Podcast #078 – Nutrição Hospital E Deficiência Nutricional Na Dieta Low-Carb Com A Dra. Cristina Farah

Eu olhei a bandeja para ver o que serviram de lanche para o meu pai no hospital. E não poderia ser nada pior.”

O episódio de hoje conta com a endócrino Dra. Cristina Farah — que sentiu a necessidade de vir a público revelar o verdadeiro descalabro que é a nutrição nos hospitais no Brasil e no mundo.

Este é um tópico muito importante: afinal de contas, você provavelmente sabe que a alimentação adequada pode aumentar ou diminuir as suas chances de se recuperar de enfermidades mais rapidamente.

E não nos limitamos a ele. Pois, no episódio de hoje, conversamos sobre:

  • os horrores da nutrição hospitalar,
  • a conversa sincera que a Cris teve com a nutricionista responsável,
  • alimentação saudável não é algo comum nem para pessoas saudáveis: a dura realidade,
  • o café da manhã que fez o pâncreas da Dra Cristina se retorcer,
  • a importância de uma alimentação menos inflamatória,
  • um exemplo de alimentação mais ideal para convalescentes e internados,
  • uma dieta low-carb causa deficiência de nutrientes?
  • conferindo na prática: perfil nutricional de um dia de alimentação low-carb,
  • por que alimentos industrializados te deixam com mais fome,
  • é seguro fazer dieta low-carb pelo resto da vida?
  • estas pessoas fizeram dieta cetogênica “pela internet” — o que aconteceu? (um estudo científico real),
  • como um grupo de diabéticos tipo 1 usou o Facebook para salvar a própria saúde,
  • por que ao focar em “saúde” você automaticamente se torna esteticamente mais bonito(a),
  • quais os benefícios de saúde “ocultos e inesperados” da dieta cetogênica,

e muito, muito mais.

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Siga a Dra Cristina Farah no Instagram: https://www.instagram.com/dracristinafarah/ 

A transcrição completa do episódio está disponível abaixo.

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Transcrição Completa Do Episódio

Guilherme: Olá, Tanquinho, Olá, Tanquinha! Sejam muito bem vindos e muito bem vindas a mais um episódio do nosso podcast. 

Este episódio podcast está sendo oferecido a você pela loja Tudo Low-Carb.

A loja Tudo Low-Carb é onde nós pegamos todos os ingredientes que nós usamos nas nossas receitas.

E também é oferecido pelo medidor de cetonas uaiKeto.

Obrigado pelo apoio dos nossos patrocinadores, que nos ajuda a manter o podcast funcionando.

E, hoje, recebemos novamente a endócrino, Drª Cristina Farah. Tudo bem, Cris? 

Dra. Cristina Farah: Tudo bem, meninos? Tudo joia por aqui.

Roney: Por aqui também, tudo bem, Cris. E, para quem não se lembra, entrevistamos a Cris no episódio de podcast número 42 — onde falamos, principalmente, sobre síndrome dos ovários policísticos.

Hoje a gente vai falar de um assunto diferente, que é nutrição hospitalar

Na verdade, esse assunto foi a própria Cris que sugeriu para gente, e então vamos começar sabendo o seguinte.

Cris, o que te motivou a querer falar sobre nutrição hospitalar? 

Por que essa é uma questão muito importante de a gente abordar aqui hoje?

Dra. Cristina Farah: Bom, meninos, antes queria só agradecer a oportunidade, dizer que é uma honra estar aqui — e eu explico por que é uma honra estar aqui. 

Eu sempre falo para os pacientes que o conteúdo de vocês é uma maravilha.

Que, se eles pudessem escutar, eles sairiam mais bem informados do que sairiam da maioria dos consultórios médicos e inclusive endocrinológicos. 

Então, fazer parte desse podcast, agora pela segunda vez, é uma grande honra e eu queria mandar um beijo e parabéns pra vocês. O conteúdo de vocês é maravilhoso.

Roney: Muito obrigado, Cris, a gente fica honrado com os seus elogios, muito obrigado mesmo. 

E para gente também é um prazer e uma honra ter você aqui pela segunda vez com a gente.

Dra. Cristina Farah: Ah, que gostoso. Então, eu acabei sugerindo para vocês por causa de uns episódios recentes que me aconteceram em família.

Dra. Cristina Farah Revela Os Horrores Da Nutrição Hospitalar

Nesses casos de família, eu pude ter um contato maior com essa questão da nutrição hospitalar, tendo em vista que o endócrino, via de regra, não frequenta muito hospital. 

A gente fica no consultório. 

Mas meu pai esteve internado recentemente na UTI, com uma arritmia, e agora meu irmão tá internado na UTI por causa do CoronaVírus. 

Ele também é médico, e acabou pegando. Ele é jovem, mas tem asma: então ele faz parte do grupo de risco. 

Ele pegou CoronaVírus e acabou evoluindo, com febre muito alta e um pouquinho de insuficiência respiratória. 

Ele está bem, mas esses dois episódios me puseram em contato total com a nutrição hospitalar.

E, na internação do meu pai, a gente fazia uma escala — nós somos em cinco filhos —  em no dia que eu fiquei com ele, aconteceram várias coisas, uma delas bem chocante.

No caso, foi o lanche da tarde dele. que veio um mingau de aveia — e ele é diabético. 

Meu pai é diabético, tem insuficiência renal, e foi internado por conta de uma bradicardia, que é um ritmo cardíaco desacelerado. 

Ele tava fazendo em torno de 30, 40 de frequência cardíaca, então ele ficou na UTI por causa disso. 

E eu lembro que um dia, ele tava em torno de um cento e pouquinho de glicemia. 

Eu tinha ligado pra ele e perguntado da glicemia antes de eu chegar. E, quando eu cheguei lá, ele tava com acho que 250 de glicemia. 

Eu falei “pai, mas o que veio de lanche da tarde?” 

Meu pai tem noção da dieta, eu já passei para ele a dieta low-carb, mas não vinha outra coisa para ele comer… então ele comia o que davam para ele no hospital. Porque, se não, ele passaria fome. 

Ele estava bem, a arritmia não deixa a pessoa debilitada — ou seja, não tira a fome.

Ele tava com a fome normal dele, então ele não recusava o que vinha porque vem pouquinho. 

Aí eu olhei a bandeja do que tinha vindo para ele. E não podia ser pior. 

Veio um mingau de aveia que continha leite, creme de leite, aveia e margarina

Eu falei :“meu Deus do céu — não poderia ser pior.” 

Se aveia já é ruim… imagina na forma de mingau.

Tanto é que foi de cento e pouquinho para 250 a glicemia. 

E no dia anterior eu tinha estado com ele também, e eu lembro que o jantar tinha batata, arroz e… eu acho que milho. Eram três fontes de carboidrato. 

Tudo bem que ele é diabético, renal crônico, complicou um pouco para a nutrição hospitalar lá, para a nutricionista. 

Mas, eu acho que o que acontece nos hospitais reflete o senso comum do que as pessoas acham que o diabético tem que comer.

E reflete também a faculdade de nutrição, que segue os conceitos mais antigos, o senso comum. 

A gente não vê nas faculdades de nutrição — a não ser numa faculdade específica lá de Minas Gerais — os conceitos mais modernos de que se tem que reduzir carboidrato para quase toda a população. 

E, especificamente, para os diabéticos

Então, eu acho que é uma tradução do senso comum mesmo. 

Uma Grata Surpresa No Hospital

Mas eu acabei tendo uma grata surpresa, porque, eu não queria ser chata, mas acabei comentando lá com a enfermagem, e aí mandaram a nutricionista lá para conversar. 

Eu expliquei com jeitinho, eu sou super a favor de a gente conversar — da comunicação não agressiva. 

Tem até um livro com esse título (Comunicação Não-Violenta).

Eu acho que brigar não leva a nada.

E ela foi super receptiva, a nutricionista. 

E aí eu vi que ela tinha, assim, ela própria — não foi ela que mandou o lanche — mas ela própria tinha boas noções e ela me sugeriu os lanchinhos do meu pai virem à base de ovos. 

Eu falei, nossa, eu tava pensando em alguma coisa até pior que isso, porque eu não pensei que pudessem mandar ovos para ele. Então achei uma maravilha. 

E aí eu comentei com ela… e fiquei impressionada também dela saber isso. 

Eu falei “então, aquele conceito de que quem tem insuficiência renal não pode comer proteína, é uma coisa que eu tenho revisado isso na literatura, e não é bem assim”. 

Ela falou “eu sei que não é assim mais, por isso até que eu sugeri ovos.”

Então, foi uma grata surpresa encontrar essa nutricionista, e depois eu vi o padrão do lanche do meu pai, veio uma sopa de legumes, tudo bem que devia ter batata, mandioquinha e ovos, e uma gelatina diet. 

Aí melhorou bastante. 

Não sei se vocês querem fazer algum comentário.

Depois, eu até anotei o café da manhã dessa semana. 

O café da manhã e o almoço e o jantar do meu irmão lá na UTI, ele tá aqui anotadinho para fazer uns comentários, mas vou deixar vocês falarem, se vocês quiserem comentar.

Roney: É verdade, muito interessante essa questão da nutrição no hospital. 

Eu também, acho que foi em final de 2017, ou final de 2018, eu fui fazer uma visita num hospital e fiquei horrorizado com os lanches que eram servidos. 

Que vinha alguma coisa para comer a cada duas ou três horas, e era essa mesma levada: Toddynho com um pão e uma barrinha de cereal. 

Aí depois a refeição, bem forrada de arroz, batata, feijão e uma proteína, digamos assim, ou um ovo mexido ou um pedacinho de frango bem pequeno. 

E aí um suco, e sobremesa de novo. E aí, depois, lanche da tarde. 

Assim, uma grande quantidade de carboidratos, e no caso de pessoas diabéticas, isso é ainda mais alarmante. 

Porque a pessoa tem um problema em lidar com glicose, com açúcar no sangue, e aí você pega e dá um monte de açúcar para essa pessoa.

Então é bem o que você falou, é o que é ensinado na maioria das faculdades.

E ainda mais estando dentro, acredito eu, que estando dentro de um ambiente como um hospital, é muito mais difícil — mesmo que você tenha ideias diferentes do que você aprendeu na faculdade — ir contra o que o meio acaba impondo. 

Então, mesmo que você tenha uma boa noção de alimentação low-carb, para pessoas com diabetes, ou para todas as pessoas que querem ser saudáveis…

É muito mais difícil falar isso dentro de um ambiente como o hospital, que vai ter um monte de médicos, nutricionistas e enfermeiros que ainda tem a mentalidade antiga. 

Essas pessoas pensam que seria melhor dar um monte de carboidratos e evitar as gorduras, e até mesmo as proteínas. 

Então, é triste isso que acontece.

E com certeza foi uma grata surpresa encontrar uma pessoa que entendeu o que você falava, porque já tinha esse tipo de conhecimento.

Low-Carb Ainda É Pouco Difundida

Dra. Cristina Farah: É super difícil, por isso que eu achei que eu fosse ter muito mais dificuldade de falar. 

É muito difícil você ir contra: imagina abordar o médico lá que estava de plantão e começar a falar dessas coisas. 

Por isso que eu acho o trabalho de vocês tão importante, porque consegue espalhar isso em larga escala, e aí a gente vai formando uma massa crítica. 

Porque nós, nos consultórios… para começar que não é a maioria dos endócrinos que gosta da estratégia de comida de verdade, comida low-carb.

Nem que se expôs, ou que teve um insight… nem de longe é a maioria. 

E a gente consegue ter uma pessoa após outra pessoa, após outra pessoa na nossa frente… mas sempre uma por vez.

Então essa comunicação em massa é única coisa capaz de formar uma massa crítica, e depois mudança de pensamento e tal — é a divulgação via redes sociais. 

E tem coisas boas e ruins sendo difundidas — por isso que eu falei do trabalho de vocês.

Porque, em termos de impacto populacional, que depois vai se reverter no impacto na saúde das pessoas, é assim que a gente consegue mudar, né. 

Roney: Com certeza, a gente faz aqui a nossa parte para tentar divulgar essa informação, para tentar divulgar os estudos, até de uma maneira mais acessível para as pessoas.

E se isso puder ajudar a abrir a mente de algumas delas, para elas pesquisarem, lerem por conta própria mesmo os estudos, já é ótimo. 

E é muito bom saber que podemos ajudar de alguma forma. Mais uma vez muito obrigado pelos elogios. 

Dra. Cristina Farah: Imagina! E eu tava aqui revendo o que eu anotei recentemente do meu irmão, posso comentar aqui o café da manhã

Roney: Ah sim, sim, vamos lá. Pode comentar sim.

O Café Da Manhã Que Faz O Pâncreas Se Retorcer

Dra. Cristina Farah: Então, o café da manhã: uma porção pequena de mamão, uma margarina sem sal…

Um requeijão, duas geleias de morango normal, duas bolachas de água e sal, duas bolachas de baunilha doce, um pão, café, leite e 4 sachês de açúcar. 

Eu vou dar uma parada aqui — porque o meu pâncreas até retorceu do tanto que ele liberou insulina agora. 

Tudo bem que o meu irmão não é diabético, mas o problema é que não tem valor nutricional nenhum e é uma carga alta de glicose, que vai subir a insulina.

Não tem nada de produtivo, tirando aqui, deixa eu ver o que salva… talvez o requeijão, mas mesmo assim é queijo processado, não tem nada de bom. 

No almoço veio arroz, creme de milho, batata doce, feijão — bom, até agora, nesses quatro itens, não tem nada que não fosse carboidrato.

Há um pouquinho de proteína no feijão, mas o resto é tudo carboidrato.

Frango grelhado, repolho, tomate, um suco de caixinha normal, de polpa, e um potinho de melão

Duas coisas preocupam bastante nesse padrão de refeição: não só a quantidade alta de carboidrato, mas também o valor nutricional muito pobre.”

Até tava lembrando aqui dos conceitos da ecologia nutricional, que não tem muito como você fugir. 

Se o alimento não é proteico, ele vai acabar não sendo também nutritivo. 

Então, se você quer chegar na saciedade, lá na frente, na saciedade via qualquer coisa que não seja nutritivo, como a proteína, você vai ter que comer um monte de comida.

Porque, para ter alguma nutrição, você vai ter que comer isso, mais isso, mais aquilo… 

Essa já é uma maneira não-eficiente de nutrir alguém que está aí, andando pela rua.

Quanto mais alguém que está enfermo, que está numa UTI, como é o caso!

Então você claro que não é má fé nem nada, é um desconhecimento, é um infortúnio acontecer isso. 

É realmente um desconhecimento.

A Importância De Uma Alimentação Menos Inflamatória Nos Hospitais

Roney: É, até parece que estão querendo livrar o leito logo, com esse tipo de alimentação. 

E ainda tem o fator de que esse monte de carboidrato pode até ser inflamatório e dificultar a reação do corpo… piorar essa questão da inflamação justamente nesse momento delicado. 

Talvez uma alimentação menos inflamatória fosse mais benéfica para uma pessoa que está precisando se recuperar. 

Dra. Cristina Farah: Com certeza. Um monte de carboidrato e com óleo vegetal endurecido aqui — com o nome de “margarina”, ajudar é que não vai. 

Então, se eu não me engano, eu não tenho certeza sobre isso, mas uma vez eu vi o Dr. Souto falar, se eu não to enganada, que em Florianópolis ia inaugurar um hospital com o conceito de comida de verdade, comida low-carb, que ia ser tudo padronizado. 

E teria esse tipo de comida para pacientes que na internação se declarassem diabéticos… eu achei fantástico. 

E isso é uma outra forma de divulgar em larga escala, um outro jeito, porque se uma instituição toma para si esse jeito de funcionar, é diferente de um médico falar aqui, e outro ali.

Porque isso começa a se espalhar com uma velocidade grande. 

Eu me preocupo sempre com essas formas da gente espalhar informação, para que as coisas comecem a ter um corpo grande. 

Então, uma instituição num hospital respeitado começar a falar isso, eu acho que é um veículo bem eficiente. 

Uma coisa que me chamou muito a atenção esse ano, ainda nesse assunto de espalhar boa informação, foi a campanha do Instituto de Câncer, campanha contra câncer agora de 2020, ter sido no Brasil, uma campanha anti obesidade.

E bem nessa vibe de comida de verdade, de pouco processado, que é exatamente isso que você acabou de falar, Roney. 

Uma comida inflamatória, ela vai piorar a condição da pessoa enfrentar qualquer coisa, o câncer inclusive. 

A obesidade é um dos maiores fatores de risco para o câncer, e também estar inflamados não nos ajuda a debelar nenhuma doença, inclusive o câncer. 

Então me chamou a atenção a campanha deles. 

Eu até brinquei com alguém que, se não soubesse quem fez a campanha, ia achar que era da Sociedade Brasileira de Obesidade, de Diabetes, mas eu achei curioso isso.

Um Exemplo De Alimentação Mais Adequada Para Convalescentes

Roney: Ah, muito interessante, Cristina. E nesse ponto desse hospital que você citou, como você acha que seria a alimentação proposta lá dentro? 

Seria algo mais na linha low-carb ou só mais comida de verdade mesmo? 

Qual você acha que seria uma base ideal para os hospitais adotarem — e, aí, variarem em cima dessa base caso a caso, a depender do paciente.

Dra. Cristina Farah: Bom, para a maior parte da população… Lembrando que essas não são nem as pessoas que eu atendo no meu consultório, porque meus pacientes já vêm pré-triados e tal. 

Vamos falar assim, para a maior parte da população que estaria internada por diversas causas — esta é a mesma coisa que você falaria para uma mãe que tem que nutrir o seu filho. 

A primeira coisa, gente, é voltar a comer comida. O que que significa isso? Tirar os processados o máximo possível.

A população já comeu assim, porém sem saber que estava fazendo uma coisa boa, até o começo do século passado, antes de 1950. 

O que as pessoas comiam de fato: eu não acho que elas não sabiam ao pé da letra o bem que elas estavam fazendo para o corpo delas, mas enfim, elas não tinham como esticar o braço e dar de cara com pão, nuggets, brigadeiro

Então, a gente pode usar essa população como um grande modelo para ter  uma ideia de como fica a saúde da pessoa quando ela come comida, comida mesmo. 

Mesmo comida que não é low-carb: fruta, tubérculo, mesmo arroz e feijão, como que era esse pessoal. 

Até tem um ícone bem interessante que é olhar foto da fila da estréia de Star Wars, (em 1970, se eu não to enganada), e não tinham muitas pessoas obesas na fila. 

Isso é curioso: eu falo para os pacientes vamos supor que Star Wars estivesse estreando agora, aquela fila enorme de gente, exatamente agora.

Mos dias de hoje, qual seria a chance de nos Estados Unidos ter essa foto, dessa fila sem obesos? Nenhuma. 

E o que que aconteceu de lá para cá? 

Na minha opinião foi um boom muito grande da indústria alimentícia. 

A comida processada não tem como ser alta em carboidratos e não ser pobre em nutrientes, não jeito de ela ser de outra maneira. 

Então, eu acho que se fizesse uma simples reversão disso, que seria uma dieta mais para paleo, não precisaria nem ser low-carb…

(Se bem que a paleo já é low-carb…. porque, numa população que está comendo acima de 300 g de carboidratos por dia, se você der uma de 150g de carboidratos por dia já é considerado, relativamente, low-carb.) 

Então, se você tiver no hospital, vamos supor, toda a parte mais nutritiva, que são os bichos, as carnes e os ovos, e a comida natural, que tem mais carboidratos, as frutas, os tubérculos, mesmo o arroz e o feijão, já estaria corrigindo boa parte do problema. 

Se a gente conseguisse tirar o elefante da sala — farináceos, açúcares e doces, na forma também, claro, de suco de caixinha, essas coisas que são lotadas de frutose, o açúcar e o próprio suco, são coisas lotadas de frutose — eu acho que já seria uma boa coisa. 

Eu acho que as pessoas iam, talvez, estranhar ao vir assim um chá de infusão e uns dois ou três ovos mexidos, no lanche do hospital. Eu acho que as pessoas iriam estranhar um pouco porque o senso comum está muito pervertido né.

Roney: Ah, sim, sem dúvida seria um susto, ainda mais para as pessoas que sempre escutam que a alimentação saudável é de uma forma — e geralmente essa forma é cheia de carboidratos e com pouca proteína e pouca gordura — e aí chega num hospital e vem um monte de ovo, a pessoa talvez pensasse “ um monte de gordura, logo agora que eu to doente”. Realmente, pode ser que seja um susto para as pessoas.

Dra. Cristina Farah: É, você falou agora, eu to tão acostumada a orientar os pacientes numa estratégia mais low-carb que agora que lembrei que as pessoas ainda têm medo da gordura, são os nossos pacientes que já sabem que não precisa ter. 

Eles olham o meu Instagram e eles já sabem mais ou menos qual que é a vibe do consultório, então eu tenho tido que explicar cada vez menos que o ovo não é um vilão e tal. 

Mas, ainda existe, ainda existe muita gente que não leu o The Big Fat Surprise (livro da Nina Teicholz, disponível em português como Gordura Sem Medo) e tem muito medo da gordura saturada e tudo mais.

E inclusive acha que se comer gordura vai engordar, porque a gordura tem 9 calorias por grama e o carboidrato tem 4, se esquecendo do impacto hormonal. 

Se vocês quiserem a gente pode passar também por isso, que eu repasso isso com os meus pacientes sempre, da questão da saciedade. 

Mas elas devem se assustar mesmo: imagina vem um bifão e um ovo no hospital, aí eles vão achar que o hospital tá querendo esvaziar o leito rápido, que nem você falou. Ainda é assim, infelizmente.

Dieta Low-Carb Causa Deficiência De Nutrientes?

Guilherme: Com certeza, e eu acho que além do medo do colesterol da comida, e de ter um ataque cardíaco, e de que a carne vai matar as pessoas e dar câncer, e essas coisas todas que, infelizmente, ainda são medos bastantes comuns, tem ainda outro medo.

O de que, se você tirar as frutas mais doces, e o suco de caixinha, e o arroz, se isso não vai causar algum tipo de deficiência nutricional

Será que você pode comentar um pouquinho sobre isso, Cris? 

Dra. Cristina Farah: É, pois é. Se a gente olhar pela premissa evolutiva, como nós chegamos até aqui, tendo em vista que a maior parte do tempo nós fomos caçadores e coletores — porque a agricultura tem aí cerca de 10 mil anos, que na escala evolutiva, no calendário da escala evolutiva é praticamente ontem…

Nós vamos ver que os alimentos mais densos e que nos trouxeram até aqui, não são os grãos que vieram com a agricultura, não são as frutas doces. 

O que os homens comiam, o que que fizeram com que a espécie não desaparecesse, a dieta adequada para nossa espécie, que nos trouxe até aqui, foram as carnes, os alimentos mais densamente nutritivos são as carnes, os ovos. 

O ovo vai virar um pintinho, vai virar uma carne, não tem tanta diferença, eu to falando do alimento animal, complementados ainda com vegetais, que são fontes de minerais, vitaminas, a nutrição basicamente tá feita, tá completa. 

Eu não sei de onde vem esse medo de ficar desnutrido na low-carb, porque é justamente o contrário.”

Se você limpar aquilo que não tem quase nutriente, que são os farináceos, aí é onde estão todos os produtos industrializados, pão, bolacha, bolo, biscoito, pizza… 

Se você limpar isso, você está abrindo uma porta para entrar mais vegetais, ovos e carnes. 

Então, é justamente o contrário, é até indefensável dizer que a pessoa vai ficar desnutrida porque é justo o oposto. 

Lembrando, que não tem nada nas frutas que não exista também nos vegetais e nas saladas

A fruta só vai ter a mais a frutose, que é a parte indesejável, que é o açúcar mais tóxico para o fígado, o maior causador de esteatose hepática, que depois essa esteatose hepática vai evoluir para um diabetes, se não for tratado, ou até para uma cirrose. 

Então, se você pode ter nos vegetais de baixo amido, na salada, tudo o que você tem na fruta, menos a frutose.

Então a gente pensa até que comer fruta não seja uma coisa tão necessária. 

Se você destruir a fruta — quer dizer, destruir as fibras, e concentrar a frutose ao transformar a fruta num suco — piorou a situação. 

Então, na minha opinião, suco é uma coisa que nem deveria ser consumido. 

A gente consome porque é gostoso, mas não vejo nenhum valor nutricional em consumir suco. Então, é justo o oposto. 

Até tava comentando essa semana, a Renata, minha amiga nutricionista tava falando — e vocês podem me confirmar isso, porque não fui eu que vi, foi ela — que vocês publicaram, acho que um vídeo, onde vocês tiveram um dia low-carb, e viram no final como é que ficou o aporte de nutrientes. 

Conferindo Na Prática O Perfil Nutricional Da Dieta Low-Carb

Guilherme: Ah, na verdade, foi exatamente isso, foi um artigo no site (este aqui: Dieta Low-Carb Pode Causar Deficiência De Nutrientes?).

A gente fez em vídeo primeiro, e depois virou um artigo no site, e a gente acompanhou tudo, de um dia de alimentação, com café, almoço e jantar. 

No caso, o café pode ser distribuído no almoço e no jantar, se você pula essa refeição, por exemplo…

Mas foram só comidas de um dia extraído do nosso cardápio low-carb, que é basicamente uma combinação de alimentos, para formar refeições saborosas, tem uma amostra grátis para baixar lá no site. 

Enfim: pegamos um dos dias do nosso cardápio completo, e vimos com isso o aporte de proteínas, de gorduras, de carboidratos, de fibras, de calorias, que viria dessa soma toda, e também de micronutrientes. 

Então, a gente viu as vitaminas, os minerais e mesmo o perfil de aminoácidos, tudo isso foi examinado num aplicativo, chamado CronoMeter, que pega os dados da base da USDA, que é o departamento de agricultura dos Estados Unidos. 

A gente colocou todos os alimentos do cardápio, estimando as quantidades, e viu que realmente era super completo e não dava deficiência nutricional nenhuma.

Para quem tiver interesse em ver esse material e baixar o cardápio grátis e tudo mais, tá em senhortanquinho.com/nutrientes.

É só escrever isso no navegador que a pessoa vai ter acesso a esse artigo. 

A ideia foi justamente essa: ver se tinha uma deficiência mesmo, se tinha alguma coisa gritantemente ruim… e não tinha. 

Ainda por cima, a gente desafia a ver um dia de alimentação ocidental padrão e ver qual que é nutricionalmente mais completo: se é o da dieta low-carb, ou é de um dia em que as pessoas comem cookie, pizza, refrigerantes, sorvete e essas coisas.

Dra. Cristina Farah: É, então, e isso responde essa questão que vocês perguntaram, é praticamente impossível: eu falo que é bater em cachorro morto, em termos de nutrientes, comparar uma dieta baseada em comida de verdade e com viés low-carb com a dieta ocidental padrão. Eu brinco com os meus paciente que é bater em cachorro morto. 

Não tem como dizer que ela não é nem neutra: ela é claramente melhor. 

Alimentos Industrializados Te Deixam Com Mais Fome

Com esses conceitos que eu havia mencionado, da ecologia nutricional… bom, como eu recebo muita gente precisando emagrecer, meu público ele é basicamente maior de gente precisando emagrecer, e depois vem diabetes, depois problemas de tireoide…  eu sempre tenho que me preocupar de fazer esse pessoal emagrecer. 

Até porque boa parte têm questões estéticas, não estão bem com o peso, e os diabéticos precisam emagrecer. 

Então a questão de ter um bom resultado em emagrecimento no meu consultório é um negócio que eu tenho que levar muito a sério. 

E eu sempre desenho para os pacientes, eu coloco assim uma bolinha “fome”, uma bolinha lá em cima, na diagonal, “saciedade”. 

E eu falo, olha, todo mundo tem que sair dessa bolinha e ir para aquela bolinha, tendo em vista que ninguém quer passar fome, ninguém suporta: nem eu, nem vocês, nem ninguém, é chato demais. 

Só que você tem dois caminhos: um é comer pouca comida.

E o outro é sair da da fome e chegar na saciedade, que é o caminho mais curto e, portanto, mais eficiente. 

Por isso que a gente usa o Waze né: porque a gente não quer ficar dando voltas e gastando um monte de tempo na cidade.

Tem outro caminho que você vai chegar no mesmo lugar, só que você vai dar uma volta, então eu faço uma reta em um e uma curva no outro, saindo da bolinha da fome e chegando na saciedade. 

E esses conceitos da ecologia nutricional, eles nos mostram que, assim, o ser humano — assim como os outros animais —  vai comer até atingir a quantidade de proteína que ele precisa

Só que, se ele estiver comendo um alimento de origem animal, que é rico em proteína, ele vai comer muito menos, e daí para frente ele não vai comer mais, tudo bem. 

Vamos lá, tem as questões de ansiedade, mas via de regra, ele vai ter uma sensação de que ele deve parar de comer quando ele atingir aquele aporte proteico. 

Só que, se eu tiver comendo produto industrializado, a quantidade de proteína e, principalmente, de proteína biodisponível, de boa qualidade, ela é muito pequena. 

Então, eu vou ter que atingir essa quantidade de proteína com muita caloria, ou seja, com muita gordura e carboidrato. 

E aí eu vou ter que comer muito mais. 

Então, as pessoas não entendem o que tá por trás da dificuldade de perder peso ou do motivo de engordar, porque é um conceito mais complicadinho, não é acessível para todo mundo. 

Mas eu brinco que se todo mundo conseguisse ter esse insight, tem uma palestra maravilhosa, legendada pelo Felipe Caggiano, que vocês também já entrevistaram… 

Ótimo podcast de vocês, aliás!

E ele tem essa palestra do Ted Naiman, que ele fez a legenda. Gente, é um primor. 

Eu falo que se as pessoas conseguissem entender que se elas comerem produtos onde a indústria não pôs a mãozinha dela, e são produtos proteicos, bastaria ela ter uma intimidade com a percepção de fome dela, porque a nossa fome não nos trai

Só que o alimento processado ele é todo enviesado, ele tem esse problema de ser baixo em proteína, e ele tem o problema de ter hiper palatabilidade. 

Se você misturar gordura com carboidrato, fica bom demais — eu falo para os pacientes que fica uma “comida uau”. 

E aí como é que você para de comer uma comida uau? 

Na natureza, o carboidrato e a gordura não se misturam. 

O abacate tem gordura, a melancia tem açúcar, tem carboidrato, mas você não vê um sorvete häagen dazs nascendo no pé, que é carboidrato com gordura. 

É isso que dá a hiper palatabilidade. 

Então, para quem não tem essa consciência, não se anima em comer comida de verdade, por uma questão de consciência, de querer viver magro e saudável, o que que sobra pra ela? 

É falar assim: ah, se eu posso comer um sorvete, comer abacate é bater em cachorro morto. 

E aí ela vai comer essa comida hiper palatável e daqui a pouco a condição que ela tem de ter prazer numa comida de verdade, que isso é possível, acreditem, ela vai desaparecendo, porque tem uma alteração no centro de saciedade da palatabilidade. 

Ela não vai mais ver graça em comer comida de verdade. 

Mas a boa notícia é que você, se por algum motivo você se convencer que isso não é legal, e começar a fazer o caminho de volta, depois de um tempo — que nem é longo — você começa sim a ter um aumento de prazer visível em comer comida de verdade.

E mesmo um desprazer — explico, não é bem um desprazer — de comer a comida processada, mas tudo acaba ficando com o mesmo gosto, ficando com o gosto de açúcar. 

Então, essa volta é possível, só que a gente tem que mostrar esse cenário para a pessoa, tem que ir como um filminho mesmo, passar um filminho do que está acontecendo para as pessoas entenderem. 

A gente não vai atrás daquilo que a gente não entende. 

Uma fórmula decorada não tem graça perto de uma fórmula de física que você consegue deduzir, que você enxerga todo o bastidor. 

Por isso que eu acho que essa palestra é incrível, parece que você está olhando os bastidores do que aconteceu com a população, principalmente de 1970 pra frente.

É Seguro Fazer Dieta Low-Carb Pelo Resto Da Vida?

Roney: Com certeza, Cris, perfeito, perfeitas colocações. 

E, então, uma dieta que você vai ter um monte de alimentos nutritivos, comida pouco processada, com poucos aditivos como corantes, aromatizantes, conservantes, e que ao mesmo tempo vai proporcionar para você bastante saciedade e vai até mesmo regular alguns hormônios do seu corpo que poderiam estar desregulados como, por exemplo, a gente falou no começo do podcast a questão do diabetes, que é uma intolerância à glicose. 

Nesse tipo de alimentação você vai diminuir bastante o consumo de glicose, de açúcar, de farinha, também. 

Então, por que será que algumas pessoas ainda tem aquela dúvida, se essa dieta é tão boa, por que que ela tem aquela dúvida de “será que uma alimentação low-carb é segura no longo prazo? Será que uma alimentação cetogênica é segura no longo prazo?” 

Por que você acha que essas pessoas têm esse medo e, ao final das contas, é realmente seguro ou não é seguir uma alimentação assim, por bastante tempo?

Dra. Cristina Farah: Olha, eu já vou dar o spoiler e dizer que sim, que é seguro. 

Bom, eu tô sobrevivendo, deixa eu ver há quantos anos… eu não tenho morrido nos últimos, pelo menos, três anos. 

Então, é seguro sim, e eu acho que o medo vem, talvez, de duas grandes fontes aí de medo: de que gordura animal mata, de que ovo mata, carne dá câncer, carne vai apodrecer dentro de você

Alguns estudos com carne processada, que aumentaram um pouquinho a chance de câncer de cólon, mas tem uma série de vieses, é numa quantidade grande, de 50 gramas por dia, e a gente sabe que um bacon artesanal é muito diferente de uma salsicha altamente processada mas, enfim, essas questões com relação à gordura animal, elas foram criando um medo nas pessoas… medo da banha de porco e tal. 

Então, como na estratégia low-carb, paleo, tem muito desses alimentos com proteína e gordura animal, então tem muita gente com medo disso. 

Os cardiologistas de um modo geral também, vários ainda têm um discurso assim. 

Muita gente já tem estudado outras fontes e tal, mas é que a gente troca muito paciente né, cardiologia e endocrinologia, então às  vezes eu percebo uma divergência de como as pessoas orientam a dieta. 

E outra coisa é aquela questão de que “se eu não comer carboidrato eu vou morrer”… é importante lembrar que não tem carboidrato essencial. 

Tem gordura essencial e proteína essencial, porque a glicose ela é tão tão tão importante que o corpo não deixaria nas suas mãos comer, né. 

A gente consegue fabricar glicose, e tem pouquíssimas células no nosso organismo que são dependentes de glicose, a maior parte consegue se nutrir de corpos cetônicos. 

Até tem células que corpos cetônicos são os combustíveis de melhor octanagem para elas

Então, as pessoas acham que vão morrer se não comer carboidrato, e vão morrer ainda mais se elas comerem gordura. 

Eu percebo isso logo de cara, os pacientes perguntam “mas como é que essa dieta é low-carb que a senhora tá falando, é sem nada de carboidrato?” Já arregalam o olho. 

Eu falo que nem até dá para ser sem nada de carboidrato, e mesmo que fosse, a gente fabrica, e a gente tem glicogênio, então eu acho que o medo vem dessas duas fontes. 

Mas não vejo risco nenhum, até numa estratégia mais baixa, que seria uma dieta cetogênica, a não ser para pessoas muito específicas, do tipo, doenças reumatológicas como porfiria e algumas doenças muito raras, genéticas, do metabolismo da glicose, mas assim, são condições bem raras mesmo. 

Não vejo nenhum problema, nenhum problema em levar isso como um estilo de vida para o resto da vida.

Só algumas questões pontuais — as pessoas, como diabético tipo 1 que usa insulina, ou o diabético tipo 2 que usa também insulina, mas que usa hipoglicemiantes, como gliclazida, glibenclamida teriam enormes benefícios em fazer essa dieta, mas não sozinhos, porque o efeito da dieta é tão potente e tão bom,, melhora tanto o controle glicêmico, que você teria que fazer um ajuste nessas medicações, um ajuste grande até para que essas pessoas não corressem riscos. 

Vamos lembrar que no Virta Health, se não me engano 50% das pessoas reverteram a condição de diabetes, então se essa pessoa está tratando com um remédio que é um hipoglicemiante, que provoque hipoglicemia, se você não fizer esse ajuste, ela pode ter uma hipoglicemia grave. 

Então, no consultório, isso é muito gratificante, você entra com a dieta e vai desmamando, desmamando, desmamando o remédio, a insulina eu nem sei mais quantas pessoas — meu pai incluso — que nunca mais usaram insulina. 

Ele usou agora na internação, tá usando agora, na verdade, porque tá com uma insuficiência renal mais avançada e não pode tomar os medicamentos, só por isso.

Mas nunca mais descompensou, então é uma estratégia super segura. 

E tem até algumas condições de saúde, como as crises convulsivas refratárias, que não cedem com medicação em crianças, que são tratadas com dietas cetogênicas

Tudo bem que é uma dieta cetogênica enviesada, cheia de óleo vegetal e lotada de gordura, e gorduras não boas. 

Eu imagino se essas crianças fossem tratadas com uma dieta cetogênica não inflamatória, seria melhor ainda. 

E uma coisa mais impressionante para responder a essa pergunta, é a seguinte, que você não ver ninguém piorando. 

Alguém que tá fazendo dieta cetogênica começa piorar em algum parâmetro? Eu não vejo isso. 

O que eu vejo de ruim é a gripe low-carb, que a gente chama também de keto flu.

Você tem que orientar bem o paciente porque no começo ele pode se sentir fraco, mal humorado. 

Mas isso não é que ele tá piorando, é uma adaptação à dieta, e depois disso todos melhoram. 

Você vê, é uma dieta anti inflamatória, então melhora a conversão do T4 em T3, então a pessoa melhora sintomas de hipotireoidismo

O T3 até cai, as pessoas podem estranhar, mas eu falo, caiu porque não tá precisando tanto, tá tão bem que não tá precisando fabricar tanto T3

Então: 

  • elas melhoram o hipotireoidismo; 
  • enxaqueca é uma questão que melhora muito com dieta cetogênica, 
  • o emagrecimento nem se fala, 
  • e o diabetes de muita gente reverte. 

Então, como é que a gente vai justificar que esse tipo de dieta seria perigoso? 

É até curioso, até peço para eles me citarem onde que a gente poderia tropeçar fazendo essa estratégia nutricional.

Fazer Dieta Cetogênica Aprendendo Pela Internet Funciona?

Guilherme: Com certeza, Cris, com certeza. E eu acho que é interessante um ponto que você mencionou de que, se a cetogênica sendo feita com alguns alimentos abaixo do ideal, como no caso dos óleos vegetais e várias fórmulas usando suplementação, já consegue trazer bons resultados de saúde, em alguns casos específicos, imagina com comida de verdade. 

Agora, você mencionou o Virta Health, e eu acho que muita gente que tá escutando a gente não conhece o que que é o Vita Health, você pode explicar para a gente, por favor?

Dra. Cristina Farah: Então, no Virta Health, as pessoas eram aconselhadas a fazer, eram orientadas — não presencialmente, pela Internet — a fazer uma estratégia de baixo carboidrato.

E isso nem era em consulta nem nada, era  virtual, e mostrou resultados fantásticos em vários parâmetros. 

Por exemplo, na reversão de, se eu não me engano, 50% nos parâmetros de diabetes, e o uso de insulina caiu muito, o uso de medicamento caiu muito, sendo que essas pessoas seguiam um protocolo que era passado para elas, eu não lembro agora se era por e-mail na época. 

Se vocês tiverem esse dado mais na ponta da língua, mas era uma estratégia low-carb passada via Internet — e as pessoas produziram uma melhora imensa.

Tem outros casos, por exemplo o TypeOneGrit, que agora nós já temos graças a Deus, no Brasil, que é uma estratégia também de orientação para os diabéticos de tipo 1, de dieta low-carb com um resultado impressionante.

(Outra iniciativa interessante nova no Brasil é a Diabetes Tipo 1 Forte.)

A ponto de diabético tipo 1 ter HbA1c abaixo de 6, coisa como com 5,5% de hemoglobina glicada, que é uma hemoglobina glicada de gente normal. 

Como é que você faz um paciente de diabete tipo 1 ter 5,5 de hemoglobina glicada? 

Como é que você tem, como eu tenho no consultório, paciente usando 12 unidades, 15 unidades de insulina tipo 1, que milagre é esse? 

É o milagre do Dr. Bernstein, é The Diabetes Solution, que é o livro que eu to lendo agora. 

Então, você vê, com pessoas se ajudam na Internet, como é o caso do Virta, como é o caso do TypeOneGrit, que era um grupo de pessoas no Facebook, e aí médicos foram entrando, fazendo esse tipo de estratégia é esse o resultado.

Guilherme: Excelente, Cris, muito bom. Então, para quem quer aprender um pouco mais sobre essas iniciativas, o Virta Health é capitaneado pelo Stephen Phinney, que é um pesquisador super famoso de dieta cetogênica. 

Ele junto com o Volek escreveram aquele livro fenomenal, “A arte e a ciência de viver com baixo carboidrato (em inglês)“, e eles têm um também sobre esporte.

E quem quiser saber mais sobre diabetes tipo 1 e dieta cetogênica, vai gostar bastante de escutar o podcast 45, que a gente gravou com a Drª Janaína Koenen — lá a gente falou bastante sobre isso, e falou sobre o TypeOneGrit também. 

Então, dá para ver que tem muita aplicação, e que tem muitos grupos de pessoas se beneficiando dessa estratégia, com certeza não é uma coisa de outro mundo, e nem é uma dieta maluca para emagrecer, e sim uma intervenção sustentável e saudável para o longo prazo.

O Que Te Deixa Saudável Vai Te Deixar Bonito

Dra. Cristina Farah: Você sabe que eu tava pensando sobre isso, e pensando a partir do consultório, e que vem muita gente querendo emagrecer, por uma questão estética e os benefícios maiores da low-carb, que a gente enche os olhos, são nas pessoas que tem resistência insulínica e síndrome metabólica.

Mas eu pensei uma coisa e até anotei ontem isso, porque é engraçado: o que te deixa saudável é o que te deixa bonito

Então, eu acho até bom que as pessoas venham por um viés de um incômodo estético, porque aí elas vêm antes, elas vêm na juventude quando isso é mais importante pra gente. 

O jovem, ele tem em maior conta ser bonito e saudável, do que uma pessoa após os 60 anos — ele valoriza mais isso. 

Mas é bom, porque eu já pego pelo pé e já falo “olha fulano, se você quer ficar bonito eu vou te ajudar a ficar bonito, mas olha só que a raiz é a mesma, o ficar bonito é o ficar saudável, porque se você tá ficando gordinho, é porque você tá todo inflamado, e aí você não vai ficar bonito, porque a pele não fica bem, o cabelo não fica bem, as curvas não ficam bem”. 

Só que lá dentro não tá nada bom, é como  andar com um carro com o escapamento estourado… tudo bem, furou o escapamento, ele anda, vai fazer barulho mas ele anda. Mas, se você não consertar, daqui a pouco vai ter um problema numa peça mais séria e vai quebrar. 

Então, esse viés de deixar as pessoas mais bonitas, se você souber usar no consultório, você pega por um lado dela entender que o mais bonito também é o mais saudável.

Benefícios De Saúde “Bônus” Da Alimentação Low-Carb E Cetogênica 

Guilherme: Muito boa essa percepção, e é isso que a gente verificou também na nossa própria jornada de emagrecimento

Começou com uma intenção estética — eu tava incomodado com o excesso de peso, e depois fui colhendo vários outros resultados de saúde.

Isso é o que vários alunos nossos, especialmente do Guia Dieta Cetogênica falam para a gente.

Eles contam que entraram porque estavam desanimados, ou estavam com a auto estima em baixa, queriam entrar nas roupas…

Enfim, entraram basicamente por causa da estética, e aí foram vendo benefícios de saúde que muitas vezes nem imaginavam. 

Aí, acabou o refluxo, melhorou o sono, melhorou a apneia do sono, e a pessoa sente mais energia, e agora ela fica feliz. 

Antes ela ficava com muito cansaço ao longo do dia, com sono depois do almoço. 

Ela não conseguia ficar muitas horas sem comer que vinha uma fraqueza, às vezes caia a pressão, por exemplo, ou fazia hipoglicemia e agora não faz mais, então são vários benefícios que vêm meio que “de brinde” para quem busca a estética.

Sendo que, na verdade, não funciona assim na natureza: as coisas andam juntas.

Mas é interessante perceber que às vezes essa motivação estética pode trazer esses outros benefícios para a pessoa antes que ela passe uma vida toda sofrendo com algum problema de saúde, um refluxo, azia, queimação, problema no intestino, enfim, antes de descobrir. 

Até mesmo a enxaqueca pode melhorar, então é fantástico ver como a alimentação correta — quando a gente para de atrapalhar o corpo, de inflamar, de envenenar, de colocar várias substâncias que ele não deveria ingerir em tão alta quantidade ou frequência — como que ele se recupera, como que ele fica bem e a gente fica bem com isso também. 

Dra. Cristina Farah: Ah, gente, isso é delicioso, sabe, quando o paciente começa a falar “ah, doutora, o que que eu faço com essa minha enxaqueca; ah, o que que eu faço com esse refluxo”… e eu vou lá anotando, o paciente tem epigastralgia, que é dor de estômago, ele referiu cefaleia, e fico lá na minha, e não vou responder ainda não o que eu faço para isso ou para aquilo. 

E aí, no final, eu falo “olha, vamos dar uns meses para a gente comer direito, ver se eu te convenço a fazer uma musculação, parar de dormir 4 ou 5 horas, ver se eu consigo que você durma 6 horas e achar que problema sério é só problema sério, e não esse monte de B.O. que a gente tem que resolver no dia, e aí depois vamos ver esses sintomas”.

Eu não tenho uma chave mágica para te dar não, mas eu acho que está tudo meio embolado na tua vida, produzindo um monte de escapamento furado, pneu furado e você está lá andando com o carro mesmo assim. 

E aí, depois de um tempo, eu tenho vários casos no consultório que emagreceram 30 kg, que emagreceram mais de 30 kg, é uma coisa assim fantástica.

O meu consultório tem uma história antes de 2017, e uma história depois. 

Uma, porque eu que comecei a orientar a dieta, depois daí então tem uma história onde eu me envolvo muito mais, a consulta é mais longa…

E pegando esses casos mais expressivos, que perderam muito peso, aí você começa a perguntar, e a enxaqueca? 

E a pessoa faz aquela cara de tentando lembrar da enxaqueca. 

Ela tava acomodando no dia a dia dela uma enxaqueca que já tinha ficado parceira dela. E depois ela repara “nossa, é mesmo, nunca mais eu tive”. 

Isso para a gente é muito gratificante, imagina você viver com uma pedra no sapato a vida inteira, e de repente aquela dor que você achava que era do seu pé, era só questão de tirar o tênis e tirar a pedra. 

Então, não tem como a gente ficar bem colocando um monte de lixo pra dentro. 

Coitado do corpo, ele tem que quebrar em algum aspecto para conseguir acomodar tudo isso que tá vindo como um agressor pra ele, ele dá um jeito, coitado. 

Mas não é sem um boleto no final do mês, né. 

Os Hábitos Saudáveis Da Dra. Cristina Farah

Roney: Ah, não, o boleto vem. E, Cristina, você falou um pouquinho sobre quais seriam algumas coisas interessantes que você tenta falar para os pacientes como, por exemplo, dormir um pouquinho mais do que muitas pessoas dormem. 

E, quais são os hábitos saudáveis que você mesmo adota? Pode ser com relação à exercícios, sono, sol, o que você acha que faz bem para você e você faz no seu dia a dia que você considera um hábito saudável?

Dra. Cristina Farah: Olha, eu acho que tem alguns pilares da longevidade. 

Por que que eu to falando de longevidade? Eu falo para os pacientes assim, olha, se você escapou de infartar, de ter um AVC ou um derrame, e você ficou lá velhinho, você tem que estar bem forte. 

Então, o que que vai interessar para você? Ter uma cuca boa, ter um corpo que não é extremamente pesado, que você consegue carregar, e ter um músculo e um osso forte, que você consegue, se o carro acelera um pouco mais, você também consegue atravessar a rua mais rápido, para não ser atropelado, para não cair no meio da rua. 

É isso que vai interessar, é a cuca boa e o corpo forte. 

E agora, a gente tá vivendo muito, então não dá para eu esperar, para me preparar, e tem muita gente que quer viver muito, eu incluso, eu quero chegar é nos três dígitos de anos. 

E na época da vida que você vai ter o pé de meia feito, se Deus quiser, vai ter dinheiro para ir para a Europa viajar, delícia, ou para lugares mais exóticos, que eu até prefiro, como é que você vai chegar lá bem, na hora que você não tem que ficar nessa correria trabalhando e ter que criar filhos…  

Na hora que você quiser desfrutar, como é que você vai chegar lá bem? 

Os pilares da longevidade são a chave.

E é o que você come, e aí eu não tenho dúvida que você tem que comer o que a natureza dá. O mínimo, o mínimo, o mínimo, o mínimo, o mínimo de comida processada, essa é a grande chave. 

A questão de fazer low-carb ou não, ela é mais específica se você gosta de ficar sequinho, magrinho, ou se você precisa ficar bem mais sequinho, se você tem uma condição tipo diabetes, que te leva a realmente ter uma necessidade de ter uma gordura mais baixa, porque senão você descompensa. 

A questão de ser low-carb ou não, ela vai mais de você analisar caso a caso, mas acho que para todo mundo, comida de verdade. 

Horas de sono são negociáveis até um número crítico, eu acho que eu não sou profunda conhecedora de sono, mas eu acho que pelo menos de 6h a 7h seria o ideal, por noite.

Menos que isso já começa a comprometer, e aí também tem a qualidade do sono.

Mas quem está num peso legal, geralmente tem um sono legal, porque quem não tá, vai ter apneia do sono, e aí não adianta dormir X horas porque o sono não é reparador. Então, o segundo pilar, sono. 

O que você come, o quanto você dorme e como você dorme. 

Terceiro, nós somos bichos, bicho não foi feito para ficar sentado numa cadeira, é totalmente contra evolutivo ser sedentário. 

No dia a dia a gente não faz muito movimento, no seu trabalho, você trabalha sentado, você não trabalha andando, a gente vai ter que recorrer a algum método do tipo academia. 

Eu gosto mais de treino de força, eu acho que ele dá um legado maior do que outras modalidades mais aeróbicas, principalmente para mulher, que tem testosterona baixa, eu acho que o treino com força é mais importante e é o que eu faço. 

Eu tento ir 4 vezes por semana fazer um treino de musculação aqui mesmo no meu prédio, e eu gosto bastante de treino de musculação, gosto muito mais do que aeróbico… no dia de treino de perna a gente pena um pouquinho mais, mas eu gosto de maneira geral. 

E o último pilar, que para mim é bastante importante, foi muito importante para mim ter feito terapia vários anos na minha vida, porque eu acho que sem o olhar externo, para questões muito importantes como as emocionais, você fica meio perdido. 

Um olhar sensato, externo, te faz deixar de comer muita bola, encurtar o caminho para a sensatez, para ter mais ponderação, então eu acho que um olhar externo para as questões emocionais, o treino e eu gosto bastante mais de treino de força, prestar muita atenção no sono e na comida, são pilares bastante importantes. 

Eu não costumo fazer muitas estratégias de biohacking, coisas mais que seriam mais avançadas aí, não é muito a minha vibe, mas acho que para algumas pessoas funcionam bastante. 

Eu fico no meu basicão mesmo: comida, sono, treino e dar muita atenção para as questões emocionais. 

A Mensagem Final Da Dra. Cristina Farah Para Você

Roney: Perfeito, Cris, com certeza essas são realmente as bases, os pilares de uma vida saudável e longeva. 

E, Cris, a gente infelizmente tá chegando na parte final do nosso podcast, e a gente queria saber se você tem alguma mensagem final para deixar para o pessoal. 

Dra. Cristina Farah: Olha, gente, eu vou tirar aqui o coelho da cartola, bem na hora H. 

Eu sei que vocês sempre fazem essa pergunta e eu não fiz a lição de casa de pensar, mas isso é ótimo, porque vai ser super sincero e de última hora. 

Eu acho, gente, que a gente tem que pensar mais no que é natural, nas premissas básicas de uma vida mais natural mesmo, então, pensando nesses pilares, na nossa vida a gente tem que pensar em não ficar tão envolvido em rede social, porque isso não tem nada de natural, isso nos tira dessa questão emocional de nos relacionarmos ao vivo com as pessoas. 

Nesse outro pilar da comida, a gente tem que ser um pouquinho mais esperto e perceber que não vai dar em bom lugar a gente ficar abrindo pote, lata e saco. 

Não é tão difícil de fazer esse raciocínio, não precisa de um médico te explicar, é mais fácil pensar que a natureza é mais sábia, e sem viés de interesse, sem interesses escusos do que a indústria alimentícia e farmacêutica. 

Na questão do sono, pensar simples. Pensa simples: não vai dar muito certo dormir uma hora da manhã e acordar às cinco. 

E na questão do treino mais ainda, será que vai dar certo, eu que sou um bicho, né, nós que somos bichos, será que vai dar certo? Eu acordar e dormir, não ter me dedicado o mínimo a andar, a levantar peso, então a minha mensagem é quando a gente tá perdido, pensa no mais simples. 

Um pensamento bastante evolutivo, no que dá certo, no mais mais simples, é o que eu penso. Eu falei que eu não tenho tantas estratégias aí, eu penso mais no simplão, que é o que eu acho que dá certo. 

Roney: Com certeza, às vezes a gente quer dar um passo além, pensar em coisas complicadas — e às vezes o que é o básico não tá ajustado, não tá certo, e aí vai ser muito mais difícil você dar o segundo passo direito se você não conseguiu nem fazer o primeiro. 

É melhor ajustar as bases antes para depois ir pondo coisa a mais, ajustando outras partes da sua vida. 

E, Cris, muito obrigado por sua presença, e agora você pode deixar as suas mídias sociais para quem quiser te acompanhar. 

Dra. Cristina Farah: Ah, legal, bom, então onde eu mais posto semanalmente é no meu Instagram, que é @dracristinafarah, lá no Instagram a gente faz uma coisa legal também, todas as quartas-feiras às vinte horas, e eu a Renata Giudice (que já veio aqui no podcast), a minha amiga nutricionista

Eu vou deixar aqui o Instagram dela também, porque a gente reveza as lives — eu to falando aqui das lives, a gente reveza cada quarta é transmitido de um Instagram de uma de nós. O dela é @renatagiudicenutri.

E o que eu acho que tem de mais legal no meu Instagram são as lives, porque aí a gente consegue abordar um monte de coisas, o conteúdo é automaticamente transferido para o Facebook, que é o mesmo, Dra Cristina Farah

Tem o site do consultório também, que é o meu nome, Dracristinafarah.com.br, lá tem o blog com algumas matérias, mas acaba que o meu Instagram é onde a gente conversa mais com os pacientes.

Roney: Sem dúvidas, Cris. Então, vamos deixar os links aqui embaixo, para quem quiser te acompanhar, e mais uma vez, aproveitar para te agradecer. 

Muito obrigado pela sua presença, pelo seu tempo e por essa entrevista maravilhosa que você deu pra gente.

Dra. Cristina Farah: Ah, meninos, eu que agradeço e além de tudo, é um enorme prazer, é muito gostoso gravar com vocês, é sempre muito prazeroso, podem contar comigo pro que precisar.

E eu quero mandar um beijo para os nossos ouvintes, porque muitos deles também são meus pacientes, e dizer que para mim é um enorme prazer esse tipo de trabalho, que eu me sinto beneficiando pessoas em escala. 

Então eu sempre falo que fazer as lives é muito prazeroso porque aquelas pessoas que estão lá nos ouvindo, elas não podem, por algum motivo, estar no consultório. 

E o que um médico gosta muito é de espalhar a notícia, de espalhar notícia boa para o maior número de pessoas. 

Infelizmente, a gente tem que estar com um depois outro, depois outro, depois outro na nossa frente, então a gente não consegue atingir um público muito grande. 

Então, poder falar para mais gente nas nossas lives, dá uma sensação maior de missão cumprida. E isso é um prazer enorme. 

Roney: Sem dúvidas, Cris, vamos fazer essa mensagem chegar cada vez mais longe. 

Então, mais uma vez, muito obrigada por sua presença, e também queria aproveitar para agradecer aos tanquinhos e tanquinhas que nos escutaram até aqui. 

Muito obrigado por sua audiência. E se você gosta dos nossos podcasts, das nossas entrevistas com profissionais como a Cris, nos siga, nos acompanhe nos players de podcasts. 

Nós estamos por todos eles: Deezer, Itunes, Spotify, Google Podcast, é só digitar “podcast do senhor tanquinho” que você vai nos encontrar. 

A gente solta episódios novos todas as segundas-feiras.

E mantém contato com vocês nesse meio tempo, no email e no Telegram.

Muito obrigado, mais uma vez por estar com a gente!

Um forte abraço,
— Guilherme e Roney, do Senhor Tanquinho. 

2 comentários em “Podcast #078 – Nutrição Hospital E Deficiência Nutricional Na Dieta Low-Carb Com A Dra. Cristina Farah”

  1. Maravilhosa entrevista, clara, simples, fácil de entender… Moro em Florianópolis, tenho diabeter tipo 2 e gostaria da indicação de um endocrinologista que aplique a estratégia Low Carb , poderiam me indicar um?

    1. Guilherme e Roney

      Oi Sonia, boa noite! tudo bom?

      Obrigado pelos elogios.

      Temos diversas indicações neste link: senhortanquinho.com/profissionais

      Boa semana!

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