Podcast #098 — Do Acidente À Medalha: A Triatleta Dani Nobile Conta Sua História De Superação

O problema não é tropeçar: todo mundo tropeça. O problema é você tropeçar, cair e ficar no buraco.”

A entrevista de hoje fala um pouco de treino e esporte em low-carb.

Também fala sobre jejum.

Mas, principalmente, fala sobre superação.

Porque superação é um tema forte na vida da nossa convidada Danielle Nobile.

Após sofrer um acidente e se tornar tetraplégica, a Dani decidiu “viver em vez de apenas sobreviver” — e, atualmente, é a primeira Mulher Cadeirante Triatleta do Brasil.

Além de contar mais sobre sua trajetória, a Dani traz inspiração e motivação para você enfrentar suas dificuldades: de seguir a dieta até superar outros obstáculos.

Então, escute o podcast completo para saber:

  • Como foi o acidente que mudou a vida da Dani,
  • Como ela se tornou atleta, 
  • Como ela descobriu a alimentação low-carb e emagreceu,
  • A história da Dani nos jogos Pan-Americanos,
  • Estratégias poderosas para lidar com dificuldades e frustrações,
  • Quais são as duas partes do seu cérebro — e como usá-las para ter mais sucesso,
  • A importância de escolher suas batalhas — e suas exceções,
  • Por que “dar tempo ao tempo” para colher mais resultados,
  • A verdade sobre treinar e competir em low-carb e em jejum,
  • Quais são os hábitos saudáveis de uma campeã,

E muito, muito mais.

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Ela é bastante ativa no Instagram, no blog e no canal do Youtube.

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Abaixo você encontra nosso agradecimento aos apoiadores que possibilitam este projeto ser um sucesso.

E também a transcrição completa do episódio.

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Tem episódios novos todas às segundas e sextas-feiras.

Obrigado Aos Apoiadores Do Podcast

Bem-vindo a mais um podcast do Senhor Tanquinho. 

Somos Guilherme e Roney, e aqui a nossa missão é deixar você no controle do seu corpo. 

Antes de irmos ao episódio em si, queremos agradecer aos apoiadores que tornam este projeto possível.

Apoiador #1 — Loja Online Tudo Low-Carb

Este podcast é um oferecimento da loja online Tudo Low-Carb

A Tudo Low-Carb é uma loja que vende somente produtos que se encaixam numa dieta low-carb e cetogênica

Lá você vai comprar de tudo, desde farinhas low-carb até adoçantes como xilitol, eritritol, e estévia.

Além de temperos e produtos naturais, feitos com comida de verdade. 

Nós conhecemos pessoalmente Eliana, fundadora da loja.

E ela nos garantiu que monitora constantemente os valores para que a Tudo Low-Carb tenha os melhores preços dos adoçantes xilitol, eritritol e da farinha de amêndoas.

Então, se esse é o seu caso, se você quer comprar ingredientes para receitas low-carb, recomendamos acessar a Tudo Low-Carb — porque lá é garantido que você vai encontrar. 

Apoiador #2 — Medidor de cetonas Uaiketo

Esse podcast também é um oferecimento do Uaiketo — e o que é o Uaiketo? 

O Uaiketo é um aparelhinho que serve para medir o seu nível de cetose através do hálito. 

A gente achou muito interessante esse aparelho porque você pode saber o seu nível de cetose sem ter que furar o seu dedo ou fazer um exame de sangue para isso. 

É um aparelho realmente revolucionário no mercado — e o mais legal é que o Uaiketo é uma tecnologia 100% brasileira. 

O Iago, criador deste aparelho, entrou em contato com a gente, e a gente achou super legal divulgar essa iniciativa —  é por isso que hoje o Uaiketo é um dos patrocinadores aqui do podcast. 

A gente recomenda que você conheça esse aparelho, se a sua intenção é saber o seu nível de corpos cetônicos. É só acessar o uaiketo.com.br.

Apoiador #3 — Nossos alunos do Guia Dieta Cetogênica

Este podcast só existe graças aos alunos do nosso programa VIP Guia Dieta Cetogênica

O Guia Dieta Cetogênica é um curso em vídeo com todas as informações, passo a passo, para você seguir uma dieta cetogênica de sucesso. 

E como bônus para você que escuta os nossos podcasts, a gente colocou dentro do programa, na área de membros especiais, todos os nossos livros e manuais digitais já publicados até hoje. 

Então, são centenas de receitas. Tem também o nosso livro de apoio, com 120 dúvidas sobre alimentação saudável respondidas, com prefácio do Dr. José Neto, um livro super elogiado por profissionais como o Dr. Rodrigo Bomeny, Danilo Balu e por vários e vários convidados que já passaram pelo nosso podcast.

E ainda tem tabelas, infográficos, textos explicativos, resumos em pdf, um grupo secreto no Facebook e muito, muito mais. 

Então, convido você a conhecer o nosso programa Guia Dieta Cetogênica.

Transcrição Completa Do Episódio Com A Dani Nobile

Guilherme: Olá, Tanquinho. Olá, Tanquinha, sejam muito bem-vindas e bem-vindas a mais um episódio do nosso podcast. 

Hoje, trazemos com a gente a atleta Dani Nobile. Tudo bem, Dani? Como é que você está?

Dani Nobile: Oi, meninos, tudo bem? Oi, gente que tá ouvindo, tudo bem com vocês?

Roney: Estamos bem, e é um prazer ter você conosco, Dani. 

A gente resolveu te chamar porque você é uma atleta, tem diversos títulos em diversas modalidades, é a primeira mulher cadeirante e triatleta do Brasil, é palestrante, e tem uma história bacana.

Sendo que gostamos mais ainda quando vimos que você seguia a gente lá no Instagram, então a gente ficou super feliz. 

Então, Dani, que tal se apresentar e contar um pouco da sua história pra gente?

Como A Dani Nobile Se Tornou Atleta

Dani Nobile: Vou resumir, gente, porque se vocês deixarem, eu falo sem parar, porque eu gosto de falar. Então se precisar vocês me cortam de vez em quando. 

Eu tenho 35 anos, eu era professora de inglês, eu corria meia maratona e estava treinando para as maratonas quando eu sofri um acidente de carro, em outubro de 2012.

Nesse acidente, eu quebrei a sétima vértebra da cervical, ou seja, eu literalmente quebrei o pescoço. 

Para quem não conhece, para quem não sabe, a coluna é o nosso osso, mas dentro dela fica a medula, que é como se fosse um rabo de cavalo, meio gelatinoso.

E cada fiozinho ali da medula é responsável por comandar o funcionamento dos nossos órgãos e dos membros do nosso corpo. 

Então, eu quebrei o sétimo osso da nossa coluna, e eu fraturei a medula, então eu machuquei ali dentro da coluna, e aí eu me tornei clinicamente tetraplégica, mas, funcionalmente, eu sou tetraparética, que eu tenho algumas sequelas ainda de tetraplegia, mas a minha movimentação não ficou 100% comprometida. É porque eu tive uma lesão incompleta. 

Eu mudei a minha vida, gente, a minha alimentação e tudo quando eu tinha 20 anos: eu olhei os meus pais sedentários e obesos com 42 anos, que eles estavam começando a ter um monte de problemas de saúde, de coração, de colesterol, triglicerídeos, então eu olhei pra eles e olhei pra mim no espelho, que eu estava gordinha também e sedentária, e falei “eu não quero chegar na idade deles do jeito que eles estão”. 

Foi por isso que eu decidi mudar a minha vida. 

A primeira coisa que eu fiz é a primeira coisa que todo mundo faz: a gente vai na academia, faz uma matrícula, passa pela catraca e acha que vai ser maravilhoso [risos].

E eu comecei então a fazer aula. Gente, faz muito tempo, muito mesmo, eu fazia aula de localizada, hoje em dia nem existe mais.

Comecei a musculação muito tempo depois, mas eu fazia mais aula de spinning, eu entrei na natação, aí eu troquei de academia, a natação ficou cara e eu entrei para a corrida. 

O dia que eu passei pela linha de chegada pela primeira vez na minha vida, numa prova de 5 km, eu vi que eu queria fazer aquilo pro resto da minha vida.”

E por cinco anos, corri meias maratonas, que são provas de 21 km, e estava treinando para a minha primeira maratona, que são provas de 42, e para o triathlon, que são três modalidades esportivas, natação, a bike e a corrida numa prova só. 

Foi quando eu sofri o acidente.

E aí eu ainda no hospital eu decidi que eu não ia permitir que isso impedisse que eu fosse uma pessoa saudável, que não ia ser a cadeira de rodas que ia me tornar uma pessoa obesa, sedentária.

E o problema não é a obesidade, a questão física, todo mundo aqui que já escuta o podcast dos meninos já está careca de ouvir que a obesidade não é um problema físico, a questão é a nossa saúde. 

Foi o que eu pensei, porque foi isso que fez eu mudar a minha vida há quinze anos, eu olhar para a saúde dos meus pais e eu querer que a minha saúde fosse diferente. Então, eu decidi que eu ia dar um jeito. 

A Mudança Alimentar Da Dani Nobile

Guilherme: Entendi. Então você entrou na academia e na corrida. E a parte da alimentação, quando que você fez a mudança? 

A gente sabe que você acompanha a gente, faz receitas low-carb, também, como foi essa mudança?

Dani Nobile: Eu comecei a mudar quando eu entrei para a academia lá quando eu tinha 20 anos. 

Só que naquela época não existiam tantos médicos incríveis como o Dr. Souto, Dr. Bomeny, o Dr. José Neto e outros médicos e outras nutricionistas maravilhosas que pesquisam e colocam as coisas na Internet pra nós — porque na verdade a Internet não era o que é hoje quinze anos atrás. 

Então, eu comecei a fazer aquilo que todo mundo começa, a gente come pão integral com peito de peru e acha que tá arrasando. 

Tomava suco de soja, e achava que era incrível. 

Mesmo assim eu comecei a emagrecer bastante, e conforme os anos foram passando, eu passei por um período num relacionamento que a corrida não era bem aceita nesse relacionamento.

E também a gente passou por uns apertos financeiros, então, tudo que eu fazia antes na minha alimentação, eu tive que mudar. 

Sem querer, eu comecei a fazer algumas coisas low-carb sem saber que existiam, por exemplo, eu chegava da academia a noite e na hora do jantar eu comia ovo e algumas castanhas de caju

Eu não sabia que isso era low-carb.

Eu sabia que isso era alguma coisa que estava me ajudando a ter saciedade e não engordar, e ter pique para fazer todos os treinos e trabalhar:, porque eu era professora, dava aula num monte de escola de manhã, à tarde e à noite. 

Quando eu passei por esse período aí, esse perrengue no relacionamento, que a corrida não era bem aceita, a grana curta, as primeiras mudanças foram voltar a comer algumas coisas que hoje eu sei que não faziam bem para a minha saúde. 

Depois eu procurei um nutricionista porque eu estava ficando mais pesada, por estar comendo algumas coisas que estavam me fazendo engordar, e estava ficando lenta na corrida. 

Isso foi em 2012, foi no ano do acidente, mas eu acidentei em outubro, e eu contratei esse nutricionista no começo do ano. 

E o nutricionista me passou algumas coisas low-carb, sem falar o termo low-carb, e sem eu saber que low-carb existia. 

Então, por exemplo, eu não comia arroz na hora do almoço, vários dias e comia muita proteína; no lanche da tarde era ovo e uma fruta, e eu estava indo super bem na corrida e estava conseguindo emagrecer.

Inclusive foi a época que o meu corpo ficou mais bonito e que eu fiquei mais satisfeita e feliz com o meu corpo, e foi quando eu sofri o acidente. 

Aí, depois do acidente, eu fiquei na cama, UTI, um período e tal, eu fui para o Hospital Sara Kubitschek, em Brasília. 

É um centro de reabilitação, que é referência na América Latina. 

O que a gente faz lá no centro de reabilitação? A gente aprende a ser a melhor cadeirante do mundo, a se virar o máximo que a gente pode, dentro da nossa realidade, dentro da nossa mobilidade. 

E eu fui pra lá, e lá tem um monte de esporte, foi o meu primeiro contato, e assim, quando eu estava no hospital, eu pensei, ah, eu não posso correr, eu não posso pedalar, eu achava, mas eu posso nadar. 

E eu comecei a encher o saco do médico para eu tirar o colar cervical e eu poder entrar na piscina. 

Um pouco antes de eu ir para o Sara ele tirou o meu colar e eu comecei a entrar na piscina, mas eu tinha que aprender, gente, a boiar de novo, tinha que aprender a me movimentar dentro d'água só com o braço.

Mas, quando eu fui pro Sara, eu comecei a nadar, realmente, melhor do que eu já estava nadando quando eu fui pra lá. 

Tive contado com vela, basquete, handebol em cadeira de rodas, tênis de quadra, tênis de mesa, é um monte, eu nem lembro de tudo de cabeça, e musculação. 

E eu achando que eu estava arrasando, fazendo um monte de atividade física, e comecei a comer desenfreadamente, comecei a comer um monte, e quando você está internado num hospital e você tem que comer o que tem lá no hospital

E aí vinha o lanchinho da tarde, eu sentava a mão no lanchinho da tarde, que tinha um pão lá, um negócio. 

Aí eu arrumei uma paquera lá no hospital, que eu sou dessas, e o menino antes de ir embora pra cidade dele, ele me deu um saco com trinta trufas, que ele comprou no shopping. 

E eu achando que eu estava treinando, maravilhosa, gastando muitas calorias, eu comia tipo duas trufas depois do almoço.

No dia que eu voltei pra casa, que eu fui tirar uma foto com os profissionais do hospital para me despedir, eu vi a foto que eu tinha tirado com a minha irmã, na véspera de ir pro Sara, que eu estava com a mesma roupa que eu estava me despedindo dos profissionais, e o meu rosto estava parecendo uma bola de vôlei, eu estava super inchada por excesso de açúcar e farinha. 

Aí eu voltei pra casa e comecei a natação e a musculação numa academia e falei, “meu deus, preciso dar um jeito nessa alimentação”. 

Só que eu ainda não era atleta, eu estava só fazendo treinos por saúde para me reabilitar, para poder tentar recuperar os movimentos do braço, do tronco, das mãos, e comendo. 

Aí eu procurei um nutricionista depois de uma desilusão amorosa, porque o que eu fazia quando estava namorando esse menino?

De segunda a quinta fazia a dieta, linda e maravilhosa, tudo certinho. 

Aí na sexta-feira, como ele era piloto da força aérea, ele saia do quartel e vinha pra minha casa, passar sexta, sábado e domingo. 

E eu nem treinava e comia loucamente todas as coisas deliciosas cheias de açúcar e farinha que eu tinha feito pra ele. 

Então, era meio que elas por elas: porque não adianta nada você se alimentar bem por quatro dias, e nos três dias do final de semana você abrir a porta dos desesperados e sair comendo tudo o que você ver pela frente, e foi isso que eu fiz. 

Quando ele entrou com o pé e eu entrei com a bunda, eu procurei um nutricionista, porque eu pensei: tá, agora eu preciso mudar a minha vida, eu tinha ficado dez dias chorando e só tomando água, praticamente, desidratada, eu emagreci, só que eu percebi que eu estava perdendo um pouco de músculo, porque eu estava comendo tudo errado. 

E, nessa época, eu já estava competindo natação, e eu estava na esgrima.

Na esgrima você não tem um gasto calórico excessivo, mas na natação e na musculação sim, então eu falei, bom, preciso me alimentar de acordo, mas eu não quero engordar de novo, porque eu vou botar tudo a perder o que eu fiz até agora. 

Nesses dez dias, brinco que eu chorava e só tomava água, é lógico que eu não só tomava água, eu comia, mas eu comia muito pouco, e sem saber, eu fazia jejum.

Mas eu não sabia que o jejum existia também, porque você está mal. 

Foi a primeira vez na minha vida que eu não fiquei mal, e não fiquei com vontade de comer, porque eu sou daquela pessoa que tá triste, quer comer, que tá alegre, quer comer, tá comemorando, quer comer. 

Foi a primeira vez que eu fiquei triste e não quis comer, e fiz alguns jejuns, sem saber que existia também. Aí, procurei o nutricionista, e o que os nutricionistas convencionais fazem? 

Eles pegam um atleta, que faz esporte de endurance, que é o que eu faço, esportes longos, que você corre longas distâncias, pedala longas distâncias, nada longas distâncias; treino de natação, dois quilômetros; treino de bike, trinta quilômetros, isso na época, em 2015, comecinho de 2015; mais a musculação, “ah não, eu vou chuchar carboidrato nessa menina”. 

Então, o nutricionista, gente, ele pôs assim, de manhã era um monte de fruta, era uma salada de fruta com suco verde; na hora do almoço eram toneladas de arroz integral; na hora da janta, toneladas de arroz integral. 

Aí eu fui a uma médica e ela olhou e falou assim, “não”, e ela me explicou, e falou “o seu corpo agora, por causa da lesão medular, é diferente, não importa que você faz esporte de endurance. A sua queima calórica não é a mesma de uma pessoa que não tem a lesão, principalmente porque a sua lesão é alta”, então ela me explicou tudo o que estava acontecendo no meu corpo, e ela falou assim “nós vamos ter que cortar todos esses carboidratos pela metade”, e aí cortou. 

E aí, se você que está nos ouvindo já passou por esse episódio, você vai saber o que eu estou falando: porque você está comendo um monte de açúcar e farinha, não importa que seja fruta, seja arroz integral, açúcar você está comendo lá, aí você tira, o que acontece? 

Parece que você quer comer a parede, a cortina, o pé da cama, o sofá. 

Os primeiros quinze dias, meu deus, eu achei que fosse morrer, fora que dá dor de cabeça, tontura, e tudo o mais. Por quê? 

Porque a gente já está careca de saber também, que a farinha e o açúcar são meio viciantes, né, como se fosse uma droga, e quando a gente tira, é como se você tivesse entrando em abstinência total. 

Mas eu não estava entrando em abstinência total, a médica diminuiu meu carboidrato pela metade. 

Pois bem, fiz aí alguns meses com essa dieta nova que a médica me passou, e uma amiga minha, nessa época, já estava no Instagram.

Eu tô no Instagram desde 2013, mas o Instagram já estava começando a ficar mais forte, tinha Snapchat já, aquela coisa toda. 

Uma amiga minha que corre e teve câncer, ela falou, “ah, eu fui fazer um exame”, eu esqueci o nome do exame agora, mas o exame para saber se ela ainda tinha câncer espalhado em algum lugar do corpo. 

E ela falou, “sabe o que injetam na gente? Açúcar”. Eu falei, oi? Ela falou, “gente, eu fiquei chocada”. 

Aí ela começou a falar a respeito do câncer e do açúcar, e falou a respeito de uma nutricionista, a Lara Nesteruk, e falou, “ah, então porque eu vi lá no Instagram dessa nutricionista”. 

E eu entrei lá no Instagram dessa nutricionista. 

Na época, ela tinha uns 15 mil seguidores, e eu comecei a ver o que ela estava falando, e aí eu descobri o Dr. Souto, e aí eu comecei a ler tudo do blog. 

E eu falei, meu deus do céu, vou ter que tirar esses trem tudo que eu tô comendo aí, esse pouco de arroz que ela me deixou, esse pouco de pão de forma com pasta de amendoim e whey que ela me pôs aí de noite, vou ter que tirar isso daí. 

E comecei a fazer por minha conta.

Aí eu cometi o erro que todo mundo comete na low-carb, quando a gente vai tirar o carboidrato mesmo e vai comer gordura, a gente também abre a porta dos desesperados e acha que pode comer manteiga com bacon e com ovo no café da manhã. 

E sabe o meu lanche da tarde? 

Vocês vão rir do meu lanche da tarde, eu tenho certeza: eu picava, por exemplo, morango, aí eu fazia uma misturinha que ia óleo de coco com cacau, e ainda punha frutas secas, mas eu punha castanha picava, um monte. 

Então, assim, eu estava bebendo gordura no gargalo achando que eu estava arrasando. 

Eu emagreci, óbvio, mas eu estava exagerando na quantidade de gordura, e aí eu, nessa época eu já fazia triathlon, e eu fui campeã brasileira naquele ano, de paratriathlon, e me classifiquei no paramericano, que seria no começo do ano seguinte, nos EUA. 

Ia ser a minha primeira prova internacional de triathlon, porque eu já tinha feito algumas de corrida. 

Aí, tudo bem, falei, vou marcar uma consulta com essa menina aí, porque é a única nutricionista que eu conheço por enquanto, vou marcar com ela. 

Consegui marcar a consulta, porque na época ela tinha poucos pacientes, e fui na consulta e aí ela falou, “Dani, você tá errando na quantidade de gordura”. 

E ela me explicou, “a sua dieta, como você é atleta, apesar de ser uma dieta low-carb, vai ser completamente diferente da dieta de quem não é atleta e faz um treino por dia”, porque eu fazia três e ainda faço. 

Aí ela perguntou tudo: “ah, você nada? Quantos dias por semana e quantas horas? Que horas? Ah, você treina de bicicleta? Quantas horas por dia? Quantas vezes por semana e quantas horas? Como que é a corrida, como que é a musculação? Que horas que é isso, que horas que é aquilo? Que horas você acorda? Que horas você dorme?” 

E aí ela montou uma dieta bem específica para o Panamericano. 

E aí, porque eu falei pra ela e falou isso também, me respondeu isso, ela falou “olha, você tem que perder peso para você ficar mais leve pra você ficar mais rápida, só que você não pode perder força”. 

E aí ela fez tudo calculadinho, então tinha lá raízes, tinha frutas com pouco açúcar, como o kiwi, morango; tinha castanha, mas bem menos do que eu comia; tinha ovo, tinha carne, legume, isso que a gente come, só que ela acertou as quantidades para a minha lesão medular e para o meu gasto como atleta. 

E aí eu fui para o Panamericano — não sei se vocês querem que eu conte essa história de como é que foi…

Como A Dani Foi Parar Na Prova De Triatlo Dos Jogos Pan Americanos

Roney: Pode contar sim, por favor. 

Dani Nobile: Então, quando eu quis começar a correr, eu achava que só tinha um equipamento, que é a handbike, foi o que eu descobri primeiro. 

E aí os meus amigos da época da corrida (isso foi em 2014) fizeram uma vaquinha entre eles e me deram uma handbike de ferro, um modelo nacional para eu voltar a correr. 

E eu usei essa handbike nas corridas. 

Aí o pessoal cadeirante do paraciclismo virou pra mim e falou, “Dani, isso aí é uma bicicleta, você tem que fazer as provas de ciclismo, vem porque tem pouca mulher, porque tem pouca mulher”. 

Gente, eu não queria ir de jeito nenhum, de jeito nenhum, de jeito nenhum. 

Mas, de tanto que eles teimaram eu fui, e isso é até umas das coisas que eu conto para as pessoas sobre aproveitar as oportunidades, porque eu queria entrar para o triathlon, e nessa época eu já sabia que existia a cadeira de atletismo, e era ela que eu precisava para fazer triathlon, porque eu não posso pedalar e correr com a handbike numa prova de triathlon. 

Eu tenho que ter os dois equipamentos, e eu não sabia como que eu ia conseguir uma cadeira de corrida emprestada, porque eu não conhecia ninguém que tinha, enfim. 

Aí, tudo bem, eu fui pra essa prova de paraciclismo. 

Aí cheguei lá, e eu sou de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, e a prova era no interior do Rio.

Aí conheci o pessoal de Taubaté, a equipe de paraciclismo de lá. E o que eles tinham? Uma cadeira de corrida. 

Aí eu comecei a defender Taubaté em 2015 para poder usar a cadeira nas provas que eu queria fazer triathlon, só que eu não podia usar a cadeira, não podia levar pra casa, não podia levar para Ribeirão para treinar, a cadeira era da prefeitura de Taubaté. 

Eu só podia usar nos dias de competição, então eu tocava a minha cadeira do dia a dia, que é completamente diferente o modelo, eu posso até mandar para os meninos, não sei se tem como colocar, anexar em algum lugar essas fotos para vocês verem, mas no meu Instagram tem as fotos lá para vocês olharem, as diferenças da cadeira do dia a dia e da cadeira de corrida. 

Eu tocava a minha cadeira no parque, a minha cadeira do dia a dia, treinava com a minha bicicleta de ferro, super pesada, e nadava lá na piscina e tal. 

E aí, quando eu fui fazer a primeira prova de triathlon foi, assim, a primeira vez que eu sentei bastante tempo na cadeira de corrida emprestada. 

Mas eu usei essa cadeira esse ano inteiro, eu ainda fiz outros esportes, eu fiz arremesso de peso, lançamento de disco nesse ano e tal. 

Quando eu me classifiquei para o pan-americano, no dia que foi o dia que eu ganhei o Brasileiro, o juiz lá, o árbitro falou assim “olha, Dani, é o seguinte, você não pode usar nem essa cadeira nem essa bike na prova internacional”. 

Eu falei, por quê? ele falou, “porque elas são de modelos que não atendem às especificações internacionais de segurança. Tem algumas medidas nelas que não são padrão. Quando eles colocarem a régua na sua bike, não vão deixar você participar”. 

Eu falei, e agora? Aí eu comecei a fazer uma vaquinha online para conseguir comprar as duas, e eu só tenho a minha cadeira e a minha bike porque as pessoas do Brasil inteiro, a comunidade de corrida mais uma vez se mobilizou. 

Se mobilizou quando eu sofri o acidente, para eu poder ir pro Sara, aí os meus amigos próximos de corrida me deram a handbike de ferro, mas a comunidade de corrida como um todo no Brasil se mobilizou e doavam, a partir de 10 reais, para eu comprar a cadeira e a bike. 

Só que eu peguei essa cadeira e essa bike na quarta-feira, numa cidade dos Estados Unidos, na casa de um amigo do meu pai e ainda fui viajar para fazer a prova no sábado. 

E na sexta tinha a classificação funcional, que é quando eles veem quais são as sequelas da lesão no nosso corpo e fala em que categoria que a gente se encaixa. 

Tinha reconhecimento do percurso na água, tinha várias coisas. Então, na verdade, eu sentei na bike um dia e sentei na cadeira um dia e fui fazer essa prova. 

E eu fiz outra cagada, que eu sempre falo, gente, quando vocês vão começar a correr, ou a caminhar, você vai fazer uma prova ou uma corrida de rua, aquela que vem número de peito, a medalha e tal, nunca use tênis novo na corrida, nunca use meia nova na corrida, nunca ponha um short, uma blusa ou um top que você nunca treinou com eles antes, porque pode te dar uma bolha, pode te machucar, a costurar pode te machucar, o seu dedo, muitas coisas. 

Sempre falo, aprendi isso quando eu era corredora andante, sempre falei isso para as pessoas, mas o que eu fiz? Eu fui lá, competir numa prova internacional com um equipamento que eu nunca tinha sentado antes, e ainda, para ajudar, botei a roupa de borracha que eu nunca tinha usado na minha vida, que é aquele negócio de neoprene preto que os surfistas usam. 

Como lá a água é fria a gente tinha que usar. 

Gente do céu, eu passei tanta vergonha, eu não posso ver um mico que eu corro para pagar. 

Mas naquele dia eu bati todos os recordes, e eu fiquei em quarto lugar. 

Mas, enfim, fiquei em quarto lugar, voltei para casa com meus equipamentos novos, e aí poderia treinar com elas. 

No ano seguinte eu fui de novo e fiquei em segundo lugar. 

Aí eu trouxe a primeira medalha internacional de triathlon trazida por uma mulher cadeirante para o nosso país. 

Mas, se eu tivesse desistido, pensado “ah, não sei usar os equipamentos; ah, não posso ver uma vergonha que eu corro pra pagar, e paguei tanto mico na frente das pessoas, dos Estados Unidos, do Chile, enfim, todos os países da América toda, eu não vou voltar lá mais não, porque com que cara que eu voltar, depois de tudo que eu fiz na prova de afobar com a roupa”… aí não teria tido sucesso.

E eu nado super bem, das três modalidades a natação é a melhor, mas eu me afobei com a roupa, enfim, não sabia usar a cadeira, não sabia usar a luva, não sabia usar nada. 

Mas eu voltei, e consegui o segundo lugar, uma medalha de prata.

Então, eu sempre falo para as pessoas: primeiro, você pode ter todos os recursos, mas se você não souber usar, não vai resolver nada. 

Então, às vezes as pessoas querem começar um projeto, têm sonhos para realizar e elas querem, primeiro, ter tudo pronto, perfeito e maravilhoso para começar, mas não adianta. 

Porque, por exemplo, eu vou dar o exemplo meu que comecei a gravar YouTube faz pouco tempo. 

É difícil editar, gente, eu sofro. 

Mas eu comecei a gravar YouTube com o abajur do quarto e o meu celular. 

Agora, eu tenho um ring light, mas ainda é o meu celular. 

Tudo que eu gravo, tudo que eu faço hoje ainda é bem restrito, mas tem os vídeos lá com algumas informações para as pessoas. 

Se eu tivesse esperado o recurso perfeito, eu não teria feito nada e, não adianta você ter o recurso perfeito, a melhor câmera profissional, o melhor microfone, o melhor não sei o que lá da luz, se você não sabe usar. 

E isso para gravar YouTube, mas eu tô falando de qualquer projeto da vida. 

Eu tinha os recursos né, eu tinha a handbike nova e a cadeira nova que eu precisava, mas eu não sabia usar. 

Agora, não é por causa de uma derrapada que você vai desistir. 

O problema não é tropeçar: todo mundo tropeça. O problema é você tropeçar, cair e ficar no buraco.”

Se você sai, você tem que sair do buraco de algum jeito. 

Se você anda, você levanta; se você é cadeirante, você volta pra sua cadeira, limpa aí o seu joelho (porque eu sou a mestra de cair de quatro na rua, então eu ralo todo o joelho), então você limpa o seu joelho aí e continua, porque lá na frente pode dar um fruto bom. 

Eu demorei um ano para ter a chance de ir de novo nessa prova; eu demorei um ano para trazer a medalha para o Brasil, mas trouxe, tá aqui bonitona na minha parede. 

Como Lidar Com Dificuldades E Frustrações 

Guilherme: Excelente, parabéns, Dani. E uma coisa que a gente percebe quando você conta a sua história, é que você persistiu através de todas as dificuldades. Como é que você, justamente, lida com as frustrações? 

Quando você tenta uma coisa e não sai como você esperava… como você lida com isso? 

A gente fala especialmente num contexto em que temos vários alunos e alunas que começam a fazer uma alimentação correta, começam a perder peso e aí desanimam numa primeira dificuldade.

Por exemplo: a pessoa perde peso de maneira contínua, se sente bem, tá ótima, gosta das comidas, não passa fome. Mas aí fica duas semanas sem perder peso e ela desanima. 

Ou, então, ela tá fazendo tudo certo até que vem um evento, uma festa de aniversário, um casamento, uma festa social, ela põe o pé na jaca e depois acha difícil voltar. 

Como lidar com as frustrações e superá-las?

Dani Nobile: Então, gente, eu comecei a lidar muito cedo, com fins de relacionamentos traumatizantes e tudo mais, mas a maior lição mesmo veio com o acidente. 

Quando eu sofri o acidente, eu percebi que eu tinha uma escolha pra fazer, eu tinha dois caminhos: ou eu escolhia viver a minha vida da melhor forma possível, dentro da minha realidade; ou escolhia sobreviver. 

E eu escolhi viver a minha vida da melhor forma possível, porque só assim eu posso ser feliz. 

Sobreviver não traz felicidade para ninguém, e eu fiz a minha escolha. 

Todo mundo tropeça e cai, isso faz parte. O problema é você cair e continuar no buraco.

Se você continuar no buraco, o que vai acontecer? 

Você vai ficar lá e a sua vida vai empacar. 

Veja o caso, por exemplo, da alimentação saudável. 

Se vocês pensam que eu não voltei a engordar, é lógico que eu voltei. 

Quando eu fui para o panamericano, a primeira vez, foi quando a Lara tinha feito a dieta para mim super redondinha e tal, e eu tinha atingido não o meu menor peso depois da cadeira, mas o meu menor peso com força para treinar, e dando resultado. 

Só que eu conheci o boy, e foi a primeira vez que a gente se viu e tal na viagem, e a gente começou a namorar quando a gente voltou. 

E esse homem, assim, se tem alguém que tá me escutando que me segue vai saber, esse homem ele é high carb, high sugar, high tudo que vocês puderem imaginar, assim, ele come e não engorda. 

Agora durante a quarentena, ele comeu mais do que devia e só jogou vídeo game, e ele deu uma engordada, eu nunca tinha visto ele com aquela barriga. 

Mas, assim, uma pessoa da altura dele, qualquer pessoa que comesse a quantidade de besteira que ele comeu, ia pesar uns 180 quilos. 

Mas ele não passou dos 100 não e nem chegou perto. 

Mas já está emagrecendo de novo porque a gente voltou a treinar e ele voltou a comer saudável. 

Nesse caminho, eu engordei de novo. 

No nosso primeiro ano juntos, eu engordei 10 quilos, eu fui pra um peso que eu nunca tinha pesado na minha vida. O que eu fiz? Voltei a comer saudável. 

Até hoje, e isso que nós já vamos para cinco anos juntos, eu não consegui emagrecer todos os dez quilos não. Eu emagreci oito. 

Aí, por exemplo, a gente faz uma viagem pra fora, para fazer uma maratona, aí até a maratona eu como certinho, depois da maratona eu abro umas exceções, aí eu volto e engordei de novo, aí eu tenho que emagrecer de novo. 

Aí agora, na quarentena, eu tinha várias competições agendadas e estava fazendo assim, eu estava há uns dois meses e pouco sem furar nada na dieta, seguindo certinho, aí não tinha mais competição.

E você fica “então tá, só hoje, só hoje, só hoje”. 

Eu fiquei oito meses sem me olhar no espelho direito e sem me pesar, e agora, eu tô num lugar que é muito frio, então assim, eu punha duas calças ou três, para ficar em casa, um monte de casaco de neve para ficar em casa.

Eu tô no Sul né, e não via o que estava acontecendo. 

Quando eu fui começar a voltar pra academia e colocar as minhas calças legging, algumas calças legging não estão entrando em mim: as calças legging não estavam entrando.

O que eu fiz? Voltei a me alimentar saudável, agora tô num desafio aí com as minhas seguidoras, de dez dias tentando incentivar o pessoal a tirar a farinha, açúcar, fazer atividade física. Quando vocês errarem por algum motivo, só volta. 

Eu sei que a gente fica chateada e acha que vai perder tudo. 

Mas, por exemplo: vocês fazem aí um mês, dois meses de uma alimentação saudável, seguindo as orientações dos meninos, aí vocês vão num casamento ou em um aniversário, vocês acham que um dia vai pôr tudo a perder?”

E aí por causa de um dia vocês vão jogar todo o trabalho que vocês fizeram? Porque o esforço é seu. 

Eles podem muito bem falar, “olha só, gente, não vamos comer açúcar não, vamos fazer essa receita aqui”, sei lá, eu vou falar a receita que eu fiz hoje, “um bolo formigueiro low-carb, vamos fazer essa receita essa semana, vocês vão comer, vão adorar”. 

Aí você faz, você gasta o seu tempo para cozinhar, você come, às vezes você faz o que eu faço, que eu olho o meu excelentíssimo comendo hoje anéis de cebola e batata frita e eu comendo salada

Aí por causa de um dia você vai jogar todo o seu trabalho fora? É o seu trabalho, é o empenho, é o seu esforço. 

“Ah, mas eu me esforcei e empaquei e não tô emagrecendo”. Uai, você acha que é só você? [risos]. 

E você acha que é só no emagrecimento? 

Vai me falar que em algum momento aí da vida, no seu plano de fazer uma viagem, de comprar uma casa, de engravidar ou de, sei lá, de mudar de cidade ou de qualquer coisa no seu trabalho, vai falar que você nunca passou por uma frustração? 

Que você nunca quis uma promoção aí no seu trabalho e não conseguiu, resolveram não promover ninguém, resolveram contratar uma pessoa de fora, ou promoveu a sua colega e não você. 

E aí, o que você fez? Você jogou o trabalho fora, falou não quero mais esse emprego aqui não, adeus, vou procurar outro emprego. Gente, não é assim não. 

Eu falo isso porque eu trabalho com isso, eu trabalho com desenvolvimento humano, com coaching, eu estudo isso há muito tempo porque eu vi que eu tomei algumas atitudes na minha vida e tive alguns resultados em relação ao esporte e à cadeira de rodas, e eu queria ajudar outras pessoas. 

Eu falei, eu não posso só contar “olha, eu fiz isso”. 

Eu queria entender por que eu tomei essa atitude e por que eu tive esse resultado, então eu comecei a estudar e eu estudei bastante, e eu trabalho com isso hoje além de ser atleta. 

As Duas Partes Do Cérebro Que Você Pode Dominar

Nosso cérebro é dividido em várias partes, e eu vou falar de duas delas. 

Uma delas é como se fosse o nosso lado humano, então é o nosso lado racional, é o nosso lado que, “olha aqui, gente, o plano alimentar é esse, vocês têm que fazer atividade física, vamos tirar o açúcar do café; vamos substituir o milkshake por ovo”, e você faz, porque você sabe que isso vai ser bom para a sua saúde, que você vai emagrecer e seus exames vão melhorar; que você vai começar a se sentir melhor com a sua autoimagem e a sua autoestima e a sua autoconfiança também vão melhorar. 

Mas tem um outro lado no nosso cérebro que é o nosso lado emocional, que ele é comparado por um pesquisador, que é inclusive atleta, ele é comparado a um macaco, a um chimpanzé. 

Como que um chimpanzé reage diante do perigo ou diante de um problema na selva? 

Ou ele foge, ou ele paralisa, ou ele luta. 

Só que, o nosso chimpanzé, dentro do nosso cérebro, ele é cinco vezes mais forte que o nosso lado humano, o nosso lado racional, e aí o que acontece? 

É nessa hora que você está lá, há dois meses se esforçando para seguir o plano alimentar, para fazer caminhada, para ir academia ou para ir ao pilates ou, enfim, a atividade que você escolheu, e você não emagrece, e aí é o seu chimpanzé que surta, não é o seu lado humano, é o seu chimpanzé. 

Eu brinco: sabe aquele anjinho e o diabinho que tem nos desenhos e filmes?

Então, são os dois ali brigando, mas cada hora é um que é o anjinho e cada hora é um que é o diabinho. 

Não tem um que é bom e um que é mal, são só formas de eles reagirem diante das coisas. 

O chimpanzé te protege de um perigo, por exemplo, tá nadando no mar, viu um tubarão e ele fala “corre, nada logo”, e você foge, porque ele tá te protegendo. 

Ou ele fala, “ah, eu não tô emagrecendo mesmo com essa dieta, não quero mais”. 

E aí, o que você vai fazer? 

Você vai agir por impulso ou você vai parar e pensar racionalmente e falar, tá bom, é uma fase, tem algo que eu fiz que não tá legal, pode ser que eu tenha que ajustar uma quantidade, pode ser que eu esteja comendo muita gordura, talvez eu tenha que mexer na quantidade do carbo para mais ou para menos. 

Será que eu tô dormindo direito? 

É o seu lado racional que vai pensar, então, todas as vezes que vocês pensarem em desistir e estiverem com essa frustração, para e pensa friamente, à noite, antes de dormir, você pensa. 

Eu tenho mesmo que desistir? Acabou toda a minha dieta? Aquele brigadeiro que eu comi jogou tudo a perder? 

Aquela fatia de bolo red velvet, é o que vai fazer eu recuperar todos os cinco quilos que eu perdi, será? 

Então, às vezes, na hora do impulso, da braveza, quem tá agindo ali é o nosso chimpanzé. 

Só que o nosso humano, ele tem que convencer o chimpanzé do contrário. 

E aí, como você se convence? Como você vai convencer a si mesma de que não é bem assim? A primeira coisa é a motivação. 

O que é motivação, gente? É o nosso motivo para ação, então é o porquê você está fazendo a dieta; o porquê você está fazendo atividade física; por que você está aí e resolveu ser aluna dos meninos e seguir as orientações deles. 

Por que você começou? 

  • Porque o meu vestido estava apertado.
  • Porque meu exame estava ruim e o médico falou que eu tenho que emagrecer.
  • Porque eu estava querendo brincar com meu filho no parquinho e não tô conseguindo correr atrás dele, tô sem fôlego.
  • Acabou a luz, fui subir as escadas do meu prédio e quase morri no primeiro andar, e aí eu resolvi mudar a minha vida.

Tá, e aí você está mudando a sua vida, e você acha que um pedaço de bolo vai “desmudar” e voltar tudo o que era antes? 

A gente precisa aprender a ser maleável, flexível, mas a gente se olhar com amor e cuidado. 

Você não vai também, gente, “ah, comi um bolo, ah, tá, já comi um, vou comer mais dez pedaços, já que eu comi um”. 

Não tem necessidade, você não precisa ser tão permissiva assim com você, mas você se permitir às vezes, não é o fim do mundo. 

Se olha com mais amor e com mais cuidado e se apegue ao porquê você tá fazendo aquilo. 

“Ah, é porque eu estava me olhando no espelho e não estava me sentindo bem, bonita, as minhas roupas não estavam entrando”.

E você acha que em um hambúrguer de pão de farinha vai botar tudo a perder? Não. 

Então, errou, gente, volta. “Ah, jaquei”. 

Tira os pés da jaca e joga a jaca longe. 

Não vai, “ah, enfiei o pé na jaca, vou enfiar todos, o corpo inteiro e dar uma mergulhada aqui dentro”. 

Não precisa, só tira o pé dali, limpa e joga a jaca fora. 

Não é assim que a gente faz quando a gente cai, de verdade, assim, na vida normal. Quando você tropeça na rua e cai, o que você faz, “ah, vou ficar aqui na laminha, tá tão gostoso, vou ficar aqui para sempre”. 

Não, a gente levanta e continua, e põe a roupa pra lavar, e toma um banho e lava os cabelos e vamos embora. 

Na dieta, na alimentação saudável, na atividade física é a mesma coisa, eu recebo muita mensagem das pessoas, “ah, porque eu fiquei uma semana sem treinar e agora já não estou mais com vontade”. 

Mas vá de novo, começa outra vez. 

“Ah, mas eu tô me sentindo triste porque eu errei, porque eu jaquei, porque eu fiquei uma semana sem treinar”. 

É normal, todo mundo se sente, ninguém é feliz 100% do tempo, gente, ninguém. 

Quem fica vendo só vida no Instagram e achando que a vida é maravilhosa 100% do tempo está enganado, vocês estão no Instagram, a gente põe só ali a ponta do iceberg. 

Debaixo do mar, o tamanho do iceberg, o que acontece ali, só quem vive sabe. 

E ninguém é feliz 100% do tempo. 

Então, se você ficou triste porque você jacou, ou porque você não treinou, que bom, você é humana e você está viva. 

Se você não tivesse ficado triste, você não estava viva não, não queria te contar essa verdade, não é.

Escolha Suas Batalhas — E Suas Exceções

Roney: Perfeito, Dani, nossa, com certeza são ótimos exemplos, ótimas motivações para o pessoal que tá ouvindo e que, eventualmente, acaba dando um escorregão. 

É difícil seguir 100% do tempo, 100% correto, ainda mais a gente que tá gravando essa entrevista agora um pouco antes do Natal e do Ano Novo, apesar de que ela vai sair só em janeiro, mesmo assim a gente está sempre às vésperas de algum tipo de festa ou feriado ou ocasião familiar.

Dani Nobile: É exatamente, não existe essa coisa de “ah, é porque agora é o fim do ano; é porque agora, não sei o que”. 

A gente tá vivendo um período de quarentena que a gente não tem tantas datas comemorativas assim, tantos eventos, mas mesmo assim, ainda o pessoal faz aniversário, “ah, é porque era o aniversário do meu filho, e ele não queria um bolo low-carb, ele queria um bolo de farinha, açúcar e brigadeiro”. 

Mas todo ano é, não é? Então todo ano tem. 

Aí no outro dia é do seu marido, aí no outro é o da sua mãe ou do seu pai, ou é o seu, e você quer se permitir no dia do seu uma coxinha

Não é possível que todas as suas amigas já se casaram, e todos os seus amigos já casaram e tipo, nenhum deles, ninguém tem filho pra fazer festinha, ou chá revelação, ou batizado. 

Gente, todo mês, todo mundo tem alguma coisa, festinha de criança na escola… quem tem filho na escola então todo mês tem o aniversariante do mês… a gente sempre vai ter eventos. 

O que você tem que fazer é escolher se naquele evento específico você vai querer comer as coisas que estão lá, e aí este dia vai ser a sua exceção, ou da semana, ou da quinzena, ou do mês — eu não sei quantas exceções tem no seu plano alimentar, porque cada indivíduo é individual, então cada um tem o seu, o seu plano alimentar. 

Não sei quantas exceções você tem no seu, mas todo mês a gente tem coisa, então você tem que ou programar as suas exceções para esses dias, ou pensar, eu não vou comer nada nesse evento específico. 

Eu vou na festinha da criança e eu vou ficar sei lá, cuidando das crianças, eu vou ajudar a mãe a servir, mas eu não vou comer. 

“Ah, mas eu não consigo olhar pra coxinha e não comer”. Consegue, consegue sim. A gente tem mais força do que a gente imagina. 

A Importância De Dar Tempo Ao Tempo

Roney: Com certeza, talvez seja uma questão de conseguir a primeira vez, porque depois que você consegue a primeira vez, talvez seja com alguma estratégia do tipo, já ir para uma ocasião depois de ter comido, ou levar a versão low-carb da coxinha, ou não ir na ocasião, às vezes a gente não pode dizer sim pra tudo, se a gente conhece as nossas limitações. 

Às vezes, é melhor, no começo, não ir para você ganhar esse impulso, esse momento e aí você vai ficando mais forte conforme você vai vencendo os obstáculos. 

Dani Nobile: Sim, a nossa mente, gente, ela é treinável, e a disciplina, inclusive, é uma habilidade adquirida e treinável. 

Então, se você sempre diz sim pra tudo em todas as festas e come, come, come como se não houvesse amanhã, e quando o amanhã chega e você se arrepende, saiba que não vai ser do dia para a noite que você vai ser a mais disciplinada do mundo e que vai olhar pra tudo e falar “não, hoje não, obrigado”. 

A disciplina é uma coisa que a gente precisa treinar sempre, e se você deixa de treinar, se você deixa de usá-la, você também perde. 

Comece com passos pequenos.

Se você vai começar agora a mudar a sua vida para uma alimentação low-carb mais saudável, saiba que você precisa subir um degrau de cada vez na escada. 

Não tem elevador na escada da nossa saúde: você não dorme um dia com os seus exames todos cagados, dez quilos acima do peso, sedentária, e no outro dia você acorda a rainha da saúde — não existe isso.” 

Do mesmo jeito que você não engordou dez quilos do dia para a noite, para emagrecer é a mesma coisa. 

E aí, para treinar a sua disciplina, é a mesma coisa, é um degrau de cada vez. Você vai treinando e fazendo escolhas. 

Do mesmo jeito que eu escolhi viver a minha vida ao invés de sobreviver lá na época que eu sofri o acidente, eu tenho que fazer essa escolha sempre, porque eu também tenho problema, porque ninguém é feliz 100% do tempo. 

E de vez em quando, eu escolho comer um chocotone de farinha, e açúcar. 

Só que aí eu como uma fatia, ou duas. 

Eu já perdi a conta de quantos chocotones o meu marido já comeu, desde que tem no mercado. 

Em cima da minha geladeira tem três, acreditem se quiser. 

Desses três, um que é o mais chique e elegante que a gente comprou, eu comi duas fatias e ele comeu a metade. 

E tá tudo bem, eu escolhi, você faz escolhas, você vai saber quando você tem que abrir concessão ou não, e eu sei que se eu ficar abrindo várias concessões, eu vou descer alguns degraus da escada ao invés de subir. 

Quem faz as escolhas é você, então a gente precisa aprender a fazer as escolhas mais saudáveis, é um aprendizado diário. 

Sobre Treinar E Competir Em Low-Carb E Em Jejum

Roney: Com certeza, Dani. 

E a gente falou aqui que eventualmente sair da dieta não vai botar tudo a perder, e por outro lado, é melhor você não sair toda hora, todos os dias, senão você não vai ter resultado nenhum. 

Mas, agora, falando do período em que a gente está realmente focado aí numa alimentação comida de verdade, baixa em carboidratos, low-carb, como que é pra você, que é uma atleta de alto rendimento, alto nível, faz modalidades que exigem bastante, como o triathlon, como que é para você competir ou treinar mesmo estando numa alimentação low-carb. 

E você faz jejum, você faz treinos em jejum também? 

Que a gente sabe que, para a maioria das pessoas que estão numa alimentação tradicional, falar de treinar em jejum, ou de treinar sem comer carboidratos, parece o maior absurdo. 

Mas a maioria das pessoas é amadora, nem treinar pesado treina e já acha isso uma loucura. Imagina para você que tem um grau de exigência muito maior que as pessoas comuns, do dia a dia. 

Dani Nobile: Assim, eu tenho períodos de jejum, depende da estratégia alimentar e depende desses períodos, como eu falei para vocês, quando eu abro muitas exceções e engordei, um em 2017, eu acho que foi, a Lara me passou uma estratégia de jejum e foi a primeira vez que eu fiz um jejum programado, com dias e horários, assim, tantas horas por tantos dias, e ela me avisou “vai acontecer isso, isso e isso com o seu desempenho no treino, é normal”. 

Hoje em dia, o que eu identifiquei para mim (importante lembrar que “o indivíduo é individual”)…  

Para mim, fazer um jejum à noite, por exemplo, eu não jantar, eu me sinto melhor, por quê? 

Como eu tenho lesão medular alta, a minha pressão é muito baixa, o meu batimento cardíaco é muito baixo, mesmo eu sendo uma atleta, em treinos super intensos, o meu batimento cardíaco não sobe acima de 150, isso para um atleta como a gente fazendo aquecimento. 

O meu batimento não sobe por sequela da lesão. 

Como a minha pressão é muito baixa, o que eu percebi? 

Que eu fazer treinos em jejum, se eu estiver em casa, se eu passar mal, gente, é só parar, parei, comi um salzinho ali, tomei uma água, fiquei debaixo do ventilador, tá lindo. 

Mas, se eu for pra rua, eu não sei o que pode acontecer, e eu percebi que eu me sinto melhor se eu fizer jejum à noite, se eu não jantar e no outro dia eu tomar café da manhã

Mas, eu demorei bastante para perceber que essa estratégia, para mim, por causa da lesão e da minha pressão baixa, é mais legal, por quê? Porque aí eu me sinto melhor no treino e, se eu comer bem durante o dia, a noite eu não vou ter fome mesmo e aí eu faço um jejum e tá tranquilo. 

Mas, eu já fiz vários treinos em jejum, inclusive, nessa época da estratégia que ela me passou, desse jejum programado, aí eu chegava a pedalar três horas de pedal em casa, no rolo, mas eu pedalava três horas em jejum e ok. 

Deixa eu ver o que mais que eu posso falar, assim. 

Ah, de maratona e prova de triathlon. O pessoal tem mania de levar, “ah, é a bisnaguinha”, “ah, é a batata cozida”, “ah, é o não sei o que lá”. 

Vou contar pra vocês o que eu já levei muito que foi, assim, a melhor coisa pra mim, pro meu paladar, pra boca seca, pra tudo, em maratona, em prova de triathlon, eu já levei pururuca [risos]. 

Quando eu conto o povo não acredita, já cansei de levar pururuca.

Já usei queijo, mas aí o queijo derreteu, os chips murcham, porque fica muito em contato com o meu corpo, por causa dos equipamentos. Já usei muita pururuca em maratona e em provas de triathlon longas. 

Para mim é bem tranquilo, eu levo a pururuca porque eu sinto a necessidade do sal, e aí a galera “ai, leva cápsulas de sal”. 

Não, gente, leva a pururuca, já tem a gordura ali, você já come, não vai sentir fome. 

Para mim hoje é muito tranquilo, na época, como eu falei, já faz cinco anos e meio que eu vivo essa vida low-carb. 

Então hoje, para mim, é muito tranquilo treinar em baixo carboidrato, fazer a panquequinha com farinha de amêndoas, ou comer um bolinho de farinha de coco ou de amêndoas, ou de coco ralado; comer a carne e os legumes e uma raiz. 

Eu ainda uso as raízes e tal, pela quantidade de treinos que eu faço, mas tudo é orientado pela nutricionista e pelo médico do esporte. 

Não esqueçam, eu sempre falo, teve uma amiga que falou uma vez, ela falou “ai, eu queria ver a sua dieta”. 

Eu falei, amiga, eu treino três vezes por dia, quantas vezes você treina? “Ah, eu vou na academia”. Quantas horas? “Uma hora”. 

Eu falei, então, só na academia eu fico uma hora e meia, fora o pedal, fora a corrida — agora na pandemia eu não tô nadando, né — e fora a natação. 

E para mim é muito sossegado, gente, eu já me acostumei. 

Como frutas, como castanha, como fruta e ovo, pra mim é bem de boa, bem tranquilo mesmo. 

Às vezes na véspera da maratona, assim, eu dou uma subidinha no carbo, mas essa coisa de “ah, noite da massa; noite da pizza”, faz nem sei quanto tempo que eu não vejo isso na minha frente. 

E vou falar pra vocês hein: tenho trofeuzinho, tem medalhinha, tem pódio, não é a farinha, o carboidrato, o pão, a massa que tá me impedindo de competir não. 

Então, se você aí está com medo de treinar ou em jejum, lembra que eu já treinei três horas de pedal em jejum e tô aqui, viva, maravideusa, não aconteceu nada, e fora que, acabei o treino e ainda tive que fazer o almoço, eu não acabei o treino e comi não, ainda demorou. 

E se você faz os seus treinos, você corre e tá com medo de correr em low-carb, saiba que é bem tranquilo, eu não sou a única que faz isso e a gente tem bons resultados em provas, em treinos, pode treinar em jejum, se for bom pra você. 

Testa, gente, testa. 

Eu tenho uma amiga que ela fica, assim, 25 horas de jejum e tá lindo. 

Ela treina em jejum, passa o resto do dia em jejum e aí ela janta e pra ela é de boa. 

Eu prefiro comer de manhã e fazer o jejum à noite. 

Eu não acordo de madrugada com fome querendo comer o travesseiro não [risos]. 

Pode fazer, gente, vai dar tudo certo. 

Depois vocês fazem, aí vocês veem como que o corpo de vocês reagiu. 

Pode ser que nas duas primeiras semanas vocês sintam uma diferença, uma queda de rendimento, um cansaço, é normal porque você está tirando um carboidrato. 

Lembra, gente, que é igual droga, é abstinência, depois só tende a melhorar. 

Os Hábitos Saudáveis De Uma Campeã

Guilherme: Excelente, Dani, excelente. 

Acho que o seu exemplo dá motivação, muita inspiração para as pessoas perceberem que realmente é possível. 

E a gente falou bastante de alimentação saudável, falou de treinos e com certeza essas coisas fazem parte do seu dia a dia. 

Queria saber se tem algum outro hábito no seu dia a dia que você considera essencial para a sua qualidade de vida? 

Dani Nobile: Então, eu acho que a qualidade de vida ela vai, além de se alimentar bem e treinar, é beber muita água, que é um dos hábitos, inclusive, que eu tô tentando ajudar o pessoal a ter no desafio que eu bolei; você dormir bem, que pra mim tem sido um desafio para mim esses dias, então eu coloquei como meta; o intestino funcionar, e aí vocês vão perceber que quando vocês mudam a alimentação, o intestino tende a melhorar; e, outra coisa, você ter um tempo para você, porque a gente pode cuidar da nossa alimentação, a gente pode treinar, a gente tá cuidando do nosso corpo bebendo água, dormindo bem, mas aí a gente também precisa cuidar da nossa mente. 

E você precisa ter um tempo para você ouvir uma música, para assistir uma série, para caminhar — ao invés de fazer aquele treino pesado — caminhar ao ar livre, para sentar e ficar vendo o passarinho piar, nem que sejam cinco minutos por dia, gente. 

Ter um tempo para você é um hábito que melhora muito a qualidade de vida porque ele libera os hormônios da felicidade, as pessoas, muitas vezes, lembram de cuidar do corpo, mas elas esquecem da mente. 

Então, se eu puder dar dicas aí, além da alimentação e dos treinos, é: beba água, olhe para o seu sono, olhe para o seu intestino e reserve todos os dias um tempo para você, nem que seja cinco minutos. 

Meninas, nem que sejam cinco minutos pós banho, para você por uma música e passar um hidratante. “Ah, mas eu tenho filho!”. 

Não é possível que você não consegue cinco minutos por dia para você, para você se olhar com amor e cuidado e fazer algo que você gosta; colocar uma música e cantar, eu berro muito nos meus treinos, gente, aqui no rolo, claro, na rua não que eu não quero passar tanta vergonha assim. 

Mas, em casa, eu canto alto mesmo, porque eu tô liberando os meus hormônios aí da felicidade. 

E aí como você vai liberar os seus, aí você que tem que saber, porque você pode gostar de coisas diferentes das minhas. 

Então, olha para você mesmo, veja do que você gosta e reserve, nem que for cinco minutos por dia, para fazer algo que você se sinta bem, que vai te fazer feliz.

Acompanhe A Dani Nobile

Roney: Ótimos hábitos, Dani, com certeza são coisas que a gente costuma negligenciar muito, mas que são muito importantes. 

E agora a gente já está chegando na parte final da nossa entrevista, e a gente queria que você deixasse as suas mídias sociais para o pessoal te acompanhar. 

Eu acho que você é bem ativa no Instagram, né; e também deixar o seu recado final, se você tiver algum, porque eu acho que já teve ótimos e diversos recados que foram dados para o pessoal durante a entrevista.

Dani Nobile: No Instagram eu sou @daniellenobile. O meu blog é www.daninobile.com.br, e aí lá no blog tem o ícone do YouTube, que tem alguns vídeos contando um pouquinho de mim, um pouquinho de lesão medular, falando algumas coisas. 

Ainda tô patinando nessa rede, tá gente, vocês tenham paciência comigo. 

Lá no blog tem um monte de história de prova, ele tá sendo refeito, então eu vou começar, vou retomar a minha escrita nele. 

No começo eu escrevia bastante, faz uns dois anos, assim, que eu diminuí; tem umas receitinhas lá também. 

E, a minha mensagem final é justamente para vocês se escolherem, porque como eu falei, quando eu sofri o acidente eu tinha a escolha, ou eu vivia — melhor forma possível dentro da minha nova configuração, dentro da minha nova realidade — , ou eu sobrevivia.

Escolha viver a sua vida da melhor forma possível, e escolher viver e você se cuidar, é olhar para a sua saúde, fazer as escolhas corretas, pensando na sua longevidade

Não escolha sobreviver, escolha viver a sua vida da melhor forma possível, porque só assim você vai ser feliz. 

E olhe para você.

Gente, não escolher já é uma escolha. 

Se você está vivendo uma vida que você não está satisfeita nela, mas você, como eu brinco, você continua no sofá, você já está escolhendo permanecer do jeito que tá, você está escolhendo viver do jeito que tá. 

Mas, escolha viver a sua vida da forma mais feliz possível, e viva essas escolhas, sai do sofá e vai correr atrás dos seus sonhos.

Roney: Perfeito, Dani, ótima mensagem final. E queria aproveitar para te agradecer, agradecer muito pelo seu tempo, pela sua entrevista maravilhosa, a sua motivação com certeza vai contagiar todo mundo que ouviu até aqui. Muito obrigado, Dani.

Dani Nobile: Eu que agradeço, meninos, pela oportunidade.

Quando eu fiz as redes sociais e tudo, o meu objetivo era ajudar uma pessoa, que uma pessoa escolhesse ter uma vida mais saudável e talvez escolher correr. 

Toda vez que recebo alguma mensagem que alguém fala, “ah, eu comecei a correr por sua causa, ou eu fiz tal coisa por sua causa”, eu vejo que o meu objetivo foi atingido. 

Então, se a gente conseguir com essa nossa conversa ajudar uma pessoa a fazer alguma mudança para o bem da vida dela, eu já vou estar muito feliz. 

Então, obrigada por essa oportunidade e por vocês confiarem o público de vocês a mim, muito obrigada mesmo.

Roney: Que é isso, Dani, muito obrigado novamente. 

E muito obrigado também a todos que nos escutaram até aqui, muito obrigado por sua audiência. 

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Então, a gente se fala num próximo episódio. Um forte abraço.

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