Dieta Carnívora: 8 Lições Que Podemos Aprender Com Os Carnívoros

Tradução, adaptação e finalização por Guilherme Torres e Roney Fernandes. O texto original sobre as lições de pratica a dieta carnívora é do Mark Sisson e está aqui.

Há algum tempo atrás, escrevemos um artigo detalhando o que pessoas onívoras podem aprender com vegetarianos e veganos.

E é verdade em que, ao mesmo tempo em que nós não somos vegetarianos,  reconhecemos que existem lições úteis em dietas baseadas em plantas.

Sendo que é super possível ser vegetariano e low-carb — porque nós mesmos já fizemos isso num experimento de dieta vegetariana baixa em carboidratos.

Mas, experimentadores que somos, também testamos uma dieta estritamente carnívora.

(Comparamos a dieta vegetariana e a carnívora aqui.)

E o fato é que foi bem mais fácil e intuitivo seguir a dieta carnívora.

Afinal de contas, ela se adequa com muito mais facilidade ao estilo alimentar que costumamos seguir durante 90-95% do tempo.

O estilo alimentar que nos mantêm em forma, energizados e felizes: a dieta cetogênica.

Sendo que uma alimentação rica em produtos de origem animal — como carne, peixe, aves, frutos do mar, ovos, e laticínios — vai proporcionar

Em resumo, os componentes mais cruciais de que os humanos necessitam.

Alguns adeptos da dieta carnívora percebem o fato acima e o levam à seguinte conclusão: os alimentos de origem animal são tão ricos em nutrientes, e tão importantes…

Que eu vou comer apenas esses alimentos, e remover todo o resto das comidas que existem.

E nós não concordamos totalmente com essa ideia — mas entendemos a lógica por trás dela.

De toda forma, o fato é que existe muito o que podemos aprender com o movimento carnívoro.

Por isso, hoje vamos destacar 8 lições importantes que o carnivorismo nos ensina.

Para receber mais artigos informativos grátis como este, inscreva-se para receber emails, ou nos siga no Telegram.

Lição Carnívora #1 — Comer Carne Não Vai Te Matar

Essa discussão é antiga, e já cobrimos extensivamente quando falamos sobre os mitos relacionados à carne vermelha.

Mas é sempre importante enfatizar este fato.

Porque vemos centenas e centenas de relatos anedóticos de pessoas que, finalmente, estão recuperando sua saúde.

Justamente por perderem o medo de comer carne.

É, por exemplo, o caso do Claudio Hollanda — que emagreceu 60kg numa dieta carnívora. 

Ou mesmo da Patrícia — que emagreceu 50kg com a dieta cetogênica, e depois migrou para a carnívora para continuar emagrecendo.

E estes dois citados acima são apenas dois casos: apenas duas gotas dentro de um oceano de relatos de melhora de saúde após adoção da dieta carnívora.

Sendo que sim: são relatos anedóticos (relatos pessoais). Que, portanto, não têm o peso científico que estudos bem controlados trazem.

No entanto, quando começamos a ver centenas e centenas de casos de melhoras dramáticas de saúde, fica difícil continuar pensando que comer aquela picanha vai te dar câncer, ou diabetes, ataque cardíaco, ou qualquer besteira assim.

Resumindo: Carne vermelha não-processada não faz mal à saúde. Troque seu medo da carne por medo de coisas que realmente podem ser prejudiciais (como o trigo ou os óleos vegetais).

Lição Carnívora #2 — Comer Mais Fibra Nem Sempre É a Solução

Cada vez mais pessoas sabem que pode ser interessante diminuirmos a ingestão de carboidratos na nossa alimentação.

(Afinal de contas, existem muitos casos de sucesso com dietas low-carb.)

Também sabemos que não é sensato “suplementar gordura” — por exemplo, adicionando uma grande quantidade de gorduras no seu café.

E tem gente que tem medo até do excesso de proteínas — mesmo sabendo que isso não é nenhum problema para pessoas saudáveis.

Mas, quando se trata de fibras alimentares, é raro ouvirmos opiniões moderadas: a mentalidade prevalente parece ser a de que “quanto mais, melhor”.

O que nos leva a pensar: se em nenhum dos casos acima (carboidratos, proteínas, e gorduras) e nem no caso de vitaminas isoladas, “quanto mais, melhor” é uma boa ideia… por que seria no caso da fibra?

Enquanto algumas pessoas sofrem com intestino preso em dietas baixas em fibras, a verdade é que o excesso delas também pode prender o intestino — inclusive causando inchaço, gases, distensão abdominal e constipação.

E as evidências atuais parecem apontar que consumir alguma fibra é sim algo útil para a microbiota intestinal.

Pois, assim como demais prebióticos, a fibra serve de alimento para as bactérias que residem no nosso intestino — inclusive as bactérias boas.

No entanto, algumas pessoas podem sofrer justamente com a proliferação excessiva dessas bactérias: pessoas com alguma disbiose, intestino permeável, ou mesmo alguma sensibilidade a FODMAPs

E a dieta carnívora põe à prova esse conceito, ao preconizar uma dieta com efetivamente zero fibras.

Surpreendentemente ou não, isso não leva as pessoas a sofrerem com intestino preso ou outros problemas.

Afinal de contas, conforme a médica especialista em intestino Dra. Ana Martha Moreira explica, existem vários fatores envolvidos num intestino saudável — e a fibra não é a única chave para a saúde intestinal.

Além disso, vale lembrar que ainda estamos ingerindo substratos prebióticos mesmo na dieta carnívora.

Coisas como:

  • cartilagens,
  • ossos,
  • tendões,
  • ligamentos, e
  • tecido conjuntivo no geral.

E, caso você consuma derivados do leite na sua dieta carnívora, fica ainda mais fácil.

Pois os oligossacarídeos presentes no leite também são prebióticos — e ainda há a opção de consumir kefir, skyr, e iogurtes.

Resumindo: Muitas vezes, fomos acostumados com o paradigma de que “quanto mais fibras, melhor”. A dieta carnívora mostra como uma dieta com zero fibras pode ser positiva para muitas pessoas.

Relacionado: conheça nossa deliciosa receita de rocambole de carne.

Lição Carnívora #3 — Oxalatos Podem Ser Um Problema

Sabe aquela sensação estranha que pode ficar na sua língua e gengiva após comer uma bela porção de espinafre cru?

Ela é causada pelos oxalatos — um tipo de antinutriente presente em muitas plantas.

Os oxalatos se ligam a minerais e formam cristais, sendo que o mais conhecido deles é o oxalato de cálcio — o tipo mais comum de cálculo renal. Ou seja, nada divertido.

O movimento carnívoro costuma capitanear a necessidade de evitar oxalatos como uma razão para não comermos legumes e vegetais.

Pois o fato é que muitos animais desenvolveram adaptações para digerir e neutralizar grandes quantidades de oxalatos.

Mas este não é o caso da maioria dos humanos.

É claro que existem exceções: a tribo dos Hazda, na Tasmânia, possuem bactérias específicas que destroem o oxalato.

Mas eles são caçadores-coletores, e levam vidas provavelmente bem diferentes da sua — sem dispor de coisas como sabonete, ar condicionado, sedentarismo e uma cerveja ocasional aos finais de semana.

Agora, o ponto não é te deixar morrendo de medo, a ponto de sair correndo a cada vez que vir um creme de espinafre.

E sim te deixar ciente de que os oxalatos existem, e que existem medidas que você pode tomar para reduzir o impacto deles.

Uma das opções é fermentar o alimento: estudos indicam que as beterrabas fermentadas têm menos oxalatos do que as frescas [1].

Uma segunda opção é escolher plantas que sejam mais baixas em oxalatos: couve, por exemplo, tem menos oxalatos do que o espinafre. Brócolis, repolho, e couve-flor também são baixos em oxalatos.

Você também pode melhorar o seu metabolismo do cálcio: ao obter bastante vitamina A (retinol), vitamina K2, e vitamina D, você melhora o metabolismo do cálcio — o que deixa menos cálcio livre para se juntar ao oxalato e formar cristais.

(Interessante notar como esses nutrientes estão justamente bem presentes em alimentos de origem animal.)

Ao ingerir boro (ou suplementar boro — fale com seu médico ou nutricionista), você também diminui a formação de pedras de oxalato de cálcio.

Ou mesmo beber 100-150ml de suco de limão na sua água ao longo do dia — isso também tende a reduzir a formação de pedras de oxalato de cálcio.

Lembrando que este não é um post sobre “como lidar com oxalatos” — e sim um post para trazer conhecimento sobre essa questão, que não era muito discutida antes do movimento carnívoro.

O que não significa que você precisa se tornar carnívoro para diminuir sua ingestão de oxalatos — a fisiculturista Claudia Vilaça, por exemplo, segue uma dieta cetogênica, onívora, e livre de oxalatos.

As opções são muitas — e o mais importante é investigar, junto com seu profissional de saúde, se os oxalatos são um problema para o seu caso específico.

Resumindo: Oxalatos podem estar causando problemas a você — e você nem sabia que eles existiam. 

Muitas vezes, reduzir o teor de oxalatos na sua dieta pode ser algo benéfico. 

Claro que você não precisa ser carnívoro para fazer isso — porém o movimento carnívoro é um dos principais motivos pelos quais a questão dos oxalatos está sendo discutida atualmente.

Relacionado: conheça todos os benefícios de uma dieta cetogênica (como a dieta carnívora).

Lição Carnívora #4 — Carne É A Base Da Dieta Humana Ancestral

lista de compras dieta cetogenica carnes permitidas

Este ponto pode não ser novidade para pessoas que seguem uma dieta ancestral — como a Dieta Primal ou a Dieta Paleo.

Até porque é bem conhecido o fato de que nossos ancestrais hominídeos vinham comendo carne, tutano, e mesmo “carcaças” — conforme explica o médico Erik Neves — há mais de 2,5 milhões de anos [2].

Sendo que a ingestão de carne é provavelmente um dos maiores fatores que nos separam de nossos primos primatas.

Pois a abundância de calorias e nutrientes da carne nos permitiu “encolher nosso sistema digestório, e aumentar nosso cérebro”.

(Tanto é que nosso cérebro pesa, em média, 2% de nossa massa corporal — mas consome, sozinho, cerca de 20% de toda a nossa necessidade diária de energia [3].)

Também sabemos que, de todas as populações ancestrais humanas que temos notícia, nenhuma era vegana.

Mas é diferente saber isso… e sentir.

Ao vivenciarmos na pele a experiência de comer exclusivamente carne, e sobreviver — com muita energia, e nos sentindo muito bem, obrigado —, você se conecta com esse passado primitivo.

(Ponto extra se você comer um grande churrasco após um treino intenso de exercícios compostos na academia.

Pois é bem satisfatório levantar pesos pesados e depois comer carne até a saciedade. 

Há algo de inerentemente primitivo e primal — num bom sentido — nisso.)

Agora, é verdade que nem todos se dão bem com a dieta carnívora.

Pois várias pessoas experimentam a dieta e se sentem incríveis.

Enquanto outras experimentam e não se sentem bem.

(Enquanto ainda outras, como nós, experimentamos, aprendemos com a experiência, e gostamos no geral — mas depois optamos por retomar a variação de dieta cetogênica que já seguíamos.)

O fato é que geralmente chegam até nós apenas as histórias de sucesso.

(O que é um problema de todas as dietas, conforme argumenta o médico Dr. Rodrigo Bomeny.)

Mas mesmo entre os “desistentes” da carnívora, não é comum vermos relatos de metabolismos e intestinos destruídos — como, infelizmente, temos visto no caso de dietas veganas, frugívoras, crudívoras e afins.

Resumindo: Comer carne — e demais alimentos de origem animal — é algo completamente alinhado à evolução humana. 

Isso não significa que você tenha de ser carnívoro (até porque existem pessoas que não se adaptam à carnívora, por diversos motivos). 

Mas a dieta carnívora salienta que não há nada de evolutivamente errado em preferir um belo filé de carne ou de peixe bem feitos a um pé de alface ou repolho.

Lição Carnívora #5 — Dieta Carnívora Pode Ser A Melhor Dieta De Eliminação

Publicamos há um tempo um post sobre dieta para quem tem problemas autoimunes.

Nele, detalhamos alguns raciocínios importantes, e apresentamos dois protocolos autoimunes — dietas bastante restritivas, que são usadas para identificar “alimentos-gatilho” em pacientes com autoimunidade.

Mas o fato é que a dieta carnívora é uma versão simplificada do mesmo princípio.

Isso porque ela elimina os mesmos alimentos que são identificados como potencialmente problemáticos no protocolo autoimune — e mais outros ainda.

E, por ser mais restritiva, acaba sendo “mais simples” de seguir (embora não necessariamente “mais fácil”).

Você não precisa de uma lista de compras para o mercado. 

Aliás, você nem vai ao mercado: pois basta ir ao açougue, comprar carnes, vísceras, e ovos. Comer esses alimentos. Eventualmente, comer peixes. Cozinhar com banha. Tomar caldo de ossos

(Pronto, acabamos de explicar a dieta em apenas duas linhas: realmente, não fica mais simples do que isso.

Mas, se quiser mais informações, temos também um livro completo sobre a dieta carnívora.)

E essa limitação inerente à dieta carnívora tende a apelar a certos tipos de pessoa.

Menos regras, menos coisas a se pensar, menos pontos em que errar. Mais praticidade.

No caso de uma dieta carnívora de eliminação (para descobrir alergias, doenças autoimunes, comidas-gatilho e afins) eu particularmente evitaria laticínios no geral

E talvez até mesmo ovos no começo.

Um caso que ganhou evidência recentemente foi o do Robb Wolf (autor de livros como Programado Para Comer).

Ele recentemente teve problemas intestinais, e para tratá-los fez uma dieta em que apenas comia carne e caldo de ossos.

(A história completa está disponível em inglês no podcast do Paul Saladino.)

Resumindo: A dieta carnívora funciona de maneira excelente como uma dieta de eliminação.

Lição Carnívora #6 — Fitonutrientes Não São A Única Forma De Hormese

frio,emagrecer,dieta,saúde,definição,frio para emagrecer,gelo emagrece,banho gelado emagrece,banho frio emagrece

Você conhece o conceito de hormese?

Resumidamente, a hormese se refere a um stress que gera adaptações positivas — e que, por isso, nos torna mais aptos a lidar com outros estresses no futuro.

Um exemplo bem claro é o de praticar musculação.

Ao levantar pesos, você induz um stress nos seus músculos.

E eles, após este stress — e com o descanso e a nutrição adequados — realizam a “supercompensação”: se tornando maiores e mais fortes.

(O que chamamos de hipertrofia.)

Em outras palavras, é aquela ideia de “o que não me mata, torna-me mais forte”.

Sendo que a hormese é um dos principais argumentos para comemos plantas.

Porque os compostos que elas produzem (os fitonutrientes ou fitoquímicos) são justamente pequenos estresses para o nosso corpo.

Que faz com que nossa imunidade se adapte e fique mais robusta — melhorando assim a nossa condição geral de saúde.

E, na dieta carnívora, você não tem acesso a este tipo específico de hormese.

No entanto, existem outras maneiras de induzir estressores horméticos além dos polifenóis.

Você pode jejuar.

Você pode se exercitar.

Você pode se expor ao calor, e/ou ao frio (na forma de saunas e banhos gelados, por exemplo).

Mas lembre-se de que isso não tira o valor dos fitonutrientes.

Portanto, se você está evitando alimentos como mirtilo e brócolis porque “fitonutrientes não são a única forma de induzir hormese” é melhor estar cuidando dos outros pontos acima.

Resumindo: Hormese é importante. Além de comer vegetais em doses sensatas, outras formas de hormese incluem a prática de jejum, o treino intenso, e a exposição a diferentes gradientes de temperatura (calor e frio).

Lição Carnívora #7 — Você Pode Ter Treinos Incríveis Sem Carboidratos

creatina con-cret ajuda na musculação

Relatos de pessoas carnívoras treinando pesado e tendo ótimos resultados estão cada vez mais comuns.

E nós não poderíamos deixar de destacar o caso do médico americano Dr. Shawn Baker.

Esse médico, aos mais de 50 anos de idade, está quebrando recordes em máquinas de remo (aqui, texto em inglês), fazendo agachamentos com mais de 220 kg nas costas (aqui no Instagram), fazendo saltos tipo box jump com 120cm de altura, e muito mais.

O combustível para todo esse desempenho? Carne.

É claro que isso não significa que a dieta carnívora é a melhor forma de nutrição para todos os esportes, nem para todas as pessoas.

Em vez disso, esse exemplo mostra que é possível ter um desempenho esportivo excelente mesmo numa dieta carnívora, com absolutamente zero carboidratos.

E talvez você se pergunte como, numa dieta sem carboidratos, ele repõe seus estoques de glicogênio.

O fato é que nosso corpo consegue produzir glicose mesmo se nós não comermos glicose — num processo chamado de gliconeogênese.

Para isso, ele usa os abundantes aminoácidos presentes na dieta carnívora (aminoácidos são os constituintes das proteínas).

É a maneira mais eficiente (no sentido de a mais rápida) de repor seus estoques de glicogênio? Não.

Mas é possível repô-los — e ainda ter uma performance esportiva elevada — numa dieta carnívora? O Dr. Baker prova que sim.

Resumindo: É possível treinar pesado e com bom desempenho numa dieta carnívora. Considerações como volume e tipo de treino são individuais — e pode ser necessária uma adaptação — mas a “prova de conceito” está aí.

Lição Carnívora #8 — Como Escolher Os Mais Nutritivos Alimentos De Origem Animal

Existem dois tipos básicos de pessoas carnívoras.

O primeiro tipo é quem come só picanha e contrafilé, e acha que isso basta.

O segundo tipo também tende a comer picanha e contrafilé —  mas eles não param por aí. Pois complementam isso com alimentos como

  • ovos,
  • peixes gordos (salmão, sardinha, atum, cavala),
  • órgãos e vísceras (fígado, coração, rim),
  • tutano, caldo de ossos, cartilagens e ligamentos,
  • frutos do mar (camarão, mexilhão, amêijoas), 
  • ovas de peixes,

Dentre outros exemplos da prática chamada de “comer do focinho à cauda”. 

Essas pessoas fazem isso porque querem garantir que estão cobrindo todas as suas necessidades — sem nenhuma deficiência de nutrientes.

Sendo verdade que muita coisa que está explicitada nas RDAs (recomendações diárias de ingestão de nutrientes) foi feita com a dieta ocidental padrão em mente.

E, provavelmente, não se aplica nem a uma alimentação cetogênica — que dirá carnívora.

Mas essas pessoas — e nós tendemos a concordar com elas — preferem prevenir do que remediar.

E elas conseguem — sem cair na falácia do nutricionismo — falar bastante sobre nutrientes como

  • a vitamina A e a vitamina C do fígado,
  • o manganês dos mariscos,
  • o selênio dos rins,
  • o ômega-3 do salmão,
  • a colina e a biotina dos ovos (importantes até para a saúde do cabelo),
  • as vitaminas B e a creatina da carne vermelha,
  • a glicina do caldo de ossos,

e muito mais.

(Além disso, o cardápio delas acaba sendo mais variado — o que também não é nada mau. Falamos sobre o conceito de comer do focinho à cauda, e sobre as melhores práticas carnívoras, no nosso livro completo sobre o tema.)

Sendo que nós onívoros também podemos nos beneficiar bastante desses conhecimentos — com a vantagem de colocar generosas porções de cebola quando formos comer fígado.

(Se você não gosta de fígado e/ou de cebola, imagine outro exemplo de prato que é enriquecido em sabor pela adição de um alimento de origem vegetal. ? )

Resumindo: A dieta carnívora nos motiva a estudar e aprender mais sobre os nutritivos alimentos de origem animal. Este conhecimento é útil para pessoas carnívoras, onívoras… e até mesmo ovo-lacto-vegetarianas (que aprendem sobre ovos e laticínios, por exemplo).

Lições Da Dieta Carnívora —  Conclusão E Palavras Finais

Hoje vimos 8 lições que podemos aprender com os carnívoros.

Sendo que você não precisa estar numa dieta estritamente carnívora para pegar algumas dessas lições para você.

Porque ele se aplica bem a várias vertentes alimentares.

Desde as várias variações de dietas low-carb e cetogênicas

Até dietas mais ricas em carbos — mas que podem se beneficiar de um maior consumo de produtos de origem animal.

Porque a ideia deste artigo não é te fazer jogar seus legumes, frutas, e vegetais no lixo.

Nem te fazer trocar todas as refeições do seu menu dos próximos seis meses por “bife com ovo”.

Em vez disso, a intenção é compartilhar conhecimento com você.

Para que você possa fazer escolhas melhores na sua vida — da maneira que melhor se aplique a você.

Por exemplo, pode ser que você saia deste artigo com a consciência mais leve para comer uma bela maminha no almoço (devido à lição #1).

Ou então, que você tenha sido motivado(a) a checar mais de perto o seu intestino preso (pela lição #2). Ou investigar mais a fundo a questão dos oxalatos (pela lição #3).

Pode ser até mesmo que você tenha aprendido sobre autoimunidade (lição #5)… ou que resolva ir à sauna (lição #6) — após um treino pesado (lição #7).

De toda forma, o que espero é que este artigo tenha te ajudado a dar mais um passo na sua jornada rumo a uma saúde incrível.

Sempre usando a sabedoria que o Bruce Lee exprimiu na seguinte frase.

Absorva o que for útil, rejeite o que for inútil — e acrescente aquilo que é especificamente seu.”

E, se quiser, te convido a deixar um comentário aqui embaixo me contando de qual (ou quais) lições gostou mais.

Se quiser, me conte também o que a carnívora já fez por você: você tem curiosidade de testar? Já testou? O que achou?

Compartilhe seus comentários aqui embaixo — que continuamos a conversa por lá.

Seguimos juntos!

Forte abraço,
— Guilherme e Roney, do Senhor Tanquinho.

P.S.: Vamos compartilhar uma lição extra (e bem pessoal) que a dieta carnívora nos ensinou na forma de áudio no nosso canal do Telegram

Clique aqui para escutar a lição e nos seguir por lá.

P.S.2.: Se quiser saber mais sobre a dieta carnívora – inclusive com um livro completo com informações científicas, passo a passo de como começar, benefícios, dúvidas respondidas, e muito mais – recomendo que conheça o nosso Guia Carnívoro.

Referências

Algumas referências e estudos utilizados para a elaboração do texto estão agrupadas abaixo.

  1. Wadamori, Y., Vanhanen, L., & Savage, G. P. (2014). Effect of Kimchi Fermentation on Oxalate Levels in Silver Beet (Beta vulgaris var. cicla). Foods, 3(2), 269–278. http://doi.org/10.3390/foods3020269 
  2. de Heinzelin, J., Clark, J. D., White, T., Hart, W., Renne, P., WoldeGabriel, G., et al. (1999). Environment and behavior of 2.5-million-year-old Bouri hominids. Science (New York, N.Y.), 284(5414), 625–629. http://doi.org/10.1126/science.284.5414.625 
  3. Clark D. D. & Sokoloff, L. (1999) in Basic Neurochemistry: Molecular, Cellular and Medical Aspects, eds. Siegel, G. J., Agranoff, B. W., Albers, R. W., Fisher, S. K. & Uhler, M. D. (Lippincott, Philadelphia), pp. 637–670. 
  4. Mann N (2007) Meat in the human diet: an anthropological perspective. Nutr Dietet 64(s4):S102–S107 https://doi.org/10.1111/j.1747-0080.2007.00194.x

14 comentários em “Dieta Carnívora: 8 Lições Que Podemos Aprender Com Os Carnívoros”

    1. Guilherme e Roney

      Boa tarde Carol! Tudo bom?

      Um pouco de água com limão não irá atrapalhar.

      Apesar do limão não ser carnívora…

      Forte abraço!

  1. Flávia Maciel de Oliveira

    Eu gosto muito de carne e achei super interessante as lições, mas eu acho que enjoaria da dieta carnívora exclusiva, pois gosto das saladas e de alguns legumes. Sentiria falta deles. Acho lowcarb /cetogênica mais rica.

    1. Guilherme e Roney

      Oi Flávia! Obrigado pelos elogios.

      Felizmente dá pra ser bem saudável comendo bastantes vegetais! haha

      Seguimos juntos. Forte abraço!

  2. Nilce Vilela Lins

    Olá, gostei muito deste conteúdo. Nossa é super prático embora para mim precise ter uma salada ou legume ou omelete etc. Vou tentar com certeza sem radicalizar, adoro carne. Aquela foto com o carpaccio uhum que delícia. Obrigada por compartilhar mais esse conhecimento. Bjus.

    1. Guilherme e Roney

      Bom dia Nilce! Tudo bom?

      O omelete entra na dieta carnívora! hahaha

      Também acho que não é necessário radicalizar desta maneira. Porém, é uma opção.

      Seguimos juntos – forte abraço!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *