saudável talvez nunca tenham falado no podcast de vocês é tirar foto e postar

Antes de começar a fazer receita, e trabalhar com isso, o ato de tirar foto e postar e mostrar receita, mostrar o que eu fiz me ajuda a manter.

Isso me incentiva a fazer novas receitas, a fazer um prato bonito para mim mesmo, e incentiva outras pessoas. 

Então isso até me ajudou a manter por um bom tempo o foco. 

Meu hábito saudável de criar receita porque me ajuda, e eu ajudo outras pessoas, e é até um dos motivos de eu ter me tornado médico: porque eu queria ajudar as pessoas, eu queria estar em contato ajudando as pessoas. 

E este acaba sendo o meu hábito saudável: criar receitas. 

Às vezes eu acordo com ideias e venho para cozinha e faço alguma coisa, e assim vai.

E também cuidar da minha mente. 

Eu recebi alta, mas fiz terapia e recomendo para quem precisa com algum tipo de ansiedade, depressão, se for o caso para poder alinhar a cabeça.

Porque não é só alimentação, é todo um conjunto de coisas, e entre elas está a saúde psicológica. 

Geralmente uma coisa que eu falo: não tenha medo de procurar ajuda se necessário.

Se tem uma relação com comida, ou se fica ansioso demais, ou se percebe que se sabota, quando a coisa não está legal, para se equilibrar sempre que necessário. 

Por exemplo, eu não estou fazendo no momento porque meio que estou em alta, mas posso voltar a qualquer momento como eu já fiz algumas vezes na minha vida. 

Por Que Tirar Fotos Dos Pratos Ajuda A Se Manter No Foco

Guilherme — Fantástico, Paolo. 

São excelentes estratégias que são muito pouco faladas mesmo. 

Isso de tirar foto dos pratos e documentar a jornada foi o que eu fiz assim que eu comecei a mudar minha alimentação 8 anos atrás

A foto nem era nem muito boa mesmo, eu tinha uma câmera horrível na época.

Mas lembro que eu tirava foto do prato com a comida, com o punho fechado ao lado, para ter noção do tamanho do que eu estava comendo e ter uma noção das porções.

E fui vendo que eu podia comer bastante, bem, e ficar saciado

E fui vendo as fotos mesmo, elas dão uma noção muito precisa de que você pode comer bem e pode ficar saciado. 

Eu tinha muito medo de comer quantidade grande de comida, porque tinha passado os 10 anos anteriores fazendo dieta, com muita restrição. 

Paolo — Somos dois. 

Guilherme — Então foi um alívio, foi um alento poder ver tanto a progressão, a variedade de pratos que a gente podia fazer, quanto o tamanho deles, a quantidade de comida para você poder se nutrir. 

Inclusive, a gente incentiva bastante isso nos nossos produtos em grupo — no desafio, no método M.O.D.A. — e o pessoal gosta também.

A gente percebe que o pessoal está com vergonha no começo: “será que está certo? Será que vou levar bronca?” Não é nada disso.

E com o tempo eles vão gostando de mostrar: olha eu que eu fiz hoje, olha o que eu estou aprendendo. 

É legal ter isso para compartilhar e postar no Instagram mesmo. 

Paolo — Sim, eu incentivo o pessoal. 

“Pessoal, não importa se está feio, o que importa é compartilhar e incentivar outras pessoas a fazerem e verem: você está de dieta?

Você está comendo isso? Você está comendo pizza, um bolo, um pão? Que pão é esse?”

É um pão feito de frango, pão feito de carne. 

A pessoa acaba se interessando. 

Como eu contei na minha história, eu comecei no mundo low-carb, comecei a melhorar o meu estilo de vida, por causa de uma receita, e meio que é uma gratidão. 

Através de receitas eu procuro puxar as pessoas para esse lado da força e incentivo: compartilhem, coloquem aí. 

Eu vejo que os seguidores falam: que outras pessoas veem as fotos delas e ficam curiosas com o que está acontecendo e tal. 

Com isso, acabam sem querer divulgando e conquistando as pessoas pelos olhos, pelo estômago, mas comendo pelos olhos. Bonito ou feio. 

Se você for parar para ver, eu não tiro as coisas antigas do Instagram exatamente por isso. 

No meu Instagram, se você for olhar lá atrás, tem fotos pessoais, mas se for ver a progressão dos meus pratos o que que era?

O jeito que eu tirava fotos, as fotos eram estranhas e tal. 

Teve umas coisas muito esquisitas que eu olho para trás: caramba! Era essa foto que eu tirava? (risos) 

Hoje em dia já é outra coisa. Toda uma progressão diferente. Mas é só tentar ser melhor a cada dia mesmo, tentar progredir nesse tipo de trabalho e a pessoa pode fazer isso. É na prática que vai aprendendo. 

Cuide Da Sua Saúde Mental

Guilherme — Exatamente. Essa questão de postar é muito legal.

Porque quem está ouvindo a gente pode postar, pode mostrar sua alimentação saudável.

E isso inspira pelo exemplo. Porque alguém vai ver que você está tendo resultado, vai vendo o seu feed, o que você está comendo, e aí ela pode vir perguntar para você.

Isso é muito diferente de você sair por aí “pregando” para outras pessoas, sendo um cara chato, dando palpite onde não é chamado. 

E outro hábito saudável que você mencionou também é a terapia, acho que é fantástico a gente poder fazer esse tipo de acompanhamento mesmo. 

A gente às vezes têm várias questões e coisas que vão acontecendo ao longo da nossa história que, se a gente não consegue ressignificar, e não consegue trabalhar isso, vão ficando ali ignoradas. 

Então eu acho também que é uma ótima medida de saúde mental que é pouco falada. 

Todo mundo fala bastante de exercício, de alimentação, de se expor ao sol — todo mundo no nosso podcast, o que já é uma bolha, comparada com o mundo lá fora… 

Mas acho que esses pontos também merecem atenção para a gente ter a vida mais completa que a gente puder. 

Paolo — Sim, a questão da terapia, saúde mental vale muito. 

Eu resolvi falar bem isso porque fez diferença na minha vida. 

Não vem ao caso, mas na minha história de vida eu precisei de terapia. 

Eu digo que sou uma pessoa antes e após esse trabalho de terapêutico, eu vi isso em outras pessoas também já. 

Então é uma coisa que eu posso e percebo algum tipo de paciente no meu consultório e tal eu tento tirar o preconceito dele para procurar algum tipo de profissional capacitado da área para poder ajudá-lo.

São diferentes angústias e jeitos de lidar com a vida, e às vezes a pessoa está precisando de alguém para lidar fora da caixinha dela, fora da bolha dela para ajudar a botar os pensamentos nos trilhos. 

Foi o que aconteceu comigo, fez diferença ao longo de anos e anos. 

E vale muito a pena comentar isso porque é realmente isso que eu percebo. 

Alguns até comentam um pouco sobre isso, mas não necessariamente com esse tom: tire o preconceito da saúde psicológica, da saúde mental. 

Roney — Com certeza. 

É uma tremenda bobagem ter preconceito com isso porque só depois que você vai e experimenta pode falar algo.

Eu não fui, mas pelos relatos de vocês: o meu irmão também faz, o Gui, o Selton nosso amigo, e diversas pessoas conhecidas que foram relataram maravilhas. 

Então é isso, fica aí o recado do Paolo. 

Paolo, estamos chegando à parte final aqui do podcast, por favor deixe suas mídias sociais, seu Instagram que você falou bastante das fotos, acho que o pessoal vai adorar ver um pouco mais de suas receitas também. 

Siga O Paolo

Paolo — Minha única rede social que uso mesmo, que eu consigo ter tempo para fazer, até queria fazer mais coisas, mas não dá, meu Instagram que é @paoloknopp esse é o meu sobrenome K.N.O.P.P, acho que é mais fácil a galera ver no título do podcast. 

Lá podem interagir comigo, podem olhar as receitas, vão explorando tudo, tem monte de fotos, monte de ideias lá que vão ajudar vocês aí em qualquer estilo low-carb que vocês estão querendo.

Tem algumas dicas e coisas do gênero. 

Principalmente para quem faz uma dieta baseada em animais. 

Até para a galera que curte mais vegetais tem até umas receitas mais antigas que tem. 

Roney — Show de bola então. Paolo, muito obrigado pela sua presença aqui no podcast. 

Paolo — Obrigado vocês, meninos, pelo convite, foi uma honra para mim. 

Vocês fazem parte da minha história. 

Acompanhei o trabalho de vocês e admiro, sempre admirei o trabalho de vocês, sempre quis dar uma força e tentava acompanhar, ler as coisas e até comprar o material de vocês, que indicava muitas vezes. 

Então obrigado mesmo e está sendo uma honra imensa estar com vocês. 

Estou muito feliz de acontecido. 

Roney — Bom demais, Paolo. A gente fica super feliz com isso. 

E quero aproveitar agora para agradecer todo mundo que faz este podcast ser possível, e isso inclui nossos alunos, e as pessoas que compram os nossos produtos.

Veja todos que estão disponíveis (sobre alimentação, jejum, receitas) e adquira aquele que fizer mais sentido para você

Agradecemos à Salude Tecnologias, criadora do medidor de cetose através do hálito UaiKeto.

Também, é claro, agradecemos a você que nos ouviu até aqui.

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A gente se fala num próximo episódio. Um forte abraço.

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